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Caldeirão da Bolsa

A Política: a Grande Porca

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: A Política: a Grande Porca

por BearManBull » 23/12/2019 15:26

O estado espanhol a exercer pressão sobre o tribunal constitucional para deixar em liberdade alguém que acabou de ser condenado a 12 anos de cadeia para que a PS de Espanha se possa sentar na cadeira do poder, com os comunistas e os independentistas ao colo.


La Abogacía del Estado se pliega y apoyará al menos la salida de Junqueras para obtener su acta

Honestamente cada vez fico mais admirado como é a economia não colapsa por completo, mas prontos temos de ser pragmáticos e o que importa são os números, de qualquer forma tudo o que está a acontecer pode ser o advento de um domino que mais tarde ou mais cedo cai a primeira peça e vai tudo por arrasto.
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Re: A Política: a Grande Porca

por BearManBull » 23/12/2019 13:04

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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 1/8/2019 2:00

 
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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 29/7/2019 23:47

 
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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 2/6/2019 20:01

:mrgreen:
https://jornaleconomico.sapo.pt/noticia ... rca-451777
...agência europeia pública independente...
 
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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 3/4/2019 20:38

 
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Re: A Política: a Grande Porca

por BearManBull » 3/4/2019 10:57

Mais um brinde para blindar aliados, uma coisa tem de se dar mérito são exímios a defender a posição patriarca que têm no país.

A proposta do PS, se for aprovada, fará com que centenas de juízes que trabalham nos tribunais superiores como os dois Supremos, as cinco Relações e o Tribunal Constitucional recebam aumentos salariais.


https://eco.sapo.pt/2019/04/03/juizes-p ... -ministro/
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Re: A Política: a Grande Porca

por MVP » 3/4/2019 1:15

PXYC Escreveu:precisamente por ser uma conducta generalizada eu acho que o correcto é denunciar de forma.. generalizada. agora está o PS, daqui a uns anos alterna com outro e estamos na mesma porque agora aproveitou-se apenas para atacar o partido de governo porque parece que interessa mais fazer campanha eleitoralista. mas ok.. com a questão dos deputados proprietários de companhias de advogados fizeram uma comissão para tentar minimizar oportunidades de corrupcão e no final os dois principais partidos amanharam-se para não resolver nada. :lol:


Eu concordo, daí dizer que não voto nos partidos com assento parlamentar. Não é que novos vão resolver o que quer que seja, o problema é mais profundo que isso, mas é tentar começar por algum lado.
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Re: A Política: a Grande Porca

por PXYC » 2/4/2019 23:13

p3droPT Escreveu:
PXYC Escreveu:desculpem lá, eu leio estes tópicos e parece incrível saber que as relações familiares existiram em todos os partidos do poder mas vocês são incapazes de dizer: "no PSD tivemos este e este caso, no PP tivemos este e este caso, agora no PS temos este e este..". se vos parece tão grave, porque ao menos não tentar ser honesto em relação ao problema?


Estás a partir do pressuposto que uma critica ao PS ou a um governo PS é um elogio e uma defesa ao PSD, CDS ou o que quer que seja.

Para além disso comentar condutas do passado num tema deste tipo na minha opinião pouco interessa, independentemente do partido, pelo simples facto de que somos uma democracia jovem.
Interessa mais é se os do presente perante casos desses no passado aprenderam e mudaram, o que não foi o caso. E interessa se os do futuro irão aprender e mudar. E para isso é de facto necessário os atuais e até passados serem castigados pelos eleitores. Conto com novos partidos no parlamento este ano e por isso mesmo votarei num partido que não tem assento parlamentar. Estou inclinado para a Iniciativa Liberal.


precisamente por ser uma conducta generalizada eu acho que o correcto é denunciar de forma.. generalizada. agora está o PS, daqui a uns anos alterna com outro e estamos na mesma porque agora aproveitou-se apenas para atacar o partido de governo porque parece que interessa mais fazer campanha eleitoralista. mas ok.. com a questão dos deputados proprietários de companhias de advogados fizeram uma comissão para tentar minimizar oportunidades de corrupcão e no final os dois principais partidos amanharam-se para não resolver nada. :lol:
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Re: A Política: a Grande Porca

por MVP » 1/4/2019 17:52

PXYC Escreveu:desculpem lá, eu leio estes tópicos e parece incrível saber que as relações familiares existiram em todos os partidos do poder mas vocês são incapazes de dizer: "no PSD tivemos este e este caso, no PP tivemos este e este caso, agora no PS temos este e este..". se vos parece tão grave, porque ao menos não tentar ser honesto em relação ao problema?


Estás a partir do pressuposto que uma critica ao PS ou a um governo PS é um elogio e uma defesa ao PSD, CDS ou o que quer que seja.

Para além disso comentar condutas do passado num tema deste tipo na minha opinião pouco interessa, independentemente do partido, pelo simples facto de que somos uma democracia jovem.
Interessa mais é se os do presente perante casos desses no passado aprenderam e mudaram, o que não foi o caso. E interessa se os do futuro irão aprender e mudar. E para isso é de facto necessário os atuais e até passados serem castigados pelos eleitores. Conto com novos partidos no parlamento este ano e por isso mesmo votarei num partido que não tem assento parlamentar. Estou inclinado para a Iniciativa Liberal.
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Re: A Política: a Grande Porca

por BearManBull » 1/4/2019 16:44

PXYC Escreveu:desculpem lá, eu leio estes ultimos posts e parece-me incrível saber que as relações familiares existiram em todos os partidos do poder mas vocês são incapazes de dizer: "no PSD tivemos este e este caso, no PP tivemos este e este caso, agora no PS temos este e este..". se vos parece tão grave, porque ao menos não tentar ser honesto em relação ao problema?


Pontualmente é completamente normal isso acontecer, nos USA Bush pai e filho foram presidentes... E por pouco faltou à Clinton para ser também.

O que é de estranhar é o número elevado.

Pessoalmente para mim não dou grande relevância ao assunto, o meu problema é que esta gente está mais preocupada com o próprio tacho do que com o futuro do país... Vendem demagogia e vão criando maus hábitos na sociedade, que mais tarde ou mais cedo acabam por vir ao de cima.

Ter um défice controlado não é receita suficiente para o crescimento. Continuamos com um IVA de 23% e com salários médios que pouco ou nada evoluem desde 2010, isto num período pós crise!

https://www.pordata.pt/Portugal/Sal%C3% ... +ganho-857
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Re: A Política: a Grande Porca

por Sinedrio » 1/4/2019 15:05

Um voto de protesto, é votar nos partidos sem assento parlamentar. Como PNRs, POUS e afins estão completamente fora de questão, este ano voto Iniciativa Liberal. Boa malta, bom programa e gente com a cabeça no sítio.
 
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Re: A Política: a Grande Porca

por SFT » 1/4/2019 13:26

Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.
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Re: A Política: a Grande Porca

por PXYC » 1/4/2019 12:59

desculpem lá, eu leio estes ultimos posts e parece-me incrível saber que as relações familiares existiram em todos os partidos do poder mas vocês são incapazes de dizer: "no PSD tivemos este e este caso, no PP tivemos este e este caso, agora no PS temos este e este..". se vos parece tão grave, porque ao menos não tentar ser honesto em relação ao problema?

da mesma forma acho piada a todo o momentum que se quer criar por causa das últimas noticias da carga fiscal, mas querem saber a última vez que TODA A GENTE se lembra de ir para as ruas gritar contra a subida dos impostos? foi quando em pleno periodo de excesso de tributaçao pelo procedimento da Troika o PSD decidiu baixar a tributação das empresas e compensar-la com uma subida da tributação das pessoas! Lol live and learn..

cada país tem o governo que merece, mas em Portugal qualquer partido de governação é um bocado a mesma coisa ou pior que o partido socialista. :lol:
Editado pela última vez por PXYC em 1/4/2019 13:38, num total de 2 vezes.
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Re: A Política: a Grande Porca

por MVP » 29/3/2019 14:20

lfhm83 Escreveu:Vamos lá ver o impacto disto nas eleições, em teoria deveria fazer alguma mossa.


Pois mas na prática duvido. Somos o país com menos mudanças políticas em termos de representação de novos partidos e novas formas de fazer política. Na maior parte dos países o "PS" foi ou está a ser desvastado. Aqui, está prestes a ganhar eleições :roll:
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Re: A Política: a Grande Porca

por BearManBull » 29/3/2019 13:14

Ocioso Escreveu:https://jornaleconomico.sapo.pt/noticias/relacoes-familiares-no-governo-de-antonio-costa-envolvem-50-pessoas-e-20-familias-427229



Los socialistas portugueses crean una red de nepotismo sin precedentes en toda Europa


Portugal da barra libre al nepotismo al haberse (auto) dotado el Gobierno socialista de una trama de 27 personas con vínculos familiares en el ejercicio del poder, sin precedentes en toda Europa.


https://www.abc.es/internacional/abci-s ... m_loMas=si

Vamos lá ver o impacto disto nas eleições, em teoria deveria fazer alguma mossa.
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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 29/3/2019 12:47

 
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Re: A Política: a Grande Porca

por BearManBull » 6/2/2019 10:07

Tudo por um voto.

https://observador.pt/2019/02/04/as-sel ... o-jamaica/

https://www.dw.com/pt-002/portugal-jove ... a-47175615

suspeito de arremessar pedras contra a polícia num incidente
Anexos
suspeito.JPG
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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 2/2/2019 18:31

12.02.2010
http://visao.sapo.pt/actualidade/portug ... el=f547869
Armando Vara começou por bradar contra a "duvidosa moralidade" de alguns políticos. Na altura guiava um FIAT 600 e vivia em Bragança. Esta é a história da queda de um influente homem do "aparelho" do PS

Imagine-se, o leitor, no início do ano de 1985. Por alguma razão está em Bragança e folheia a Voz do Nordeste, jornal regional que acaba de chegar aos quiosques.

Como tem tempo, pára para ler a coluna do jovem cronista, e proprietário, Armando Vara, recente trintão.

A dada altura, quando o País inteiro se queixava do marasmo do Bloco Central, do desemprego, dos políticos, era isto que leria: "O negocismo instalado, a noção de proveito pessoal que alguns têm da política tem a ver com a ausência de ideologia que em nome de uma prática de duvidosa moralidade parece começar a fazer escola." A ironia quase nunca está ausente da biografia política. Camilo Castelo Branco pôs Calisto Elói (de Silos e Benevides de Barbuda) a denunciar a corrupção moral em Portugal, no planalto transmontano, e depois teve a maldade de lhe mostrar Lisboa, para, no fim, se poder rir dele. Quem fez o mesmo a Armando António Martins Vara? Foi pelo seu próprio "pulso", concordam amigos e críticos, que construiu o trajecto que começou em 1954, em Lagarelhos, Vilar de Ossos, concelho de Vinhais, Bragança. E que o trouxe aqui, ao centro das suspeitas de tráfico de influências, no caso Face Oculta, de que é o arguido de nome mais sonante.

A vida pública de Armando Vara, essa, oscilou sempre entre a ribalta das interrogações sobre a lisura dos seus processos e a tranquilidade, discreta, do "proveito pessoal", para usar as suas palavras.

Mas nem sempre foi assim. Na década de oitenta, Vara esteve imparável. E ninguém lhe apontou o dedo. Estava na Juventude Socialista desde o início, em 1974, e descontando uma pequena dissidência, quando apoiou Otelo Saraiva de Carvalho contra Ramalho Eanes, nas presidenciais de 1976, fazia o seu caminho.

Trabalhando (começou num pronto-a-vestir, ainda no marcelismo, chamado Teté Rodrigues, em Bragança), estudando (Filosofia, em Coimbra, que nunca concluiu) e intervindo naquele meio pequeno e conservador, através da RDP-Nordeste, com um programa sugestivamente chamado Quando a Cultura For Pão. Conduz um Fiat 600 e segue o seu caminho.

A primeira vez que se cruza com a Caixa Geral de Depósitos (CGD) não faz manchetes de jornal.

Ganha um concurso para funcionário de nível 7. Trabalha atrás do balcão da dependência de Mogadouro. Mas, com 29 anos, a sua actividade política já o levara às listas do PS. Seis meses depois de entrar na Caixa, é requisitado para substituir um deputado no Parlamento, em São Bento.

Entre 1983 e 2001 foi lá que viveu.

O 'GRANDE LÍDER LOCAL'
O distrito de Bragança mantém-se, apesar da distância, como a sua ligação umbilical à alta política de Lisboa. É lá que constrói a sua influência. Funda o jornal, candidata-se e ganha a distrital do PS, mantém os amigos velhos e faz novos, não importa de que cor partidária.

Quando dez das 12 câmaras municipais do distrito já são socialistas, a contraciclo com o País, que vai ficando cada vez mais laranja, em meados dos anos 80, já era altura de alguém elogiar publicamente o trabalho de Armando Vara. É Mário Soares, em 1986, numa entrevista ao jornal Tempo, que o faz: "É um grande líder local", garante o futuro Presidente da República.

O elogio circunscreve, demasiado, o raio de acção de Vara. Ele já não se contenta em ser um líder local. Empenha-se na candidatura, falhada, de Jaime Gama à liderança do PS. E galga etapas, na Fundação José Fontana, ligada aos socialistas, que edita a revista Finisterra. É aí que conhece Maldonado Gonelha, ex-ministro da Saúde de Soares, que reencontrará na administração da Caixa, décadas mais tarde.

É, também, nessa altura que estreita laços com um outro jovem (três anos mais novo), também nascido em Trás-os-Montes.

Juntos, José Sócrates e Armando Vara subscrevem um projecto de lei que permite a divulgação de sondagens, durante o período das campanhas eleitorais. Ficam amigos, desde então. A ponto de se tornarem uma dupla política de peso, quando António Guterres começou a trabalhar para apear Jorge Sampaio da liderança do partido.

Armando Vara ganha, assim, o gosto pela política de aparelho. Afinal, dominar as estruturas do partido tinha-lhe permitido chegar até ali. E esse talento para organizar, disputar influência, contar "espingardas ", era-lhe tão natural como a outros discursar para plateias enlevadas. Naturalmente, concentrou-se no que sabia fazer melhor. E desistiu da via que iniciara com as crónicas e os programas de rádio. A sua tarefa era vencer, não convencer.

Como lembra Manuel Meirinho Martins, professor de Ciência Política no ISCSP, "a política não é só feita de ideias e estratégias". Há, também, outras tarefas necessárias, como a gestão das máquinas partidárias. Desde que os partidos existem, prossegue Meirinho, há quem se ocupe de gerir as "redes clientelares", essenciais à manutenção do poder. E o termo "não é necessariamente pejorativo": há redes clientelares legítimas, que se organizam em torno de interesses claros e não ameaçam nem a lei nem a ética. Armando Vara tem o mesmo perfil, e o mesmo percurso, desses "bons gestores".

E a lógica do PS, de "fechamento sobre si próprio", favorece, segundo Tiago Fernandes, professor de Ciência Política na Universidade norte-americana de Notre Dame, a emergência do aparelhismo. Todos os partidos são "aparelhos", é certo.

Mas há razões históricas que acentuam a visibilidade das figuras de segundo plano.

"O PS perdeu ideologia e os governos Sócrates são a consagração dessa vertente tecnocrática", conclui Tiago Fernandes, dando razão à preocupação do jovem Armando Vara. Os dois investigadores coincidem num ponto: esta está longe de ser "uma especificidade portuguesa".

O MINISTRO IMPRESCINDÍVEL
Tal como a Sócrates, a vida pública absorve Vara. Mas, juntos, tentarão, com pouco êxito, um empreendimento privado. Em 1990, associam-se a Rui Vieira, Sobral de Sousa (arguido, com António Preto, do PSD, no caso da "mala") e a Simões Costa, numa empresa de distribuição de combustíveis, a Sovenco. Todos são socialistas, mas Sócrates e Vara abandonarão a sociedade passado pouco mais de um ano, sem terem feito "um negócio que fosse", garante Simões Costa ao jornal I. Guterres chama-os para a sua campanha interna.

Em Fevereiro de 1992, Guterres derrota Sampaio. Vara e Sócrates integram o círculo próximo do novo líder. Quando o cavaquismo acaba (Armando Vara foi um dos que buzinaram na Ponte 25 de Abril, com o seu filho mais novo, ainda pequeno, no banco de trás), e Guterres passa a chefiar o Governo, Sócrates e Vara são chamados para o Governo. O primeiro será secretário de Estado do Ambiente, o segundo secretário de Estado da Administração Interna.

E aqui acaba a progressão pacífica.


Vara começa a tornar-se conhecido pelas razões erradas. Em Abril de 1998, vai a Garvão, concelho de Ourique, uma zona afectada por temporais, no Inverno anterior, para se reunir com o autarca do PSD José Raul dos Santos. Quando chega, vê que foram convocados jornalistas. "O que é que eles estão a fazer aqui?", pergunta aos assessores. É então que diz, para Raul dos Santos: "Eu quero que você se f..." e chega a ameaçar com uma inspecção.

Sentindo-se insultado, Raul dos Santos recorre aos tribunais. O julgamento só se fará em 2001 (espécie de ano horrível de Vara...). No tribunal, João Nabais, seu advogado justifica a frase: "Não é elegante, mas não confere nenhuma ilustração especial. Equivale a dizer 'eu quero que você se lixe, vá dar uma volta'" Armando Vara é condenado a pagar uma indemnização de 2 125 euros. É, até agora, a única condenação que tem.

Pior que isso era o que estava a acontecer, desde o início de Dezembro de 2000.

Vara tinha sido promovido a ministro-adjunto de Guterres, com a tutela do Desporto (e do Euro 2004). Mas uma notícia do Expresso revelou um escândalo que ditaria a sua demissão. Vara ajudara a criar a Fundação para a Prevenção e Segurança, um organismo que duplicava as estruturas já existentes no Estado para combater a sinistralidade rodoviária. "Coisas daquelas foram criadas às centenas pelo País todo", disse, na altura, para se justificar. Mas agora era ele, Armando Vara, que enchia colunas de opinião nos jornais, que lhe atribuíam, precisamente, os mesmos defeitos que ele criticava nos outros, quando escrevia n'A Voz do Nordeste.

Uma comissão parlamentar de inquérito e uma investigação do Ministério Público ilibaram-no de qualquer responsabilidade criminal. Mas Guterres acabou por deixar cair o seu homem de confiança.

Foi numa quinta-feira atarefada para o primeiro-ministro. Em São Bento, num debate mensal, Durão Barroso, líder do PSD, apresenta documentos novos sobre a Fundação que deixam Guterres sem resposta.

Os assessores de Jorge Sampaio, com quem Guterres se reuniria de seguida, informam o Presidente do clima vivido no Parlamento. À saída do encontro, o primeiro-ministro diz que aceitou o pedido de demissão de Vara. Este ficou convencido de que fora Sampaio a exigir a sua demissão.

Fontes próximas do ex-Presidente garantem que não terá sido assim.

"Nunca mais agirei na minha vida com a inocência e com a ingenuidade com que agi. Percebo hoje bem aquela velha expressão que diz que 'à mulher de César não basta ser séria: é preciso parecê-lo'", assume Vara, numa entrevista a O Diabo, em Março de 2001. Na mesma entrevista, contradiz-se: "Em qualquer situação, um cidadão presume-se inocente até que um tribunal o considere culpado. Não percebo porque é que na política se deve inverter o ónus."

O EMPRESÁRIO DOS 'CONTACTOS'
Caído em desgraça? Nem por sombras....

Guterres confia-lhe a coordenação autárquica do partido (para as eleições de Dezembro de 2001). Aproximava-se um novo desastre político.

Para piorar, Vara reingressa na Caixa, passados 18 anos sobre os escassos seis meses em que lá trabalhara, em 1983. E é-lhe oferecido o cargo de director-adjunto do Departamento de Obras e Património.

"Salto à vara", foi um dos trocadilhos que passou a segui-lo. E para piorar ainda mais, o seu nome é falado como estando prestes a integrar a SAD do Benfica, o que leva o caso do político socialista demitido por uma acção suspeita a encher páginas de jornais desportivos.

Regressa a Bragança para um jantar de "desagravo" e confessa: "Sei hoje que as pessoas da minha terra continuam a gostar de mim e não têm vergonha de estar comigo." Outros teriam vergonha? Guterres não. Ouve-o dizer, publicamente, que não se importa de candidatar Daniel Campelo, o deputado limiano do CDS, pelo PS. Ouve-o dizer que Fátima Felgueiras "está convencida da sua inocência e eu também estou". Ouve-o assumir (ao Expresso) que "o PS está instalado no poder, os principais quadros do partido estão nas autarquias, no Governo, no Estado, nos organismos públicos". E ouve-o prever, com assinalável prazer da tal ironia histórica, que, caso o PS perdesse Lisboa, Coimbra e Setúbal, nas autárquicas, "provavelmente haveria uma agitação no PS a seguir às eleições".

Houve agitação, e não foi pouca. Guterres demitiu-se, falando de pântano. E os miasmas chegaram a Armando Vara.

Submergir era, na altura, um hábito que começava a ganhar. Tira uma pós-graduação no ISCTE e, um ano depois, acaba a licenciatura em Relações Internacionais, na Universidade Independente. Curiosidade: fá-lo apenas três dias antes de assumir um novo, e destacado, papel na Caixa. É agora, administrador com os pelouros do crédito, das participações financeiras do banco (EDP, PT, ZON, BCP e Cimpor), pela mão de Carlos Santos Ferreira, compadre de Guterres.. "Tenho 22 anos de CGD. Há quatro anos regressei. Não vejo onde isso possa ser politização", diz. Mas ninguém acredita que, naquela ascensão de administrativo a administrador não houvesse uma mão política. José Sócrates é o primeiro-ministro. E todos os partidos têm o hábito de "premiar" os seus com cargos apetecíveis (quem não se recordava da nomeação de Celeste Cardona, também ela para a Caixa?).

Quando, em Dezembro de 2007, se muda, com Carlos Santos Ferreira, da Caixa para o maior banco privado português, o BCP, conta com o apoio de accionistas importantes do banco, como Joe Berardo, António Mexia (EDP), Manuel Fino (Cimpor), a Sonangol e a Teixeira Duarte. Obtém 90% dos votos.

Todos sabem que Armando Vara é um homem competente e determinado.

Que é rápido a decidir. Que gosta do "imperativo de acção", como lhe chama.

Que detesta os snobs da política.

Que nutre um público "desprezo" por intelectuais e nomes de família. Que o seu lema é: "Há os que perdem muito tempo a pensar, eu faço." Não se lhe conhecem gostos luxuosos.

Quase não bebe vinho. Mobilou o seu apartamento em Telheiras, no IKEA. É discreto.

E tem, como lembrou o economista João Duque, uma agenda recheada de contactos preciosos que costumam atender-lhe o telemóvel.
 
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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 2/2/2019 2:32

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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 12/11/2018 1:00

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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 20/10/2018 3:27

 
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Re: A Política: a Grande Porca

por JohnyRobaz » 26/10/2017 9:22

Ocioso Escreveu:


É um escândalo... :evil:
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
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Re: A Política: a Grande Porca

por Ocioso » 25/10/2017 17:57

 
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Re: A Política: a Grande Porca

por lfhm » 17/10/2017 11:12

Gastos dos gabinetes governamentais vão ficar acima dos da era Sócrates

O Governo explica este aumento dos orçamentos dos gabinetes no próximo ano com o facto de terem sido criadas duas novas secretarias de Estado: a da Habitação (com um orçamento previsto de 800 mil euros) e a das Finanças (980 mil).



Os orçamentos previstos para os gastos dos gabinetes dos 61 membros do Governo de António Costa devem atingir os 63,1 milhões de euros no próximo ano, de acordo com os cálculos do ‘Jornal de Notícias’. O valor representa um acréscimo de 2,9% em relação à despesa prevista para este ano e fica acima dos 62,4 milhões de euros de valor de encargos previsto no último ano de governo de José Sócrates.

O Governo explica este aumento dos orçamentos dos gabinetes no próximo ano com o facto de terem sido criadas duas novas secretarias de Estado: a da Habitação (com um orçamento previsto de 800 mil euros) e a das Finanças (980 mil). Se tivermos em conta a média de orçamento destinado a cada gabinete governamental, os 63,1 milhões de euros previstos representam uma redução de 4,5 euros face a 2016, ano em que o governo tinha 59 membros. Cada um dos 61 gabinetes deve receber, em média, um encargo de 1.034.400 euros.

O valor abrange despesas com pessoal (salários), despesas de representação, ajudas de custo, suplementos e prémios, abonos, subsídios de refeição, férias e Natal e contribuições para a Segurança Social ou a Caixa Geral de Aposentações. Além disso, há também as despesas com telemóveis, combustíveis, viagens e alojamento.

O primeiro-ministro, António Costa, continua a ser o governante com o orçamento mais elevado (3,1 milhões), sendo que o seu gabinete manteve o valor do orçamento do ano passado. Seguem-se os ministros da Defesa e da Economia (ambos com 1,9 milhões) e o da Ciência e dos Negócios Estrangeiros (ambos com 1,6).

O valor dos encargos previstos para o próximo ano situa-se já acima dos de 2011 e bem acima dos quatro anos de mandato do social-democrata Pedro Passos Coelho. No primeiro ano de mandato do ainda líder do PSD, a média dos encargos foi de 981 mil euros por gabinete. Também José Sócrates, no seu último ano de mandato, gastou menos do que António Costa. Ainda assim, a fatia orçamental destinada aos gabinetes para o próximo ano fica abaixo dos 67,3 milhões orçamentados em 2010 por José Sócrates, antes do auge da crise financeira.
 
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