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Caldeirão da Bolsa

EUR/USD - de braços cruzados !!

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Antunes » 24/5/2004 17:26

Aqui ficam tb os meus parabéns ao dj (nesta passagem à médico pelo Caldeirão) por nos proporcionar todas as semanas artigos de opinião de grande qualidade.
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por semprefrio » 24/5/2004 16:56

Boa tarde a todos. :)

Também os meus parabéns pela tua análise Dj.

Uma vez que o forex tem outros pares para além do nosso amigo eurusd, queria colocar uma questão:

Nos últimos tempos tenho testado alguns sistemas com o eurusd e o usdchf.
Quando uso stops (determinados da mesma forma), em todos os testes o par usdchf mostra-se muito mais sensível do que o eurusd, isto é, no primeiro os stops disparam muito mais facilmente do que no segundo.
Mesmo admitindo uma volatilidade média (em percentagem) superior para o usdchf, se esticar os stops mais que proporcionalmente para este par, dentro do razoável para negociação de curto prazo, os stops continuam a ser muito mais sensíveis. Alguém me ajuda a perceber isto, mais tendo em atenção a elevadíssma correlação (negativa) entre estes pares?

Um abraço,
semprefrio
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plano futuro do Iraque

por homemdoswarrants » 24/5/2004 13:43

george W. bush vai apresentar hoje o plano do futuro do Iraque .
Pessoalmente acredito que o discurso possa dar motivo a grandes movimentaçoes nos mercados , podendo ate os cenarios do petroleo e cambias .
Naquele dia ,todo o joelho se dobrará e toda a lingua confessará:
- Que Jesus Cristo é o Senhor!
 
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por djovarius » 24/5/2004 10:58

Bom dia a todos !!

Um abraço para os amigos que deixaram aqui os seus comentários.

Antes de falar disso, uma nota para uma segunda-feira que segue a tendência do fim de tarde de sexta-feira: ligeiramente favorável ao USD, sem grandes conclusões a tirar, no entanto !!

EUR/USD - já namora o ponto pivot desta semana !!

Os valores de referência estão na análise, portanto, nada há a acrescentar.

FT - amigo, esta tendência de longo prazo está longe de ser posta em causa. Só se pode considerar assim, se a cotação viesse até próximo da paridade. Repara que a viagem foi longa: de 0.83 a 1.29, pelo que uma correcção de metade da subida ainda seria normal.
Jaor - esse valor é importante no curtíssimo prazo, mas para o curto a médio prazo, ficamos à espera de quebra um pouco abaixo em 1.1750/60 !!
Nuno - a questão do petróleo é complexa. Há um misto de aumento de consumo, de problemas geo-políticos, de teimosia de alguns membros da OPEP, mas também o problema da refinação nalguns países e ainda a forte posição longa dos especuladores.
Eventualmente esta crise passará, mas o assunto cada vez mais será problemático, até porque a OPEP já produz mais do que afirma e os não-OPEP também já abriram a torneira.
Quanto aos juros dos Bancos Centrais, seria bom uma busca pelos sites dos mesmos, sendo que no Japão, podes procurar, em Inglês, pelo MOF (min. finanças).


A todos um abraço

dj
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dj

por jarc » 23/5/2004 22:40

Em boa hora passei por aqui. Tive oportunidade de ler um bom artigo e à borlix. Parabéns ao autor!
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por nunofaustino » 23/5/2004 21:01

Mais um bom artigo do nosso amigo Djovarius...

Esta semana tenho uma questão sobre o petróleo...

Achas q o preço do petróleo está caro devido à baixa produção ou simplesmente devido às instabilidades do médio oriente e ao aumento da procura devido ao crescimento económico? Por outras palavras, quais serão os efeitos do possível aumento de produção de petróleo por parte da OPEP a médio prazo? Será suficiente para trazer os preços para baixo dos 35USD?

Um abraço
Nunofaustino

P.S. Alguem sabe onde é que posso encontrar um histórico das taxas de juro dos diversos países? Queria em particular saber da evolução da taxa de juro na Inglaterra, USA, Alemanha, Japão e Canadá...
Pluricanal... não obrigado. Serviço péssimo e enganador!!!
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por JAOR » 23/5/2004 20:37

Excelente artigo Djo .

A zona dos 1.1950/1.1960 já anda a ser testada e em caso de quebra acredito numa ida aos 1.1880 que para mim é decisiva entre os bull e bear's do cross .

Continuação de um BFS .

Aquele abraço e

Cmpts
grão a grão enche a galinha o papo

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Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim...
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por Flying Turtle » 23/5/2004 20:01

Em complemento a mais uma excelente análise de fundo do nosso dj, permito-me deixar aqui a minha visão de longo prazo do cross EURUSD numa pderspectiva semanal, sendo visível que ainda se mantém intacta a tendência ascendente que vem desde o início de 2002.

O prolongar da actual lateralização, no entanto, poderia colocar esta tendência em risco...

Um abraço e boa semana para todos
FT
Anexos
EURUSD 20040523 FT s.gif
EURUSD semanal longo prazo
EURUSD 20040523 FT s.gif (29.86 KiB) Visualizado 1830 vezes
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
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EUR/USD - de braços cruzados !!

por djovarius » 23/5/2004 19:39

Saudações cordiais a todos os que nos acompanham. Bom resto de fim de semana e sobretudo bons negócios na nova semana que está a começar.

Os últimos dias, ainda que não tenham trazido grandes novidades nos mercados financeiros em geral, foram bastante ricos em ensinamentos e em pistas sobre o que podemos esperar para os próximos tempos – o chamado “futuro visível”.
De grande importância, a introdução do termo “gradualismo” no extenso vocabulário relativo aos mercados. Tal criatividade deve-se ao proeminente membro da Reserva Federal dos EUA (FED), Ben Bernanke, considerado um dos possíveis sucessores de Alan Greenspan, mesmo que o tempo de sucessão ainda esteja longe, como ficámos a saber também, decisão do agrado dos mercados.
Num discurso sobre política monetária, o qual surge num “timing” muito oportuno, Bernanke falou de um tema apropriado para os “ouvidos” dos instáveis mercados.
O FED não vai dar nenhum passo que ponha em causa o actual crescimento da Economia norte-americana e global. A necessidade de uma política menos acomodativa, portanto, mais restrita, não deve ser confundida com nenhum pânico no sentido do aumento dos juros depressa e com força (recordemos os 12 aumentos de 25 pontos base em 1994). Há margem para um aumento gradual, portanto espaçado no tempo e sem provocar um excessivo aperto. Estas palavras têm correspondência com os actos. O agregado monetário M3 continua a subir semana após semana (segue a um ritmo de 11% ao ano, desde o início de 2004). A cedência de liquidez ao sistema bancário também. Portanto, a política monetária continua a sugerir expansão. O crédito concedido mantém-se a bom ritmo, sobretudo os créditos hipotecário e pessoal.
Isto corresponde à nossa perspectiva recente, tantas vezes aqui discutida. Se é verdade que estamos a entrar num “bias” de elevação da taxa de juro nominal, nada nos garante que a taxa real de curto prazo (juro nominal menos IPC) se torne positiva. Porém, com a persistência de bons indicadores económicos, o mercado já se encarregou de “aumentar” os juros nos prazos mais longos, implicando numa curva de rendimentos artificialmente inclinada.
Recuando no tema: o mercado tem agora menos a temer. Não será por causa da política monetária que a Economia vai deixar de crescer. Não será por aí que o crédito deixará de ser concedido ao fabuloso ritmo actual. As empresas poderão continuar a expandir os negócios e a investir. A verdadeira inflação, a do crescimento da moeda, vai continuar, alimentando a inflação dos activos financeiros. A inflação do bens e serviços de consumo acaba por aparecer, situação de que já há alguns sinais.
Depois temos a questão que pode comprometer este complexo sistema – a questão da energia. É quase inevitável falar do petróleo. Será que estamos a assistir a um surto irreversível de preços? Qual a verdadeira importância da componente especulativa na actual formação de preços? E esta, se esvaziada por medidas a tomar pelos produtores, poderá levar a uma baixa sólida do custo unitário do barril? Para já, os países da OPEP decidiram não decidir. Fica para a reunião do próximo dia 3 de Junho. A intenção vai no sentido do aumento da produção. A Arábia Saudita propõe um aumento substancial da quota de exportação por parte dos membros da Organização. Qualquer coisa como 8.5%. Veremos até que ponto isso chegará para acalmar o mercado. Para já a Venezuela opõe-se e o Irão teme uma queda brutal do preço. No dia 3 se saberá. As duas próximas semanas serão decisivas. Só uma queda dos preços pode, neste momento, ajudar o mercado financeiro a recompor-se das recentes perdas, voltando o foco para outros assuntos.

E o Forex? De certa forma, vive esta ansiedade, apesar da semana que passou nos ter mostrado movimentos das cotações, mais ou menos lógicos, do ponto de vista técnico, passando um pouco ao lado da questão do petróleo.
Mas o tema dos juros deixa marcas: uma vez que existe um claro “gap” entre a postura da Reserva Federal e a atitude dos mercados, não é claro discernir entre a continuação das recentes subidas do USD e uma possível correcção. Mais: desta vez há indicações de que nem todas as divisas terão um comportamento uniforme. Em 2002 e 2003 (sobretudo neste ano), houve uma correlação mais clara. O USD perdia valor face às principais divisas de uma forma quase uniforme, ao mesmo tempo que a maioria das “commodities” medidas pelo dólar, subiam de preço. Quando o USD corrigia das descidas, essa correcção era geral. Quase não havia excepções à regra.
Agora, há que ter em conta vários factores que podem complicar as contas. Com perspectivas de crescimento e políticas monetárias diferenciadas, o comportamento das moedas não deverá ser tão linear. Por exemplo, a zona Euro não corre o risco de um iminente aumento dos juros (excepto se o aumento do petróleo causar pressões incontornáveis) porque o seu crescimento interno é anémico. Em alguns dos países, o sentimento do investidor é tão negativo como o do consumidor. Politicamente, a necessidade de reformas estruturais é debatida, mas os passos necessários não passam, até agora, das boas intenções. Assim, o Euro deverá ser das divisas que terá mais dificuldade em subir face ao dólar, no caso de regresso às quedas da moeda americana (ainda que sejam apenas quedas num prazo muito curto).
Em contraste, tanto a Libra como o Yen têm mais espaço para eventuais subidas, embora por razões distintas. No primeiro caso, é a questão dos juros. Também neste ponto, foi uma semana com ensinamentos importantes. A acta da reunião do Banco de Inglaterra mostra uma grande preocupação com uma Economia aquecida, devido à forte expansão do crédito. A inflação está em elevação, manifestando-se principalmente nos preços das moradias, algo que o Banco Central promete combater. Se é certo que a taxa básica de juros no Reino Unido está hoje em 4.25% ao ano, tudo leva a crer que os aumentos vão prosseguir ao longo do corrente ano, provavelmente a caminho de 5 – 5,5% como acontece na Austrália e Nova Zelândia, países que terão já completado (ou estarão próximo) o ciclo de aperto monetário.
No caso Japonês, qualquer subida do JPY estará sempre relacionada com a retoma económica em curso. A capacidade de atrair capitais é o ponto mais importante, sendo a Bolsa de Tóquio o mecanismo de entrada de investimentos. Ao mínimo sinal de quebra do crescimento e retorno à persistente recessão/deflação, teremos fortes quedas da Bolsa e imediata fuga ao JPY. Hoje, sabemos que a situação na China é de especial importância para o Japão, uma vez que o crescimento nipónico também se alimenta do forte comércio com a China. Um dos factores de risco associados ao Japão prendia-se com a intenção chinesa em “arrefecer” a sua Economia, a qual cresce hoje acima de 8% ao ano, mantendo fortes pressões inflacionistas. A China deverá agora subir os juros para não perder o controlo da inflação. A Economia deverá crescer a um ritmo mais aceitável (soft landing). Os analistas acreditam neste cenário, que será o ideal para toda o extremo oriente. Ou seja, aos poucos vai-se dissipando o receio de que a China poderia arrastar os vizinhos para uma nova crise de crescimento. Aos poucos, o mercado deverá voltar a acreditar no Japão, que ao longo dos anos noventa nunca conseguiu sair verdadeiramente sustentar uma saudável retoma. Poderá ser desta vez, por “osmose”, graças à pujança da região.
Dito isto, fica a ideia de que o USD continua num “bear market” de longo prazo. Mas no curto prazo, ainda não há clareza sobre o caminho a seguir, sendo certo que 2004 está a ser favorável pelas razões que temos vindo a discutir nos últimos tempos. É uma postura saudável, quando assistimos a um “bear market” nestas condições, com várias correcções pelo meio. Neste momento, há condições para pequenas descidas do dólar sem uma grande expressão, sobretudo se se verificar uma queda no “yield” dos títulos de dívida dos EUA, a qual poderá já ter tido o seu início, corrigindo a recente subida.

Isto tudo para afirmarmos que em relação ao Forex continuamos, nos prazos mais curtos, a perspectivar uma lateralização (consolidação) alargada, como referimos na semana passada. Um cenário viável atendendo aos factores pró e contra cada uma das principais divisas.

Assim, está na hora de olharmos um pouco para a semana que está no seu início:

No EUR/USD, após uma semana desinteressante, em que não houve novamente uma definição de tendência, verificou-se uma subida até pouco acima de 1.2050 como havíamos prognosticado. Logo recuou até ao suporte de 1.19 – valor importante. Voltou a testar os máximos sem sucesso (bateu em 1.2070 ou a MME 55 dias) e acabou a semana apenas 1 cêntimo acima da anterior. Uma alta ligeira, portanto.
O suporte na MME 250 dias, agora em 1.1840 é um valor importante de suporte. Também relevo para outros suportes, como os mínimos do ano em 1.1760, bem como 1.1680 e 1.1550 !!
Do lado das subidas, é fundamental, a quebra em alta de 1.2070/80 e 1.2130. Depois seria um outro ciclo de valores, com relevo para 1.2170 e 1.2220, bem como 1.2330 e 1.2480 !!
As principais MME de curto prazo (5 e 13 dias) convergem agora com a de 200 dias, próximas à actual cotação, revelando sinais de lateralização, nitidamente à espera, de braços cruzados, que algo possa “sacudir” este par e levá-lo para outros valores. Ainda não foi posta em causa a tendência de curto prazo favorável ao USD, mas a margem para subidas da moeda americana vai ficando cada vez mais ténue.

E o nosso ciclo semanal normal fica em:
1.1760 - 1.2220, sendo o ponto pivot 1.1950 (esta semana, de especial importância)
O ciclo alargado está em:
1.1680 - 1.2270 (mais volátil)

Atenção a esta pequena actualização,

Resistências: 1.2010 / 1.2050 / 1.2080 / 1.2130 / 1.2170-80 / 1.2220 / 1.2280
Suportes: 1.1950/60 / 1.19 / 1.1880 / 1.1850 / 1.1840(MME 250) / 1.18 / 1.1760-50 / 1.1720 / 1.1680

Quanto às posições abertas do Euro no IMM, contratos de futuros em Chicago, temos apenas a dizer que os “hedgers” estão a aumentar as posições curtas, enquanto os grandes especuladores continuam do lado longo, embora haja quase um empate no caso dos pequenos especuladores. Não é por aqui que vamos conseguir tirar grandes conclusões... :roll:

Longos / Curtos
Large Speculators 16% 06%
Small Speculators 30% 27%
Industry Hedgers 54% 67%


Uma óptima semana, excelentes negócios

Um forte abraço

djovarius
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