Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Choques e incertezas na evolução bolsista

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Choques e incertezas na evolução bolsista

por TRSM » 3/4/2004 11:11

Choques e incertezas na evolução bolsista

Existe um consenso quanto ao facto da evolução bolsista estar relacionada com a evolução das economias. Na nossa Newsletter de 5 de Maio de 2003, tivemos a oportunidade de argumentar detalhadamente a favor deste consenso. Porém, se no longo prazo as bolsas evoluem (antecipadamente) influenciadas pelo ciclo económico, no curto prazo podem existir choques e factores de incerteza que levam a movimentos pontuais de sentido contrário aos dados económicos. Desde o segundo semestre de 2001, podemos identificar alguns destes pontos (o 11 de Setembro, a guerra no Afeganistão, a guerra no Iraque e os atentados de 11 de Março) que geraram, no imediato, reacções mais ou menos bruscas e pontuais nas cotações bolsistas. Vejamos o seguinte gráfico, com a evolução de alguns índices de mercado, após os atentados de 11 de Setembro de 2001.

Deste gráfico podemos retirar algumas tendências que se repetem. Logo após o choque dos atentados de 11 de Setembro de 2001 e 11 de Março de 2004, os mercados registam perdas (interior das linhas vermelhas). Com as tomadas de decisão relativas às intervenções no Afeganistão e no Iraque os mercados registam

ganhos (áreas delimitadas pelas linhas verdes), como que reagindo a situações de redução de níveis de incerteza, com eventual recuperação de confiança nas economias. Ao contrário, os movimentos de quebra parecem estar relacionados com a incerteza que se vive nos dias seguintes aos atentados, por um lado, e aos receios de “réplicas”, por outro.

Existem ainda dois momentos que podemos salientar: i) um grande período de tendência descendente relativo à incerteza que se viveu após a queda do regime Talibã no Afeganistão e durante os preparativos para a (na altura) possível guerra com o Iraque, passando pelo 1º aniversário do 11 de Setembro (linha azul); ii) um outro período de tendência de subida que se verificou após a guerra com o Iraque (linha cinza), que resulta de algum desanuviamento da situação geopolítica internacional e também da convicção, por parte dos investidores, do início de um novo ciclo de recuperação da generalidade das economias.

Se os analistas e economistas estiverem certos e os atentados em Madrid não deteriorarem significativamente as perspectivas económicas, as bolsas devem estabilizar nos próximos dias ou semanas e continuar a sua tendência relativamente positiva, suportada pelos indicadores económicos que mantêm como mais provável o cenário de recuperação económica. Ainda que esta recuperação económica não tenha a força de outras no passado, as previsões do FMI, OCDE e da Comissão Europeia têm até ao momento sido revistas em alta e os resultados das empresas têm, até agora, confirmado este cenário.
Acompanhando dois dos principais países em desenvolvimento

Tanto o ActivoBank7 como os media em geral, têm falado em dois países que têm apresentado bons níveis de crescimento: a China e a Índia. E não deixámos de referir que investir nestes mercados continua a comportar um elevado risco com oportunidades potenciais.

Relativamente à China, se nos últimos meses de 2003 alguns números sobre a economia deste grande país tinham mostrado alguma moderação no crescimento, nos primeiros dois meses de 2004 os indicadores entretanto divulgados voltam a ser muito expressivos. Face aos meses homólogos, o investimento cresceu 53% e a oferta de capital (massa monetária) voltou a crescer. Um dos factores que podem explicar estes valores é a política monetária, uma vez que as taxas de juro reais continuam muito baixas, o que tem levado a um maior nível de consumo e a crescimento dos investimentos pelas empresas. Dado que estes factores têm levado a uma subida na taxa de inflação (anteriormente negativa ou deflação), pode assistir-se, nos próximos meses a uma reacção de subida das taxas directoras por parte do banco central chinês, de modo a manter o crescimento saudável da economia, sem que a inflação dispare ou que a economia entre em “sobreaquecimento”. Este movimento pode ser negativo para os mercados accionistas, pelo que neste momento se aconselha alguma moderação e um acompanhamento muito próximo dos investimentos neste mercado.

Quanto à Índia, como referimos na nossa Newsletter de 16 de Fevereiro, depois de ter desenvolvido um forte sistema educacional, com destaque para os conhecimentos de Inglês, Matemática e Ciências, de ter aprofundado a democracia e o sistema judicial e ter lançado um desafiante programa de construção de infra-estruturas rodoviárias, o governo indiano parece não descansar na sua tentativa de dotar o país das condições necessárias para encarar o futuro com optimismo. O próximo desafio educativo passa por um grande investimento no ensino do Francês, de modo a que a força de trabalho mais jovem possa dominar esta língua do mesmo modo que já domina o Inglês. A versatilidade dos trabalhadores e das empresas seria assim multiplicada, podendo captar novos investimentos de países francófonos, à semelhança do que tem acontecido com algumas multinacionais de língua inglesa. Se conseguir resolver as divergências internas que ainda subsistem e os problemas com o Paquistão, a Índia virá com certeza a ter uma importância redobrada na evolução da economia mundial.

Relembramos que no ActivoBank7 tem disponível os fundos JF China D (62,66% nos últimos 12 meses*) e o JF India D (77,88% nos últimos 12 meses*). Se incluiu estes fundos na componente de oportunidades da sua carteira de investimentos, tenha em atenção que, pelo seu risco, devem ser “administrados com moderação e sob vigilância médica”.

* As rendibilidades passadas não são garantia de rendibilidades futuras. A rendibilidade de cada fundo varia de acordo com as condições do mercado e com o preço dos activos que o compõem. A rendibilidade refere-se ao período de 21 de Março de 2003 a 19 de Março de 2004 e representa a rendibilidade de um investimento efectuado durante a totalidade do período referido. Os rendimentos obtidos estão sujeitos a retenção na fonte à taxa liberatória de 20%. Não dispensa a consulta dos prospectos dos Fundos.





















BCE poderá descer as taxas de juro na próxima Quinta-feira

Os mercados accionistas iniciaram a semana passada em terreno negativo, fazendo mínimos do ano, pressionados pelo receio de ataques terroristas e dos seus efeitos sobre a recuperação económica.

A morte do líder do Hamas aumentou a tensão no Médio Oriente, trazendo novos receios de atentados terroristas, reforçados pela desactivação de uma bomba numa linha férrea francesa e pressionando o mercado accionista.

No entanto, alguns indicadores económicos trouxeram boas notícias, mostrando que as condições económicas continuam a melhorar nos Estados Unidos. As encomendas de bens duradouros, o consumo, a venda de casas novas e o índice de confiança da Universidade de Michigan são exemplos de indicadores que surpreenderam pela positiva, trazendo de volta a confiança aos investidores e levando o mercado a recuperar no final da semana.

As declarações do Presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, afirmando que as previsões de crescimento para a Europa poderão ser revistas em baixa, aumentaram a expectativa de uma eventual descida das taxas de juro por parte do BCE, que se reunirá esta semana, levando a uma queda da moeda europeia que chegou a transaccionar abaixo dos 1,21 face ao Dólar.

Entretanto o Ministro do Petróleo do Kuwait, referiu que a OPEP poderá adiar o corte de produção levando a uma queda significativa no preço do petróleo, com o crude a cair 5%, para os $35,7/Barril. Este foi mais um factor positivo para os mercados accionistas, dada a queda do preço das matérias primas, nomeadamente para o sector químico. Pelo contrário, o sector energético foi pressionado pela queda das petrolíferas.

As seguradoras estiveram também em destaque, liderando os ganhos e beneficiando da apresentação de bons resultados da Swiss Re.

No centro das atenções dos investidores esteve o início da negociação das acções da Belgacom, a operadora telefónica belga, que constituiu a maior oferta de venda europeia dos últimos três anos. A Telecom Itália destacou-se também pela positiva, apresentando previsões optimistas e contribuindo para a melhoria da confiança dos investidores.

Em Portugal, o índice encerrou a semana a perder 1,01%. A Sonae SGPS liderou as perdas percentuais, caindo 7,1%, com os investidores a preferirem realizar mais-valias sobre os fortes ganhos obtidos nos últimos meses. As telecomunicações também estiveram fracas, tendo a Portugal Telecom perdido 4% e a Sonaecom 5%, seguindo a tendência do sector na Europa. A Jerónimo Martins caiu 5,7%, ainda pressionada pelos resultados apresentados. Pela positiva destacou-se a Semapa, que anunciou a venda da sua participação de 45% na Secil e subiu 3,9%. Também a Brisa beneficiou do seu carácter defensivo, num contexto de alguma incerteza nos mercados accionistas, e do aumento da expectativa de corte das taxas de juro pelo BCE, valorizando-se 2,2%.


Mercado Accionista Variação Semanal

PSI 20 -1,01 %
DJ EuroStoxx50
-0,22 %
DAX30
0,08 %
S&P500
-0,15 %
Nasdaq
1,01 %
Entre 19 de Março e
26 de Março de 2004








Recomendações de Bolsa

Face às circunstâncias do mercado, o Millennium bcp investimento apresenta as seguintes recomendações para a Euronext Lisboa:

Empresas Preço Alvo Fecho(*) Recomendação
Semapa 3,95 4,12 Neutral
Cimpor 3,90 4,20 Reduzir
J Martins 11,20 8,90 Neutral
EDP 2,60 2,25 Compra

* Fecho do dia 29 Março 2004


Nota: O Millennium bcp investimento não efectua recomendação sobre o título BCP, dadas as relações de grupo existentes entre estas entidades.





Pagamento de Dividendos

Empresa Negociação
ex-direitos Dividendo bruto Data de pagamento
BCP 06 Abril 2004 0,06€ 13 Abril 2004


Empresas na semana (Informações fornecidas pelo Millennium bcp investimento)

Portugal
Brisa (BRIK) Segundo a agenciafinanceira.com, a Brisa aprovou, em Assembleia Geral, a distribuição de um dividendo de 23 cêntimos por acção, em linha com as estimativas do Millennium bcp investimento.

EDP (EDP) A Reuters adianta a possibilidade do arranque do Mercado Ibérico de Electricidade (Mibel) não ter início no dia 20 de Abril, como estava agendado, reflectindo a tomada de posse do novo governo espanhol. Este adiamento não deverá penalizar a EDP.
Jerónimo Martins (JMT) O Millennium bcp investimento reviu em baixa o preço alvo da Jerónimo Martins de €11,70 para €11,20 para o final de 2004. Esta alteração resultou da revisão em baixa da JMR e da indústria em virtude de um atraso na recuperação económica e de um ambiente mais competitivo em Portugal para além de uma performance mais fraca do que o esperado por parte da empresa. No entanto, o nível de dívida de 2003 foi bastante baixo e o aumento de capital recentemente anunciado deverá aproximar o balanço da empresa de uma estrutura de capital óptima. As operações na Polónia foram revistas em alta mas a depreciação do Zloty fez com que a Jerónimo Martins não tirasse partido dessa revisão. Assim, a recomendação do Millennium bcp investimento foi revista de Neutral (Alto Risco) para Neutral (Médio Risco), de forma a reflectir a melhoria da estrutura financeira com o aumento de capital.

Europa

ABN Amro (AABA)
O Citigroup reviu em alta a recomendação sobre o ABN Amro para buy.

Allianz (ALV)
A UBS reviu em baixa o preço alvo sobre a Allianz de €100 para €95.

Bayer (BAY)
A Morgan Stanley reviu em alta a recomendação sobre a Bayer de underweight para equal-weight.

Deutsche Telekom (DTE) Segundo o Financial Times Deutscheland, a Deutsche Telekom está a proceder a uma reorganização das suas quatro unidades de negócio, da qual poderia resultar uma reintegração da T-Online.

Metro (MEO) A Goldman Sachs reviu em alta a recomendação sobre a Metro de in-line para outperform.

Pernod Ricard (RI)
A UBS reviu em alta a recomendação sobre a Pernod Ricard de neutral para buy, revendo o preço alvo de €93 para €115.

Saint-Gobain (SGO) A Saint-Gobain confirmou que o lucro de 2003 atingiu os €1.039Bn e reiterou que espera um crescimento dos resultados operacionais este ano (excluindo efeitos cambiais), após a queda de 2003.

Société Générale (GLE)
O CEO da Société Générale revelou que poderá vir a adquirir alguns bancos suíços de private banking, desde que sejam rentáveis e não demasiado caros, com o objectivo de atrair clientes do segmento alto.

STMicroelectronics (STM) O CEO da STMicroelectronics revelou em entrevista à imprensa alemã que espera uma recuperação sustentada do mercado no próximo ano, suportada pela procura dos sectores das telecomunicações, automóvel e de consumíveis electrónicos. Este ano será um dos melhores de sempre para o sector de semicondutores, reiterando a expectativa de crescimento de 20%. Apesar dos investimentos, não espera que o sector entre em sobre-capacidade em 2005.
Banca Um quadro sénior do Bundesbank adiantou que a Alemanha necessita de pelo menos um banco de grande dimensão, de forma a assegurar os seus interesses económicos. Simultaneamente, o presidente do Commerzbank afirmou que via o seu banco e o HVB Group como os únicos candidatos para uma operação de fusão de dimensão significativa na Alemanha.
USA

Apple (AAPL)
A Apple anunciou que as entregas do iPod, um dos seus equipamentos de maior sucesso comercial estão atrasadas, tendo de aumentar a sua produção, uma vez que a procura excedeu as expectativas.

General Electric (GE)
A Merrill Lynch acrescentou a General Electric à sua Focus List, reiterando a recomendação de Buy e o price target de $36.

Hewlett Packard (HPQ)
Segundo a revista Barron’s, a Hewlett Packard poderá usar os $6,5Mn de liquidez de que dispõe para recompra de acções próprias ou aumentar os dividendos.

Microsoft (MSFT)
A Microsoft foi acusada pela União Europeia de abusar da sua posição dominante. A empresa foi multada em $611Mn e obrigada a dar acesso público de parte dos seus programas. Dois dos principais concorrentes da Microsoft, a Realnetworks e a Sun Microsystems, já revelaram satisfação pela medida tomada.

Oracle (ORCL)
A Oracle anunciou que um dos seus presidentes, Safra Katz, irá vender uma parte da sua participação na fabricante de software, de acordo com um plano já acordado e segundo o qual poderá alienar até $1,2Mn de acções num ano.
Anexos
Image1.gif
Image1.gif (15.48 KiB) Visualizado 220 vezes
 
Mensagens: 23939
Registado: 5/11/2002 11:30
Localização: 4

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Google [Bot], Masterchief, niceboy, rg7803, Sr.Marques e 362 visitantes