Caldeirão da Bolsa

OT - Políticas para Portugal

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 27/3/2017 19:10

 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 26/3/2017 22:17

 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 26/3/2017 1:32

:arrow:
Anexos
1.png
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 26/3/2017 0:50

 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 24/3/2017 21:24

País Rico País Pobre
Anexos
1.png
1.png (30.01 KiB) Visualizado 15944 vezes
2.png
2.png (28.32 KiB) Visualizado 15944 vezes
3.png
3.png (21.63 KiB) Visualizado 15944 vezes
4.png
4.png (29.62 KiB) Visualizado 15944 vezes
5.png
5.png (27.92 KiB) Visualizado 15944 vezes
6.png
6.png (22.52 KiB) Visualizado 15944 vezes
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 24/3/2017 2:05

goodmoney Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:Ui, não estava a espera de ver a Irlanda e o Luxemburgo tão à frente na produtividade.. :-k



Produtividade de quê?

Montares lá um quiosque com um trabalhador e passares por lá os 300 milhões de euros que ganhaste noutros países?

É um lufa-lufa do caraças, os homens até transpiram... :-" :-"


Epa, estava distraído.. 8-) :mrgreen:

Ocioso Escreveu:Em termos de mobilidade social, temos uma tendência que se tem vindo a reforçar pelo lado negativo. Como é que um jovem pode sair de casa dos pais na aldeia, a centenas de kms, para vir trabalhar para Lisboa ou Porto receber um salário de 600€ e pagar habitação, comida, deslocações e vestuário? Não pode. Esse emprego fica para um outro jovem que mora com os pais nessa cidade. O jovem da aldeia, apesar de ter licenciatura e mestrado em Direito, poderá ter de ficar a trabalhar no pequeno café dos pais o resto da vida e lá se vai a mobilidade social…

Repara na diferença entre se ter tido 25 anos em 1974 e a mesma idade em 2008...


Acredita que actualmente é bem mais fácil vir da terreola para a cidade do que era antigamente (1974), estudar e trabalhar. Falo do que conheço pessoalmente.

Mas sim, julgo que o pico terá sido ali por volta do final dos 90's, início dos 00's. Desde a crise tudo voltou um bocado atrás.
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4622
Registado: 20/8/2014 16:50

Re: Políticas para Portugal

por goodmoney » 24/3/2017 1:56

JohnyRobaz Escreveu:Ui, não estava a espera de ver a Irlanda e o Luxemburgo tão à frente na produtividade.. :-k



Produtividade de quê?

Montares lá um quiosque com um trabalhador e passares por lá os 300 milhões de euros que ganhaste noutros países?

É um lufa-lufa do caraças, os homens até transpiram... :-" :-"
 
Mensagens: 581
Registado: 9/11/2012 16:27

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 24/3/2017 1:37

JohnyRobaz Escreveu:
Ocioso Escreveu:
Bom, consegues concluir que tem havido uma tendência para piorar esse aspecto?

Qual aspecto? Melhores condições de vida para quem recebe directamente do OE em comparação com os restantes cidadãos? Futuro condicionado à nascença?


A parte do futuro condicionado à nascença.

Concordas, no entanto, que no pós-25 de Abril esse problema foi bastante amenizado comparado com a ditadura, certo?

Penso que aqueles que fizeram o 25 de Abril por um ideal de igualdade de oportunidades se deverão sentir desapontados. Os pais de Abril "orientaram-se", os filhos "safaram-se" e os netos, hoje, "lixam-se"! Com isto não estou a dizer que antigamente é que era bom, nada disso.


Julgo que não há revoluções perfeitas e obviamente o 25 de Abril não o foi. Mas acho que até foi mais no pós-Europa que se deu o maior abuso. E na era Socrática, claro.
De qualquer forma acho que é incomparavelmente mais acessível o acesso a condições de saúde e o acesso a educação de topo à população em geral quando comparado com o pré-25 de Abril. Aliás, basta ver os testes PISA e a taxa de mortalidade infantil, por exemplo.

Em termos de mobilidade social, temos uma tendência que se tem vindo a reforçar pelo lado negativo. Como é que um jovem pode sair de casa dos pais na aldeia, a centenas de kms, para vir trabalhar para Lisboa ou Porto receber um salário de 600€ e pagar habitação, comida, deslocações e vestuário? Não pode. Esse emprego fica para um outro jovem que mora com os pais nessa cidade. O jovem da aldeia, apesar de ter licenciatura e mestrado em Direito, poderá ter de ficar a trabalhar no pequeno café dos pais o resto da vida e lá se vai a mobilidade social…

Repara na diferença entre se ter tido 25 anos em 1974 e a mesma idade em 2008...
Anexos
Portugal.png
Portugal.png (39.63 KiB) Visualizado 16015 vezes
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 24/3/2017 1:10

Ocioso Escreveu:
Bom, consegues concluir que tem havido uma tendência para piorar esse aspecto?

Qual aspecto? Melhores condições de vida para quem recebe directamente do OE em comparação com os restantes cidadãos? Futuro condicionado à nascença?


A parte do futuro condicionado à nascença.

Concordas, no entanto, que no pós-25 de Abril esse problema foi bastante amenizado comparado com a ditadura, certo?

Penso que aqueles que fizeram o 25 de Abril por um ideal de igualdade de oportunidades se deverão sentir desapontados. Os pais de Abril "orientaram-se", os filhos "safaram-se" e os netos, hoje, "lixam-se"! Com isto não estou a dizer que antigamente é que era bom, nada disso.


Julgo que não há revoluções perfeitas e obviamente o 25 de Abril não o foi. Mas acho que até foi mais no pós-Europa que se deu o maior abuso. E na era Socrática, claro.
De qualquer forma acho que é incomparavelmente mais acessível o acesso a condições de saúde e o acesso a educação de topo à população em geral quando comparado com o pré-25 de Abril. Aliás, basta ver os testes PISA e a taxa de mortalidade infantil, por exemplo.
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4622
Registado: 20/8/2014 16:50

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 23/3/2017 23:46

Bom, consegues concluir que tem havido uma tendência para piorar esse aspecto?

Qual aspecto? Melhores condições de vida para quem recebe directamente do OE em comparação com os restantes cidadãos? Futuro condicionado à nascença?

Concordas, no entanto, que no pós-25 de Abril esse problema foi bastante amenizado comparado com a ditadura, certo?

Penso que aqueles que fizeram o 25 de Abril por um ideal de igualdade de oportunidades se deverão sentir desapontados. Os pais de Abril "orientaram-se", os filhos "safaram-se" e os netos, hoje, "lixam-se"! Com isto não estou a dizer que antigamente é que era bom, nada disso.
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 23/3/2017 23:15

Ocioso Escreveu:
É por isto que é importante que o Estado esteja presente na regulação da sociedade, garantindo as condições de mobilidade social e dignidade a toda a população, através da educação, saúde e segurança social. Para evitar o que está a acontecer...

A mobilidade social em Portugal, actualmente, praticamente não existe, e uma das causas é o modelo que temos de redistribuição do Estado. Em geral, um jovem adulto que tenha pais funcionários públicos ou aposentados da CGA tem mais possibilidades de contar com a ajuda financeira dos progenitores, para abrir uma pequena empresa ou estudar, que outro que não tenha parentes próximos que recebam directamente do OE. E aqueles que elevados salários auferiram na vida activa, usufruem agora de pensões de valor bem acima da média nacional, desenvolvendo-se assim um potencial fenómeno de acumulação de riqueza em determinados estratos sociais, sendo o futuro da nova geração definido, em grande medida, pela lotaria do ventre de onde se irá nascer.


Bom, consegues concluir que tem havido uma tendência para piorar esse aspecto?

Concordas, no entanto, que no pós-25 de Abril esse problema foi bastante amenizado comparado com a ditadura, certo?
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4622
Registado: 20/8/2014 16:50

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 23/3/2017 23:03

 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 23/3/2017 21:00

É por isto que é importante que o Estado esteja presente na regulação da sociedade, garantindo as condições de mobilidade social e dignidade a toda a população, através da educação, saúde e segurança social. Para evitar o que está a acontecer...

A mobilidade social em Portugal, actualmente, praticamente não existe, e uma das causas é o modelo que temos de redistribuição do Estado. Em geral, um jovem adulto que tenha pais funcionários públicos ou aposentados da CGA tem mais possibilidades de contar com a ajuda financeira dos progenitores, para abrir uma pequena empresa ou estudar, que outro que não tenha parentes próximos que recebam directamente do OE. E aqueles que elevados salários auferiram na vida activa, usufruem agora de pensões de valor bem acima da média nacional, desenvolvendo-se assim um potencial fenómeno de acumulação de riqueza em determinados estratos sociais, sendo o futuro da nova geração definido, em grande medida, pela lotaria do ventre de onde se irá nascer.
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 23/3/2017 20:24


 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 23/3/2017 20:16

É por isto que é importante que o Estado esteja presente na regulação da sociedade, garantindo as condições de mobilidade social e dignidade a toda a população, através da educação, saúde e segurança social. Para evitar o que está a acontecer...

Sim, mas sempre prudentemente cépticos da benevolência daqueles que representam "O Estado"… ;)
Anexos
Political.png
Political.png (570.18 KiB) Visualizado 13891 vezes
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 23/3/2017 19:51

Ocioso Escreveu:


:clap: :clap:

É por isto que é importante que o Estado esteja presente na regulação da sociedade, garantindo as condições de mobilidade social e dignidade a toda a população, através da educação, saúde e segurança social. Para evitar o que está a acontecer...
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4622
Registado: 20/8/2014 16:50

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 23/3/2017 19:28

 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 18/3/2017 20:08

Os campos de "trabalho" forjaram Aleksandr Soljenítsin: foram oito anos na prisão e no Gulag e depois o exílio. Para as teorias bolcheviques, os campos de "trabalho" deveriam redimir os que se desviavam dos "princípios correctos". Funcionou ao contrário para o escritor russo: perdeu a sua crença no marxismo-leninismo e recuperou a sua fé ortodoxa. Tornou-se também o homem que fez o relato desses campos em que, no Ocidente bem pensante, ninguém queria acreditar. Tudo isso está no notável "O Arquipélago de Gulag", agora editado numa versão nova.

Nele se nota o fascínio do autor pelas histórias díspares, de homens e mulheres, que ali escutou. Como objectivo tinham apenas um: sobreviver. Soljenítsin teve a sorte de, por causa dos seus conhecimentos de física e matemática, ter sido transferido para uma prisão que funcionava como centro de pesquisa científica. Ali passou três anos a trabalhar em sistemas secretas para telefones. E isso, muito provavelmente, salvou a sua vida. Ao mesmo tempo, permitiu-lhe ter uma vida mais confortável e tempo para ler e escrever. As suas obras estão recheadas de material que colheu nesses anos, como foi o caso de "Um Dia na Vida de Ivan Denisovich", o único dos livros baseados no Gulag onde o escritor não é protagonista.

A sua saída para o longo exílio, em 1953, abriu as portas para a segunda fase da sua vida: a de resistência. E isso passava por escrever sobre o que viu e sentiu. Mantendo o seu trabalho diário, foi escrevendo às escondidas. E tudo foi amadurecendo até chegarmos a "O Arquipélago Gulag". É um livro poderoso e que destrói a ideia do paraíso na Terra que a liderança soviética tinha tornado como verdade absoluta. E que os intelectuais ocidentais beberam com prazer.

No início dos anos 60, os seus trabalhos já circulavam de forma clandestina. Mesmo entre o círculo do poder. O período de crítica a Estaline, que Krushchev inaugurou, abriu uma porta e "Um dia na Vida de Ivan Denisovich" foi publicado. Acabou no entanto por ser deportado da União Soviética, já depois de ter recebido o Nobel da Literatura.

A publicação de "O Arquipélago Gulag" no Ocidente, em 1974, tornou-o definitivamente uma "persona non grata" junto do poder soviético. Ele não queria deixar a Rússia, porque a sua ligação às raízes do país e à sua cultura tradicional eram demasiado fortes (como se veio a perceber depois, quando regressou ao seu país). Mas o desejo de dar a conhecer a verdade que se escondia por detrás da propaganda, acabou por motivá-lo. A sua vida em Vermont, onde estava isolado, como se estivesse num Gulag muito próprio, marcada por uma intensa autodisciplina, deram a ver muito daquilo que o escritor era. Um homem da "grande mãe Rússia", da sua memória e tradição. E isso afastava-o tanto do comunismo como do capitalismo, especialmente o americano, que associava à mediocridade, falta de coragem e consciência cívica e superficialidade. Para ele, o Ocidente não era um modelo para a Rússia, que tinha um nível de desenvolvimento espiritual que a Europa ou os EUA eram incapazes de oferecer.

O colapso da União Soviética permitiu o seu regresso em 1994, como se fosse um profeta. Mas era tarde. Já não tinha o peso de outrora. A Rússia que descobriu nessa altura estava contaminada de uma fragilidade típica do Ocidente, dominada por cliques que agarravam com as duas mãos os bens públicos. Soljenitsín sempre acreditara no sofrimento e não nestes novos tempos. E isso está bem expresso neste contundente livro.

http://www.jornaldenegocios.pt/weekend/ ... uto_outros
Anexos
Gulag.jpeg
Gulag.jpeg (24.69 KiB) Visualizado 14048 vezes
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por HRamos_3 » 18/3/2017 0:58

Só uma nota relativamente à desalinização, não esquecer que se obtém água, mas não só. Que fazer ao sal que se obtem como sub-produto?
“One of the stupidest things a central banker could do is comment on the stock market."
Dennis P. Lockhart

"The stock market is not "a bubble in any way""
Dennis P. Lockhart

Dennis P. Lockhart - President and CEO of the Federal Reserve Bank of Atlanta
 
Mensagens: 122
Registado: 22/6/2014 20:28

Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 18/3/2017 0:37

Ui, não estava a espera de ver a Irlanda e o Luxemburgo tão à frente na produtividade.. :-k
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4622
Registado: 20/8/2014 16:50

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 17/3/2017 23:34

:arrow:
Anexos
1.png
2.png
2.png (72.27 KiB) Visualizado 14199 vezes
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 14/3/2017 3:10

:arrow:
Anexos
1.png
2.png
2.png (37.63 KiB) Visualizado 14321 vezes
3.png
4.png
5.png
6.png
 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Ocioso » 14/3/2017 1:21

 
Mensagens: 1262
Registado: 14/4/2015 1:34

Re: Políticas para Portugal

por Pedromfg » 13/3/2017 17:43

JohnyRobaz Escreveu:
Sim, julgo que percebo o que pretendes dizer, mas será certamente injusto criticar decisões com base no conhecimento que se tem décadas depois das decisões terem sido tomadas. De facto o mundo evolui e soluções mais optimizadas e eficientes vão surgindo, mas não podemos ficar eternamente à espera d'A Melhor Solução. Até porque muitas vezes é "fogo de vista".

Cumpts!



Estamos novamente de acordo com a parte que sublinhei. Contudo a parte da crítica acho perfeitamente construtiva e razoável, porque o que eu critico é a inoperatividade, cedência a lobbies e eventualmente critérios desajustados à realidade das necessidades da sociedade e não o plano inicial. Antes de desenvolver isto, permite-me só colocar um aparte, que a conversa começou por um trecho da noticia que o ocioso colocou "o mercado laboral está nos primórdios de uma transformação potencialmente mais disruptiva que a Revolução Industrial" que a meu ver é extremamente positivo que se comece a falar disto pela Comunicação Social.
Acrescento ainda que o meu exercício posterior de desenvolver o tema (a nível de contributo para a sociedade) acho que é um desperdício de tempo, apesar de também achar que o que falta na sociedade é mais debate, clarificação, informação (é contraditório, mas está relacionado com o impacto que esta nossa conversa tem na sociedade). Para quem gosta de trocar umas ideias, ser confrontado, melhorar o conhecimento que têm é proveitoso nesse sentido. Como diria um grande amigo meu, é como as cerejas pucha-se a primeira e vêm outras atrás.

Continuando, e para finalizar. Olha o exemplo do aeroporto da portela. Foram feitos estudos, arranjados contra estudos para defender as várias opções. Acabou por se deixar andar. Não tendo acesso aos estudos e achando que na altura da decisão provavelmente outros interesses, que não o melhor interesse nacional, seriam tidos em conta. Achas que faz sentido guardar na gaveta os estudos e se calhar daqui a uns anos, vão basear a decisão de construir o novo aumento do aeroporto com base nesses estudos. Isto é que para mim é ridículo. Acho que temos demasiados Advogados no parlamento e poucos engenheiros, apesar de alguns terem os títulos.

Tenho que deixar esta adenda, porque não acho positivo só criticar, olha o exemplo da expansão dos portos em sines que me parece investimentos no sentido de fornecer uma mais valia à atividade económica.
Alerta, novato a comentar! Não percebo nada disto.
 
Mensagens: 40
Registado: 11/3/2008 9:50

Re: Políticas para Portugal

por JohnyRobaz » 13/3/2017 16:01

Pedromfg Escreveu:
JohnyRobaz Escreveu:
Admito que possa não ter realmente percebido o ponto da questão, mas a meu entender tocava na solução de construir barragens para armazenar água como uma solução que actualmente se conclui como errada, ou não? Ou pelo menos efectuada com base em pressupostos errados, como o de que iria faltar água potável no futuro, e afinal temos a solução de ir buscar água ao mar. Bom, mas eu mantenho o meu (talvez demasiado simples) comentário à questão: as barragens não servem apenas para armazenar água para beber. Servem para produção de energia, para controlo de cheias, para redistribuição por redes agrícolas, para turismo rural, etc. Mas caso eu não tenha mesmo assim entendido o ponto, peço que expliques, pff.

Cumpts.


O meu ponto é que os processos atuais de decisão são muitos lentos, a nossa sociedade evolui muito lentamente face ao desenvolvimento tecnológico.

Outro exemplo, relativamente ás guerras dos taxistas com a uber, e até admitindo que existem muitas coisas que eles têm razão. De que se trata de concorrência desleal, como os impostos e taxas que eles têm de pagar para transportar passageiros que a Uber não tem. Mas o ponto principal é que vão existir muitas profissões que é preciso uma reorganização mais rápida e eficiente da sociedade para colmatar ou reabilitar trabalhadores. Enquanto antes demoravam décadas, séculos? ou mais até haver profissões que se iam extinguindo, agora numa década ou um bocado mais, começamos a ter profissões que deixam de ter sentido.

Este modelo económico, na minha opinião, vai aumentar significativamente a eficiência, mas vai levar, cada vez mais, à concentração de riqueza num grupo mais restrito.

Voltando ás barragens, concordo absolutamente com todos os benefícios que mencionaste sobre elas. Até digo mais, um amigo que está ligado ás barragens no Alentejo, fala-me maravilhas do Alqueva, que inclusive, está a contribuir para a própria mudança do clima ali na zona. Que cada vez se vê mais agricultura no Alentejo e até para turismo começa a ter umas soluções interessantes. A minha questão é exatamente a mesma como as Autoestradas que ligam Lisboa-Porto, uma sem dúvida alguma que faz todo o sentido, duas... humm, felizmente a terceira foi cancelada.
Com as barragens é a mesma estória. Existem certamente algumas que são estratégicas pela mais valia global que representam, depois outras é preciso analisar cuidadosamente, porque as soluções e benefícios que elas podem providenciar podem na altura que são construídas já não fazer tanto sentido.

Não tenho conhecimento suficiente para fazer uma análise com fundamentos técnicos suficientes para serem válidos e apresentar exemplos concretos, aliás isso era necessário uma equipa de trabalho especializada para apresentar um estudo dessa natureza. Mas posso facilmente fazer um exercício futurista em que pode colocar por terra alguns dos argumentos que apresentaste, por serem soluções que são mais baratas e eficientes.

Imagina uma situação em que todas as telhas são pequenos painéis solares, ligados à rede. (Já existe uma empresa holandesa que faz isto)
Montar uma central gigantesca de dessalinização, com pipelines a ligar pontos chave. (não tenho noção dos custos desta solução, mas também devem ser significativos)
Não nos podemos esquecer que neste momento, se não estou em erro, nem todas as barragens que foram desenhadas para produção de energia estão activas, porque efetivamente a manutenção delas é cara.

Na altura que foram feitos os planos para a construção da rede de barragens estas e outras estas e outras soluções nem sequer nos livros do Julio Verne estavam referenciadas era normal que não fossem equacionadas.

E não nos podemos esquecer que grande parte deste investimento é para ser pago pelos nossos filhos, que ao menos lhes venham a dar benefícios económicos e sociais e não, que para além da fatura da construção, também tenham de pagar a fatura da desmantelação ou manutenção de uma obra absoleta.


Sim, julgo que percebo o que pretendes dizer, mas será certamente injusto criticar decisões com base no conhecimento que se tem décadas depois das decisões terem sido tomadas. De facto o mundo evolui e soluções mais optimizadas e eficientes vão surgindo, mas não podemos ficar eternamente à espera d'A Melhor Solução. Até porque muitas vezes é "fogo de vista".

Cumpts!
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 4622
Registado: 20/8/2014 16:50

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], iniciado1, Pmart 1 e 76 visitantes