off-topic - fim de semana - uma frase marcante
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Não é simples de resumir em meia duzia de frases.
A ideia geral é que uma coisa é o valor fundamental de uma participação numa empresa, e outra, totalmente distinta, é a sua cotação em bolsa.
Um investidor (ao contrário de um especulador, a quem só interessa o valor de mercado) pode ver-se como sendo dono de uma fracção da empresa.
Por isso, se a cotação estiver abaixo do valor que ele considera justo para essa fracção (tendo em conta os dividendos que espera receber, o crescimento futuro da empresa, etc.), não precisa de ficar chateado com o assunto.
Assim, para um investidor, o mercado (que é usualmente irracional, por vezes muito irracional) funciona como um bónus:
Se as cotações estiverem muito abaixo do tal preço justo, significa que se tem aí uma boa oportunidade de comprar, explorando os vendedores aparvalhados e assustados (que mesmo a esse preços continuam a querer oferecer as suas acções), se as cotações estiverem muito acima do preço justo, significa que se tem aí uma excelente oportunidade de vender, explorando os compradores ávidos e parvinhos (que mesmo a esses preços continuam a lançar alegremente ordens de compra)...
Se o preço de mercado não estiver muito afastado dos preços justos o melhor é não lhe ligar muito, pois nesse caso (nesse momento) não há parvos a quererem oferecer almoços grátis, e o melhor é concentrar a atenção na escolha e acompanhamento dos melhores valores fundamentais.
Isto está muito mal escrito e explicado, mas para resumir de forma minimamente aceitável o excelente texto do original teria de passar umas horas valentes a compor esse resumo...
A ideia geral é que uma coisa é o valor fundamental de uma participação numa empresa, e outra, totalmente distinta, é a sua cotação em bolsa.
Um investidor (ao contrário de um especulador, a quem só interessa o valor de mercado) pode ver-se como sendo dono de uma fracção da empresa.
Por isso, se a cotação estiver abaixo do valor que ele considera justo para essa fracção (tendo em conta os dividendos que espera receber, o crescimento futuro da empresa, etc.), não precisa de ficar chateado com o assunto.
Assim, para um investidor, o mercado (que é usualmente irracional, por vezes muito irracional) funciona como um bónus:
Se as cotações estiverem muito abaixo do tal preço justo, significa que se tem aí uma boa oportunidade de comprar, explorando os vendedores aparvalhados e assustados (que mesmo a esse preços continuam a querer oferecer as suas acções), se as cotações estiverem muito acima do preço justo, significa que se tem aí uma excelente oportunidade de vender, explorando os compradores ávidos e parvinhos (que mesmo a esses preços continuam a lançar alegremente ordens de compra)...
Se o preço de mercado não estiver muito afastado dos preços justos o melhor é não lhe ligar muito, pois nesse caso (nesse momento) não há parvos a quererem oferecer almoços grátis, e o melhor é concentrar a atenção na escolha e acompanhamento dos melhores valores fundamentais.
Isto está muito mal escrito e explicado, mas para resumir de forma minimamente aceitável o excelente texto do original teria de passar umas horas valentes a compor esse resumo...
Earthlings? Bah!
- Mensagens: 1541
- Registado: 20/11/2003 11:37
Para perceberem realmente a relação entre o valor fundamental de uma acção e o seu valor de mercado nada melhor do que ler o capítulo 8 do "The Intelligent Investor" do Ben Graham.
Podia acrescentar muita coisa sobre o assunto, mas para quem realmente quer perceber as coisas, acho que o melhor é ler o original.
Podia acrescentar muita coisa sobre o assunto, mas para quem realmente quer perceber as coisas, acho que o melhor é ler o original.
Earthlings? Bah!
- Mensagens: 1541
- Registado: 20/11/2003 11:37
É bem verdade dj, eu tenho-me confrontado amiudadamente com este tipo de questão, designadamente na minha vida profissional: Deparo-me de tempos a tempos com alguém que me diz: "O meu produto é muito bom [o melhor], as pessoas é que não lhe dão o valor", ou então "Você sabe quanto custa fazer isto? Se as pessoas soubessem não lhe regateavam o preço"!
Normalmente, nestas alturas, eu trago à baila a comparação entre os sistemas operativos da Apple e da Microsoft, nos seus tempos originais. Qual era o melhor? A resposta é invariável: "O da Apple". A seguir pergunto: "Quem triunfou no mercado?", ou "Quem ganhou mais dinheiro"? E aí os meus interlocutores - alguns deles - entendem o que eu quero dizer. Outros ficam na sua.
O "problema" é que os mercados nunca são perfeitos e existem sempre assimetrias de informação e de poder económico entre os diversos agentes. Daí que os preços de um determinado produto ou serviço possam variar sem que os respectivos fundamentais se tenham alterado minimamente. E nem por isso os preços, mesmo variando, deixam de ser sempre justos: Resultaram do encontro conseguido entre alguém disposto a vender e outrem disposto a comprar. Nada mais simples...
Isto, claro, descartando eventuais situações de fraude, publicidade enganosa ou qualquer outro tipo de distorção maliciosa das condições de mercado.
Um abraço
FT
Normalmente, nestas alturas, eu trago à baila a comparação entre os sistemas operativos da Apple e da Microsoft, nos seus tempos originais. Qual era o melhor? A resposta é invariável: "O da Apple". A seguir pergunto: "Quem triunfou no mercado?", ou "Quem ganhou mais dinheiro"? E aí os meus interlocutores - alguns deles - entendem o que eu quero dizer. Outros ficam na sua.
O "problema" é que os mercados nunca são perfeitos e existem sempre assimetrias de informação e de poder económico entre os diversos agentes. Daí que os preços de um determinado produto ou serviço possam variar sem que os respectivos fundamentais se tenham alterado minimamente. E nem por isso os preços, mesmo variando, deixam de ser sempre justos: Resultaram do encontro conseguido entre alguém disposto a vender e outrem disposto a comprar. Nada mais simples...
Isto, claro, descartando eventuais situações de fraude, publicidade enganosa ou qualquer outro tipo de distorção maliciosa das condições de mercado.
Um abraço
FT
"Existo, logo penso" - António Damásio, "O Erro de Descartes"
off-topic - fim de semana - uma frase marcante
Este é um off-topic só para compartilhar o prazer de uma das minhas leituras deste fim de semana.
Uma resumida biografia da vida do Conde Francesco Matarazzo, mais um Italiano nobre mas pobre, que chegou a esta terra tropical no fim do século XIX, quase sem nada, mas que aos poucos construiu a maior fortuna do primeiro quartel do seculo XX em São Paulo. Tamém foi das maiores de todo o Brasil à época.
Polémico, apoiante de Mussolini, mas rejeitando os mesmos ideais além das fronteiras de Itália, tinha tanto de capitalista como de trabalhista.
Optou pela não exploração dos trabalhadores e dava relevo ao seu próprio trabalho e dos seus colaboradores, desde o topo à base.
Trabalhou até morrer e lançou grandes inovações para o seu tempo. Vendeu alguns produtos enlatados quando nos EUA e na Europa ainda não se fazia.
Lançou aquilo a que hoje se chamaria "economias de escala" e na crise de 1929 fez um verdadeiro "downsizing" nas suas empresas, permitindo a salvação das mesmas e o posterior regresso aos bons tempos.
Ao contrário de hoje, em que grandes empresas estão nas mãos da agiotagem, Matarazzo fez questão em investir na Banca, sendo um dos principais accionistas de Bancos famosos da época, permitindo financiar-se de uma forma justa, mas só em caso de necessidade, pois este cavalheiro da industria, era bem à moda antiga: aqui paga-se a pronto !!
Como importador/exportador, foi dos primeiros grandes empresários a fazer o que se chamaria hoje "hedge" cambial e, pasme-se, especulava com grande mestria no mercado cambial desse tempo.
Mas a razão pela qual trago um pouco deste exemplo de empreendedor é a sua frase famosa, em conversa com algumas personalidades importantes da época.
Dizia Matarazzo: "eu sou um ignorante que não estudou, os senhores é que sabem. Mas o que vos posso garantir é que a mercadoria, qualquer produto ou activo que se venda e se compre, não tem um preço, ou um preço justo. Tem o valor que tem, sempre que haja comprador".
E é isso que nós vemos hoje e que se aplica tão bem aos mercados financeiros e sempre assim será.
Não há acções baratas ou caras - câmbios altos ou baixos, commodities explosivas. Se houver interesse comprador, nada impede que um activo chegue a valores considerados absurdos. Da mesma forma, papeís a preço de saldo podem continuar assim uma eternidade se não aparecerem compradores.
É algo de difícil aceitação. Mas sem entendermos esta realidade, nunca poderemos vencer na vida.
Quando vejo pessoal nas ruas com um negócio tipo:
"grave seu nome num grão de arroz" - penso que pode ser uma coisa tão idiota, porque não será fácil ver o nome, mesmo com uma lupa.
Mas quando vejo a fila que se forma de pessoal que vai adquirir o grão de arroz, penso como Matarazzo estava certo. Os meus "parti pris" é que estavam errados.
Divirtam-se neste fds
djovarius
Uma resumida biografia da vida do Conde Francesco Matarazzo, mais um Italiano nobre mas pobre, que chegou a esta terra tropical no fim do século XIX, quase sem nada, mas que aos poucos construiu a maior fortuna do primeiro quartel do seculo XX em São Paulo. Tamém foi das maiores de todo o Brasil à época.
Polémico, apoiante de Mussolini, mas rejeitando os mesmos ideais além das fronteiras de Itália, tinha tanto de capitalista como de trabalhista.
Optou pela não exploração dos trabalhadores e dava relevo ao seu próprio trabalho e dos seus colaboradores, desde o topo à base.
Trabalhou até morrer e lançou grandes inovações para o seu tempo. Vendeu alguns produtos enlatados quando nos EUA e na Europa ainda não se fazia.
Lançou aquilo a que hoje se chamaria "economias de escala" e na crise de 1929 fez um verdadeiro "downsizing" nas suas empresas, permitindo a salvação das mesmas e o posterior regresso aos bons tempos.
Ao contrário de hoje, em que grandes empresas estão nas mãos da agiotagem, Matarazzo fez questão em investir na Banca, sendo um dos principais accionistas de Bancos famosos da época, permitindo financiar-se de uma forma justa, mas só em caso de necessidade, pois este cavalheiro da industria, era bem à moda antiga: aqui paga-se a pronto !!
Como importador/exportador, foi dos primeiros grandes empresários a fazer o que se chamaria hoje "hedge" cambial e, pasme-se, especulava com grande mestria no mercado cambial desse tempo.
Mas a razão pela qual trago um pouco deste exemplo de empreendedor é a sua frase famosa, em conversa com algumas personalidades importantes da época.
Dizia Matarazzo: "eu sou um ignorante que não estudou, os senhores é que sabem. Mas o que vos posso garantir é que a mercadoria, qualquer produto ou activo que se venda e se compre, não tem um preço, ou um preço justo. Tem o valor que tem, sempre que haja comprador".
E é isso que nós vemos hoje e que se aplica tão bem aos mercados financeiros e sempre assim será.
Não há acções baratas ou caras - câmbios altos ou baixos, commodities explosivas. Se houver interesse comprador, nada impede que um activo chegue a valores considerados absurdos. Da mesma forma, papeís a preço de saldo podem continuar assim uma eternidade se não aparecerem compradores.
É algo de difícil aceitação. Mas sem entendermos esta realidade, nunca poderemos vencer na vida.
Quando vejo pessoal nas ruas com um negócio tipo:
"grave seu nome num grão de arroz" - penso que pode ser uma coisa tão idiota, porque não será fácil ver o nome, mesmo com uma lupa.
Mas quando vejo a fila que se forma de pessoal que vai adquirir o grão de arroz, penso como Matarazzo estava certo. Os meus "parti pris" é que estavam errados.
Divirtam-se neste fds
djovarius
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
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