Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Uma visão sobre os principais sectores para 2004

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Uma visão sobre os principais sectores para 2004

por TRSM » 10/2/2004 20:21

Uma visão sobre os principais sectores para 2004

A forte subida nos mercados accionistas em 2003 pode colocar em questão a capacidade de manutenção da tendência positiva no ano em curso. As volatilidades a transaccionarem próximo de mínimos históricos, o optimismo dos investidores e o seu nível de complacência têm sido apontados como um ponto fraco para o mercado. No entanto, os analistas esperam a continuação da recuperação económica este ano, com as economias norte-americana e chinesa como motores. A verificar-se tal cenário, será de esperar um aumento das pressões inflacionistas e a consequente alteração da política monetária, com início do ciclo de subidas das taxas de juro. Este, embora sendo o reflexo da melhoria das condições económicas, exercerá sempre alguma pressão sobre o mercado accionista.

Em termos cambiais, o movimento de depreciação do dólar parece não estar terminado, podendo continuar a ser um factor negativo para os sectores exportadores e para as economias europeias. A evolução do dólar condicionará certamente o comportamento dos mercados ao longo do ano, sendo possível a descida da taxa de juro do euro, caso o dólar ultrapasse o nível de 1,30 face aquela divisa. A economia europeia está a conseguir absorver o impacto da apreciação do euro, sem que tal condicione a retoma, dado que a Alemanha (assim como a França e a Itália) tem vindo a beneficiar do crescimento das economias, em geral, e da Europa Central e de Leste, em especial.

Alocação Sectorial

Em termos de sectores, a necessidade de rotação inter sectorial das carteiras será tanto mais forte quanto maior for a probabilidade de subida de taxas por parte do FED. Neste sentido, entendemos que a alocação sectorial dos investimentos poderá ser condicionada pelos seguintes factores:

Sector Petrolífero
Pode beneficiar da retoma económica à medida que a mesma se vá confirmando, com o seu eventual reflexo na subida do preço do petróleo. Este sector deverá ser um dos principais beneficiados da recuperação económica global e do aumento da capacidade de utilização da indústria. Embora vulnerável à apreciação do euro, o preço do petróleo está sustentado pelas importações chinesas e pela retoma económica global.

Sectores Cíclicos – early cyclicals
Sugerindo a manutenção de posições longas sobre as empresas destes sectores (papeleiras, siderúrgicas, equipamentos electrónicos e eléctricos, retalho) que apresentem bons indicadores fundamentais, será de equacionar, como mais provável, um cenário em que a performance das late cyclicals ultrapasse a média destes sectores.

Sectores Cíclicos – late cyclicals
As empresas destes sectores (químicas, construção e materiais de construção, automóveis, transportes), que evoluem com o desenvolvimento do ciclo económico, são, nesta altura, um investimento interessante pois parece ser o momento certo para apresentarem valorizações mais significativas, acima das early cyclicals e, eventualmente, das petrolíferas.

Sector financeiro
Poderá beneficiar duma subida do euro para valores acima de 1,30, face ao dólar, pela forte inclinação da yield curve, que permitirá melhores margens.

Sector segurador
Sector também atractivo, embora em menor grau que os sectores cíclicos, dado que já foi ultrapassado o cenário responsável pelas fortes quedas registadas em 2001/2002. Este sector poderá assim ser dos mais beneficiados, para o que também contribui o facto de parecerem estar ultrapassadas as necessidades de financiamento, dada a realização de alguns aumentos de capital e a recuperação das suas carteiras de investimentos face à subida dos mercados accionistas.

Sectores tecnológicos
As empresas tecnológicas estão entre as que mais poderão ser penalizadas pela aproximação de uma subida de taxas de juro por parte do FED. Este sector liderou os ganhos em 2003, tendendo a beneficiar de baixas taxas de juro, pelo que aguardamos por sinais mais consistentes de inversão deste cenário para recomendar a redução de exposição às suas empresas.

Sectores defensivos
Os sectores defensivos são igualmente vulneráveis a uma correcção dos mercados obrigacionistas, embora as utilities devam continuar a registar um comportamento positivo.










Mais Informação sobre
CrediBolsa Activo,
veja aqui










































































Reunião do G7 sem medidas face à fraqueza do dólar

Os mercados accionistas europeus tiveram uma variação negativa pela segunda semana consecutiva, estando o Eurostoxx50 a corrigir cerca de 2,7% desde os máximos do ano. A apresentação dos resultados do 4º trim. de 2003 continuou a dominar as atenções, pelo que, a ausência de surpresas positivas (com excepção da Ericsson) e alguma cautela nas estimativas reveladas pelo sector tecnológico para o 1º trim. de 2004 (Alcatel, Cisco), foram recebidas pelos mercados accionistas com algum cepticismo.

Tal como esperado, o Banco de Inglaterra subiu a taxa directora em 25 pontos base, de 3,75% para 4% e o Banco Central Europeu deixou a taxa inalterada nos 2%. O presidente do BCE continua preocupado com a volatilidade dos mercados cambiais e com o efeito negativo que possa resultar da queda do preço das importações. No entanto, segundo este, o efeito positivo da retoma económica a nível global, permite compensar o impacto negativo da apreciação do Euro.

No mercado cambial, o euro voltou a apreciar-se face ao dólar, tendo fechado na sexta-feira no máximo da semana. Neste período, foi ganhando força a ideia de que da reunião do G7, realizada durante o passado fim-de-semana, não resultaria nenhuma medida concreta para inverter a tendência de subida da moeda europeia, o que efectivamente se verificou. Assim, dado que o mercado não acredita que se tomem medidas concretas para travar a queda do dólar, o euro abriu esta semana em alta, aproximando-se dos 1,28.

Em termos de empresas, o destaque positivo da semana foi para o Deutsche Bank, beneficiando da apresentação de bons resultados e de novas expectativas de consolidação no sector bancário alemão. O destaque negativo foi para a Bayer, dado que um seu medicamento importante poderá vir a ter a concorrência de um genérico.

Numa semana de quedas, os sectores mais defensivos lideraram os ganhos, caso da alimentação e bebidas e das utilities. Pela negativa destacou-se o sector automóvel, penalizado pela apreciação do euro face ao dólar, revelando os construtores automóveis europeus cada vez mais dificuldades em se manterem competitivos no mercado norte-americano.

A Euronext Lisbon registou um comportamento muito superior às restantes praças europeias, com o PSI20 a subir 2,1%. A EDP contribuiu positivamente para o índice, beneficiando da finalização do acordo com a ENI e do facto dos termos de troca terem sido favoráveis. A Semapa liderou os ganhos, reflectindo a especulação de que iria alienar a sua participação na Enersis. A banca também esteve em foco com a apresentação dos resultados do BES , que surpreenderam pela positiva.

Esta semana será mais fraca em apresentações de resultados, tanto na Europa como nos EUA, sendo de destacar a banca (UBS e Soc. Genéralé), o sector automóvel (Renault e PSA), a alimentação (Danone, Unilever e Coca-Cola) e a Philips. Quanto a indicadores económicos, serão de destacar na Europa as vendas de automóveis na Zona Euro e o PIB do 4º trim. de 2003 na Zona Euro e na Alemanha. Nos EUA, as atenções estarão focadas sobre as vendas a retalho e o Índice de confiança da Universidade de Michigan. Destaque-se ainda a reunião da OPEP que será realizada dia 10.



Mercado Accionista Variação Semanal

PSI 20 2,10 %
DJ euroStoxx50
-0,19 %
DAX30
-0,34 %
S&P500
0,68 %
Nasdaq
-0,60 %
Entre 30 de Janeiro e
06 de Fevereiro de 2004








Recomendações de Bolsa

Face às circunstâncias do mercado, o BCP Investimento apresenta as seguintes recomendações para a Euronext Lisboa:

Empresas Preço Alvo Fecho(*) Recomendação
J. Martins 11,70 9,30 Neutral
Brisa 6,65 5,67 Compra
Impresa 3,90 4,17 Reduzir
Portucel 2,00 1,43 Compra
Sonae 0,96 0,88 Compra
EDP 2,60 2,18 Compra
BES 11,80 13,50 Reduzir
SonaeCom 3,80 2,94 Compra
* Fecho do dia 09 Fevereiro 2004


Nota: O BCP Investimento não efectua recomendação sobre o título BCP, dadas as relações de grupo existentes entre estas entidades.
 
Mensagens: 23939
Registado: 5/11/2002 11:30
Localização: 4

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], Kury Yozo, PAULOJOAO e 184 visitantes