off-tópic.. Manuel Pinho .. fugiu-lhe a boca para verdade
LS Escreveu:Inclua aí também o PS. Também há lá gente de bom senso que se insurgiu contra estas afirmações. Por qualquer razão, inibem-se de assumir publicamente a sua posição.
in SOL, 10/02/2007 Escreveu:Declarações sobre baixos salários
Pinho irrita Sócrates
O primeiro-ministro, José Sócrates, e o ministro da Economia envolveram-se numa forte discussão quando estavam na China, logo após o gabinete do PM o ter informado da repercussão que as declarações de Manuel Pinho tinham tido em Portugal.
A acreditar na fonte do SOL, o engº(?) Sócrates também não gostou.
in SOL, 10/02/2007 Escreveu:A discussão deu-se na residência que Sócrates ocupou, durante a visita de Estado que fez, na semana passada, à China, e foi presenciada por várias pessoas. O PM ter-se-á irritado com o ministro da Economia, ao ponto de elevar o tom de voz e usar algumas expressões, que chegaram a surpreender quem as ouviu.
Parece que algumas pessoas à volta do PM não leram nem ouviram as gravações das conversas telefónicas no âmbito do processo Casa Pia.
Se o tivessem feito, não se teriam surpreendido com a linguagem grosseira que esta gente usa. Nem com o desrespeito que têm pelas instituições democráticas.
é o liberalismo, capitalismo, globalização que permitiu que a India e a China ( 2 biliões e tal de pessoas) tenham crescido a tx de 2 digitos nos ultimos anos
¨repara eu nao critico o liberalismo selvagem eu apenas realco os efeitos que ele teria em Portugal no caso de ser uma realidade ... estamos muito de longe de viver num estado de liberalismo selvagem mesmo com o fenomeno da china e da india öu dos tigres da Europa central a acontecer neste momento o nosso nivel de vida nao reflecte de todo um estado de liberalismo selvagem ...
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
valves Escreveu:num contexto de liberalismo economico selvagem ...
esta observação parece-me demasiado puxada
é o liberalismo, capitalismo, globalização que permitiu que a India e a China ( 2 biliões e tal de pessoas) tenham crescido a tx de 2 digitos nos ultimos anos
acho que existe uma enorme hipocrisia na Europa, especialmente na "esquerda" que não vêem isto
são contra a liberalização, contra o capitalismo, contra a globalização não por causa dos Indianos ou Chineses, mas poeque o seu estatuto fica em risco
falam de igualdade e fraternidade entre os povos, mas têm é saudades dos tempos em que apenas a Europa e o US tinham um bom nivel de vida...protegido e à custa do resto do mundo (os US pelo menso, dada a sua natureza, compreendem e aceitam mais liberdade e reunem em si caracteristicas que lhes permitem adaptar-se e beneficar masi rapidamente deste novo mundo)
na minha opiniao o caminho nao passa por idas de primeiros ministros e presidentes a china ou a India. a U.E. tem que funcionar como um bloco angariador de investimento e depois efectuar a reparticao do investimento externo pelos estados da uniao concedendo vantagens em funcao do estado a que se destina o investimento externo que atenuem as assimetrias entre os proprios estados membros . Nao encontro nenhuma vantagem competitiva de Portugal distinta dentro do conjunto da UE no que concerne a investimento externo e espanta me mesmo que o ministro tenha encontrado cinco vantagens pelo que se nao ha vantagens especificas o melhor e concertar posicoes dentro da UE e formar esta como um todo num bloco de pressao angariador de Investimento do exterior. E mesmo dentro da europa e no que concerne aos investimentos entre estados membros o mesmo tipo de preocupacoes deveria ser tomado. E evidente e bom que as pessoas percebam que num contexto de liberalismo economico selvagem Portugal a lutar por si so nao e viavel e veriamos rapidamente o nivel de vida descer pelo menos uma geracao e far se ia tabua rasa dos ganhos de qualidade de vida que mesmo assim foram alcancados nos ultimos 20 anos acompanhados possivelmente com uma emigracao em massa para o exterior ...
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
o Presidente do Banco de Portugal ganha mais que o Presidente da Reserva Federal dos EUA
(e dado que estamos numa União Monetária o estatuto do Victor Constâncio é semelhante ao de um Governador do FED)
(e dado que estamos numa União Monetária o estatuto do Victor Constâncio é semelhante ao de um Governador do FED)
What are the salaries of the Board members?
Congress sets the salaries of the Board members.
For 2006, the Chairman's annual salary is $186,600.
The annual salary of the other Board members (including the Vice Chairman) is $168,000.
Técnicos viajam em 1ª classe
Banco de Portugal escapa às restrições orçamentais
Há técnicos do Banco de Portugal (BdP) que viajam em primeira classe nas deslocações de avião, apurou o Jornal de Negócios.
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João Espiney
jdespiney@mediafin.pt
Rui Peres Jorge
rpjorge@mediafin.pt
Há técnicos do Banco de Portugal (BdP) que viajam em primeira classe nas deslocações de avião, apurou o Jornal de Negócios. Esta prática contraria a resolução do Conselho de Ministros (RCM) de 13 de Abril de 2006 – aprovada no âmbito do processo de consolidação orçamental –, segundo a qual os membros do Governo, com excepção do primeiro-ministro, e salvo nas situações de viagens intercontinentais, e "os gestores de empresas públicas, institutos públicos ou equiparados, devem utilizar preferencialmente a classe económica".
Confrontado, o porta-voz do BdP limitou-se a responder que "a interpretação feita nos serviços é que a referida regulamentação não é aplicável ao Banco de Portugal, nem aos restantes reguladores financeiros". O banco optou por não esclarecer, contudo, sobre quais os critérios que utiliza no regime de viagens dos seus dirigentes e técnicos.
Banco de Portugal escapa às restrições orçamentais
Há técnicos do Banco de Portugal (BdP) que viajam em primeira classe nas deslocações de avião, apurou o Jornal de Negócios.
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Há técnicos do Banco de Portugal (BdP) que viajam em primeira classe nas deslocações de avião, apurou o Jornal de Negócios. Esta prática contraria a resolução do Conselho de Ministros (RCM) de 13 de Abril de 2006 – aprovada no âmbito do processo de consolidação orçamental –, segundo a qual os membros do Governo, com excepção do primeiro-ministro, e salvo nas situações de viagens intercontinentais, e "os gestores de empresas públicas, institutos públicos ou equiparados, devem utilizar preferencialmente a classe económica".
Confrontado, o porta-voz do BdP limitou-se a responder que "a interpretação feita nos serviços é que a referida regulamentação não é aplicável ao Banco de Portugal, nem aos restantes reguladores financeiros". O banco optou por não esclarecer, contudo, sobre quais os critérios que utiliza no regime de viagens dos seus dirigentes e técnicos.
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e esta hem...............
in jornal de negocios
ECONOMIA Publicado 6 Fevereiro 2007 7:35
Manuel Pinho
“Sou aquele que eles adoram detestar”
“I’m the one they love to hate. E esta?!” Manuel Pinho diz que está “entre o detestado e o odiado”, que é aquele que eles adoram detestar. Eles, é claro, são os partidos da oposição, são os sindicatos, são os jornalistas, são todos os que o contestam.
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Pedro S. Guerreiro
psg@mediafin.pt
"I’m the one they love to hate. E esta?!" Manuel Pinho diz que está "entre o detestado e o odiado", que é aquele que eles adoram detestar. Eles, é claro, são os partidos da oposição, são os sindicatos, são os jornalistas, são todos os que o contestam.
As suas declarações na China em que invocou, entre "cinco boas razões para investir em Portugal", o facto de os salários em Portugal serem mais baixos que a média europeia, geraram uma onda de contestação. Os "sobes e desces" dos jornais não tivera, misericórdia, no Parlamento pediu-se a sua cabeça, nos blogues o ministro foi trucidado. Agora, na viagem de regresso, o ministro da Economia desabafava e fingia que não se incomodava.
ECONOMIA Publicado 6 Fevereiro 2007 7:35
Manuel Pinho
“Sou aquele que eles adoram detestar”
“I’m the one they love to hate. E esta?!” Manuel Pinho diz que está “entre o detestado e o odiado”, que é aquele que eles adoram detestar. Eles, é claro, são os partidos da oposição, são os sindicatos, são os jornalistas, são todos os que o contestam.
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Pedro S. Guerreiro
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"I’m the one they love to hate. E esta?!" Manuel Pinho diz que está "entre o detestado e o odiado", que é aquele que eles adoram detestar. Eles, é claro, são os partidos da oposição, são os sindicatos, são os jornalistas, são todos os que o contestam.
As suas declarações na China em que invocou, entre "cinco boas razões para investir em Portugal", o facto de os salários em Portugal serem mais baixos que a média europeia, geraram uma onda de contestação. Os "sobes e desces" dos jornais não tivera, misericórdia, no Parlamento pediu-se a sua cabeça, nos blogues o ministro foi trucidado. Agora, na viagem de regresso, o ministro da Economia desabafava e fingia que não se incomodava.
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Keyser Soze Escreveu:tens que ter em conta a Produtividade
um trabalhador em Portugal ganha 500 euros e produz 100 unidades
um trabalhador noutro pais ganha 1000 euros e produz 250 unidades
quem é mais barato ??
relembro que a GM saiu de Portugal e foi para Espanha pq cada automóvel aqui ficava 500 euros mais caro
que eu saiba os salários em Espanha são mais elevados
Tens razão, mas... a Produtividade não é medida assim

Além do mais a GM foi-se embora não pelo custo da mão de obra, mas sim pelo custo das peças... e pq? pq ng investiu neste sector e entre ir buscar a espanha e construir lá o que é mais barato?
Se bem sei a diferença de custo por unidade era de 500 euros... o que não se explica por salários...
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in Jornal de negócios
Negócios à velocidade chinesa
Numa frase: poucos negócios fechados, muitos negócios abertos. O que remete a avaliação da visita de José Sócrates à China para mais tarde. Já assim foi no Brasil e a verdade é que seis meses depois ainda não há resultados visíveis a olho nu; já assim foi na Argélia, mas um mês depois já há uma adjudicação à Parque Expo e possíveis contratos na construção.
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Pedro S. Guerreiro
psg@mediafin.pt
Numa frase: poucos negócios fechados, muitos negócios abertos. O que remete a avaliação da visita de José Sócrates à China para mais tarde. Já assim foi no Brasil e a verdade é que seis meses depois ainda não há resultados visíveis a olho nu; já assim foi na Argélia, mas um mês depois já há uma adjudicação à Parque Expo e possíveis contratos na construção.
Esta hipótese de avaliação da viagem assume, é claro, que o saldo a fazer é o económico - não o político, não o dos "casos" Pinho e EDP, que em Portugal absorveram as atenções mediáticas. Já vamos aos casos, mas para já aceitemos que "nada contribui mais para uma boa relação política do que uma boa relação económica". José Sócrates "dixit".
Acordar na China
Foram assinados na China quatro acordos oficiais, um acordo institucional, um acordo cultural e 28 acordos empresariais. Muitos são meros "memorandos de entendimento", cartas de intenção que podem dar em nada. Hipólito Pires pode explicar porquê, ao contar a sua história: há um ano assinou contratos com o fabricante automóvel chinês Geely para passar a comercializar os seus veículos em Portugal. Depois disso... nada. Ou melhor: Hipólito Pires cansou-se de esperar e foi outra vez à China assinar outro acordo com outro construtor, a BYD.
"O dia mais importante destas viagens é o dia seguinte a terem terminado". Basílio Horta arruma assim a questão das "grandes esperanças" imediatas: não as tenham. A Associação Portuguesa para o Investimento vai deslocar uma equipa para a China para insistir nos contactos abertos, que passaram por seduções à BYD para fabricar baterias de telemóveis em Portugal, à Geely para investir em produção automóvel (o sonho de substituir a GM na Azambuja), à Huawey para criar um pólo de investigação... As probabilidades de um destes investimentos vir a acontecer são consideradas muito remotas. Mas acima de 0% é, para Basílio Horta, mais perto de 100%.
Diplomacia económica?
A API é hoje a ponta-de-lança para a captação de investimento no estrangeiro. Na China, foram também promovidas as exportações portuguesas, o investimento português no território e parcerias conjuntas para África, Brasil e até Europa. É a diplomacia económica a funcionar? O Jornal de Negócios fez esta pergunta a vários dos 70 empresários que acompanharam Sócrates.
Aqueles que fecharam (ou pelo menos abriram) negócios elogiam a iniciativa governamental mas rapidamente resumem a "diplomacia económica" numa palavra: Sócrates. É ele, dizem, que desbloqueia quando se empenha; é ele, dizem (esquecendo qualquer menção por exemplo a delegações do Icep ou a embaixadas), que apressa a assinatura de acordos prestando-se a presenciá-los, perguntando o que falta fazer e despachando para que se faça. Poucas coisas foram aliás mais unânimes do que esta entre a comitiva empresarial.
Até porque houve queixas. Os três encontros entre empresários portugueses e chineses, por exemplo, tiveram resultados medíocres: a reunião de Pequim foi mesmo considerada um fiasco pelos empresários portugueses, que desconheciam ao que vinham e a quem vinham, deparando-se com um conjunto de agentes "import-export" sem representatividade ou interesses estratégicos; em Xangai, foi menos mau. Mas há quem conteste: "Nós preparámo-nos muito bem antes de virmos, fizemos o trabalho de casa e as reuniões foram por isso muito produtivas", diz Pedro Vieira, gestor da consultora Market Acess.
O empresário mais satisfeito no regresso do périplo Pequim/Xangai/Macau terá sido António Mota, que fechou acordos para a Mota-Engil e abriu diversas portas, nomeadamente para parcerias em África. Também Henrique Granadeiro fez contactos exploratórios para possíveis investimentos asiáticos da Portugal Telecom. Se a OPA falhar, é claro.
"Sim, o envolvimento das autoridades portuguesas é determinante", afiança Carlos Alberto Pereira, administrador da JAP, que esteve mais de um ano a negociar a sua entrada na China, finalmente protocolada nesta viagem. "Não é fácil entrar na China, envolve muita negociação, contactos com muitas autoridades, até com membros do partido", conta. Um partido, único, que o PS recebeu em Portugal no seu último congresso.
O baixo salário de Pinho
Quase todos os resultados da viagem foram em Portugal eclipsados por uma polémica afirmação de Manuel Pinho, feita logo no primeiro discurso oficial da comitiva portuguesa. Perante uma plateia de quase 300 empresários portugueses e chineses, o ministro da Economia enunciou cinco boas razões para investir em Portugal.
À terceira razão, Pinho lançou a maldição sobre a viagem: os portugueses têm salários mais baixos que na Europa. Foi o assunto da semana, que a oposição cavalgou e que irritou o Governo, encrespando a relação com os jornalistas portugueses convidados a acompanhar a comitiva, que foram acusados de trair o sentido à frase de Manuel Pinho e, mais do que isso, terem criado um caso mediático sem substância e ignorando qualquer outro resultado da missão portuguesa.
Pinho reafirmou, Sócrates secundou (corrigindo) e o ambiente entre o Governo e jornalistas esteve tenso até Macau. Mas, em qualquer das filas do avião português, ninguém gostou de ouvir o que disse Manuel Pinho - nem nas últimas (onde viajaram os jornalistas) nem a meio (empresários) nem na primeira classe (Governo).
À saída, um novo caso esteve prestes a ser criado: a EDP teria anunciado a venda da participação em Macau, disse a Lusa, o que contrariava todo o discurso do primeiro-ministro de grande aposta de Portugal em território chinês. Até porque a PT também vendeu em Macau há cerca de um mês, impotente para combater as redes paralelas que sabotavam a sua operação de TV por cabo. A EDP já desmentiu que tenha decidido vender. Mas não jura que não possa vender. Porque é claro que Macau não é prioridade no novo plano estratégico da EDP.
De todos os negócios que foram abertos, sobrava uma convicção na viagem de regresso: os parceiros chineses só se convencem pela persistência, pela paciência, pelos contactos subsequentes. A iniciativa é nossa, pois a China é mais importante para Portugal que Portugal é para a China. O que na geografia económica mundial não é propriamente uma novidade. Nem fatalidade.
Numa frase: poucos negócios fechados, muitos negócios abertos. O que remete a avaliação da visita de José Sócrates à China para mais tarde. Já assim foi no Brasil e a verdade é que seis meses depois ainda não há resultados visíveis a olho nu; já assim foi na Argélia, mas um mês depois já há uma adjudicação à Parque Expo e possíveis contratos na construção.
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Pedro S. Guerreiro
psg@mediafin.pt
Numa frase: poucos negócios fechados, muitos negócios abertos. O que remete a avaliação da visita de José Sócrates à China para mais tarde. Já assim foi no Brasil e a verdade é que seis meses depois ainda não há resultados visíveis a olho nu; já assim foi na Argélia, mas um mês depois já há uma adjudicação à Parque Expo e possíveis contratos na construção.
Esta hipótese de avaliação da viagem assume, é claro, que o saldo a fazer é o económico - não o político, não o dos "casos" Pinho e EDP, que em Portugal absorveram as atenções mediáticas. Já vamos aos casos, mas para já aceitemos que "nada contribui mais para uma boa relação política do que uma boa relação económica". José Sócrates "dixit".
Acordar na China
Foram assinados na China quatro acordos oficiais, um acordo institucional, um acordo cultural e 28 acordos empresariais. Muitos são meros "memorandos de entendimento", cartas de intenção que podem dar em nada. Hipólito Pires pode explicar porquê, ao contar a sua história: há um ano assinou contratos com o fabricante automóvel chinês Geely para passar a comercializar os seus veículos em Portugal. Depois disso... nada. Ou melhor: Hipólito Pires cansou-se de esperar e foi outra vez à China assinar outro acordo com outro construtor, a BYD.
"O dia mais importante destas viagens é o dia seguinte a terem terminado". Basílio Horta arruma assim a questão das "grandes esperanças" imediatas: não as tenham. A Associação Portuguesa para o Investimento vai deslocar uma equipa para a China para insistir nos contactos abertos, que passaram por seduções à BYD para fabricar baterias de telemóveis em Portugal, à Geely para investir em produção automóvel (o sonho de substituir a GM na Azambuja), à Huawey para criar um pólo de investigação... As probabilidades de um destes investimentos vir a acontecer são consideradas muito remotas. Mas acima de 0% é, para Basílio Horta, mais perto de 100%.
Diplomacia económica?
A API é hoje a ponta-de-lança para a captação de investimento no estrangeiro. Na China, foram também promovidas as exportações portuguesas, o investimento português no território e parcerias conjuntas para África, Brasil e até Europa. É a diplomacia económica a funcionar? O Jornal de Negócios fez esta pergunta a vários dos 70 empresários que acompanharam Sócrates.
Aqueles que fecharam (ou pelo menos abriram) negócios elogiam a iniciativa governamental mas rapidamente resumem a "diplomacia económica" numa palavra: Sócrates. É ele, dizem, que desbloqueia quando se empenha; é ele, dizem (esquecendo qualquer menção por exemplo a delegações do Icep ou a embaixadas), que apressa a assinatura de acordos prestando-se a presenciá-los, perguntando o que falta fazer e despachando para que se faça. Poucas coisas foram aliás mais unânimes do que esta entre a comitiva empresarial.
Até porque houve queixas. Os três encontros entre empresários portugueses e chineses, por exemplo, tiveram resultados medíocres: a reunião de Pequim foi mesmo considerada um fiasco pelos empresários portugueses, que desconheciam ao que vinham e a quem vinham, deparando-se com um conjunto de agentes "import-export" sem representatividade ou interesses estratégicos; em Xangai, foi menos mau. Mas há quem conteste: "Nós preparámo-nos muito bem antes de virmos, fizemos o trabalho de casa e as reuniões foram por isso muito produtivas", diz Pedro Vieira, gestor da consultora Market Acess.
O empresário mais satisfeito no regresso do périplo Pequim/Xangai/Macau terá sido António Mota, que fechou acordos para a Mota-Engil e abriu diversas portas, nomeadamente para parcerias em África. Também Henrique Granadeiro fez contactos exploratórios para possíveis investimentos asiáticos da Portugal Telecom. Se a OPA falhar, é claro.
"Sim, o envolvimento das autoridades portuguesas é determinante", afiança Carlos Alberto Pereira, administrador da JAP, que esteve mais de um ano a negociar a sua entrada na China, finalmente protocolada nesta viagem. "Não é fácil entrar na China, envolve muita negociação, contactos com muitas autoridades, até com membros do partido", conta. Um partido, único, que o PS recebeu em Portugal no seu último congresso.
O baixo salário de Pinho
Quase todos os resultados da viagem foram em Portugal eclipsados por uma polémica afirmação de Manuel Pinho, feita logo no primeiro discurso oficial da comitiva portuguesa. Perante uma plateia de quase 300 empresários portugueses e chineses, o ministro da Economia enunciou cinco boas razões para investir em Portugal.
À terceira razão, Pinho lançou a maldição sobre a viagem: os portugueses têm salários mais baixos que na Europa. Foi o assunto da semana, que a oposição cavalgou e que irritou o Governo, encrespando a relação com os jornalistas portugueses convidados a acompanhar a comitiva, que foram acusados de trair o sentido à frase de Manuel Pinho e, mais do que isso, terem criado um caso mediático sem substância e ignorando qualquer outro resultado da missão portuguesa.
Pinho reafirmou, Sócrates secundou (corrigindo) e o ambiente entre o Governo e jornalistas esteve tenso até Macau. Mas, em qualquer das filas do avião português, ninguém gostou de ouvir o que disse Manuel Pinho - nem nas últimas (onde viajaram os jornalistas) nem a meio (empresários) nem na primeira classe (Governo).
À saída, um novo caso esteve prestes a ser criado: a EDP teria anunciado a venda da participação em Macau, disse a Lusa, o que contrariava todo o discurso do primeiro-ministro de grande aposta de Portugal em território chinês. Até porque a PT também vendeu em Macau há cerca de um mês, impotente para combater as redes paralelas que sabotavam a sua operação de TV por cabo. A EDP já desmentiu que tenha decidido vender. Mas não jura que não possa vender. Porque é claro que Macau não é prioridade no novo plano estratégico da EDP.
De todos os negócios que foram abertos, sobrava uma convicção na viagem de regresso: os parceiros chineses só se convencem pela persistência, pela paciência, pelos contactos subsequentes. A iniciativa é nossa, pois a China é mais importante para Portugal que Portugal é para a China. O que na geografia económica mundial não é propriamente uma novidade. Nem fatalidade.
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tens que ter em conta a Produtividade
um trabalhador em Portugal ganha 500 euros e produz 100 unidades
um trabalhador noutro pais ganha 1000 euros e produz 250 unidades
quem é mais barato ??
relembro que a GM saiu de Portugal e foi para Espanha pq cada automóvel aqui ficava 500 euros mais caro
que eu saiba os salários em Espanha são mais elevados
um trabalhador em Portugal ganha 500 euros e produz 100 unidades
um trabalhador noutro pais ganha 1000 euros e produz 250 unidades
quem é mais barato ??
relembro que a GM saiu de Portugal e foi para Espanha pq cada automóvel aqui ficava 500 euros mais caro
que eu saiba os salários em Espanha são mais elevados
JOGO2006MARKITOS Escreveu:Se me pedissem para enumerar as vantagens da mão-de-obra portuguesa podem crer que metia lá baixo custo, vossas excelências não metiam?
Caramba se nunca saírem da cidade nunca vão perceber como se vive e trabalha no resto de 90% do país. Nós temos um interior de 3º mundo, quem vai dinamizar o interior? Epá por mim podem vir os chineses montar fábricas de baterias e pneus e seja lá o que for, desde que arranjem trabalho às pessoas que precisam eu fico satisfeito.
Ser "barato" é uma vantagem competitiva, assumam-no. Não tem problema, podem continuar a dar ares de realeza e ter tiques de novo-riquismo.
Ainda não percebi as vantagens desta visita à China, mas gostava que ficasse tudo claro, custo da deslocação, pois sai do bolso do contribuinte, e beneficios de tal passeio, pois para mim, não passou de um passeio bastante caro para o País, pois se se pedem sacrificios, parece-me que tal pedido passa ao lado dos políticos.
Já agora não saia mais barato levar aqueles empresários todos a passear por Portugal, e já que temos uma mão de obra tão barata como é reconhecida pelo ministro da economia, e colocá-los a investir no Hong-Kong europeu.
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Se me pedissem para enumerar as vantagens da mão-de-obra portuguesa podem crer que metia lá baixo custo, vossas excelências não metiam?
Caramba se nunca saírem da cidade nunca vão perceber como se vive e trabalha no resto de 90% do país. Nós temos um interior de 3º mundo, quem vai dinamizar o interior? Epá por mim podem vir os chineses montar fábricas de baterias e pneus e seja lá o que for, desde que arranjem trabalho às pessoas que precisam eu fico satisfeito.
Ser "barato" é uma vantagem competitiva, assumam-no. Não tem problema, podem continuar a dar ares de realeza e ter tiques de novo-riquismo.
Caramba se nunca saírem da cidade nunca vão perceber como se vive e trabalha no resto de 90% do país. Nós temos um interior de 3º mundo, quem vai dinamizar o interior? Epá por mim podem vir os chineses montar fábricas de baterias e pneus e seja lá o que for, desde que arranjem trabalho às pessoas que precisam eu fico satisfeito.
Ser "barato" é uma vantagem competitiva, assumam-no. Não tem problema, podem continuar a dar ares de realeza e ter tiques de novo-riquismo.
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BAIXOS SALARIOS DE MAO OBRA QUALIFICADA
Penso que a correcao do Socrates ainda foi pior que a propria declaracao do Pinho.
Será que o Socrates nao percebe que mao de obra qualificada tb e´ aquela que muda de pais mais facilmente?
O Ministro da Ciencia devia-nos contar quantos sao os alunos portugueses financiados pelo estado portugues que voltam a Portugal nos 10 anos a seguir aos estudos? Eu arriscaria nuns 10%...
O estado ainda vai ter que apreender que mao de obra qualificada é por definicao cara, e que quando se paga para ter mao de obra qualificada o preco do salario nao é o mais importante, mas antes o que a mao de obra consegue mesmo fazer...
Por outras palavras, acho que nao estavam a falar de mao de obra qualificada...
Será que o Socrates nao percebe que mao de obra qualificada tb e´ aquela que muda de pais mais facilmente?
O Ministro da Ciencia devia-nos contar quantos sao os alunos portugueses financiados pelo estado portugues que voltam a Portugal nos 10 anos a seguir aos estudos? Eu arriscaria nuns 10%...
O estado ainda vai ter que apreender que mao de obra qualificada é por definicao cara, e que quando se paga para ter mao de obra qualificada o preco do salario nao é o mais importante, mas antes o que a mao de obra consegue mesmo fazer...
Por outras palavras, acho que nao estavam a falar de mao de obra qualificada...
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Sócrates diz que Pinho se referia aos baixos salários da mão-de-obra qualificada" -
http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=290133
Assim já nao há problema? Ridiculo usar-se este contra-argumento pois tambem existe muita, e cada vez mais mao-de-obra qualificada na china.
Lembro-me de uma entrevista que o Sr. Fernando Ulrich chairman do BPI deu ao "Diga lá excelencia" na '2' a defender que uma redução de 10% no ordenado médio dos portugueses era bom para a economia.
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Bender Escreveu:Glande Pinlho , até em pleno deserto, ele tenta vender areia...
É isso mesmo, vender areia no deserto.
Segundo, é indiscutível que os salários e o nível de vida são baixos em Portugal. Mas, isso é algo de que ele como governante se deveria envergonhar. Porque o seu governo não fez nada para contrariar esta verdade. Pelo contrário, têm feito tudo para acentuar este fatalismo histórico. Desde o tempo do Salazar ninguém tinha feito tanto para empobrecer (todos) os portugueses.
Terceiro, os países da União Europeia têm de se tornar económicamente competitivos. Mas é inaceitável que essa competitividade possa passar por politicas de baixos salários ou por desregulamentações selvagens do trabalho. Nem pelo menosprezo pelas condições sociais ou direitos politicos dos seus cidadãos. Nem pelo desrespeito pelo meio ambiente. É a isto que chamamos civilização ocidental. Se estamos na Europa e não 'respiramos' estes principios ...
lfvc1 Escreveu:...temos agora Bloco de Esquerda e o PCP com a mania que somos ricos.
Inclua aí também o PS. Também há lá gente de bom senso que se insurgiu contra estas afirmações. Por qualquer razão, inibem-se de assumir publicamente a sua posição.
Bom fim de semana,
LS
hehehe! E vender gelados a esquimós
Eu também concordo que é mais que verdade que somos baratos e também concordo com o que o Socrates disse que era acerca da mão de obra qualificada, mas é irritante ouvir os políticos venderem a nossa mão de obra assim. Se fossemos baratos e esse ordenado fosse suficiente para o país onde vivemos não havia qualquer problema.
Uma vez um gestor de uma empresa de informática mostrou-me quanto custava aos clientes, um dia de um consultor/programador da sua empresa portuguesa e quanto custava de uma empresa indiana. A diferença era de um 0 à direita.
Só se pode competir sendo bom porque não podemos viver com salários de indianos ou chineses.
Quer-se dizer, criamos cavalos de corrida e depois vamos vendê-los a preço de pónei? É normal que os cavalos vão pastar para outros lados...
No negocios.pt: "Sócrates diz que Pinho se referia aos baixos salários da mão-de-obra qualificada" -
http://www.jornaldenegocios.pt/default.asp?Session=&CpContentId=290133

Eu também concordo que é mais que verdade que somos baratos e também concordo com o que o Socrates disse que era acerca da mão de obra qualificada, mas é irritante ouvir os políticos venderem a nossa mão de obra assim. Se fossemos baratos e esse ordenado fosse suficiente para o país onde vivemos não havia qualquer problema.
Uma vez um gestor de uma empresa de informática mostrou-me quanto custava aos clientes, um dia de um consultor/programador da sua empresa portuguesa e quanto custava de uma empresa indiana. A diferença era de um 0 à direita.
Só se pode competir sendo bom porque não podemos viver com salários de indianos ou chineses.
Quer-se dizer, criamos cavalos de corrida e depois vamos vendê-los a preço de pónei? É normal que os cavalos vão pastar para outros lados...
No negocios.pt: "Sócrates diz que Pinho se referia aos baixos salários da mão-de-obra qualificada" -
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Bons negócios. http://www.arturcarvalho.com
Quem está ligado: