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Caldeirão da Bolsa

Galiza deixa o Norte para trás

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Keyser Soze » 10/10/2007 20:32

Portugal só é mais rico que uma região espanhola

Tem o terceiro PIB, mas ocupa o penúltimo lugar na riqueza 'per capita'



Portugal está em penúltimo lugar na criação de riqueza per capita na Península Ibérica, de acordo com um estudo que abrange o país e as 17 regiões autónomas espanholas, ontem divulgado pela Saer, empresa de avaliação de risco liderada pelo ex-ministro das Finanças, Ernâni Lopes.

Madrid, com uma população inferior a Portugal, gera, no entanto, um PIB superior e está em primeiro lugar no ranking da produção da riqueza per capita , medido em paridade de poder de compra. Nesta tabela que assinala a qualidade de vida dos cidadãos, Portugal - apesar de possuir o terceiro maior PIB da Península - supera apenas a Extremadura espanhola, estando atrás da fronteiriça Andaluzia.

Pais Basco, Navarra e a Catalunha são regiões com melhor índice de bem estar - de acordo com o indicador de riqueza gerada pela população.

Portugal é a região com mais população mas está em sétima posição na tabela das maiores exportadoras da Península, com a Catalunha - com forte tradição industrial - Valência e Madrid a ocuparem os lugares nobres. Nesta tabela, à frente de Portugal, estão regiões como a Galiza, o Pais Basco e a própria Andaluzia.

O relatório destaca que, a médio prazo, a "convergência para o nível de poder de compra médio da União Europeia" dependerá "sobretudo do comportamento do PIB real", com a necessidade de Portugal retomar "ritmos de crescimentos bastante superiores à média europeia". O documento, transcrito pela empresa de rating, descreve que terá de haver, em paralelo ao crescimento do PIB, "um crescimento do nível geral preços de acordo com o comportamento da produtividade".

O relatório aponta para um crescimento da economia portuguesa "de acordo com as expectativas", mas não exclui um cenário de um "período recessivo" em Portugal já em 2008, caso a economia norte-americana entre em recessão. "Num cenário" de aterragem abrupta da economia americana, "com crises monetárias e bolsistas expostas, será difícil à Europa escapar aos efeitos de contágio". Nesse caso "não se pode afastar" o regresso à anemia ou mesmo a um período recessivo em 2008", com a economia portuguesa a acompanhar o "comportamento da Zona Euro".

http://dn.sapo.pt/2007/10/10/economia/p ... _espa.html
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por charles » 29/9/2007 1:28

temos de ver pelo lado positivo um dia a Galiza será nossa :) ......

Escola de Merufe
Pais admitem matricular os filhos na Galiza
Os pais e encarregados de educação dos alunos do 1º ciclo de Merufe, Monção, admitiram matricular os filhos na Galiza, Espanha, caso não seja rapidamente autorizada a sua transferência para a freguesia vizinha de Barbeita
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«Já há muitos pais a trabalhar na Galiza, na zona de Salvaterra e arredores, pelo que a hipótese de pormos lá os nossos filhos a estudar é perfeitamente equacionável», disse à Lusa um encarregado de educação.

Fernando Afonso afirmou ainda que os pais estão também dispostos a avançar com uma queixa-crime contra a coordenadora da Área Educativa de Viana do Castelo e contra a directora do Agrupamento de Escolas Vale do Mouro por alegadamente tentar obrigá-los a assinar um documento que consideram «ilegal e intolerável».

A Direcção Regional de Educação do Norte (DREN) decidiu fechar a escola de Merufe e colocar os 29 alunos da freguesia em Tangil, mas os pais nunca se conformaram e na segunda-feira pediram a transferência dos filhos para a escola de Barbeita.

No entanto, os pais foram «avisados» de que essa transferência só seria concretizada se assinassem um documento, também subscrito pela presidente do agrupamento e directora da Área Educativa, que consideram «ilegal» e «quase uma espécie de ameaça».

O documento «informa» os pais que a escola de Tangil «tem excelentes condições para garantir a escola a tempo inteiro» e que é «a mais próxima de Merufe» e alerta-os que as refeições e as actividades de enriquecimento curricular «serão as disponíveis na escola para a qual pediram transferência [Barbeita]».

Diz ainda que as transferências solicitadas serão autorizadas «até ao limite» da capacidade para escola pretendida.

«Trata-se de uma prepotência de todo o tamanho, pelo que, se as transferências para Barbeita não forem deferidas até amanhã, avançamos com uma queixa-crime no Ministério Público, por abuso de poder», garantiu Fernando Afonso.

Entretanto, os alunos de Merufe continuam a cumprir o horário lectivo na sede da Junta de Freguesia local, onde são acompanhados por professoras desempregadas e aposentadas.

Os pais aguardam para breve o julgamento da providência cautelar que interpuseram no Tribunal Administrativo e Fiscal de Braga para tentar reverter a decisão de encerramento da escola da freguesia.

Lusa/SOL
Cumpt

só existe um lado do mercado, nem é o da subida nem o da descida, é o lado certo
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por valves » 29/9/2007 0:28

s questão que se coloca é que a estrutura economica do norte assenta muito num tipo de industria com elevada propensão a ser deslocalizada . não é por acaso que é no norte mais fabricas estão a fechar e é também nesta região que os salarios estão a ser muito pressionadas em baixa. O governo deveria ter uma atenção muito particular para esta região que está a sofrer de uma forma muito particular a gloabalização na sua faceta má
Aqui no Caldeirão no Longo Prazo estamos todos ricos ... no longuissimo prazo os nossos filhos estarão ainda mais ricos ...
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por MasterGuardian » 26/9/2007 11:21

Reparem que a Galiza a crescer e o norte de Portugal em downgrade. Porque será? O norte está a desviar as suas atenções e investimentos para Galiza, não para Lisboa! Cretinos... Temos politicos (teoricos e retoricos) a gerir um País ao inves de Gestores competentes.
 
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por Serrano » 26/9/2007 8:39

Se não nos livramos da leitoada que nos governa e só pensa em Lisboa, o País será um deserto com uma cidade decadente no Norte (o Porto) e uma grande metrópole (Lisboa), com todos os problemas resultantes da falta de planeamento urbanístico e ordenamento do território.
Os que não querem morar em Lisboa têm que fazer algo, e esquecer os partidos do regime, pois já sabemos onde nos levam todos, sem excepção. Ou nos revoltamos, ou corremos o risco de ver a naturalidade dos nossos filhos passar a ser "ambulância dos bombeiros".
Editado pela última vez por Serrano em 26/9/2007 11:36, num total de 2 vezes.
 
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por Keyser Soze » 26/9/2007 6:41

Salários disparam em Lisboa

No espaço de um ano, o salário médio em Lisboa aumentou 63 euros, de longe a maior subida de todo o país. Um lisboeta trabalhador por conta de outrem ganhava, no final do segundo trimestre deste ano, 937 euros, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística. No outro extremo, a região Norte, cada pessoa levava para casa 647 euros - mais 11 euros do que um ano antes. Em pior situação estão os algarvios, já que o salário médio tem mergulhado. Em doze meses, perderam 47 euros na folha de vencimentos.

As melhorias salariais devem-se aos aumentos negociados todos os anos, mas também ao perfil produtivo de cada região. Uma cidade onde a maior parte das pessoas tenham qualificações elevadas e empregos bem remunerados apresentará valores salariais médios superiores aos de outra em que o mais comum seja o trabalho pouco qualificado, cujos salários são forçosamente mais baixos. Este facto ajuda a explicar as diferenças de vencimento entre os habitantes de Lisboa e o resto do país, sobretudo atendendo a que aí se situa uma parte significativa dos funcionários públicos e dos quadros das grandes empresas, adiantou Amável Alves, dirigente da CGTP para matérias laborais.

E a capacidade de atracção de mão-de-obra qualificada por parte da capital é cada vez maior, acrescentou Couto dos Santos, vice-presidente executivo da Associação Empresarial de Portugal (AEP). "O país está cada vez mais centralizado, no que toca à tomada de decisões, ao investimento e à atracção de recursos humanos e de elites". A perda de jovens qualificados preocupa especialmente a AEP. "Os bons técnicos saídos das universidades do Norte vão trabalhar para o estrangeiro ou para Lisboa. Aqui ficam os recursos pouco qualificados", cujo salário é inferior, disse.

Se as decisões do Governo contribuem para a disparidade salarial, entende Couto dos Santos, também os líderes da região têm responsabilidade. "Não há união nenhuma, as elites estão concentradas nas suas paróquias e rapidamente se deixam levar para Lisboa e se calam".

Outra razão para a disparidade salarial entre as regiões é o desemprego. É natural que uma região com maior número de desempregados e onde seja mais difícil encontrar um lugar no mercado de trabalho tenha salários mais baixos.

O facto de haver muitas pessoas a tentar preencher os poucos empregos disponíveis diminui o poder negocial dos trabalhadores face às entidades patronais, reconheceu Amável Alves. Ora, a região Norte continua a ter a maior taxa de desemprego do país, com uma diferença de 1,5 pontos percentuais face à média nacional - a maior diferença de que há memória.

http://jn.sapo.pt/2007/09/26/economia_e ... isboa.html
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por Branc0 » 18/9/2007 9:57

jacsilva Escreveu:um grande problema foi termos ido a votos acerca da regionalização e o PSD por oposição e não por convicção ter arrastado as massas populares para o não.
outro grande problema é a falta de massa cinzenta a laborar no norte pois o que cá nasce vai a maior parte para fora da região ou mesmo do País , por falta de oportunidade , ou seja o terrível ciclo vicioso .
a campanha do CDS também não ajudou nada com o lema " mais 8 tachos " . Pode ser que isto bata no fundo e alguém meta as mãos na cabeça e tenha medo de dormir pois pode não acordar. NÃO MERECEM MAIS.
eu não sou de esquerda e até parece .


A propósito disto, queria só dizer que li hoje num daqueles jornais gratuitos enquanto vinha para o trabalho que só o ano passado, o número de portugueses a emigrar para Espanha cresceu 50%.

E se fosse só para Espanha... :(
Be Galt. Wear the message!

The market does not beat them. They beat themselves, because though they have brains they cannot sit tight. - Jesse Livermore
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por Jacsilva » 18/9/2007 9:53

um grande problema foi termos ido a votos acerca da regionalização e o PSD por oposição e não por convicção ter arrastado as massas populares para o não.
outro grande problema é a falta de massa cinzenta a laborar no norte pois o que cá nasce vai a maior parte para fora da região ou mesmo do País , por falta de oportunidade , ou seja o terrível ciclo vicioso .
a campanha do CDS também não ajudou nada com o lema " mais 8 tachos " . Pode ser que isto bata no fundo e alguém meta as mãos na cabeça e tenha medo de dormir pois pode não acordar. NÃO MERECEM MAIS.
eu não sou de esquerda e até parece .
Bons investimentos
JacSilva
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por €$ » 18/9/2007 7:40

Keyser, somente para salientar que tenho lido os seus posts e devo dizer que são posts interessantes e que são publicados num timing apropriado.
Ganhe dinheiro verdadeiramente na net:
http://tinyurl.com/yrhn2o
e
http://tinyurl.com/2o2nml
 
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por Keyser Soze » 18/9/2007 7:27

Cartago Escreveu:Saramago, volta! Tás perdoado!!



ele que volte o caraças !

ele q se naturalize Espanhol e não me chateie mais


o "povo" não tem mesmo memória


há uns 15 anos, estavam os espanhóis com tx de desemprego de 20% e aqui só se dizia que isto era um óasis


Portugal está assim por culpa nossa!

pq é governado por um Estado centralizador, burocrata, gastador, corrupto,autista, afastado da realidade


a regionalização, autonomia, delegação, municipalismo ou como lhe queiram chamar, impõe-se

é necessários que aa regiões tenham autonomia para gerir os seus próprios serviços, tenham autonomia fiscal, tenham eleições locais....em suma, tenham liberdade para traçar o seu próprio caminho, em vez de estarmos dependentes de uns idiotas no Terreiro do Paço que querem controlar o pais inteiro
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por Cartago » 17/9/2007 23:38

Saramago, volta! Tás perdoado!!
"Es gibt keine verzweifelten Lagen, es gibt nur verzweifelte Menschen" - Heinz Guderian

Trad. "Não existem situações desesperadas, apenas pessoas desesperadas"

Cartago Technical Analysis - Blog
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por Keyser Soze » 17/9/2007 22:12

Norte e Centro são os menos produtivos da União a Quinze

Alexandra Figueira

Não há, em nenhum país da União Europeia a Quinze, uma única região com menor capacidade para criar riqueza do que o Centro e o Norte de Portugal e, logo a seguir, o Algarve e os Açores. Nem sequer as regiões gregas, com quem Portugal se vinha a comparar nos últimos anos. Os dados datam de 2004 (os últimos disponíveis), mas a disparidade deverá ser hoje ainda maior, já que Portugal tem crescido abaixo da média europeia. E, nos próximos anos, o desenrolar de acontecimentos deverá deixar o país ainda mais longe dos parceiros europeus, já que aproveitará menos as políticas de coesão comunitárias do que, por exemplo, a Grécia, indicam estimativas preliminares da Comissão Europeia.

A comissária para a Política Regional, Danuta Hübner, vai debater este e outros assuntos num seminário, em Bruxelas, no final do mês, onde será apresentado o último Relatório de Coesão, um documento feito a cada três anos para relatar os progressos feitos na coesão entre os estados-membros. Ou não no caso português, o documento confirma que o Norte é a quarta região mais pobre dos Quinze e que a produtividade (a capacidade de criar riqueza, medida dividindo o Produto Interno Bruto pelo número de trabalhadores) é a segunda pior - só suplantada pelo Centro do país.

A produtividade das regiões Centro e Norte não ultrapassa os 47% da média dos 27 países - nem sequer chega a metade, diz o Quarto Relatório da Coesão. No outro extremo está o Luxemburgo - o país é tão pequeno que só tem uma região -, com 182% da média.

Ultrapassados por 3 países

Duas décadas depois da adesão à União Europeia e aos subsídios comunitários, seria de esperar que Portugal se comparasse mais de perto com os seus parceiros de longa data do que com os doze países que aderiram nos últimos anos. A verdade é que, hoje, três desses países (Chipre, Malta e Eslovénia) e duas regiões (Budapeste e Praga, as capitais da Hungria e República Checa) são mais produtivos do que o Norte e o Centro de Portugal.

Só Lisboa se distingue nesta lista dos países mais pobres está em primeiro lugar, com uma produtividade de 78% da média dos 27. Sobre a disparidade entre uma capital e o resto do país, e sem se referir directamente a Portugal, diz o relatório de Coesão que "a crescente concentração da população e actividade económica em torno das capitais pode, a longo prazo, constranger o crescimento económico geral". Reflexo disso é o aumento da disparidade entre as regiões nacionais, destacada pela Comissão. "As disparidades alargaram-se entre 1995 e 2004", sobretudo durante a primeira metade da década.

O certo é que, se três dos países da coesão (Espanha, Irlanda e a Grécia) aproximaram-se do nível de vida europeu, já o quarto país (Portugal) cresceu abaixo da média comunitária a partir de 1999, não conseguindo passar dos 74% - abaixo da República Checa e da Eslovénia, por exemplo. Pior, o relatório diz haver "poucos sinais de recuperação".

De facto, Portugal será um dos países que menos aproveitará os 21 mil milhões de euros de subsídios, até 2013. Estima a Comissão que, até lá, crescerá 3,1% acima do que cresceria se não beneficiasse deste dinheiro, o que compara com os 3,5% da Grécia, os 6% da Eslováquia e os 9% da República Checa - países que rapidamente se aproximam do nível de vida português.


http://jn.sapo.pt/2007/09/17/primeiro_p ... vos_u.html
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Galiza deixa o Norte para trás

por Keyser Soze » 4/6/2007 8:48

Galiza deixa o Norte para trás

Os indicadores económicos mais recentes não deixam margem para dúvidas a Galiza atravessa o período mais próspero da sua história e promete, até, superar todos os índices de crescimento de Espanha. A produtividade dispara, impulsionada pelos sectores da indústria e serviços. O contraste com a crise que se vive na Região Norte de Portugal é evidente. Dois exemplos: o salário médio galego já vai nos 1240 euros, o dobro da Região Norte, que se fica pelos 635 euros. A taxa de desemprego da Galiza desceu para o nível mais baixo dos últimos 25 anos, enquanto no Norte continua a subir e a bater recordes pela negativa.

"O Norte de Portugal e a Galiza estão a viver dois ciclos completamente diferentes. Enquanto aqui se viveu um ciclo de recessão e de estagnação económica que perpassou pelo país a partir de 2001, a Galiza viveu o ciclo de crescimento de que a Espanha gozou nos últimos três anos", explica o presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N), Carlos Lage, evidenciando que a prosperidade galega de hoje resulta de "boas opções em matéria de política macro-económica e de despesa pública", aplicadas ao território espanhol no seu todo.

O mais recente relatório sobre a conjuntura económica divulgado pela Junta da Galiza confere o cenário de franca expansão económica. "Ao longo de 2006, a economia galega evoluiu muito favoravelmente. A taxa de crescimento do PIB atingiu 4,1%, superando a do conjunto da economia espanhola (3,9%)", relata o documento, onde consta, também, que rompendo tendências anteriores, o sector da indústria é o que apresenta maior dinamismo. "A produção industrial registou uma sensível recuperação, com uma variação média durante 2006 em relação ao ano anterior de 7,7%, o que, além de dobrar a média espanhola (3,7%), constitui o nível mais alto de sempre", lê-se no relatório. Ainda assim, continua a ser o sector dos serviços o que mais contribui para a subida do PIB, cuja taxa média de crescimento, de 2001 a 2005, rondou os 3,3%.

"A Galiza está com uma pujança económica, política, cultural e com uma capacidade de afirmação muito grande. Já não é aquela Galiza que a Rosalia de Castro cantava, um território pobre, de emigrantes, subalterno", explica Lage, vincando que os "progressos extraordinários" dos vizinhos galegos não passam despercebidos.

Outro sinal da prosperidade galega é o facto de a taxa de desemprego, sempre elevada e que há muito trazia os galegos com o coração nas mãos, ter caído de 9,9% (2005) para, pela primeira vez no último quarto de século, os 8,5%. Carlos Lage entende que, associada a outros factores, esta reabsorção do desemprego, que "era massivo", indica que a Galiza "passa pelo seu pequeno milagre económico", num evidente desfasamento face ao Norte de Portugal.

Lage acrescenta que, apesar das vincadas desigualdades, Portugal beneficia dos bons ventos que sopram do outro lado da fronteira. "O galego tem hoje um maior poder de compra e isso também é bom para o Norte. Vê-se muito galego que frequenta as nossas cidades, restaurantes e equipamentos culturais", sustenta, referindo também que "o mercado galego é fundamental para a exportações do Norte de Portugal e até do país".

"Uma das grandes surpresas que porventura deixaram boquiabertos analistas e estudiosos que trabalham em Lisboa foi ter percebido que a Galiza é o quinto mercado para as exportações portuguesas", diz Lage, concluindo que a situação galega proporciona "esperança" que o mesmo aconteça no Norte de Portugal. "O pêndulo vai e vem. É possível que entremos num ciclo económico ascendente e possamos recuperar", nomeadamente se a Região Norte adquirir "mais autonomia política e administrativa". Uma das vias para o "progresso e o êxito".

Automóveis na vanguarda

O sector automóvel garante todos os anos à Galiza receitas de milhões de euros, estimula o emprego e o crescimento do PIB. Uma indústria que não pára de crescer e que tem cada vez mais peso na economia local. Segundo dados oficiais do Governo Regional, o "cluster" da indústria automóvel inclui mais de 70 empresas, que representam uma facturação anual superior a 2600 milhões de euros. No que toca a componentes, a fábrica da Citroën (grupo PSA) de Vigo absorve 36% do total da produção das várias empresas da região, 21% destinam-se a outras unidades de Espanha e os restante 43% seguem para exportação. Os postos de trabalho que a indústria automóvel emprega na Galiza ronda os 20 mil. Destes, metade respeita ao Centro de Vigo do grupo PSA e o restante às fábricas de componentes. O progresso desta indústria na Galiza há muito que tem reflexos na economia portuguesa, com a implantação de um grande número de fábricas de componentes para automóveis, principalmente na Região Norte.



APF

"Vigo é uma cidade de trabalho"

José Pastor

Empresário português na Galiza



O clima de prosperidade que transpira da Galiza captou, há sete anos, a atenção do fotógrafo português José Pastor, 50 anos, que desde essa altura se divide entre Viana do Castelo e Vigo, onde criou, com a desenhadora de moda galega Rita Vidal, uma empresa de fotografia de moda e de publicidade. Admite que a opção pelo mercado do outro lado da fronteira aconteceu "por intuição", mas hoje em dia Pastor apresenta muitas razões racionais para a justificar. Um livro com imagens suas, intitulado "Vigo, cidade de trabalho", resume-as de uma penada "O galegos sabem que é pelo trabalho que ficarão grandes", conta o fotógrafo. "Nunca trabalhei tanto na minha vida. Os ritmos de trabalho são totalmente distintos, os tempos, a qualidade que é pedida, tudo é diferente". José Pastor critica a "falta de alma" do português e não se cansa de elogiar o espírito aberto, o empreendedorismo e a capacidade de trabalho galegos. Confessa que devido à "concorrência feroz" que caracteriza qualquer mercado na Galiza a sua implantação não foi fácil. "Os galegos falam grosso e buzinam muito e pensamos que é por nós sermos portugueses, mas não. É assim entre eles. Concorrem entre si, porque o galego está habituado a lutar pelas coisas. As empresas trabalham para estar à frente umas das outras em qualidade, embora de forma leal". Pastor acrescenta que ainda há "duas Galizas": "Uma que é quase uma extensão do nosso país, que pensa que nós, como eles, não temos nada. Outra que se afasta de Portugal, mais cosmopolita, urbana, inovadora, criativa, empreendedora… E essa é cada vez mais a Galiza de hoje". APF

"Hoje sou um médico português"

Carlos Salgado

Médico galego em Portugal



Carlos Salgado, 50 anos, clínico de medicina familiar, natural de Ourense, trocou a sua residência na cidade de Santiago de Compostela por Tui, para poder viver - com a mulher, enfermeira, e os seus três filhos - mais próximo de Ponte de Lima, onde exerce a profissão há sete anos. Salgado integrou a leva de médicos espanhóis que rumou a Portugal na última década à procura de melhores condições de trabalho. "Naquela altura havia muitas dificuldades de trabalho na Galiza e víamos Portugal como uma oportunidade. Era um mercado que nos criava grande expectativa", conta o médico. A tentativa de encontrar "estabilidade" fê-lo arriscar uma mudança que acabou por se revelar positiva. "Hoje em dia não sou um médico espanhol, sou um médico português", afirma, frisando "Passo mais tempo em Portugal que na Galiza". De resto, as semelhanças entre a terra que o viu nascer e aquela onde actualmente se sente "perfeitamente integrado" não serão assim tantas. "Sou galego de pura cepa. Se tiver de escolher, escolho a Galiza, mas se há algo parecido com a Galiza neste mundo é Portugal. Ali só não temos tanto sarrabulho", brinca. Carlos Salgado, coordenador da Urgência do Hospital de Ponte de Lima, faz questão de lembrar que a afluência de profissionais de saúde espanhóis ao Norte de Portugal foi vantajosa para os médicos que, como ele, finalmente encontraram condições de trabalho dignas, mas também para a população portuguesa. "Quando cheguei a Ponte de Lima havia 10 mil utentes sem médico de família. Hoje isso já não acontece, também graças aos médicos espanhóis", refere. APF

http://jn.sapo.pt/2007/06/04/primeiro_p ... _tras.html
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