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Caldeirão da Bolsa

Acordo ortográfico

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Acordo ortográfico

por jccgold » 13/5/2015 20:11

O acordo ortografico que o Brasil assinou em 1949 vao implementar quando?
Mini-saia passa a minissaia.
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Batamos palmas ao preso 44
 
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Re: Acordo ortográfico

por Lion_Heart » 13/5/2015 18:06

Entrou hoje em vigor. Agora chama-se Brasileiro :?
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Re: Acordo ortográfico

por MarcoAntonio » 26/3/2014 20:08

mcarvalho Escreveu:http://www.publico.pt/sociedade/noticia/acordo-ortografico-custa-processo-disciplinar-ao-juiz-rui-teixeira-1629711


Apesar de estar pessoalmente contra o novo Acordo, não posso concordar de forma alguma com a actuação do Juíz. Não é pretexto/razão para interferir com os procedimentos da Justiça, seja qual for o posicionamento do Juíz em relação ao Acordo...
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3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: Acordo ortográfico

por mcarvalho » 26/3/2014 20:01

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Re: Acordo ortográfico

por Heisenberg » 22/1/2014 16:42

O assunto continua actual:

http://www.publico.pt/cultura/noticia/acordo-ortografico-acabar-ja-com-este-erro-antes-que-fique-muito-caro-1620079

Não vejo argumentos novos, mas vale pela notoriedade do autor.
 
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Re: Acordo ortográfico

por joaoventura » 1/11/2013 13:16

Lion_Heart Escreveu:Por causa deste acordo inventado pelos Portugueses , pois parece que mais ninguém o quis , as primeiras 20 ou 30 pesquisas no google de algo em Português aparece em sites Brasileiros. O verdadeiro Português (língua) irá desaparecer em breve.


Pessoalmente, já há algum tempo que deixei de pesquisar coisas em Português, excepto notícias e outros assuntos nacionais. As restantes pesquisas que faço, principalmente coisas que eventualmente necessite de consultar na Wikipedia, faço integralmente em Inglês.

A Wikipedia com os textos dos brasileiros tem uma qualidade muito baixa! Passo a explicar porque digo isso: profissionalmente, estou a fazer uma investigação (Processamento de Linguagem Natural) em que uso milhares de documentos das Wikipedias em Inglês, Português e Alemão. Os documentos em Português (isto é, em brasileiro) são os que têm pior qualidade de texto, e onde os métodos que uso acabam por ter piores resultados de Precisão e Cobertura..

Os Brasileiros são muito mais que os Portugueses, por isso os textos de Brasileiros dominam sobre os dos Portugueses, mas a qualidade dos seus textos, em média, é demasiado baixa.. Obviamente que há bons textos de autores brasileiros, mas a qualidade média é baixa..
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Re: Acordo ortográfico

por Lion_Heart » 1/11/2013 12:49

Por causa deste acordo inventado pelos Portugueses , pois parece que mais ninguém o quis , as primeiras 20 ou 30 pesquisas no google de algo em Português aparece em sites Brasileiros. O verdadeiro Português (língua) irá desaparecer em breve.
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Re: Acordo ortográfico

por Elias » 1/11/2013 12:09

As “*atividades inspectivas”: um Guião da cacografia do Estado

Depois de ter partido sem resolver o problema, Paulo Portas acaba de contribuir para um terrível golpe desferido no sonho que alguns persistem em manter acerca da aplicação do Acordo Ortográfico de 1990. Por seu turno, se Paul Krugman soubesse português e tivesse lido o Guião ontem apresentado, os parágrafos de John Taylor seriam relegados para o segundo posto.

Efectivamente, fazendo um pequeno apanhado de co-ocorrências presentes neste Guião
acção (p. 32) e ação (p. 39)
adopção (p. 10) e adoção (p. 110)
aspecto (p. 12) e aspeto (p. 72)
activo (p. 55) e ativa (p. 84)
actividade (p. 8 ) e atividade (p. 69)
actual (p. 11) e atual (p. 81)
actualmente (p. 47) e atualmente (p. 93)
correcção (p. 21) e correção (p. 62)
direcção (p. 14) e direção (p. 72)
directa (p. 19) e direta (p. 37)
electrónica (p. 109) e eletrónica (p. 110)
exactamente (p. 10) e exatamente (p. 104)
excepcional (p. 101) e excecional (p. 63)
factor (p. 95) e fator (p. 96)
inspecção (p.60) e inspeção (p. 60) — exactamente, p. 60;
objectivo (p. 67) e objetivo (p. 63)
percepção (p. 42) e perceção (p. 57)
projecto (p. 73) e projetos (p. 73)— efectivamente, p. 73;
protecção (p. 60) e proteção (p. 61)
sector (p. 80) e setor (p. 87)
trajectória (p. 40) e trajetória (p. 101).

(ver o texto completo em http://aventar.eu/2013/10/31/as-ativida ... do-estado/)
 
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por Elias » 30/12/2012 22:55

Os (Des)Acordos do Brasil
30/12/2012 às 20:30GMC
1 comentário


Os acordos ortográficos entre Portugal e o Brasil têm sido um fenómeno de surdos a falar com mudos.

1911 – Primeira Reforma Ortográfica em Portugal.

1915 – A Academia Brasileira de Letras (ABL) decide, através de uma “resolução”, “harmonizar” a “sua” ortografia com a norma portuguesa.

1919 – A ABL revoga a sua “resolução” de 1915.

1929 – A ABL altera as “suas” regras ortográficas.

1931 – É aprovado o primeiro Acordo Ortográfico entre o Brasil e Portugal, visando “unificar e simplificar a língua portuguesa”. Este acordo acaba por não ser posto em prática.

1943 – É redigido o Formulário Ortográfico de 1943, naquilo que constituiu a “primeira Convenção Ortográfica entre o Brasil e Portugal”.

1945 – Um novo Acordo Ortográfico torna-se lei em Portugal mas não no Brasil, por não ter sido ratificado pelo Governo, se bem que tenha sido subscrito por representantes oficiais do Estado brasileiro; os brasileiros continuam a regular-se pela ortografia do Vocabulário de 1943.

1955 – O Brasil anula unilateralmente o “acordo ortográfico” de 1945 (que tinha subscrito 10 anos antes).

1975 – A Academia das Ciências de Lisboa (ACL) e a ABL elaboram novo projecto de acordo, que não é aprovado oficialmente.

1986 – José Sarney, Presidente do Brasil, promove um encontro dos então sete países de língua oficial portuguesa. O Acordo Ortográfico de 1986, que resulta deste encontro, é amplamente discutido e contestado, nunca chegando a ser aprovado.

1990 – A ACL convoca novo encontro, juntando uma Nota Explicativa do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. As duas Academias elaboram o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

1998 – Na cidade da Praia é assinado o Protocolo Modificativo do Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, retirando-se do texto a data de implementação. Mantém-se a condição de todos os membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) terem de ratificar as normas propostas no Acordo Ortográfico de 1990 (AO90) para que este seja implementado.

2004 – Os ministros da Educação dos países da CPLP reúnem-se em Fortaleza, no Brasil, para a aprovação do Segundo Protocolo Modificativo (2.º PM) ao AO90. Fica então determinado que bastará a ratificação de três países para que o AO90 entre em vigor nos demais cinco países.

2006 – Brasil, Cabo Verde e São Tomé e Príncipe ratificam o documento para que, nos termos do 2.º PM, o AO90 entre em vigor automaticamente em todos os 8 países da CPLP.

2009 – Entrada em vigor do AO90 no Brasil e em Portugal. Além de Portugal e do Brasil, também São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Timor-Leste e Guiné-Bissau já ratificaram o 2.º PM do AO90, embora estes últimos não o tenham ainda aplicado e Angola e Moçambique não tenham sequer determinado qualquer data ou previsão para a entrada em vigor do AO90.

2012 – O Brasil adia implementação do acordo até 2016.

E agora? Depois de mais de um século de “acordos” para “uniformizar a ortografia”… o que temos?

Temos… três ortografias! A do Brasil, que mantém a sua própria ortografia, a de Angola e de Moçambique, que mantêm a norma do Português “europeu”, e aquela que o Governo português quer impor em Portugal — o “Acordês”.

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por Heisenberg » 28/12/2012 18:03

Vejam bem os argumentos de um destacado linguista brasileiro, para uma publicação chamada... "a redação"...

Professor Ernani Pimentel critica acordo ortográfico e aponta incoerências

Brasília – O maior problema do acordo ortográfico são as regras do hífen, na opinião do professor de língua Portuguesa, Ernani Pimentel. Especialista em gramática e autor de livros, o professor já ensinou o idioma para mais de 500 mil alunos. “O grande problema [é que] não se quis pensar na regra. A rigor, o latim nunca teve hífen. Há quem defenda até a inexistência do hífen. A Alemanha acabou com ele. É possível simplificar as regras”, assegura.

Dentre o que considera “incoerências” do acordo, o professor destaca palavras como mandachuva, que não tem escreve sem hífen e guarda-chuva, que manteve o sinal.. “Como você pode dizer que cor de café, cor de abacate se escrevem sem hífen e cor-de-rosa se escreve com hífen? Faz sentido isso, regras com exceções? Não faz mais sentido”.

Outro exemplo é o uso das letras “j” e “x”. “Você estudou que se usa “j” nas palavras derivadas do tupi e do árabe, mas como você vai saber que elas vieram do tupi e do árabe? Você vai escrever com “x” as palavras derivadas do árabe e do africano, mas como saber se a palavra é derivada do árabe ou do africano? Você não tem condição de saber”.

No caso das consoantes que não se pronunciam, Pimentel lembra que o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas, por isso óptimo passou a ser escrito ótimo quando o “p” deixou de ser pronunciado. “Então, [se] o aluno aprende que as consoantes não pronunciadas não devem ser escritas porque que o “h” inicial não foi jogado fora? Ele é uma consoante não pronunciada. Então existem regras que se contradizem”.

Ao citar a palavra super-homem, que é com hífen e com “h”, Pimentel lembra que esse hífen está dizendo que o “h” é importante, tem que ser mantido. Por outro lado, a palavra desumano é sem hífen e sem “h”, o que significa que o “h” não é importante e pode ser jogado fora. “Qual o critério? O “h” é importante ou não? O italiano já jogou o “h” inicial fora e é uma língua latina. Porque a gente não aproveita isso"?

No que diz respeito ao acento diferencial, o professor defende que o da forma verbal para (terceira pessoa do singular do verbo parar no presente do Indicativo) deve ser restituído, “ porque a pronúncia dele é muito diferente no verbo e na preposição”. Pimental explica que há uma intensidade na pronúncia [do verbo] e essa intensidade tem que ser reproduzida no acento porque muda o significado.

No caso do trema, Pimentel é radical: “É absurdo é ter tirado o trema, porque o acordo é ortográfico, só pode mexer na escrita e o trema não é ortográfico, é ortofônico [é um sinal que significa que a letra sobre a qual há tema se pronuncia]. Ele [o acordo] mudou a pronúncia”.

Para o professor o trema não poderia ser suprimido pelo acordo. “Por exemplo: farmácia era com ph e lei, com y, mas [quando essas letras foram substituídas] não se alterou a fonética, houve mudança ortográfica. O trema não pode ser mexido por um acordo ortográfico”. (Agência Brasil)


O que me espanta é o senhor linguista criticar, muito bem, uma série de incoerências do acordo, mas ao concluir pela lógica de uniformização e de coerência, optar pela supressão de tudo aquilo que não se pronuncia... NO BRASIL! Depois faz a defesa do trema, com a qual eu concordo, mas ignora que a mesma lógica aplicada ao caso das consoantes "mudas" torna impraticável o acordo em Portugal. O homem está-se nas tintas para a pronúncia em Portugal. Nem a conhece.

Mas tem razão em muitos pontos. Se for usado este tipo de argumentação para os diferentes casos de cada país, facilmente se conclui que um acordo de uniformização é totalmente impossível. O crime é tentar pôr em prática o impossível e as consequências que isso acarreta.
 
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por Heisenberg » 28/12/2012 17:53

Ao contrário do que parece, isto não é nada de especial para quem se opõe à nova e desastrada grafia.
O que se passa é que o Brasil se coloca na mesma situação em que está Portugal, fazendo conviver as duas grafias.
Por outro lado, os motivos invocados para o adiamento não são os que nos interessam, porque as alterações mais graves para Portugal são inócuas para os brasileiros.

No Brasil o Acordo Ortográfico será obrigatório a partir de 2016
Governo brasileiro adiou a aplicação obrigatória para daqui a três anos.
[Público/LUSA 28/12/2012 - 15:04]

O Governo brasileiro adiou esta sexta-feira a aplicação obrigatória do novo acordo ortográfico em três anos, para 1 de Janeiro de 2016, de acordo com o decreto publicado no Diário Oficial da União.

Até então, o decreto promulgado em 2008 previa a aplicação obrigatória das novas regras em Janeiro de 2013, ou seja, na próxima terça-feira.


A iniciativa do adiamento surgiu após um pedido de parlamentares da Comissão de Educação do Senado, que ouviram, numa audiência pública, as críticas de destacados linguistas brasileiros às novas regras.

Como não havia tempo útil para a aprovação de um projecto parlamentar, a saída foi negociada com o Governo, disse à Lusa o senador Cyro Miranda no início do mês. Desde Janeiro de 2009, quando começou oficialmente a adesão do Brasil ao acordo, o uso da nova grafia é opcional, e vai continuar a ser até 31 de Dezembro de 2015.

O adiamento, defendido por parlamentares e linguistas, está a gerar polémica entre educadores e alunos que já estão a adoptar as novas regras.

Para os especialistas, como o linguista e professor brasileiro Ernani Pimentel, o adiamento é um primeiro passo para a reforma do Novo Acordo que, na sua opinião, não simplifica suficientemente a língua portuguesa.
 
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por mcarvalho » 13/12/2012 14:13

mcarvalho Escreveu:
Elias Escreveu:
mcarvalho Escreveu:e assim eles avançam "marimbando-se " e até gozando connosco..


andas distraído, mcarvalho... o Brasil decidiu precisamente não avançar :wink:


eles avançam mas não é na "letra"

:) :wink:


avançam é em tudo

http://poncheverde.blogspot.com.br/2012 ... uinta.html

e estão-se se "cagando " para o avô, titioo ou papai que ficou em portugal... só lembram quando veem cá .. "comer"... convidados ... por quem tem de pedir emprestado e por a passar fome a familia que sempre o ajudou

A Wilma .. grande amiga .. ajuda portugal .. irmão .. se portugal for AAA +++++++++++ nas agencias de rating.. se lembram ??? sócrates de cócoras??!!!


:mrgreen:
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por mcarvalho » 13/12/2012 12:14

Elias Escreveu:
mcarvalho Escreveu:e assim eles avançam "marimbando-se " e até gozando connosco..


andas distraído, mcarvalho... o Brasil decidiu precisamente não avançar :wink:


eles avançam mas não é na "letra"

:) :wink:
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por Elias » 13/12/2012 12:11

mcarvalho Escreveu:e assim eles avançam "marimbando-se " e até gozando connosco..


andas distraído, mcarvalho... o Brasil decidiu precisamente não avançar :wink:
 
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por Elias » 13/12/2012 12:11

mcarvalho Escreveu:e assim eles avançam "marimbando-se " e até gozando connosco..


andas distraído, mcarvalho... o Brasil decidiu precisamente não avançar :wink:
 
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por mcarvalho » 13/12/2012 12:06

só me admira é o porquê de o Português de Portugal ceder em tudo quando os braileiros e outros não estão minimamente interessados em "pormenores".. e assim eles avançam "marimbando-se " e até gozando connosco..

aliás o que todos fazem :(
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por Heisenberg » 13/12/2012 11:39

Angrense Escreveu:Se querem voltar atrás e anular este, então anulem também o anterior e passemos a escrever idéia, como os braileiros ainda fazem hoje. Sou professor de português e não me ofendem assim tanto estas alterações. A língua é um meio de comunicação, nada mais! Quanto mais simples e universal ela for, melhor.


Não faz sentido nenhum dizer que quem é contra este Acordo Ortográfico deve também recusar a reforma de 1945, ou mesmo a mais radical de sempre de 1911. Só ignorando por completo os argumentos que servem para condenar este acordo - e que se tem procurado expor pormenorizadamente neste tópico. Eis apenas alguns:

- foi alvo da condenação generalizada da comunidade científica solicitada para o avaliar - ver pareceres solicitados oficialmente e escondidos na gaveta por volta de 1990;
- não cumpre sequer os objectivos a que se propõe - em variadíssimos casos, não uniformiza e sim cria duplas grafias que não existiam; para além de que são inúmeras as duplas grafias que já existiam e se mantêm;
- dificulta a correcta pronúncia de uma enorme lista de palavras - a longo prazo, altera-a, como se demonstrou na questão do trema, alterado em 1945 apenas em Portugal;
- dificulta a compreensão da etimologia e, por consequência, do significado de muitas palavras afectadas - isto já acontece no Brasil;
- aumenta exponencialmente o número de palavras cuja pronúncia só pode ser decorada, e não aferida directamente pela grafia, algo que era residual na língua portuguesa (mas mais comum, por exemplo, no inglês) - este problema não existe no Brasil mas existe em Portugal, e essa diferença foi ignorada na redacção do Acordo, o que é grave;
- no caso das consoantes "mudas", ignora por completo as consoantes semi-pronunciadas ou de pronúncia variável (chamemos-lhes assim);
- ignora que as grandes diferenças entre o Português escrito em Portugal e Brasil: (1) têm uma raiz gramatical, impossível de uniformizar; (2) no caso das consoantes "mudas", nasceu de um movimento nacionalista das letras brasileiras que procurava distanciar a escrita brasileira da portuguesa;

(podia continuar...)

Em conclusão: o Acordo Ortográfico não uniformiza nada. É uma tentativa tardia de fazer o que se quis fazer em 1945 e falhou. Esta falha é uma consequência, admita-se, de uma reforma radical feita em 1911 exclusivamente por Portugal, que dividiu definitivamente os dois países; e do posterior movimento modernista brasileiro, pelos anos 20, liderado por Mário de Andrade, que assumiu o corte definitivo com o Português de Portugal (ainda que mais radical do que as diferenças que se consolidaram):

A língua portuguesa é uma opressão para a livre expressão do escritor no Brasil. (Mário de Andrade)

(Atenção: eu sou um admirador de Mário de Andrade e compreendo perfeitamente e ideia dele; o problema são as extrapolações...)

Custa-me muito ver que tantas universidades, escolas, professores, jornalistas ou editores sejam completamente acríticos em relação a algo demasiado importante.

Voltando à citação do topo: "simplificar" a língua não se resume a poupar letras. A língua não existe só na sua vertente grafada. Neste caso, a "simplificação" da escrita complica gravemente outros aspectos, listados acima.

Agora não me acusem de ser contra todos os acordos. Mais: a língua portuguesa escrita precisava urgentemente de uma reforma. Um dia posso listar aqui os aspectos que precisavam de ser reformados (verdadeiras incongruências que resultam habitualmente de erros nas reformas anteriores ou de inconsistências que as têm atravessado ao longo da história). Curiosamente, quase nenhum é contemplado neste Acordo.
 
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por MarcoAntonio » 12/12/2012 22:35

Não stresses...

:lol:

Em todo o caso, se não ficou claro e como eu não gosto de datas, eu estou a falar daquele acordo que pretende que passemos a chamar/escrever egito para aquele país de onde são naturais os egípcios.

E só de escrever isto entro meio em parafuso, vê lá o mal que me faz o acordo. É uma questão de saúde pública!...
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por Angrense » 12/12/2012 22:20

MarcoAntonio Escreveu:
Angrense Escreveu:Não sei se já reparaste, mas não estás a ignorar acordo nenhum, estás antes a aplicar e a agarrar-te com unhas e dentes a um outro, (...)


Oh angrense, francamente. Eu não aleguei que estava a ignorar todo e qualquer acordo. Eu não disse que "ignorava acordos", disse que ignorava "o acordo", utilizando o artigo definido "o".

Estava portanto obviamente a falar do acordo de que se trata neste tópico. Eu estava a supor que mais do que implícito, todos perceberiam de qual acordo eu estava a falar. Estava errado, claro...

:lol:


E assim se encerra uma discussão!
 
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por MarcoAntonio » 12/12/2012 22:15

Angrense Escreveu:Não sei se já reparaste, mas não estás a ignorar acordo nenhum, estás antes a aplicar e a agarrar-te com unhas e dentes a um outro, (...)


Oh angrense, francamente. Eu não aleguei que estava a ignorar todo e qualquer acordo. Eu não disse que "ignorava acordos", disse que ignorava "o acordo", utilizando o artigo definido "o".

Estava portanto obviamente a falar do acordo de que se trata neste tópico. Eu estava a supor que mais do que implícito, todos perceberiam de qual acordo eu estava a falar. Estava errado, claro...

:lol:
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por Angrense » 12/12/2012 22:11

MarcoAntonio Escreveu:
Angrense Escreveu:
Dom_Quixote Escreveu:Acção, escreve-se com um ou dois cês? :-k

Pá, actualmente está certo de ambas as formas. Isto do acordo ortográfico é porreiro pá! :mrgreen:


Ação adimite apenas esta grafia! Como já aqui se disse, o anterior acordo entre Portugal e Brasil foi ratificado apenas por Portugal. Se querem voltar atrás e anular este, então anulem também o anterior e passemos a escrever idéia, como os braileiros ainda fazem hoje. Sou professor de português e não me ofendem assim tanto estas alterações. A língua é um meio de comunicação, nada mais! Quanto mais simples e universal ela for, melhor. Há aqui no fórum erros bem mais graves e ofensivos do que escrever pára sem o acento gráfico.
O português não é dos portugueses, é de quem o fala! Esses falantes estão hoje espalhados pelos quatro cantos do mundo por nossa culpa. Quando nascem, os seus direitos sobre esta língua são tantos como os nossos. E sim, são 20 vezes mais no Brasil do que aqui.
Fui à Finlândia há dois anos, a uma pequena cidade chamada Kuopio. Nessa pequena cidade nórdica, adultos aprendiam português, a nossa língua, porque as empresas onde trabalhavam estavam interessadas em iniciar relações comerciais com o Brasil, onde, como por aqui se diz, se escreve "brasileiro". Não concordo que o Brasil roa a corda, não é correto da parte deles e demonstra desonestidade. Mas isso é apenas razão para criticar a falta de seriedade dos responsáveis brasileiros, não para atacar o Acordo.



Respeito a opinião mas não concordo. A título de exemplo - e que exemplo - registe-se que o Inglês regista diversas diferenças regionais que inclui para além de diferenças fonéticas, também diferenças gramaticais e ortográficas. Ainda não morreu ninguém e nem sequer está em causa a evidente popularidade da língua por esse mundo fora:

http://en.wikipedia.org/wiki/Comparison ... sh_English

Será verdade eventualmente que as diferenças não são tão extensas quanto as que encontraremos entre Portugal e Brasil (sem acordo) mas o ponto é que não se tem de seguir as mesmas regras em todo o lado.




Não acho o acordo uma coisa boa, está a tornar a língua mais confusa, menos coerente e a retirar-lhe carácter. É um acordo à força, martelado e não uma evolução natural da língua. Eu vou continuar a ignorar o acordo ortográfico!


Não sei se já reparaste, mas não estás a ignorar acordo nenhum, estás antes a aplicar e a agarrar-te com unhas e dentes a um outro, já de 1945 e que os brasileiros nem sequer ratificaram. Esta grafia que hoje usas resulta tanto da evolução natural que apregoas como a do acordo de 1990. Embora os haja, esse não é um bom argumento!
 
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por MarcoAntonio » 12/12/2012 21:58

Angrense Escreveu:
Dom_Quixote Escreveu:Acção, escreve-se com um ou dois cês? :-k

Pá, actualmente está certo de ambas as formas. Isto do acordo ortográfico é porreiro pá! :mrgreen:


Ação adimite apenas esta grafia! Como já aqui se disse, o anterior acordo entre Portugal e Brasil foi ratificado apenas por Portugal. Se querem voltar atrás e anular este, então anulem também o anterior e passemos a escrever idéia, como os braileiros ainda fazem hoje. Sou professor de português e não me ofendem assim tanto estas alterações. A língua é um meio de comunicação, nada mais! Quanto mais simples e universal ela for, melhor. Há aqui no fórum erros bem mais graves e ofensivos do que escrever pára sem o acento gráfico.
O português não é dos portugueses, é de quem o fala! Esses falantes estão hoje espalhados pelos quatro cantos do mundo por nossa culpa. Quando nascem, os seus direitos sobre esta língua são tantos como os nossos. E sim, são 20 vezes mais no Brasil do que aqui.
Fui à Finlândia há dois anos, a uma pequena cidade chamada Kuopio. Nessa pequena cidade nórdica, adultos aprendiam português, a nossa língua, porque as empresas onde trabalhavam estavam interessadas em iniciar relações comerciais com o Brasil, onde, como por aqui se diz, se escreve "brasileiro". Não concordo que o Brasil roa a corda, não é correto da parte deles e demonstra desonestidade. Mas isso é apenas razão para criticar a falta de seriedade dos responsáveis brasileiros, não para atacar o Acordo.



Respeito a opinião mas não concordo. A título de exemplo - e que exemplo - registe-se que o Inglês regista diversas diferenças regionais que inclui para além de diferenças fonéticas, também diferenças gramaticais e ortográficas. Ainda não morreu ninguém e nem sequer está em causa a evidente popularidade da língua por esse mundo fora:

http://en.wikipedia.org/wiki/Comparison ... sh_English

Será verdade eventualmente que as diferenças não são tão extensas quanto as que encontraremos entre Portugal e Brasil (sem acordo) mas o ponto é que não se tem de seguir as mesmas regras em todo o lado.




Não acho o acordo uma coisa boa, está a tornar a língua mais confusa, menos coerente e a retirar-lhe carácter. É um acordo à força, martelado e não uma evolução natural da língua. Eu vou continuar a ignorar o acordo ortográfico!
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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por Angrense » 12/12/2012 21:46

Dom_Quixote Escreveu:Acção, escreve-se com um ou dois cês? :-k

Pá, actualmente está certo de ambas as formas. Isto do acordo ortográfico é porreiro pá! :mrgreen:


Ação adimite apenas esta grafia! Como já aqui se disse, o anterior acordo entre Portugal e Brasil foi ratificado apenas por Portugal. Se querem voltar atrás e anular este, então anulem também o anterior e passemos a escrever idéia, como os braileiros ainda fazem hoje. Sou professor de português e não me ofendem assim tanto estas alterações. A língua é um meio de comunicação, nada mais! Quanto mais simples e universal ela for, melhor. Há aqui no fórum erros bem mais graves e ofensivos do que escrever pára sem o acento gráfico.
O português não é dos portugueses, é de quem o fala! Esses falantes estão hoje espalhados pelos quatro cantos do mundo por nossa culpa. Quando nascem, os seus direitos sobre esta língua são tantos como os nossos. E sim, são 20 vezes mais no Brasil do que aqui.
Fui à Finlândia há dois anos, a uma pequena cidade chamada Kuopio. Nessa pequena cidade nórdica, adultos aprendiam português, a nossa língua, porque as empresas onde trabalhavam estavam interessadas em iniciar relações comerciais com o Brasil, onde, como por aqui se diz, se escreve "brasileiro". Não concordo que o Brasil roa a corda, não é correto da parte deles e demonstra desonestidade. Mas isso é apenas razão para criticar a falta de seriedade dos responsáveis brasileiros, não para atacar o Acordo.
 
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por MarcoAntonio » 12/12/2012 20:50

Um ação (lê-se "a-são" onde o "são" é a sílaba tónica) é um aço grande, certo?

Não liguem, eu não percebo puto de "brasileiro", com o maior respeito por esses bacanos do lado de lá do atlântico...
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2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
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por Dom_Quixote » 12/12/2012 20:45

Acção, escreve-se com um ou dois cês? :-k

Pá, actualmente está certo de ambas as formas. Isto do acordo ortográfico é porreiro pá! :mrgreen:
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