A próxima bolha
Re: A próxima bolha
Quanto mais anúncios de bolha e de colapso, mais o mercado sobe tranquilamente. A menos que haja algum evento de monta, o caminho continuará como dantes. 
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Re: A próxima bolha
BearManBull Escreveu:Os mercado quebram sempre quando há overconfidence.
Existe sempre um black swan event que ninguém (ou quase ninguém) anteviu.
O que se fala por aqui e todos tememos:
Hiperinflação
Taiwan
Nuclear tático
Quebra de fundos de pensões
Conflitos de escala medio oriente
Guerra civil USA
Crise dividas
Bailout França
Colapso USD
Provavelmente não vai ser nenhum destes porque moem a cabeça de muito investidor/especulador.
Por muito que queiramos associar as Bolsas às teorias da economia e aos comportamentos dos diversos agentes baseados em reações dos mercados a determinadas variáveis....
A realidade mudou totalmente........e faz-nos caminhar alegremente para o precipício !
Hoje , são os Índices que condicionam o comportamento das ações e não o seu contrario !
E quando o FREE FLOAT se concentra a cada dia que passa , mais fácil será a capacidade de colocarmos os INDICE onde bem quisermos !
O que é que isto tem a ver com o desempenho da Economia Mundial , ou com a capacidade histórica de adivinhação do INDICE de Transportes DJT??????
RIGOROSAMENTE NADA !!!!!
[b] A NVIDIA tem transporte Próprio , não precisa de AVIÔES ![/b]
Bons negócios
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Re: A próxima bolha
Os mercados não colapsam pelo monstro que todos vigiam, mas pelo rato invisível .
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Re: A próxima bolha
Os mercado quebram sempre quando há overconfidence.
Existe sempre um black swan event que ninguém (ou quase ninguém) anteviu.
O que se fala por aqui e todos tememos:
Hiperinflação
Taiwan
Nuclear tático
Quebra de fundos de pensões
Conflitos de escala medio oriente
Guerra civil USA
Crise dividas
Bailout França
Colapso USD
Provavelmente não vai ser nenhum destes porque moem a cabeça de muito investidor/especulador.
Existe sempre um black swan event que ninguém (ou quase ninguém) anteviu.
O que se fala por aqui e todos tememos:
Hiperinflação
Taiwan
Nuclear tático
Quebra de fundos de pensões
Conflitos de escala medio oriente
Guerra civil USA
Crise dividas
Bailout França
Colapso USD
Provavelmente não vai ser nenhum destes porque moem a cabeça de muito investidor/especulador.
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: A próxima bolha
BearManBull Escreveu:Interessante partilha casino.
Eu oriento-me quase 100% pelos gráficos e o que vejo é comportamentos pré burst em formação.
Alta volatilidade, crescimentos acelerados, declives acentuados.
Quando rebentar a bolha vai impactar a economia real? Pode não ser nada de grave como as .com ou pode ser um tufão de escala 5 como em 2008/1929.
Já agora estamos muito próximo do centenário da grande depressão. Não tem grande relevo cósmico, mas o mercado é psicologia e nas cabeças dos investidores/especuladores estes números redondos tendem a ser inquietantes.
É melhor não pensar nisso...... A exposição Mundial aos Indices Americanos e aquilo que eles já absorveram desde o CRASH de 2008.............
Prefiro pensar que, no dia que isso acontecer .... A MSFT compra a GOOG e esta sobe 5 ou 6 vezes e o indice ainda fecha
FLAT !!!!
EM cada Indice , até no NIKKEI há verdadeiras Pérolas estranhamente Raras !
Isto tinha ido tudo para o Espaço e por longas Décadas, em 2008.... Daí para Cá
È FUGA para a Frente !
Se a BLACK ROCK tivesse sido criada em 1920,
ter-se-ia evitado 1929 !!!!
Foi Galo, só se lembraram em 2008 !!!!!!
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Re: A próxima bolha
Opcard33 Escreveu:Mas enquanto a sociedade confiar na moeda dos bancos centrais, conseguimos ganhar tempo.
A FED , BCE não põe pão na mesa, mas mantém o sistema a flutuar.
Concordo mas ganhar tempo não resolve problemas estruturais. Só oculta. Para mim a grande questão é quanto tempo a FED vai conseguir manter o barco á tona de água antes de afundar?
“It is not the strongest of the species that survives, nor the most intelligent, but rather the one most adaptable to change.”
― Leon C. Megginson
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Re: A próxima bolha
Interessante partilha casino.
Eu oriento-me quase 100% pelos gráficos e o que vejo é comportamentos pré burst em formação.
Alta volatilidade, crescimentos acelerados, declives acentuados.
Quando rebentar a bolha vai impactar a economia real? Pode não ser nada de grave como as .com ou pode ser um tufão de escala 5 como em 2008/1929.
Já agora estamos muito próximo do centenário da grande depressão. Não tem grande relevo cósmico, mas o mercado é psicologia e nas cabeças dos investidores/especuladores estes números redondos tendem a ser inquietantes.
Eu oriento-me quase 100% pelos gráficos e o que vejo é comportamentos pré burst em formação.
Alta volatilidade, crescimentos acelerados, declives acentuados.
Quando rebentar a bolha vai impactar a economia real? Pode não ser nada de grave como as .com ou pode ser um tufão de escala 5 como em 2008/1929.
Já agora estamos muito próximo do centenário da grande depressão. Não tem grande relevo cósmico, mas o mercado é psicologia e nas cabeças dos investidores/especuladores estes números redondos tendem a ser inquietantes.
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― Leon C. Megginson
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Re: A próxima bolha
BearManBull Escreveu:Opcard Escreveu:Lembro apenas isto nessa crise ,
Fed aumentou as taxas de desconto (o juro que cobra aos bancos) e não satifeita
Fed não injetou liquidez suficiente no sistema bancário muitos bancos ficaram sem dinheiro.
Todos sabemos que hoje não farão o mesmo .
Ok mas contextos diferentes.
Guerra, população envelhecida, inflação descontrolada, políticos ainda mais incompetentes e extremistas.
A FED é uma máquina de sonhos, mas não põe pão na mesa.
Isto é demasiado cedo para se falar em BOLHA ! Afinal aquilo ainda nem chegou aos 50% !!!
https://www.visualcapitalist.com/charte ... 145-years/
Isto é matemática pura ! Bem poderiam rebentar os Bancos todos dos States e as construtoras que , enquanto houver margem para concentrar ... aquilo vai concentrando !
Desde que não entre BICHO por cima, Por baixo podem roer a CARNE toda que não passa nada !
NVIDIA 10T está ao virar da esquina !
Só um [b]escândalo financeiro gigante[/b] que envolva estas empresas, poderá mudar o rumo dos mercados...... Apesar de manter as minhas dúvidas , sobre o nome que devo dar à coisa !
SIGA A FESTA ! Maravilhoso Mundo dos Indices e das
Rainhas DA Manobra !
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Re: A próxima bolha
BearManBull Escreveu:Opcard Escreveu:Lembro apenas isto nessa crise ,
Fed aumentou as taxas de desconto (o juro que cobra aos bancos) e não satifeita
Fed não injetou liquidez suficiente no sistema bancário muitos bancos ficaram sem dinheiro.
Todos sabemos que hoje não farão o mesmo .
Ok mas contextos diferentes.
Guerra, população envelhecida, inflação descontrolada, políticos ainda mais incompetentes e extremistas.
A FED é uma máquina de sonhos, mas não põe pão na mesa.
Contextos mudam , guerra, envelhecimento …. Mas enquanto a sociedade confiar na moeda dos bancos centrais, conseguimos ganhar tempo.
A FED , BCE não põe pão na mesa, mas mantém o sistema a flutuar.
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Re: A próxima bolha
Opcard Escreveu:Lembro apenas isto nessa crise ,
Fed aumentou as taxas de desconto (o juro que cobra aos bancos) e não satifeita
Fed não injetou liquidez suficiente no sistema bancário muitos bancos ficaram sem dinheiro.
Todos sabemos que hoje não farão o mesmo .
Ok mas contextos diferentes.
Guerra, população envelhecida, inflação descontrolada, políticos ainda mais incompetentes e extremistas.
A FED é uma máquina de sonhos, mas não põe pão na mesa.
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Re: A próxima bolha
Falta saber quando rebenta a bolha de momento temos a volatilidade característica de bolhas.
A minha expectativa é que a bolha rebente em 2026 já depois do novo chairman da FED baixar rates a mando de Trump. Mas lá está se eu penso assim o mercado provavelmente já fez essa leitura e pode-se estar a antecipar.
Mas olhando para os bonecos parece existir espaço para a bolha ser mais bolha. E a FED obviamente que vai mudar discursos consoante a cor dos mercados que pode dar novos ânimos aos touros até que eventualmente perca poder de manipulação.
A minha expectativa é que a bolha rebente em 2026 já depois do novo chairman da FED baixar rates a mando de Trump. Mas lá está se eu penso assim o mercado provavelmente já fez essa leitura e pode-se estar a antecipar.
Mas olhando para os bonecos parece existir espaço para a bolha ser mais bolha. E a FED obviamente que vai mudar discursos consoante a cor dos mercados que pode dar novos ânimos aos touros até que eventualmente perca poder de manipulação.
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Re: A próxima bolha
Outro indice em modo bolha.
Potencialmente tem aspecto que acabará por enfrentar um hectatombo daqueles que roubam 50% de valor.
Divida > 100% muito muito pior do que estava em 2008. População ultra envelhecida e economia completamente dependente do turismo. Ingredientes para uma bolha perfeita.
Potencialmente tem aspecto que acabará por enfrentar um hectatombo daqueles que roubam 50% de valor.
Divida > 100% muito muito pior do que estava em 2008. População ultra envelhecida e economia completamente dependente do turismo. Ingredientes para uma bolha perfeita.
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Re: A próxima bolha
Entre 2000 e 2002, o S&P 500 desceu cerca de 50 %, o mesmo que desceu entre 1972 e 1974. Entre 2007 e 2009, desceu cerca de 55 %.
Em 2020 houve o crash do coronavírus, em que desceu cerca de 35 %, o mesmo que desceu no crash de 1987.
A Fed existia em todas estas quedas e vai continuar a existir e vão haver mais quedas semelhantes no futuro-
A queda de 1929 foi a maior, mas, se vai haver uma queda semelhante à de 1929, não sei
Em 2020 houve o crash do coronavírus, em que desceu cerca de 35 %, o mesmo que desceu no crash de 1987.
A Fed existia em todas estas quedas e vai continuar a existir e vão haver mais quedas semelhantes no futuro-
A queda de 1929 foi a maior, mas, se vai haver uma queda semelhante à de 1929, não sei
Re: A próxima bolha
Lembro apenas isto nessa crise ,
Fed aumentou as taxas de desconto (o juro que cobra aos bancos) e não satifeita
Fed não injetou liquidez suficiente no sistema bancário muitos bancos ficaram sem dinheiro.
Todos sabemos que hoje não farão o mesmo .
Fed aumentou as taxas de desconto (o juro que cobra aos bancos) e não satifeita
Fed não injetou liquidez suficiente no sistema bancário muitos bancos ficaram sem dinheiro.
Todos sabemos que hoje não farão o mesmo .
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Re: A próxima bolha
Opcard Escreveu:Muitos gostam de comparar os mercados de hoje com os dos anos 20, como se fossem bolhas idênticas.
Eu penso que não são iguais, porque há algo que mudou profundamente os bancos centrais.
Há 100 anos já existiam, mas não tinham um papel determinante como têm hoje agora fazem o sol e a chuva nos mercados.
Por acaso, não parece haver muita diferença nesse aspecto. O Jesse Livermore negociou antes, depois e durante o crash de 1929 e queixa-se bastante dos bancos centrais e da fed nos livros. ja havia fed criada em 1913 e bancos grandes como o JP Morgan, criado em 1871. Nessa epoca o dinheiro estava mais concentrado e haviam menos regulamentação então é possível que os bancos tivessem até mais poder para manipular do que agora.
“There is nothing new in Wall Street. There can’t be because speculation is as old as the hills. Whatever happens in the stock market today has happened before and will happen again.” - Jesse Livermore
Re: A próxima bolha
Muitos gostam de comparar os mercados de hoje com os dos anos 20, como se fossem bolhas idênticas.
Eu penso que não são iguais, porque há algo que mudou profundamente os bancos centrais.
Há 100 anos já existiam, mas não tinham um papel determinante como têm hoje agora fazem o sol e a chuva nos mercados.
Eu penso que não são iguais, porque há algo que mudou profundamente os bancos centrais.
Há 100 anos já existiam, mas não tinham um papel determinante como têm hoje agora fazem o sol e a chuva nos mercados.
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Re: A próxima bolha
Fala-se mais do que aconteceu em 1929 e 2000, mas entre 1972 e 1974 houve uma queda de mais de 50%.
Já agora, depois disso houve um dos maiores bull markets até 2000, duração de 26 anos, com algumas correções e até o crash de 1987 pelo meio.
Desde 2009, este bull market dura há cerca de 17 anos. Não é o maior, pelo menos ainda.
Já tinha escrito sobre isto uma vez no tópico do DAX há já algum tempo, mas agora voltei lembrar-me disto
Já agora, acrescento ainda que antes houve um bull market secular ainda maior, entre 1942 a 1972, 31 anos.
Já agora, depois disso houve um dos maiores bull markets até 2000, duração de 26 anos, com algumas correções e até o crash de 1987 pelo meio.
Desde 2009, este bull market dura há cerca de 17 anos. Não é o maior, pelo menos ainda.
Já tinha escrito sobre isto uma vez no tópico do DAX há já algum tempo, mas agora voltei lembrar-me disto
Já agora, acrescento ainda que antes houve um bull market secular ainda maior, entre 1942 a 1972, 31 anos.
Editado pela última vez por previsor em 19/10/2025 20:28, num total de 3 vezes.
Re: A próxima bolha
O programa 60 Minutes da CBS, conduzido por Andrew Ross Sorkin, lançou recentemente um alerta importante sobre o momento económico atual. Sorkin traça um paralelo entre a euforia que vivemos hoje e os “loucos anos 20” do século XX, que antecederam o colapso bolsista de 1929.
Segundo o jornalista, o mercado está novamente a ser impulsionado por uma onda de otimismo e inovação, desta vez centrada na inteligência artificial (IA). Tal como na década de 1920, há um sentimento generalizado de prosperidade, com valorização acelerada das ações e um entusiasmo tecnológico que, embora baseado em avanços reais, pode estar a ultrapassar os fundamentos económicos.
Sorkin afirma que a economia está “quase artificialmente sustentada” pelo boom da IA e admite sentir-se “ansioso” perante níveis de preços que podem não ser sustentáveis. No programa, chega mesmo a dizer: “Vamos ter uma correção; não sei é quando, nem quão profunda.”
A revolução da inteligência artificial tem gerado investimentos maciços em empresas de tecnologia, semicondutores e infraestruturas digitais. Os lucros das grandes tecnológicas têm crescido, mas a valorização das suas ações tem avançado ainda mais rapidamente, elevando o rácio CAPE (Shiller P/E) para valores próximos de 39 vezes, patamar semelhante ao da bolha das “dot-com” no ano 2000.
A par disso, há um afrouxamento regulatório e um aumento da alavancagem privada, fatores que historicamente antecederam crises financeiras. Sorkin alerta que os “railguards” — as barreiras de proteção financeiras criadas após 1929 — estão hoje enfraquecidos, com investidores comuns a aceder a mercados privados e produtos complexos sem a devida proteção.
O fator que muda tudo: o boom na área da defesa
Contudo, há um elemento novo que diferencia 2025 de períodos anteriores de euforia — o forte crescimento do setor da defesa.
Vivemos um contexto geopolítico marcado por múltiplos conflitos e rivalidades estratégicas: a guerra na Ucrânia, o conflito no Médio Oriente, as tensões no Indo-Pacífico e o rearmamento global. Em resposta, os governos estão a aumentar significativamente os orçamentos militares.
Nos Estados Unidos, o orçamento da defesa deverá ultrapassar 900 mil milhões de dólares em 2025, o valor mais elevado de sempre. Na Europa, países como a Alemanha, a Polónia e o Reino Unido estão também a reforçar a sua capacidade militar, reativando setores industriais e tecnológicos antes estagnados.
Este movimento cria um novo motor de crescimento económico estrutural, distinto das bolhas puramente financeiras do passado. A defesa moderna depende fortemente da IA, robótica, semicondutores, sistemas autónomos e cibersegurança, o que significa que o setor tecnológico e o setor militar estão hoje interligados. Empresas como a Lockheed Martin, Northrop Grumman, RTX, Palantir, Anduril e Nvidia beneficiam diretamente desta convergência.
O alerta de Sorkin mantém-se válido: existe um risco evidente de sobrevalorização e de correção futura. No entanto, a presença de um setor de defesa em forte expansão introduz uma diferença essencial face a 1929 ou 2000. Parte do crescimento atual é sustentado por contratos públicos de longo prazo e por investimentos estratégicos estatais, e não apenas pela especulação dos investidores privados.
Ou seja, o mercado está dividido entre duas forças:
O entusiasmo tecnológico e especulativo da IA, e
O investimento industrial e estratégico impulsionado pela defesa.
Estas duas dinâmicas reforçam-se mutuamente — mas também podem amplificar o risco de um sobreaquecimento sistémico, caso os gastos públicos e a confiança nos lucros futuros não se confirmem.
Além disso, o aumento do investimento militar pode gerar pressões inflacionistas e obrigar os bancos centrais a manter taxas de juro elevadas, o que tende a penalizar as valorizações bolsistas.
O programa 60 Minutes cumpre um papel essencial ao recordar que a história económica é cíclica e que o excesso de confiança é um perigo recorrente. Contudo, o cenário de 2025 é diferente: o boom da defesa introduz um elemento de sustentação real e estratégica, que pode prolongar a atual fase de crescimento ou, pelo menos, suavizar uma eventual correção.
Em suma, estamos perante uma economia híbrida, em que a inovação tecnológica e o investimento militar coexistem como pilares centrais. Há motivos para prudência — mas também para reconhecer que parte da valorização atual é suportada por necessidades concretas de segurança e soberania.
O “boom da IA” pode conter uma componente de bolha, mas o “boom da defesa” poderá ser o contrapeso que evita o colapso total.
J.f.vieira
Segundo o jornalista, o mercado está novamente a ser impulsionado por uma onda de otimismo e inovação, desta vez centrada na inteligência artificial (IA). Tal como na década de 1920, há um sentimento generalizado de prosperidade, com valorização acelerada das ações e um entusiasmo tecnológico que, embora baseado em avanços reais, pode estar a ultrapassar os fundamentos económicos.
Sorkin afirma que a economia está “quase artificialmente sustentada” pelo boom da IA e admite sentir-se “ansioso” perante níveis de preços que podem não ser sustentáveis. No programa, chega mesmo a dizer: “Vamos ter uma correção; não sei é quando, nem quão profunda.”
A revolução da inteligência artificial tem gerado investimentos maciços em empresas de tecnologia, semicondutores e infraestruturas digitais. Os lucros das grandes tecnológicas têm crescido, mas a valorização das suas ações tem avançado ainda mais rapidamente, elevando o rácio CAPE (Shiller P/E) para valores próximos de 39 vezes, patamar semelhante ao da bolha das “dot-com” no ano 2000.
A par disso, há um afrouxamento regulatório e um aumento da alavancagem privada, fatores que historicamente antecederam crises financeiras. Sorkin alerta que os “railguards” — as barreiras de proteção financeiras criadas após 1929 — estão hoje enfraquecidos, com investidores comuns a aceder a mercados privados e produtos complexos sem a devida proteção.
O fator que muda tudo: o boom na área da defesa
Contudo, há um elemento novo que diferencia 2025 de períodos anteriores de euforia — o forte crescimento do setor da defesa.
Vivemos um contexto geopolítico marcado por múltiplos conflitos e rivalidades estratégicas: a guerra na Ucrânia, o conflito no Médio Oriente, as tensões no Indo-Pacífico e o rearmamento global. Em resposta, os governos estão a aumentar significativamente os orçamentos militares.
Nos Estados Unidos, o orçamento da defesa deverá ultrapassar 900 mil milhões de dólares em 2025, o valor mais elevado de sempre. Na Europa, países como a Alemanha, a Polónia e o Reino Unido estão também a reforçar a sua capacidade militar, reativando setores industriais e tecnológicos antes estagnados.
Este movimento cria um novo motor de crescimento económico estrutural, distinto das bolhas puramente financeiras do passado. A defesa moderna depende fortemente da IA, robótica, semicondutores, sistemas autónomos e cibersegurança, o que significa que o setor tecnológico e o setor militar estão hoje interligados. Empresas como a Lockheed Martin, Northrop Grumman, RTX, Palantir, Anduril e Nvidia beneficiam diretamente desta convergência.
O alerta de Sorkin mantém-se válido: existe um risco evidente de sobrevalorização e de correção futura. No entanto, a presença de um setor de defesa em forte expansão introduz uma diferença essencial face a 1929 ou 2000. Parte do crescimento atual é sustentado por contratos públicos de longo prazo e por investimentos estratégicos estatais, e não apenas pela especulação dos investidores privados.
Ou seja, o mercado está dividido entre duas forças:
O entusiasmo tecnológico e especulativo da IA, e
O investimento industrial e estratégico impulsionado pela defesa.
Estas duas dinâmicas reforçam-se mutuamente — mas também podem amplificar o risco de um sobreaquecimento sistémico, caso os gastos públicos e a confiança nos lucros futuros não se confirmem.
Além disso, o aumento do investimento militar pode gerar pressões inflacionistas e obrigar os bancos centrais a manter taxas de juro elevadas, o que tende a penalizar as valorizações bolsistas.
O programa 60 Minutes cumpre um papel essencial ao recordar que a história económica é cíclica e que o excesso de confiança é um perigo recorrente. Contudo, o cenário de 2025 é diferente: o boom da defesa introduz um elemento de sustentação real e estratégica, que pode prolongar a atual fase de crescimento ou, pelo menos, suavizar uma eventual correção.
Em suma, estamos perante uma economia híbrida, em que a inovação tecnológica e o investimento militar coexistem como pilares centrais. Há motivos para prudência — mas também para reconhecer que parte da valorização atual é suportada por necessidades concretas de segurança e soberania.
O “boom da IA” pode conter uma componente de bolha, mas o “boom da defesa” poderá ser o contrapeso que evita o colapso total.
J.f.vieira
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Re: A próxima bolha
O programa 60 Minutos da sic notícias está a falar da bolha. Estão a discutir que tipo de bolha é, se é justificável, se é como a de 2000 ou como a de 1929. De certeza que não vão chegar a nenhuma conclusão, mas o tema é interessante.
Re: A próxima bolha
Durante 2023 e 2024, os bancos regionais americanos foram tema dominante nos mercados .
Agora, com novas revelações de fraudes e perdas em carteiras de crédito, o receio regressa.
Agora, com novas revelações de fraudes e perdas em carteiras de crédito, o receio regressa.
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Re: A próxima bolha
Dois potenciais cenarios para volatilidade.
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Re: A próxima bolha
Vai ser o fim do mundo… ou então não.
Re: A próxima bolha
Vix ficou com um aspecto que vai para os valores do covid... 
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Re: A próxima bolha
Uma coisa que se vê no gráfico do VIX de longo prazo é que os fundos do VIX não coincidem com os topos do SPX a longo prazo
Re: A próxima bolha
djovarius Escreveu:Volatilidade a um nível mais baixo????![]()
O VIX está a 16.xx - no último estouraço a sério andava nos 10 e picos....
Mas apesar de parecer estar perto pode sempre faltar meses ou mesmo alguns ano como em 2008.
Na realidade este movimento do NIKKEI é um runaway gap portanto agora é estar dentro até prova em contrário.
O SP500 tem respirado. nos ultimos tempos e parece até estar saudsável e uma bolha global tem de começar nos USA. Provavelmente vai depender da FED. E da China... (2028 ano limite) .
https://www.globalguardian.com/global-d ... ade-taiwan
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