CALDEIRÃO DE BOLSA

A a ascen­são do dis­creto Nex­chip Chi­nês pre­o­cupa Tai­wan

“ 2015 atra­vés de uma empresa comum com a empresa tai­wa­nesa Power­chip, uma das dez mai­o­res fun­di­ções do mundo. Iro­ni­ca­mente, a Nex­chip está agora pres­tes a expul­sar a sua pró­pria empresa-mãe do mer­cado Chi­nês, esca­pando ao seu con­trolo: "a trans­fe­rên­cia de tec­no­lo­gia de alto valor da Power­chip está nas mãos da Nex­chip. A Power­chip agora pos­sui ape­nas 20% das ações, o que sig­ni­fica que elas podem ser facil­mente des­car­ta­das em um futuro pró­ximo", lamenta Jeremy Chih-cheng Chang.
A mai­o­ria das acções é agora detida pelo governo local de Hefei, capi­tal da pro­vín­cia rural de Anhui, uma pai­sa­gem muito dife­rente das metró­po­les de última gera­ção, como Shenzhen ou Xan­gai. Ape­sar das apa­rên­cias, Hefei aumen­tou rapi­da­mente em com­pe­tên­cias nos últi­mos anos, espe­ci­al­mente no domí­nio dos veí­cu­los eléc­tri­cos e semi­con­du­to­res, onde o governo local investe somas colos­sais. "Os chips auto­mo­ti­vos são um setor fun­da­men­tal para os chips madu­ros. Existe um plano para que estes sejam pro­du­zi­dos 25% na China até 2025. O obje­tivo cer­ta­mente não será alcan­çado este ano, mas eles estão ten­dendo nessa dire­ção", diz Anto­nia Hmaidi, ana­lista do Ins­ti­tuto Mer­ca­tor, na Ale­ma­nha.
Nos bas­ti­do­res, a indús­tria chi­nesa esta­be­le­ceu laços estrei­tos com téc­ni­cos tai­wa­ne­ses. "No caso do Hefei, toda a cadeia de for­ne­ci­mento de cir­cui­tos inte­gra­dos, desde o pro­jeto até os tes­tes de emba­la­gem, envolve empre­sas tai­wa­ne­sas", observa Wang Tsaiyi, pes­qui­sa­dor que cola­bo­rou na reda­ção do rela­tó­rio. Inter­na­mente, a Nex­chip é gerida por dois enge­nhei­ros tai­wa­ne­ses. Além disso, isso não é de forma alguma um segredo. Numa entre­vista recen­te­mente con­ce­dida na revista Tai­wa­nesa Busi­ness Today, O pró­prio CEO, Tsai kuo-chih, declara: "a Nex­chip é uma empresa admi­nis­trada por um líder tai­wa­nês. Desem­pe­nha um papel muito impor­tante para a eco­no­mia de Tai­wan e das suas empre­sas de design, por­que a con­fi­ança e a nossa pre­sença são canais neces­sá­rios para que entrem no mer­cado Chi­nês. »
Mas uma área escura paira sobre o número de talen­tos tai­wa­ne­ses que a Nex­chip des­co­briu em seu nome. No Lin­ke­din, um enge­nheiro con­tra­tado pela Power­chip para ingres­sar na empresa chi­nesa con­cor­dou em tes­te­mu­nhar sob con­di­ção de ano­ni­mato: "o chefe na época me levou para tra­ba­lhar com ele (na China). As empre­sas de semi­con­du­to­res pre­ci­sam de tra­ba­lho em equipa e não podem ser geri­das por uma única pes­soa. Todos nos conhe­ce­mos há vinte anos. Par­ti­lha­mos os mes­mos valo­res em ter­mos de com­pre­en­são, comu­ni­ca­ção e méto­dos de ges­tão. »
A con­tra­ta­ção de equi­pas intei­ras de enge­nhei­ros não é um caso iso­lado neste ambi­ente alta­mente sen­sí­vel. "As empre­sas de semi­con­du­to­res ten­dem a divi­dir o pro­cesso de pro­du­ção em par­tes indi­vi­du­ais. Os enge­nhei­ros con­tri­buem para uma pequena parte do tra­ba­lho. Se uma empresa chi­nesa como a Nex­chip deseja copiar o modelo Power­chip, faz sen­tido levar toda a equipe, essa é a chave do sucesso", ana­lisa Chi­ang Min-yen, outro cola­bo­ra­dor do rela­tó­rio publi­cado pelo Ins­ti­tuto de pes­quisa. No entanto, no Lin­ke­din, o enge­nheiro tai­wa­nês defende-se de qual­quer ideia de roubo de talen­tos por parte da empresa



Chi­nês: "isto equi­vale a pla­near a che­gada de um grupo de talen­tos pro­fis­si­o­nais da empresa-mãe para gerir as ope­ra­ções. Quando a TSMC cria uma fábrica nos Esta­dos Uni­dos, envia tam­bém um grupo inteiro de téc­ni­cos tai­wa­ne­ses para lá. »
Mas para Chi­ang Min-yen, esses dois cená­rios são incom­pa­rá­veis: "mesmo que os Esta­dos Uni­dos este­jam pres­si­o­nando para que os inves­ti­men­tos indus­tri­ais retor­nem ao seu país, há uma com­ple­men­ta­ri­dade entre os Esta­dos Uni­dos, que são líde­res em design de chips (nota­da­mente com Nvi­dia e AMD, Nota do edi­tor) e Tai­wan, que os pro­duz. Mas os mode­los de negó­cio da China e de Tai­wan estão a com­pe­tir. A estra­té­gia do governo chi­nês é copiar o ecos­sis­tema de semi­con­du­to­res de Tai­wan. »

richardj Escreveu:Uma empresa que passa muito ao lado das notícias, mas que produz chips de ponta!

Não sei que notícias vês, mas não se fala noutra coisa há 3 ou 4 anos.

rg7803 Escreveu:isso são old news....é a fabrica do Arizona, uma parte penso já estar inclusive em laboração (primeira fase)

Sim, a primeira fase da fábrica já está a funcionar e a expansão está em curso. Mas o grande bulk (90%+) continua a ser produzido em Taiwan.

Acho que uma boa "trading idea" relacionada com o sector pode envolver apostar no eventual breakthrough na China no que toca ao desenvolvimento de litografia (ou algo que faça competição ao processo da ASML). Parece-ne um monopólio à espera de disrupção.

isso são old news....é a fabrica do Arizona, uma parte penso já estar inclusive em laboração (primeira fase)
mas é com efeito uma boa empresa, e o maior risco é o que sinalizas, o risco de invasão (fechei a posição que tinha por essa razão uns anos atrás)

Boa tarde,

Estou a abrir este tópico sobre a TSMC, maior produtora de chips do mundo, uma empresa com fortes relações com os maiores players mundiais de tech, boas margens operacionais, bons rácios e balance sheet. O único ponto contra a TSMC parece-me uma possível intervenção da China em Taiwan.

Uma empresa que passa muito ao lado das notícias, mas que produz chips de ponta!

Mais recentemente, em conferência na casa branca, de forma a reduzir o impacto de possíveis tarifas, anunciaram o investimento para uma mega fábrica nos USA, num investimento de 100 B dolar.