NirSup Escreveu:Rolling_Trader Escreveu:(...)
Se todos os jornais falirem por falta de receita, a Google deixará de ter fontes para sumarizar a informação noticiosa, pelo que, no domínio das notícias, a Google deixaria de conseguir fornecer resumos de IA.
(...)
Os jornais, versão impresa e digital, sofrem a concorrência crescente de portais de notícias, de blogs especializados, das redes sociais e de sites agregadores de notícias.
Por isso, os jornais estão longe de ser a ÚNICA fonte dos sumários de informação da Google (AI Overviews)
O que vem agravar ainda mais o estado já calamitoso da imprensa escrita.
By Nirvana
Blogs e redes sociais nunca foram (nem nunca serão) uma ameça para o jornalismo visto que não são mais que "pseudo entendidos" a escrever umas "cenas" que um nicho de pessoas gosta de ler.
Já os sites agregadores e os portais tipicamente fazem web scraping e recortam alguns títulos, mas para ver o conteúdo completo o utilizador tem de ler o artigo (e consequemente dá receita aos verdadeiros autores). Para além disso continuam a servir um nicho e não as massas.
Porém,
os resumos de AI do chrome têm dois "vícios".
Primeiro respondem diretamente à pesquisa que fazemos.
Segundo são apresentados no Google search, sem o utilizador pedir.
Aliemos isso ao facto do chrome ser o
browser mais usado do mundo, com um share de 69% (de acordo com o
statcounter) e temos 2/3 da população mundial (dos que têm acesso à internet) a serem potencialmente desviados dos tradicionais sites de notícias.
Isso sim representa uma machadada nas receitas online, tal como referiu o grupo Penske Media Corporation (os "donos" da Rolling Stone e do The Hollywood Reporter), que reportaram uma quebra de 1/3 nas suas receitas de publicidade devido a um decréscimo das visitas aos seus sites noticiosos.
Não foi à toa que, em 2020, o
Departamento de Justiça dos EUA (DOJ) abriu um processo legal à Google para a obrigar a vender o Chrome. Muito recentemente a
Google ganhou essa batalha jurídica, escapando-se à sentença da venda forçada do Chrome, que o juíz achou exagerado, apesar de concordar que a Google usa métodos abusivos para estabelecer um monopólio no mercado dos motores de busca.
Na notícia, o procurador geral do DOJ escreveu o seguinte no X depois da senteça:
In BBC
"Today's remedy order agreed with the need to restore competition to the long-monopolized search market, and we are now weighing our options and thinking through whether the ordered relief goes far enough in serving that goal," Assistant Attorney General Abigail Slater wrote on X after the ruling.
E o que é que a Google faz a seguir a se escapar a uma sentença anti-monopólio do Chrome?
Anuncia que o
Chrome vai passar a ser "AI powered", competindo com browsers de IA como o Comet da Perplexity, aumentando ainda mais o alcance dos tentáculos do polvo do Monopólio.
Enfim, às vezes a Google parece que é intocável, desafiando constantemente as autoridades.
Não acho normal que logo a seguir ao trânsito em julgado que a absolveu de um processo anti-monopólio movido pelo próprio governo dos EUA, faça uma jogada destas, expondo o Gemini diretamente no Chrome, arriscando-se agora a novas ações judiciais por parte do DOJ, ou mesmo por parte das outras gigantes de IA como a OpenAI, xAI ou Anthropic.
Na prática a Google, ao incluir o Gemini diretamente no browser mais usado do mundo, estendeu agora a monopolização ao espaço das LLM.

Mas, se pensarmos nisso, a Microsoft já o fez antes ao incluir o Copilot no Edge (o que é grave visto que o Edge é o browser que já vem pré-instalado no Windows).
Enfim, uma guerra de mafiosos, é o que é.
