Nacional é a PHAROL, sem dúvida nenhuma. A Pharol é a herdeira da Portugal Telecom e está brutalmente subavaliada. Tenho postado a evolução dela no tópico relativo à PHArol no Caldeirão.
Resumo justificativo abaixo:
Os activos da PHArol a 31 de Dezembro de 2020 eram:
1) 326.259.859 acções OIBR3
2) 1.800.000 acções OIBR4
3) direito de compra de 8.538.276,96 OIBR3 a 20,104 reais/acção
4) direito de compra de 17.076.553,92 OIBR4 a 18,529 reais/acção
5) direitos de crédito sobre dívida da Rio Forte no valor nominal de 897.000.000€
6) dinheiro em caixa + acções próprias
Ou seja, assumindo que os direitos (alíneas 3 e 4) e os créditos de dívida da Rio Forte (5) valem zero e calculando o valor actual dos activos (à data de hoje):
Na prática, os activos resumem-se à posição na Oi e ao dinheiro em caixa. Não me parece que, nesta altura, haja outros riscos não acautelados (a não ser riscos globais, mas aí apanhará todas as acções). Quer isto dizer que a PHAROL irá mover-se em função daquilo que a Oi fizer, com a atenção devida à cotação do Real que influencia brutalmente o valor dos activos. A Pharol é a 2ª maior accionista da Oi.
A Oi está em recuperação judicial no Brasil e tem um plano ambicioso de conversão de negócio e será, no final do plano de recuperação (Outubro 2021) o somatório do seguinte:
* sócio minoritário da InfraCo - que terá como activo a infraestrutura de rede de transporte em fibra ótica e será uma entidade neutra (isto é, servirá como fornecedor de transporte fibra a qualquer operador). Em Outubro já contavam com mais de 400 mil kms de fibra instalada;
* a Nova Oi - que será "apenas" um operador de internet e plataforma digital que operará na rede da InfraCo e que espera chegar aos 4 milhões de clientes durante 2021 (neste momento têm 2 milhões).
Todos os outros segmentos de negócio foram divididos em empresas distintas (UPIs), que têm sido leiloadas e vendidas ao melhor comprador. A Oi vendeu nos últimos meses a rede móvel que tinha, as torres e os data centers. Ao mesmo tempo, tem saído legislação no Brasil que tem sido muito favorável à Oi, nomeadamente a nova lei das falências que permitiu à Oi reduzir a sua dívida muito significativamente. Com os leilões efectuados dos seus activos, a Oi fica quase com toda a dívida paga.
A próxima operação está marcada para o final deste mês onde a Oi irá anunciar a venda de, pelo menos, 51% da InfraCo e é essa expectativa que está em cima da mesa. A InfraCo tem para cima de 370 mil kms de fibra instalada no Brasil. O CEO já disse que o valor mínimo que esperam é de arrecadar com todas as vendas cerca de R$ 27 biliões e falam as más línguas que haverá uma dezena de interessados na InfraCo, ou seja, o montante arrecadado haverá de ser muito superior aos R$ 27 bis.
Depois dessa venda, o céu é o limite porque a Oi será uma empresa limpa de dívida e com activos de valor bastante elevado e uma base de clientes em expansão.