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Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 15:26
por MarcoAntonio
Djo, esta questão é recorrente.

O que a constituição quer dizer não é que tu podes fazer o que quiseres, atropelando os direitos dos outros, nomeadamente utilizando o que não é teu. Um serviço privado é propriedade privada. É óbvio que tu não és livre de fazer o que quiseres de forma indiscriminada: não podes entrar por um jornal dentro e exigir indiscriminadamente ter a primeira página só para ti, não podes participar neste forum violando as regras deste serviço nem tão pouco eu posso entrar em tua casa para escrever o que me apetecer nas paredes, no suposto exercício da minha "liberdade de expressão" (os exemplos são meramente ilustrativos).

Uma coisa é tu criares, sei lá, o teu jornal económico e vir o estado e dizer que não podes falar dessas teorias económicas. Isso é censura.

Outra é tu entrares aqui no forum e resolveres espetar com spam, violando as regras de um serviço que não é propriedade tua.

Dizer que tu és livre de te expressar não pressupõe que tu és livre de fazeres o que quiseres do que não é teu...


djovarius Escreveu:Os meninos de São Francisco da California não podem pensar que tudo podem.

Já foi bem esclarecido que não se trata de um problema de primeira emenda. Basicamente, o princípio é o mesmo que descrevi acima. Aliás (e felizmente) o texto neste caso é mais claro naquilo a que realmente se refere:

Congress shall make no law respecting an establishment of religion, or prohibiting the free exercise thereof; or abridging the freedom of speech, or of the press; or the right of the people peaceably to assemble, and to petition the Government for a redress of grievances.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 15:23
por Opcard
O problema nas nossas sociedades ocidentais é muito profundo eu procuro compreender só .

Ha um caminho para onde somos empurrados ,quem não aceita fica em situação difícil é tratado como um leproso o melhor é ir com os outros .

É preciso ser bom e inteligente para ir por outros caminhos , Edgar Hoover controlou 8 presidentes ele morreu mas a escola ficou , quando no 1.º dia lhe aparece alguém de uma agência a dizer que há vídeo com cenas de sexos com jovens e estava ali a folha para o dia quem não tem arcaboiço é melhor aceitar o papel .

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 13:25
por djovarius
E se o mesmo que ocorreu e ocorre lá fora, fosse em Portugal?
A questão nunca se colocou, mas pode bem ocorrer...

Em Portugal, o artigo 37º da CRP é bem claro:

1. Todos têm o direito de exprimir e divulgar livremente o seu pensamento pela palavra, pela imagem ou por qualquer outro meio, bem como o direito de informar, de se informar e de ser informados, sem impedimentos nem discriminações.
2. O exercício destes direitos não pode ser impedido ou limitado por qualquer tipo ou forma de censura.
3. As infracções cometidas no exercício destes direitos ficam submetidas aos princípios gerais de direito criminal ou do ilícito de mera ordenação social, sendo a sua apreciação respectivamente da competência dos tribunais judiciais ou de entidade administrativa independente, nos termos da lei.
4. A todas as pessoas, singulares ou colectivas, é assegurado, em condições de igualdade e eficácia, o direito de resposta e de rectificação, bem como o direito a indemnização pelos danos sofridos.

Se algum candidato político em Portugal for "atacado" por uma rede social, pode perfeitamente recorrer aos tribunais para ser reposto o seu direito. Assim é um Estado de Direito. Os meninos de São Francisco da California não podem pensar que tudo podem.

Abraço

dj

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 12:57
por forza algarve
djovarius Escreveu:Entretanto, é interessante ver censores a censurar a censura!!

Vejam o anexo, após a leitura da história (acima) que eu coloquei do twitter / Uganda.

(quero ver o que vai ocorrer se a Itália for para eleições antecipadas)


ja esta ocorrendo..o jornal de direita libero ja tem publicaçoes restringidas em algumas redes sociais

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 12:45
por djovarius
Entretanto, é interessante ver censores a censurar a censura!!

Vejam o anexo, após a leitura da história (acima) que eu coloquei do twitter / Uganda.

(quero ver o que vai ocorrer se a Itália for para eleições antecipadas)

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 12:15
por forza algarve
Opcard Escreveu:Li da Banca não haverá mais crédito para as suas empresa , os membros do seu governo nunca mais terão emprego na sua vida , já está criada uma plataforma para divulgar o nome das empresas que lhe derem emprego ,com manifestações e boicotes.


wow que bela democracia e unidade ..que bom peace&love que vem ai

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 12:04
por Opcard
Vingança ou justiça ?

A minha sensibilidade do tratamento dado pelos vencedores aos derrotados é antiga saber fazer justiça ou aplicar vingança, a forma como os ingleses trataram Napoleão sempre me irritou ou o fuzilavam ou o tratavam com dignidade , penso o mesmo hoje ou mandam o Trump para a cadeira eléctrica ou deixam em paz com a sua derrota e os seus erros (1) , ou os vencedores estão com medo de o defrontar no futuro pelo voto ? Não posso acreditar que seja está a razão eles são democratas ?

A vingança dos vencedores pode dar em desastre basta lembrar a vingança dos vencedores na 1.ª Guerra , houve quem alerta-se mas os franceses queriam sangue era a desforra total da sua vergonhosa derrota de 1870 , não receberam as compensações e tiveram a 2.ª guerra .

A arrogância dos vencedores nunca é boa conselheira, mas nisto Biden pela sua formação e alguém que conhece a história está a mostrar saber ao não alinhar com os radicais do seu campo .

(1) Ele vai acabar debaixo de uma ponte assim como todos que tiveram com ele
Li da Banca não haverá mais crédito para as suas empresa , os membros do seu governo nunca mais terão emprego na sua vida , já está criada uma plataforma para divulgar o nome das empresas que lhe derem emprego ,com manifestações e boicotes.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 11:30
por Flav
Realmente, depois de tudo o que foi possível ver em direto, depois de tudo o que já escrito nomeadamente neste Forum ... ainda há gentinha que acha piada a um eventual "I´ will be back" da criatura!!??

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 1:54
por forza algarve
Para depor Trump.
Os republicanos a favor Na câmara 10 sobre 200..
No senado deveriam ser 17 sobre 50..
Ou seja vejo quase impossível que Trump seja destituido..

Agora só falta que dia 20 olhando para a câmara da tv diga "I Will be back" tipo Terminator ahahah

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 1:48
por Carrancho_

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 1:31
por Carrancho_
MarcoAntonio Escreveu:Agora que foi impeached e tem o risco da condenação a pairar sobre a cabeça, Trump faz o discurso ao país que devia ter feito há uma semana atrás.

Os termos do discurso foram os correctos, pela primeira vez em bastante tempo.


Foram palavras que demoraram 1 semana a engolir para as conseguir dizer. Ontem, no Texas, já era tarde demais, deviam ter sido ditas no mesmo dia 6. Não ser esta a primeira intervenção pública depois dos acontecimentos, vale zero agora, mais parece estar a arranjar matéria para os seus advogados. Não acredito na sinceridade de uma única palavra desta lombriga.

Isto parece que estou a ver um filme hollywoodesco de baixos recursos em que o vilão é a personagem principal.

Extraordinário é continuar a ter apoiantes, mais ainda quando nem americanos são porque estão a assistir a este filme à distância, com menos paixão que lhes permitiria ter uma visão mais ampla e equidistante. Depois do ataque à democracia americana há menos de uma semana, o que os preocupa é uma empresa privada ter cortado o pio ao Trump? Por favor!!!

O Trump é um mentiroso compulsivo mas na verdade nunca escondeu o seu caráter, possivelmente por ser impossível esconder algo tão evidente, gente reles como ele nunca lhe deveria conseguir chegar à liderança de um país democrático, muito menos da maior potência mundial, com uma sociedade supostamente evoluída. No meu tempo tinham de ser como a mulher de César, se aparecia a foto de um candidato na sua juventude académica a gritar contra as propinas e a mostrar o rabo à polícia... nunca mais ele era coisa alguma na política. Este trump mostra o rabo a toda a gente no passado, presente e promete mostrar no futuro, além disso defeca em cima de todos os que estiverem no seu caminho e no passa nada, tudo se lhe tolera e desculpa. Como lider, como referência e exemplo para a Humanidade esta coisa foi uma catástrofe. Por mais que concordasse com as políticas defendidas por alguém com este caráter NUNCA em tempo algum o poderia apoiar.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 0:57
por djovarius
Por falar em abrir caixas de pandora:

O Uganda realiza eleições presidenciais na próxima quinta-feira e o clima de segurança no país é tenso. O atual Presidente do Uganda, Yoweri Museveni, com 76 anos, dos quais 35 à frente do país, enfrenta como principal opositor, Robert Kyagulanyi Ssentamu, um cantor popular com 38 anos, conhecido pelo seu nome artístico, Bobi Wine, deputado desde 2017 e candidato à presidência ugandesa pela Plataforma de Unidade Nacional, da oposição.


"Este mês (Janeiro), fechámos uma rede de contas e de páginas no Uganda que estavam envolvidas em "comportamento inautêntico coordenado" com o objetivo de influenciar o debate público no período antes das eleições", disse à agência France-Presse, Kezzia Anim-Addo, gestora de comunicações do Facebook para a África subsariana.

"Utilizavam contas falsas ou duplicadas para gerir páginas, comentando o conteúdo de outras pessoas, fingindo ser utilizadores, partilhando conteúdos em grupos para os fazer parecer mais populares do que eram", disse a mesma responsável.

"Em face à iminência das eleições no Uganda, avançámos rapidamente com uma investigação e anulámos a rede. Descobrimos que a rede estava ligada ao Grupo de Interação de Cidadãos com o Ministério da Informação (...) no Uganda", acrescentou a responsável do Facebook.

O conselheiro para a comunicação de Yoweri Museveni, Don Wanyama, uma das personalidades cujas contas no Facebook e no Instagram foram encerradas, acusou o gigante norte-americano de querer influenciar as eleições presidenciais.

"Deviam ter vergonha as forças estrangeiras que pensam poder instalar um regime fantoche no Uganda, desativando as contas online dos apoiantes do NRM [Movimento de Resistência Nacional, na sigla em inglês]", reagiu o partido histórico no poder. "Não se vão livrar do Presidente Museveni".

Segundo NRM, sofreram o mesmo procedimento várias dezenas de contas, pertencentes a várias personalidades, tais como um alto funcionário do Ministério da Informação e das Comunicações, um utilizador proeminente da Internet próximo do NRM ou um médico conhecido.

As contas do Presidente Museveni não foram afetadas pela intervenção do Facebook.

Museveni e a sua equipa de campanha têm acusado repetidamente "forças estrangeiras" - sem especificarem quais - de apoiarem a campanha de Bobi Wine.


E agora a reação:

O governo de Uganda ordenou nesta terça-feira, 12, que todos os provedores de internet do país bloqueiem o acesso às redes sociais e aos aplicativos de mensagem mais populares, incluindo o Whatsapp, o Facebook e o Twitter. A medida foi implementada 48 horas antes das eleições presidenciais no país e deve durar até “novo aviso”, de acordo com uma carta que teria sido escrita pela diretora executiva de Comissão de Comunicações de Uganda, Irene Kaggwa Sewankambo, e vazada pela imprensa local. Apesar da autenticidade da carta ainda não ter sido confirmada, usuários de todo o país reportaram interrupções constantes na conexão desde manhã. Como Uganda é um país de população jovem – 80% tem menos de 30 anos -, as redes sociais possuem um peso considerável na opinião pública sobre os candidatos à presidência.


E não vai parar por aqui. Já se devia saber que era assim que ia acabar...

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 0:53
por MarcoAntonio
Atenção que o impeachment é só a acusação (indiciação). O julgamento é realizado pelo Senado.

Agora, será o Senado a avaliar se as evidências disponíveis são suficientes e justificam a condenação.

E é também nessa altura que o Trump apresentará a sua defesa.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 0:42
por djovarius
O problema dos EUA é o sistema de apenas dois partidos, embora num regime presidencialista, isso seja melhor do que muitos partidos, senão fica ingovernável, tipo Brasil.
A questão é que importaram o sistema inglês, tipo "the winner takes it all", o que torna impossível a vida de pequenos partidos, que só se safam num sistema de representação proporcional.
Isto vale para e eleição do Presidente, mas também do Congresso, onde cada circunscrição eleitoral elege apenas um membro do Congresso, etc...

O que quero dizer com isto?

Que a realidade americana dava para uns 4 partidos, pelo menos. Um mais à direita que o GOP, com o pessoal que votaria sempre Trump (nesta fase), outro mais conservador, embora liberal na economia, mais ao estilo Reagan. Outro, que seria o PD com Clinton, Obama, Biden, mais ao centro (com a Tulsi Gabbard) e outro tipo "democrático socialista" com AOC, Sanders, Warren, etc...

No fim, não funcionava devido ao sistema eleitoral.

No Reino Unido, temos a experiência de lib-dem e outros, mas no fim, acaba por ser governado por conservadores ou trabalhistas, embora existam uns momentos em que outras forças consigam alguma influência.
O mesmo ocorre na Austrália ou NZ.

Nos EUA, a perplexidade foi adaptarem o sistema britânico não a um regime parlamentar, mas a um regime presidencialista. Só funcionará com dois partidos a deterem 99% da influência política.

Por isso, na minha carreira hoteleira, ao lidar com muitos americanos, fui confrontado com:

- pessoas que sendo do PD lamentavam a vitória do Trump mas a vida segue;
- com uma senhora que viajava com a filha após a vitória do Trump, que não parava de chorar, ao ponto da filha ser bem mais "adulta" que a mãe. Encontrei-as por acaso fora do serviço, convidaram-me para um vinho, até fui eu que sugeri o local, mas logo me arrependi. A senhora, apesar do conforto da filha não parava de se lamentar, pois ela acreditava que era o fim do mundo, vinha aí guerra, fome e miséria. Já nãos se podia aturar :?
- pessoas que sendo votantes no GOP, acabaram por votar no Trump, porque mesmo não sendo boa peça, era o que o país precisava (em alternativa à Hillary)
- pessoas que sendo votantes flutuantes, não foram às urnas (andavam era a passear na Europa) porque não gostavam dos candidatos.

Muitas destas pessoas precisavam claramente de outro partido para votar. Quando a escolha é só entre duas grandes forças, muita gente não vai.

Aliás, se só desse para votar PS ou PSD, quantos mais poderiam se abster?? A maioria dos do PC, seguramente, mas não só.


Agora, depois de ter falado da 25ª Emenda e de que como o VP Pence esteve bem em não entrar na banalização da mesma, uma palavra sobre o famoso "impeachment".

Para muitos de nós, europeus, esse processo de destituição é uma espécie de "moção de censura".

Nada mais errado.

A moção de censura é uma figura da larguíssima maioria dos sistemas parlamentares ou semipresidencialistas , em que o Parlamento retira a confiança do Governo, sendo que os parlamentares tornam a tentar formar novo governo ou se convocam eleições.
A moção de censura não é um julgamento político, é algo relativamente comum, bastando para tal que um partido que antes apoiava o governo, o deixasse de o apoiar.
Aqui, temos apenas o exemplo bem sucedido de 1985 quando Cavaco Silva, novo líder do PSD decidiu retirar o apoio ao bloco central liderado por Mário Soares. Fez o governo alguma coisa para merecer a moção? Não, nem tinha de fazer, simplesmente um dos partidos que sustentava o governo, decidiu deixar de o fazer.

A destituição do Presidente nos regimes em que este é o chefe de Estado e de Governo não é uma moção de censura, pois esse tipo de Governo não é censurável ao ponto de ser substituído por outro, nem sequer dá azo a eleições antecipadas para novo Presidente. É assim que funciona nas Américas (n países), seguindo o exemplo dos EUA.

A destituição é um evento raro que pretende ser um julgamento político a atos de diversa índole, provados, que sejam atribuídos à autoria do Presidente.
Por exemplo, no Brasil, em 30 anos de Constituição democrática, já há 2 Presidentes depostos por um processo dessa natureza. Acontece que, ao contrário do que diziam os partidários das teorias dos golpes, ambos tinham matéria do facto. Em 1992, Collor foi denunciado pelo próprio irmão como estado ligado ao esquema do "famoso" PC Farias. Corrupção.
Em 2016, Dilma caiu às mãos das "pedaladas fiscais". Como explicar isto... é um pouco como se aqui o governo aprovasse despesas / receitas fora do quadro do orçamento de Estado sem apresentar um orçamento retificativo, o que seria ilegal. Pois, a Dilma entrou numa situação dessas. Apesar de poder até passar por entre os pingos da chuva, havia matéria de facto para tal.

Nos EUA, até há pouco tempo, isso seria quase uma infâmia, até vir o caso Nixon / Watergate que foi um processo correto.. Depois, começaram as parvoíces da política. Verdade seja dita, a culpa foi toda do GOP com aquele ridículo processo ao Bill Clinton por alegado perjúrio no caso Monica Lewinsky. Isso abriu uma caixa de pandora que vai perdurar no tempo.
Trump foi o "ideal" para a vingança do PD. Tal como no caso Clinton, cumpriu-se o objetivo de desgaste. Em ambos os casos, tentaram transformar a destituição numa moção de censura. Ou seja, sem nenhuma garantia de maioria qualificada, avançaram com o processo para desgastar, levando à banalização dessa figura constitucional.

Agora, esta noite, foi-se mais longe. Avançou um processo, mais uma vez sem respaldo (onde estão as provas irrefutáveis, sem sombra de dúvida, como se exige num Estado de Direito, de que o Presidente mandou invadir o capitólio?), sem efeitos práticos de juízo (destituir um Presidente após a sua saída é o mesmo que julgar um arguido depois da morte do mesmo). Onde estão as garantias de defesa? Vai aquele que será um ex-Presidente defender a sua manutenção na Presidência (como seria normal neste tipo de processo) quando se esgota o prazo desse cargo?

A banalização do processo é mais do que manter aberta a caixa de pandora anterior. É rebentar com a caixa, com consequências ainda imprevisíveis na política.
Nenhum país que tem este sistema, do dito 3º mundo, alguma vez tentou um experimentalismo desta natureza.

Abraço

dj

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 14/1/2021 0:29
por MarcoAntonio
Agora que foi impeached e tem o risco da condenação a pairar sobre a cabeça, Trump faz o discurso ao país que devia ter feito há uma semana atrás.

Os termos do discurso foram os correctos, pela primeira vez em bastante tempo.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 23:54
por macau5m
MarcoAntonio Escreveu:
forza algarve Escreveu:mais do que se passou o que estamos assistindo a um operativo de segurança para o dia 20 unico na historia do mundo...falam de dezenas de milhares de forças de segurança...um triste sinal para a "democracia" americana...nem na China ha uns preparativos similares..ainda bem que a liberdade e democracia esta em washington


O que é isto quer dizer?


Mais vale por excesso que por defeito, se tivessem metido 2000 a guardar o Capitólio, certamente nas horas seguintes haveria muitos a dizer que não havia necessidade de tal força que tinha sido um exagero.

Mas de uma coisa tenho a certeza, nenhum manifestante teria posto um pé sequer, no primeiro degrau da escadaria.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 23:51
por MarcoAntonio
djovarius Escreveu:House Speaker Nancy Pelosi said Vladimir Putin should not decide American elections and accused President Donald Trump of seeking to "dismiss threats to the integrity of our democracy" after it was reported that House lawmakers were briefed on alleged Russian efforts to interfere in the 2020 election.



Não vejo nada de especial neste comentário. Este texto, que não é sequer nenhum tweet (portanto não estou a ver muito bem onde o twitter ia colocar a flag) é um texto normalíssimo, tanto mais que efectiva e claramente o Trump passou o tempo a desvalorizar (ver exemplo abaixo) a bem documentada interferência russa (ver documento oficial que partilhei anteriormente). Aliás, "acabamos" de saber que mais uma vez meia américa foi hackeada pela Russia como concordam os especialistas, incluindo o próprio Mike Pompeo.


Claramente o comentário não é equivalente a alegar que ganhou por um landslide as eleições que perdeu ou que as máquinas trocaram votos ou distorcendo os processos em tribunal e todo o tipo de mentiras patológicas que repetiu dias a fio várias vezes ao dia, utilizando o serviço do twitter como o seu veículo privilegiado de desinformação.




Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 23:46
por macau5m
forza algarve Escreveu:
Então están em sarilhos por la porque mais de 70 milhões não estariam preocupados com a segurança e democracia americana


Quando Vale e Azevedo saiu do Benfica, assisti junto do Tribunal da Boa Hora, dezenas ou mesmo centenas de adeptos em manifestações de apoio ao "seu presidente".
Sabes quantos apoiantes ele tinha passados poucos meses? ZERO.

Assim acontecerá para a ridícula personagem que um dia elegeram como presidente dos Estados Unidos da América.

Se algo de positivo trouxe a pandemia, foi dar cérebro a muitos americanos que conseguiram não votar Trump, infelizmente os cérebros não chegaram para todos.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 23:41
por djovarius
Alterar votos?

Ainda em Fevereiro ela dizia que o Putin "decidia" as eleições nos EUA!! Deu no "newsweek" em 21 de Fevereiro. Portanto, mesmo antes da covid-19 rebentar, ela andava tão convencida que o Trump ganhava, que já jogava outra vez a carta Russa, sem mais nem menos !!!

House Speaker Nancy Pelosi said Vladimir Putin should not decide American elections and accused President Donald Trump of seeking to "dismiss threats to the integrity of our democracy" after it was reported that House lawmakers were briefed on alleged Russian efforts to interfere in the 2020 election.

Ou seja, antes do festival do Trump em Novembro, tivemos em Fevereiro o festival da Nancy, frustrada por saber que a destituição não ia passar.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 23:29
por forza algarve
Senate Majority Leader Mitch McConnell is rejecting Democratic calls to bring the Senate back immediately to convict President Donald Trump, a decision that is likely to allow the President to serve out his final days in office.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 23:08
por MarcoAntonio
djovarius Escreveu:Estás a perguntar se houve interferência Russa na campanha ou se houve interferência Russa nos resultados finais das eleições?


Se me arranjares um post onde a Nancy Pelosi acusa os russos de alterar votos sem evidência, estou inteiramente contigo. Fico a aguardar pois não terei qualquer problema em concordar que esteve mal se encontrares (afinal, já a vi estar mal um montão de vezes). E que o twitter deve continuar a aplicar regras semelhantes em situações realmente semelhantes.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 23:03
por djovarius
"Hombre"

Estás a perguntar se houve interferência Russa na campanha ou se houve interferência Russa nos resultados finais das eleições?

É que isso faz toda a diferença !!!

Em 2017, no rescaldo das eleições, foi muito falada a questão das interferências estrangeiras nas eleições um pouco por todo o lado. Lembro-me muito bem de comentadores a dizerem que toda a gente tenta interferir com toda a gente.
Agora, o "outcome" das mesmas é outra história completamente diferente.

Se me perguntas se o Trump foi "eleito" em 2016 pelos Russos, eu digo-te já: eu não sei, tu não sabes, se calhar, ninguém sabe de certeza. Se tens provas materiais de alguma coisa, entrega as mesmas a quem direito.
Como se os Clintons não tivessem conexões para descobrir em tempo útil uma marosca a sério por parte de Russos ou outros quaisquer...

Por mim, Trump em 2016 foi eleito pelas pessoas que tinham anticorpos contra a Hillary e agora foi derrotado por razões deveras semelhantes embora num contexto diferente.

Marco: ela usar o termo "highjacked" não é diferente do homem cor de laranja usar o termo "rigged". São suspeições, mas o twitter punha uma mensagem a frio no caso do Trump, dizendo que os resultados estavam certificados e Biden foi declarado vencedor. Porque não vão aos "tweets" do passado dizer que a eleição foi certificada? . Se uma rede social quer entrar por aí, é melhor proibir política, ou sujeitar-se a moderação independente.
Quanto ao resto, pela primeira vez simpatizo com a atitude franco-alemã, que achou uma aberração este tipo de censura. Como já disse, eles não o fizeram por carinho ao Trump, mas pelas razões que já expliquei. A UE quer "apertar" estas empresas. Seja como for, isto está mais confuso do que nunca.

Abraço

dj

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 22:50
por MarcoAntonio
Quer dizer, só se for uma flag a linkar por exemplo para aqui:

https://www.justice.gov/storage/report.pdf


The Russian government interfered in the 2016 presidential election in sweeping and
systematic fashion. Evidence of Russian government operations began to surface in mid-2016. In
June, the Democratic National Committee and its cyber response team publicly announced that
Russian hackers had compromised its computer network. Releases of hacked materials—hacks
that public reporting soon attributed to the Russian government—began that same month.
Additional releases followed in July through the organization WikiLeaks, with further releases in
October and November.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 22:45
por MarcoAntonio
djovarius Escreveu:Eu nem sequer estava a falar de ser banido e da porrada no capitólio, apenas da parte (antes disso) em que um dizia que a eleição de 2020 era roubada e o twitter punha "flags" a dizer que os resultados estavam certificados e da outra que dizia que a eleição de 2016 era "highjacked", ou seja, sequestrada, que é a mesma coisa que ser roubada, na prática, sem que o twitter se importasse, até hoje.


Eu não vou estar aqui a defender a Nancy Pelosi mas estou certo que ela estava a falar da interferência russa, que está bem documentada na própria comissão que o investigou durante a administração Trump.

Exactamente porque é que o twitter se haveria de importar?



Aliás a política das flags aparece bem depois (durante a campanha de desinformação do Trump para desacreditar estas últimas eleições com mentiras). Mas se formos submeter o post às regras, ele não tem por que levar flag. A interferência russa está documentada em relatórios oficiais governamentais.

Re: O adeus do presidente que governou para os mercados

MensagemEnviado: 13/1/2021 22:42
por Opcard
Opcard Escreveu:Espero que sejam mais magnânimos que os ingleses estou a pensar no tratamento que deram a Napoleão , antes de Lutero ouve vários Luteros só que o Papa Leão X resolveu excomunga-lo todos sabemos o resultado , as opiniões públicas são muito instáveis .

Esta a venda em leilão a chave da cela do Napoleão ( é um sonho meu comprá-la ) que um soldado inglês escondeu para dar a sua mãe grande admiradora do imperador.

Por isso os homens maus e bons terão sempre admiradores compete aos vencedores serem inteligentes não fazer deles heróis ( Quando estive Waterloo ninguém falava ou sabia quem tinha ganho a batalha o herói era o derrotado )



PS . O que poucos sabem é que Lutero ganhou nas redes sociais e não houve censura , em 200 cidades havia prensas de Gutenberg