Bom, é por isto que eu fujo de tópicos de política
Vamos lá para um momento cultural, até porque já me chamaram de "análise simplista" e eu não levo desaforos para casa...
Já no fim dos anos noventa, no tempo de Clinton e da 3ª via, a Esquerda via-se em dificuldades, precisamente porque a 3ª via era uma espécie de "centro radical".
O livro "Achieving our Country: leftist thought in twentieth-century America", do filósofo Richard Rorty, creio que de 98 ou 99, fala de uma crítica ao sistema instalado e à sociedade que existia. A crise da Esquerda vinha do abandono e do desprexo das classes trabalhadoras e das classes mais baixas, por parte do intelectualismo esquerdista, algo que já Orwell falava em "Road to Wigan Pier".
Falava também do advento de figuras populistas nos EUA.
A eleição de Trump traz este livro à memória, mas a Esquerda não aprendeu: segue na senda de políticas identitárias e com um discurso que ninguém entende, como se vê nas questões de políticas de género, etc...
A Direita, por seu turno, continuou a falar para o cidadão comum. Não com Bush, mas sim com Trump.
Basta ver as eleições de 2016: enquanto a Hillary fazia "showmícios" com figuras da música, de Hollywood, por aí fora, a campanha de Trump fazia contas. Era precisa ganhar Estados voláteis (swing) e grandes eleitores.
Deu tudo certo. Aliás, sem a Califórnia, até teria ganho o voto popular.
Agora, em 2020, as eleições seriam um passeio, mas o coronavírus veio embaralhar o jogo: ainda assim, Biden não é uma figura forte. Se for com a senadora Klobuchar, ainda pior. Vai acontecer o que dizia Mark Lilla, um divórcio maior do cidadão comum, farto de 72 géneros, de BLM (cada vez mais negros repudiam as ações do BLM) e de tanta manipulação.
Agora tivemos uma rara conferência de imprensa de Biden, pasme-se com teleprompter. Isso mostra que os jornalistas já tinham passado as perguntas, o que permitiu formular as respostas.
Isso parece o que acontecia com as rádios locais de província aqui, lá atrás nos anos noventa. O presidente da Câmara de xxx só dava entrevistas se soubesse as perguntas.
Então, independentemente de outras coisas, é preciso ver as coisas com elas são. Nem Obama era o santo que diziam (sobretudo por causa daquela redoma do "deep state") nem Donald é o diabo que dizem.
Já dizia o ex-presidente Temer (Brasil): não é que parece, não é como se apregoa.
Em Portugal, as televisões são uma desgraça pelo enviesamento ideológico. As únicas pessoas que parecem comentar estes assuntos de uma forma séria, são Nogueira Pinto e a profª Patrícia Fernandes.
Ah, para acabar, ainda por cima Biden afirma que vai subir os impostos: como pode isso ser bom para quem investe nos mercados americanos ????
Abraço
dj