Preço das casas aumentou mais de 10% em 130 concelhos em 2023

[Rookie]

Bom dia a todos,

Estou a pensar numa forma de poupança/investimento para um filho que está para chegar e, gostaria de saber a vossa opinião. Visto que as contas poupança estão com as taxas que não se vêem, procuro uma alternativa que permita, no mínimo, compensar a inflaçâo. A ideia é fazer reforços mensais num produto que não me exija atenção permanente. Como o prazo de investimento será superior a 20 anos, estou disposto a correr algum risco. A minha ideia base seria um ETF para o SP500 (IWDA) mas penso que apostar em tecnologia também poderia ser interessante.

Obrigado a todos,

[A330-300]

Acho que há aqui duas coisas distintas:
Uma é finanças pessoais , e outra investimento.Eu diria que se deveria chamar ao assunto como um todo Economia pessoal , ou algo parecido. Esta subdividia-se em finanças pessoais e investimentos. Este último ia ser sub-dividido entre amador , ou pessoal, e profissional. Aqui para o caso ficaríamos pelo amador, ou pessoal, já que se assume que uma pessoa que faça formação profissional aprende na universidade tudoo o que a economia diga respeito.

Finanças pessoais é assunto relativo ás finanças do dia-a-dia tenha uma pessoa capacidade de poupança ou não. Aqui se inclui saber genericamente como funciona o sistema financeiro,o que são juros , o que é e como funciona um cartão de crédito,o que é capitalização,etc.e até aspectos psicológicos que é diferenciar uma compra por necessidade de uma compra por impulso entre outras coisas. Isto me parece ser o primeiro passo no que à educação financeira diz respeito, que acreditem muita gente não sabe. E que deveria ser ensinado na escola, desde tenra idade. O sistema ganha muuuiiito dinheiro com a ileteracia financeira das pessoas,que podiam de uma forma geral juntarem mais dinheiro ao longo da vida e terem um padrão de vida geral mais alto. E isto no limite ajudaria a economia como um todo reduzindo as diferenças entre ricos e pobres.

A segunda parte, investimentos , não pode ser iniciada , ou pelo menos eficientemente iniciada , por uma pessoa que não conhece o be-a-bá de economia que são as finanças pessoais.E nesta área , acho que se encaixa tudo o que aqui é tratado neste forum.

Acho interessante o assunto e um tópico aberto para finanças pessoais porque esse é mesmo o primeiro passo. Normalmente a primeira administração de dinheiro que uma pessoa faz é a mesada que recebe dos pais , que normalmente não dá para nada. Depois disso forma-se , começa a trabalhar , a ganhar pouco ,comprar casa e mobílias, e sim , aqui uma boa formação em finanças pessoais pode determinar quão rápido uma pessoa pode chegar a ter algum dinheiro junto para o começar a investir, e dessta forma entrar na segunda fase , investimentos.
Quando falamos em investimentos normalmente nos referimos a produtos financeiros , oportunidades de investimento , mas há uma parte bastante importante que está ligada aos investimentos que é o money management cuja base também tem a ver com o conhecimento de economia básica que se aprende em finanças pessoais.

Dito isto , se o tópico é de finanças pessoais , além do básico , também acho importante os aspectos psicológicos que envolvem as finanças pessoais.. Como distinguir a necessidade do impulso ,ter alguma ideia de marketing para conhecer os truques de vendas que fazem as pessoas sentirem necessiadades que não tem ,etc.

A333

[DocinhoTrader]

Olá Pata-Hari, isto é um bom tema, muito abrangente e tudo se resume a educação financeira, coisa que acho que deveria ser obrigatória no ensino escolar, sem ela nada feito.

Do pouco que sei e sem querer catequizar o assunto, deixo alguns tópicos que eu considero importantes para uma vida financeira tranquila:


-Trabalhar, poupar e investir/empreender
A pessoa dedicar uma parte do seu salário para investir ou abrir um negócio, com todos os riscos associados.


- No capítulo do investir, saber para onde a pessoa quer ir
A pessoa que investe/especula, seja em acoes, etf, cdfs, derivados, imovél, etc.. quer uma renda passiva? quer uma renda ativa? e em quanto tempo? Sabendo que para cada uma das situações existem métodos específicos.A pessoa quer paz, quer stress etc...


- Perfil de quem investe
Aqui acho que poderá levar algum tempo até que a pessoa se encontre onde quer estar,seja um buy & hold ou especulador,ou os dois.


- Focalizando a questão especifica dos ETfs que pareçe estar muito na moda (até tenho medo)
São uma boa opção para quem quer diversificação, embora eu prefira sempre comprar acoes diretamente, que uma cesta, que vem lá muita coisa má á mistura.
O risco de falência de quem os emite, taxas e o rombo que manda no bolso, que pareçe ser pouco ao principio mas se estiveres a trabalhar
com juros compostos vai provavelmente fazer a diferença entre acabares com metade ou menos de património num periodo de 20, 30 anos,dependendo do ETF, em comparação com as acoes propriamente ditas.

-Parar com a maluquice de girar património
Património é para acumular e não girar."Investir" com prazos temporários demasiadamente curtos,2 ou 3 anos,sendo que para quem realmente investe antes dos 5 não vê nada. Ou aquela de "vem agora um bull market",tentar adivinhar o timing, só vai levar a pessoa a comprar topo e vender fundo.

-Fazer proteção de carteira
Ouro, prata, bitcoin e afins.Á exeçao das cripto,que ainda não se sabe o que vai dar, está-se farto de saber que o rendimento ao longo dos anos em metais é só para perder ou igualar da inflação e se fizer hedging é pior ainda,vai comprar metais quando sería altura para comprar activos e vice-versa.

-Falando em especulação
Este assunto pia mais fianinho, exige um bom método, muita disciplina, nervos de aço, isto leva anos. As probabilidades estão mais contra nós.É neste tipo de negócio que muita malta sai a correr da bolsa e já não volta. Outros,mudam-se para holders,em vez de traders.
É aquela história, todo o trader pode ser holder,mas nem todo o holder pode ser trader,que eu acredito verdadeiramente.
Mas é também neste tipo de negócio que ganhas mais arcaboiço e vês realmente o que o mercado é capaz.Daí a minha admiração para
quem anda nisto á anos e a colher frutos.

[Pata-Hari]

Findando e como sou um profundo crente na educação/conhecimento pelo erro deixo a pergunta: que erros cometeste, ao longo da vida como investidora, que não queres que o teu filho cometa? Não há nada melhor que aprender com os erros dos outros, poupa.nos imenso tempo (que não é mais que o nosso bem mais valioso).

SFT, não se aplica exatamente a mim por variadíssimas razões: porque a minha formação de base é economia e finanças; porque sempre vivi "no meio"; porque trabalho na área há muitos anos e conheço os milhares de erros de pessoal quer dos mercados quer investidores particulares; porque se calhar um dia eles terão que investir património que não aprenderam a ganhar. Eu cometi alguns erros mas escapei à maioria destas armadilhas. Em parte, como em tudo, porque tive sorte. Os meus filhos estudam em áreas totalmente diferentes e estão totalmente alheados destes temas.

Acabo de me lembrar de outro "erro" que não me aconteceu mas que não esteve longe:

- não há razão para correr risco instituição sem ter um grande beneficio (estou a pensar no pessoal que aceita continuar em dados bancos para ganhar mais uma ridicularia em taxa ou pessoal que substima a chatice que é ter que transferir activos e património autónomo de instituições que foram à falência)

[Pata-Hari]

Niceboy, não me parece que isso acrescente alguma coisa. Nao estamos a falar de crianças de 6 anos. Estamos a falar de algo para adultos. Continuo a deparar-me com gente de todas as idades e formações que caem nestes erros básicos.

[niceboy]

https://www.dge.mec.pt/cadernos-de-educacao-financeira

[JohnyRobaz]

Bom, eu sou um autêntico novato portanto não me sinto propriamente capacitado para dar grandes conselhos, mas do que já consegui valorizar nos curtos 5 anos que tenho disto, acho que posso deixar uma recomendação de leitura fundamental: o "Trading in the Zone" do Mark Douglas e recomendar também que se persigam duas grandes virtudes: disciplina e paciência.
A questão dos ETFs e a estratégia de diversificação e compounding é deveras interessante e há aí uns tópicos antigos sobre isso, creio eu. O tópico do VirtuaGod é outro que vale a pena ler. Eu sou relativamente novo e depois de já ter levado umas surras do mercado com a mania de que podia transformar umas pequenas poupanças das quais podia arriscar em grandes poupanças de um dia para o outro comecei cada vez mais a pensar nisto e a ajustar as poupanças a essa filosofia de longo prazo (deixando só uns pózinhos para o swing ganancioso, mas vá, sempre com a disciplina e paciência).
Em relação a isto li há uns tempos um artigo engraçado e que pode despertar o interesse para um conhecimento sobre esse tipo de estratégia mais aprofundado:

https://awealthofcommonsense.com/2014/02/worlds-worst-market-timer/

Cumps

[SFT]

Um B-A-BA para alguém que se inicia nos investimentos e nas poupanças tentando evitar as desgraças mais comuns e mais evitáveis.

Começando pelo princípio: não há investimento sem poupança. (alguns dirão que há a via dos empréstimos blá blá blá, mas os empréstimos apenas transformam as pessoas em intermediários dispostos a pagar uma usura, adoro este termo)

Quem não sabe poupar dificilmente saberá investir, é a minha visão.

Por isso, para quem quer iniciar.se nos investimentos tem de saber poupar, mesmo que isso signifique transformar, aos poucos, os ganhos em poupança.

Como se constrói um B-A-BA do investimento? Há muito para onde começar por que as alternativas/produtos são igualmente infinitas/infinitos.

Eu gosto muito da ajuda que o Federal Bank de Dallas cede no seu portal:

https://www.dallasfed.org/~/media/documents/cd/wealth/wealth.pdf

É um bom ponto de partida.

(Os bancos federais americanos têm um conjunto de documentos, formações e ferramentas que podem ser interessantes para quem gosta de política/economia monetária bem como gestão pessoal financeira ou economia doméstica)

Findando e como sou um profundo crente na educação/conhecimento pelo erro deixo a pergunta: que erros cometeste, ao longo da vida como investidora, que não queres que o teu filho cometa? Não há nada melhor que aprender com os erros dos outros, poupa.nos imenso tempo (que não é mais que o nosso bem mais valioso).

[bogos]

Boa noite
Pata-Hari

Ocorre-me logo dois pontos....

Ensinar que não existem almoços grátis,

E que é preciso trabalhar muito e com afinco para se poder ganhar algum.

Ensinar que o mundo não é tudo auto-estrada e que o dinheiro não vem em abanar as árvores...

E antes de saber o que quer que seja sobre produtos financeiros, há que ensinar e saber o que é o risco. E o que ele acarreta.

No final, saber que qualquer decisão que se tome na vida financeira há que saber assumi-la, para o bem e para o mal, e não culpar os outros que nos rodeiam.

Bogos

[Pata-Hari]

O meu filho de 19 anos hoje teve no técnico um seminário de finanças pessoais. Estava cheia de curiosidade em saber o que teria sido dito. Ele diz-me que reteve relativamente pouco e mencionou alguns temas (uns mais interessantes e outros menos). Para minha surpresa, o tema ETF foi abordado mas pareceu-me que o tema de se entender como são feitos os ETFs e que tipo de risco investir num ETF poderá ter, népias.

Seria interessante compilar algumas ideias básicas para todos os investidores (e que eu tenho que um dia passar aos meus filhos - já vou tarde!). Um B-A-BA para alguém que se inicia nos investimentos e nas poupanças tentando evitar as desgraças mais comuns e mais evitáveis.

Começo aqui a listar o que me ocorre de imediato.

- Ideia de risco instituição: quanto deposito o meu dinheiro numa instituição, tenho que entender o que é risco instituição e o que é risco depositário. O que é risco balanço e o que é património autónomo dos clientes;

- Ideia de risco das aplicações financeiras: acções versus obrigações, versus derivados (etfs, futuros, produtos estruturados).

- A ideia do impacto do reinvestimento de retorno.

- a ideia e o entendimento que as instituições têm que ganhar dinheiro para sobreviver. Uma instituição que faz "borlas" é perigosa porque pode falir e convém entender onde e como a instituição ganha a sua parcela para decidirmos se é justo. (estou a pensar em várias coisa e aaté na decomposição de comissionamento quando pago diferentes perfis de investimento numa gestão discricionária)

- A ideia de que as comissões que pagamos têm um efeito gigante no resultado dos nossos investimentos a longo prazo.

- A ideia de quanto dinheiro é "dinheiro" (o miúdo estava impressionado porque o speaker tinha poupado 400 000 euros em 8 anos e se tinha reformado aos 30 anos. Dei uma dica em como isso não era assim tanto mas ele pareceu chocado com a ideia. Vou ter que o obrigar a fazer contas para entender que o speaker não é multimilionário)

- o que é um esquema piramidal : para se evitar meter num sem saber como funciona.

Querem adicionar mais ideias?