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Caldeirão da Bolsa

CoronaVirus, panico justificado...?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por forza algarve » 31/1/2021 11:58

No entretanto no Brasil a vida continua bastante normalmente com praias cheias e grande festa ontem nas ruas de São Paulo ontem pela Vitória do Palmeiras.
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Opcard » 31/1/2021 10:52

Portugal também é o país na Europa com mais anormalidades na vacinação na verdade alguém que eu não contratava para dirigir uma tasca é o coordenador da task force da vacinação Francisco Ramos .

Vejam a sua entrevista a propósito ou despropósito das vacinas fala em espírito vingativo dos 11% ou 12%” que votaram na candidatura de André Ventura nas eleições presidenciais de 500 000 só eles se querem de vingar ... que tem a ver eleições e as pessoas que são indevidamente vacinadas , penso que todos acham mal e não só os eleitores do Ventura .

Francisco Ramos, foi apoiante de Marisa Matias será que está afectado ?
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 31/1/2021 1:27

A questão do plano de vacinação é um processo complexo e os EUA não fica alheio a ela. E face ao atual grande numero de infectados nos EUA e novas variantes, por si só algo muito negativo, também não ajuda, pois esses pessoas não devem/podem ser vacinadas.
Quanto à vacina, ainda falta apurar a sua eficácia quanto ás novas variantes, da qual já surgem "algumas" dúvidas, ou seja menos eficazes...

Estados Unidos. Variante Sul Africana já chegou ao território e preocupa os especialistas

Está a funcionar mal o plano de vacinação nos estados. Fizeram stock de 45 milhões, mas só conseguiram administrar 28 milhões de doses. Algumas estão a perder a validade e na Califórnia há uma clínica que convida interessados em receber essas vacinas.

https://www.msn.com/pt-pt/noticias/ultimas/estados-unidos-variante-sul-africana-j%C3%A1-chegou-ao-territ%C3%B3rio-e-preocupa-os-especialistas/vi-BB1deWhp?li=BBoPWjC
Abraço,
Pepe

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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 31/1/2021 0:08

Tem que se levar mesmo a sério este problema e cada vez mais, sobe pena da situação ficar ainda pior... :pray:
Covid-19. Estirpe detetada no Reino Unido tem aumentado a um ritmo de 90%


A taxa de crescimento da nova variante britânica chegou aos 90%. O Instituto Ricardo Jorge calcula que dentro de duas semanas, quando chegarmos a meio de fevereiro, este vírus vai representar 65 por cento dos casos de Covid-19 no país.

Nesta altura os investigadores já analisam também casos suspeitos das estirpes do Brasil e África do Sul.

https://www.rtp.pt/noticias/pais/covid-19-estirpe-detetada-no-reino-unido-tem-aumentado-a-um-ritmo-de-90_v1293802



:clap:
Portugueses organizam-se para apoiar quem está na linha da frente

Uma onda de solidariedade está a levar muitas pessoas à porta dos hospitais portugueses. Levam refeições quentes, produtos de higiene e tudo aquilo de que se lembram para aliviar o cansaço dos profissionais de saúde.
https://www.rtp.pt/noticias/pais/portugueses-organizam-se-para-apoiar-quem-esta-na-linha-da-frente_v1293815
Abraço,
Pepe

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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 30/1/2021 19:51

Imagem

A linha a ponteado reflecte a média semanal.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Carrancho_ » 30/1/2021 16:23

Notícias do túnel
A médica Isabel do Carmo esteve internada dez dias com covid-19 no Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Este é o seu testemunho, que é também um alerta e um gesto de reconhecimento.

Sílvia Amaro
Isabel do Carmo
29 de Janeiro de 2021, 6:30
«
Eu, médica, observadora diferenciada, estive internada com o diagnóstico de covid-19 durante dez dias nas enfermarias do Hospital de Santa Maria e penso que o meu testemunho pode servir de alerta e de um enorme reconhecimento. Alerta para o risco real e actual (rastrear e confinar é preciso). E dar graças à vida pela existência do nosso Serviço Nacional de Saúde.

Estive a trabalhar e a ver doentes até ao dia 23 de Dezembro, com todo o cuidado, e não foi por aí que o vírus entrou. No dia 24, juntámo-nos seis adultos e três crianças e, apesar das máscaras e das distâncias, alguma imprudência abriu por momentos a porta ao invisível. Contaminámo-nos todos e, fiados na falsa segurança do teste simples, alguns de nós multiplicaram o contágio. Os mais jovens mantiveram a sua energia transbordante, os de idade intermédia tiveram muitos sintomas, mas trataram-se em casa, os mais velhos reagiram de acordo com os factores de risco. E foi assim que ao décimo dia de febre e outras queixas o meu colega do Centro de Saúde me ordenou, e bem, que fosse à urgência covid. Se não tivesse ido tinha morrido e esse é o primeiro alerta a manifestar.


Há um momento, determinado empiricamente, em que se conclui, por estatística, que é assim. Não vale a pena correr contra as probabilidades. Claro que foi muito incómodo, muito frio, muito desaconchegado, esperar por ser chamada no pequeno telheiro improvisado no piso das entradas. Fica melhor quem está dentro das ambulâncias, que têm suporte de oxigénio e macas ou cadeiras. Esta condição de espera, este ponto de entrada, seria possível melhorar fisicamente? Talvez. Mas os doentes chegam e não podem ser mandados para trás. Seria possível desviar um meteorito que caísse em cima das nossas cabeças? Só para os encartados e teóricos comentadores, que, eles, preveriam tudo.


Resolveu-se: agora temos o hospital de campanha. Todavia, foi por ali que me salvei. Quando finalmente dei entrada no Covidário, ganhei direito a um cadeirão, a uma máscara de oxigénio e à segurança de ter entrado no circuito. Desde esse momento fui sempre a senhora Isabel, idêntica a todos os outros e nunca, e bem, a médica da casa. Algumas horas depois entrei numa box, com WC e uma porta com grande janelão de vidro. As dimensões comparei-as com outras de outras “boxes” de há muitos anos. Idênticas, mas o janelão e o calor humano pertencem a outro universo. Fiz então uma TAC num dispositivo colocado no Covidário. E é aí o extraordinário. Nunca ao longo de tantos anos de clínica tive conhecimento de tal quadro – os meus pulmões estavam infiltrados de alto a baixo e dos dois lados com múltiplos focos de inflamação, que não deixavam o oxigénio atravessar os alvéolos e passar para o sangue, onde ele é necessário à vida. Sintomas? Poucos. Mas lá estava o oxímetro a mostrar níveis baixos. Aqui reside um grande risco. Esta “hipoxemia feliz” mata. Assim morreu o pai de uma colega minha com 50% de saturação e poucos sintomas. Foi, a partir do nada ou da experiência inicial da China, que os protocolos foram sendo estabelecidos. De madrugada saí do Covidário e fui rapidamente internada nas enfermarias covid, Medicina 2C. Fizeram-me aquilo que está protocolado que se faça: oxigénio, corticóides, broncodilatadores, antibiótico se necessário. Para os meus companheiros de enfermaria, alguns hemodialisados, diabéticos, transplantados, cada protocolo era diferente. No mesmo piso, para além da porta de separação havia mais enfermaria covid, havia a zona dos intensivos e havia a zona dos intermédios com máscara permanente de oxigénio, onde ficou o Carlos Antunes e donde partiu para sempre no dia 19 de Janeiro.

Foto
Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital de Santa Maria RUI GAUDÊNCIO
Os meus colegas não estão desesperados, nem aflitos, estão profundamente preocupados, esgotados também. Quando lançam o alarme cá para fora não é um pedido de socorro para eles. É dizer que só o confinamento melhora o problema. E há uma linha vermelha que percorre este chão e é móvel – a das mortes evitáveis
Aquilo a que assisti de serenidade, de eficácia, de competência, ficará para sempre marcado como um momento muito alto da minha vida. Sei que as pessoas todas juntas não somam inteligências, multiplicam. É um fenómeno que faz parte da natureza humana, assim a humanidade sobreviveu. Observei a entrada regular e harmoniosa das assistentes operacionais, dos enfermeiros, dos fisioterapeutas, dos jovens médicos internos e das chefes seniores. Cada um sabe o gesto que tem que fazer, o equipamento em que tem que mexer, o registo necessário, a colheita de sangue a horas, a administração do medicamento. E… sabe também informar. Explica o que vai fazer e porquê.



O meu conhecimento dos espaços das urgências cresceu comigo organicamente. Fiz urgências nos bairros pobres de Lisboa, fiz no Hospital do Barreiro actos clínicos que não passavam pela cabeça de uma miúda de vinte e poucos anos, antes da classificação de Manchester andei de papel na mão a fazer triagem na sala de espera, vi crescer o Serviço de Observações das Urgências de Santa Maria com a Teresa Rodrigues a decidir os gestos urgentes. E lá continua ela a salvar gente. Sofri com os “directos” e culpabilizei-me. Vi o Carlos França instalar finalmente os Cuidados Intensivos. Vi tudo? Não. Não vi nada. Porque bastou o ano de 2020 e o inimigo ultra invisível para perceber que há uma coisa que de facto é um “milagre”: a capacidade de auto-organização, rápida, eficaz, criativa, serena. Era possível fazer tudo isto com requisição civil? Tenho dúvidas. É a cultura que está para trás que explica o “milagre”.

Com as minhas amigas enfermeiras conversávamos por vezes sobre os “territórios”. Pois o milagre também desenhou territórios. Quer isto dizer que reina a paz nos serviços de urgência do Serviço Nacional de Saúde? Não. Esta onda organizada de espaços e de recursos humanos palpita como um corpo que pede respiração. O director da Medicina, Lacerda, vai buscar enfermarias a todo o lado possível, converte serviços e adapta-os. A Sandra Brás supervisiona como um arcanjo os vários espaços e equipamentos covid-19. Os meus colegas dos Cuidados Intensivos, com 85% de lotação, estão no limite, ou seja, na zona das necessárias e rápidas escolhas. Estes doentes não são pneumonias habituais. Têm mais demora de cama (quanta?), têm uso de equipamentos que não existiam antes.

Os meus colegas não estão desesperados, nem aflitos, estão profundamente preocupados, esgotados também, a situação é dinâmica, é preciso fazer opções técnicas. Quando lançam o alarme cá para fora não é um pedido de socorro para eles. É dizer que só o confinamento melhora o problema. É explicar que quanto mais infectados, mais sintomáticos. Entre estes aumentam os de risco e quanto mais risco mais cuidados intensivos. E há uma linha vermelha que percorre este chão e é móvel – a das mortes evitáveis.

Na minha enfermaria, por sinal toda de afrodescendentes, senti no mais fundo da noite que alguém abandonava a Montanha Mágica. Com serenidade. Sem obstinação. É também uma escolha. No dia seguinte a animada Inalda, assistente operacional de São Tomé (já sou efectiva!), a enfermeira Ana, a enfermeira Marta, nos doentes o Sr. C. que ficou meu amigo e é de Cabo Verde, a Dona A., de Luanda, o Sr. D. que também é de Luanda e já venceu muitas coisas, corpos que já foram desejados, já se reproduziram, são a humanidade que ali está. A médica de Medicina Interna, Dra. Patrícia Howell Monteiro, que ainda foi contratada em exclusividade (2008/2009?), é o pilar sólido e sustentável que orienta o Henrique Barbacena, o Renato e o Francisco, que hão-de fazer o exame da especialidade proximamente. Para onde irão? O Renato está a sofrer nos cuidados intensivos, a dar o máximo. O Henrique é também professor de Farmacologia, tive o privilégio que me explicasse coisas sobre vírus. E ausculta à velha maneira, como eu. Conseguimos ter um momento para conversar e a propósito da vida e do ultra invisível contou-me como lera apaixonadamente a Estranha ordem das coisas, do Damásio, livro que a chefe Patrícia lhe ofereceu. Há muitos anos, o António Damásio também foi da nossa incubadora, o Hospital de Santa Maria. E, a propósito, eu e o Henrique conversámos sobre a dinâmica da vida, a necessidade de não fazer classificações mecanicistas. E reganhei a grande esperança do aviso da tal frase do Abel Salazar: “Um médico que só sabe Medicina, então não sabe Medicina.” Estes sabem Medicina e são uma das estruturas do SNS.


Médica, professora da Faculdade de Medicina de Lisboa, membro do grupo Estamos do Lado da Solução
Um abraço,

Carrancho
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por artista_ » 30/1/2021 2:25

MarcoAntonio Escreveu:Bom, aqui fica info bem mais recente:

https://www.tsf.pt/portugal/sociedade/m ... 57439.html

0-19 : 2 (0.3%)
20-29: 5 (0.7%)
30-39: 20 (3.0%)
40-49: 41 (6.1%)


Não são muitos mas são alguns, por exemplo, 6,1% de 800 representarão qualquer coisa à volta de 49 pessoas nos UCI entre os 40 e os 49 anos... e cerca de 25 com na casa dos 30! São mais do que pensava
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por artista_ » 30/1/2021 2:16

Carrancho_ Escreveu:Que vergonha, espero que essa gente perca o seu tacho.


Concordo mas, se bem conheço as coisas em Portugal, parece-me pouco provável que percam o tacho... a não ser que seja para irem para outro!

Carrancho_ Escreveu:Quanto a políticos, acho que alguns deviam ser prioritários, pelo menos PR e todos os ministros do governo. Haverá mais alguns certamente, mas não são 1000.


Claramente, nem sei se a 100 chegaria!
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por artista_ » 30/1/2021 2:11

MarcoAntonio Escreveu:Está mal... especialmente à luz da falta de vacinas.

Uma nota, em Dezembro o congresso americano também se vacinou, o que causou algum sururu. Mas as circunstâncias são um pouco diferentes por várias razões: o peso dos movimentos anti-vac, o facto de muitos congressistas terem idade avançada e uma série deles já se ter infectado - se bem que os mais novos aproveitaram e vacinaram-se também - ou ainda o facto de, sem ser brilhante, o plano de vacinação estar a avançar lá mais depressa.


É por estas e por outras que eu me pergunto porque é que se surpreendem com a subida meteórica do André Ventura... até estou convencido que quanto mais intragável ele for mais gente captará, pelo menos numa primeira fase. Uma boa parte das pessoas que votam nele é sobretudo para chatear os partidos do aparelho!
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por BearManBull » 30/1/2021 1:25

Carrancho_ Escreveu:Não sei se o privado ainda terá grande capacidade pois tem recebido muitos doentes não covid.


Não sabemos, porque existe uma lacuna ideologia que impediu o governo coordenar esforços e interagir devidamente com o privado.

Na entrevista refere que no SNS no Norte não está neste momento saturado.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Carrancho_ » 30/1/2021 1:10

Não sei se o privado ainda terá grande capacidade pois tem recebido muitos doentes não covid.
Um abraço,

Carrancho
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Bar38 » 30/1/2021 1:05

Caramelo Escreveu:Entretanto, alguém que se demite, a ver se os outros lhe seguem o exemplo :clap:

https://www.publico.pt/2021/01/29/socie ... ao-1948564

Esquece...sai daqui e vai para ali....
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por BearManBull » 30/1/2021 0:56

Caramelo Escreveu:Entretanto, alguém que se demite, a ver se os outros lhe seguem o exemplo :clap:

https://www.publico.pt/2021/01/29/socie ... ao-1948564


Lol o pessoal das SS também são boa fruta.

Eu estou com o Djo, estamos num pseudo confinamento, que acaba por ser o pior dos dois mundos.

Pergunto eu porque não temos pessoas com esta excelência no governo? Provavelmente por não ser progressista, nem se guiar por ideologias.

António Araújo, diretor de oncologia do Hospital de Santo António: “Transferir doentes para o estrangeiro é uma estratégia ridícula"

Devemos envolver o setor privado e social. Não estamos numa altura em que nos devemos reger pelas nossas convicções políticas, precisamos de mais recursos humanos, eles existem, podem não ser num número necessário, mas existem no setor social e principalmente no privado. Devemos ir buscá-los, por acordo ou por requisição civil, e envolver estes setores no apoio ao esforço que está a ser feito para combater a pandemia.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Bar38 » 30/1/2021 0:51

Carrancho_ Escreveu:
Caramelo Escreveu:O chico-espertismo a funcionar :oops:



Que vergonha, espero que essa gente perca o seu tacho.

Quanto a políticos, acho que alguns deviam ser prioritários, pelo menos PR e todos os ministros do governo. Haverá mais alguns certamente, mas não são 1000.


Vergonhoso...criminoso até...mas não, mais um inquérito que não vai dar em nada...quanto aos políticos nem me admira é gente sem um pingo de vergonha...enfim....
 
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Caramelo » 29/1/2021 21:42

Entretanto, alguém que se demite, a ver se os outros lhe seguem o exemplo :clap:

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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por pepe7 » 29/1/2021 21:11

Quanto mais estiver descontrolada a Pandemia...pior...e no estado em que estamos em termos de saúde publica... :(
Os turista devem estar a"chegar" com "forza" ao algarve...Enfim
E falta saber como vai ser na primavera e verão... :roll:
Alemanha fecha portas a Portugal e a quatro outros países
Decisão vigora, para já, até ao dia 17 de fevereiro e encerra fronteiras terrestres, marítimas e aéreas.


Portugal é um dos cinco países mais afetados pela pandemia de Covid-19 cujos cidadãos vão ficar, a partir de sábado, proibidos de entrar na Alemanha, indicou esta sexta-feira o Governo alemão.

A decisão, que numa primeira fase vigorará até 17 de fevereiro, obriga ao encerramento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas a viajantes oriundos de Portugal, Reino unido, Irlanda, Brasil e África do Sul, cinco países fortemente assolados pela pandemia do coronavírus.

A medida foi tomada, segundo Berlim, para "proteger a população" e "limitar a propagação das novas estirpes" da Covid-19, lê-se num documento do Ministério da Saúde alemão.

As restrições incluem, porém, várias exceções, nomeadamente para os alemães que vivam nos países a que diz respeito a nova decisão e para os residentes portugueses, britânicos, irlandeses, brasileiros e sul-africanos que morem na Alemanha, bem como os passageiros em trânsito ou ainda a circulação de mercadorias.

Entre as exceções figuram ainda os transportes por razões de saúde.

Quinta-feira, o Governo de Portugal proibiu a saída de portugueses do país, ficando interditadas deslocações para fora do território continental, efetuadas por qualquer via, designadamente rodoviária, ferroviária, aérea, fluvial ou marítima.

O decreto nesse sentido foi publicado já hoje no Diário da República que regulamenta o estado de emergência em Portugal.

Em Berlim, o governo alemão indicou que impôs a proibição por sua própria iniciativa, independentemente da dos seus parceiros da União Europeia (UE), que ainda não chegaram a acordo sobre uma abordagem uniforme sobre a questão.

Também quinta-feira, o ministro do Interior alemão, Horst Seehofer, indicou ser intenção de Berlim reduzir "ao mínimo" o tráfego aéreo internacional com destino à Alemanha face ao avanço da pandemia do coronavírus, tal como fez Israel.

Há vários meses que a entrada na Alemanha se tornou cada vez mais complicada para cerca de 160 países do mundo, em particular com a obrigação de apresentar um teste negativo feito menos de 48 horas antes ou logo após a chegada, seguido por "uma quarentena dissuasiva de 10 dias".

No entanto, na maioria dos casos poderá ser encurtado para cinco dias após um segundo teste negativo.

Para os países mais afetados pela pandemia, especialmente aqueles onde as diferentes variantes do coronavírus estão em circulação, as pessoas foram obrigadas a apresentar um teste negativo antes de entrar na Alemanha, causando, por exemplo, grandes engarrafamentos no início da semana junto à fronteira alemã com a República Checa.

No total da Alemanha, registam-se 2.192.850 casos de SARS CoV-2 desde o início da pandemia e 55.752 óbitos.
https://www.tsf.pt/mundo/alemanha-fecha-portas-a-portugal-e-a-quatro-outros-paises-devido-a-pandemia-13294605.html?utm_source=push&utm_medium=mas&utm_term=13294605
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por mais_um » 29/1/2021 21:04

Penaforte Escreveu:É mesmo a natureza humana.. nunca lidou muito bem com a perceção de poder.



Não sei se tem a ver com poder, quando alguém tenta passar à `frente numa fila de supermercado, não me parece que seja poder, mas tão só educação civismo e respeito, ou melhor falta de.
Felizmente nos milhares de autarcas que existem em Portugal, até agora nem meia duzia de casos são conhecidos.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Penaforte » 29/1/2021 21:00

É mesmo a natureza humana.. nunca lidou muito bem com a perceção de poder.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por mais_um » 29/1/2021 20:50

Parece que o chico espertismo não é exclusivo nosso :oops:

Suspeitas de “uso indevido de vacinas” repetem-se em vários países e sempre com a mesma justificação

De Inglaterra à Áustria até à vizinha Espanha, multiplicam-se os relatos de “abusos” nas prioridades dos planos de vacinação da Covid-19 e a explicação é a mesma: doses extra que acabariam inutilizadas

O primeiro caso além-fronteiras a ser relatado na imprensa ocorreu na Áustria. No início da semana passada, soube-se que o presidente da câmara da cidade de Feldkirch, na região de Vorkerlberg, com 65 anos de idade, tinha recebido a primeira toma da vacina que estava a ser distribuída num lar de idosos – mesmo sabendo que a estratégia nacional de vacinação do país exige prioridade para os residentes, funcionários e pessoal médico dos lares. Segundo explicou o autarca, Wolfgang Matt, citado pelo The Guardian, apenas se pôs na fila, para o caso de haver doses por usar, depois de inoculados todos os candidatos prioritários. “Também não deitaria fora pão duro, usá-lo-ia antes para fazer torradas”, comparou.

Mas a versão dos acontecimentos foi logo contestada pela médica que habitualmente ali presta cuidados de saúde, Susanne Furlan, dizendo que havia vários candidatos na categoria de alto risco que deveriam ter tido prioridade nas 14 doses restantes. “Havia tantas pessoas à espera lá fora que precisam da vacina primeiro”, assegurou, depois de assumir que se recusou a administrar pessoalmente a vacina ao presidente da câmara. Seria o diretor da instituição em causa a sair em defesa de Matt, dizendo que se cumpriram os procedimentos já que o responsável político faz visitas regulares às suas instalações e havia doses extra.

O mesmo aconteceu na cidade de Rankweil, também no estado de Vorarlberg, onde a presidente da câmara de 44 anos, Katharina Wöss-Krall, também recebeu uma primeira dose da vacina a partir de uma dose de sobra. “Sim, tomei a vacina, mas não passei à frente de ninguém”, garantiu. Igual cenário ocorreu ainda na cidade de Eberschwang: dois deputados foram vacinados no início de Janeiro e a justificação foi que eram vacinas destinada a um lar que cancelou as inoculações em cima da hora. Nem o chefe regional da Cruz Vermelha escapou, acabando admoestado após autorizar a vacinação não só dos seus empregados, mas também dos seus familiares.

Demissões em Espanha

Histórias semelhantes surgiram, entretanto, também em Espanha: em meados da semana passada, soube-se que, dias antes, uma ambulância que estava a responder a urgências foi desmobilizada para se deslocar ao conselho de saúde de Múrcia, e que lá chegados, os profissionais de saúde administraram a vacina contra a Covid-19 a Manuel Villegas, o conselheiro de saúde daquela comunidade autónoma espanhola. E depois, foram também vacinados outros algos cargos e funcionários, alguns não ligados sequer àquela instituição – tal como, avançou a imprensa local, a própria mulher do conselheiro. Ao todo, foram 400 pessoas que não constam da lista de prioritários.

Perante isto, o ministério da saúde espanhol insistiu que é preciso reforçar o controlo do plano, pedindo que evitem a administração das vacinas a pessoas que não pertencem a nenhum grupo prioritário – impondo medidas preventivas e corretivas, se necessário, sublinha-se no documento, avançado pelo El Mundo, para que o plano seja realizado em consonância com o acordado na referida estratégia. Ao mesmo tempo, as demissões sucediam-se em catadupa, desde o chefe do Estado-maior da Defesa a vários autarcas e dirigentes partidários -e os dois maiores partidos espanhóis exigiram o afastamento de todos os abusadores

Mas, perante outras acusações semelhantes, no Reino Unido, onde a prioridade são os residentes nos lares, a British Medical Association assumiu que “no caso de doentes elegíveis não comparecerem para a vacinação, o princípio primordial será evitar desperdícios”, pelo que “as vacinas podem ser administradas aos trabalhadores das instituições de saúde”.

Como assim, doses-extra?

São casos que, como cá, estão a provocar indignação, tendo em conta que, de momento, as vacinas contra a Covid-19 são um recurso finito. Para já a produção das poucas vacinas que foram aprovadas pelos reguladores é limitada, com uma procura que excede a oferta. A agravar o panorama, os fornecimentos estão a ser reduzidos em alguns países, depois de os fabricantes assumirem que não estão a conseguir aumentar a produção – além de haver casos como o de Israel, que está a pagar mais por dose às farmacêuticas para ter prioridade na entrega.

Assim, a aposta internacional é de dar vacinas àqueles que mais precisam. Na maioria dos países, os trabalhadores da saúde e os idosos estão em primeiro lugar, com poucas exceções. Mas parece haver circunstâncias, alegadamente inesperadas, que estão a propiciar a toma da vacina por pessoas mais jovens e menos vulneráveis.

A explicação oficial é que se tratam de sobras, que não seria possível distribuir por outros em tempo útil e acabariam por ser inutilizadas. Isso acontece quando um paciente que estava agendado para receber uma vacina não comparece – o que cria o dilema, porque as vacinas têm um prazo de validade limitado. Por exemplo, uma vacina fabricada pela Pfizer/BioNTech, como explica a bula do fármaco, tem de ser injetada no prazo de cinco dias após as doses terem sido descongeladas. Caso contrário, vão para o lixo, privando alguém da imunização.

“No momento, é preciso tomar uma decisão rapidamente, porque a vacina não pode ser mantida”, justificou a professora Heather Draper da Faculdade de Medicina de Warwick, no Reino Unido, à BBC. “E é melhor que alguém seja vacinado do que ninguém”.

Daí também se terem registado casos do que se pode chamar “estar no lugar certo, no momento certo”. O exemplo apontado por aquele diário britânico é o do deputado conservador britânico Brendan Clarke-Smith, que o assumiu nas redes sociais. É verdade que recebeu a vacina “depois de passar uma tarde a fazer voluntariado num centro de vacinação” – mas aceitou a dose porque, caso contrário, “teria sido desperdiçada”. Mas, a ver pelas reações que gerou no Twitter por causa disso, não se pode propriamente dizer que a explicação tenha sido bem aceite.

Sorry would be the best words. There should be NO left over vaccine, it should be directed to front line police, PCSO’s, essential retail & teachers. I applaud volunteers but I’m working flat out as Gloucestershire’s PCC and I assumed MPs would be too. https://t.co/ZJNqm6UWyA
— Martin Surl (@GlosPCC) January 26, 2021

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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Carrancho_ » 29/1/2021 20:46

Caramelo Escreveu:O chico-espertismo a funcionar :oops:



Que vergonha, espero que essa gente perca o seu tacho.

Quanto a políticos, acho que alguns deviam ser prioritários, pelo menos PR e todos os ministros do governo. Haverá mais alguns certamente, mas não são 1000.
Um abraço,

Carrancho
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por djovarius » 29/1/2021 20:43

Parece que o "sexta às nove" de hoje na RTP 1 vai ser interessante neste contexto dos vacinados alucinados.

Resta saber quantas destas pessoas pensam que a vacina os imuniza. Não, a vacina impede uma doença grave, devido aos anticorpos.
Para não falar de que alguém pode fazer dos 10% que não reagem à vacina, continuam desprotegidos.

Abraço

dj
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Caramelo » 29/1/2021 20:31

O chico-espertismo a funcionar :oops:

Covid-19/Castelo Branco: Santa Casa da Misericórdia não respeita Plano de Vacinação e dá prioridade a quem não a tem
A Santa Casa da Misericórdia de Castelo Branco (SCMCB) depois de ter vacinado os utentes e os elementos da Mesa Administrativa do Provedor, José Augusto Alves, aproveitou e também vacinou os elementos da Assembleia Geral (AG), Concelho Fiscal (CF), o advogado consultor e ainda as educadoras de infância que estão em confinamento obrigatório decretado pelo Ministério da Educação.

https://www.diariodigitalcastelobranco. ... V__fUwp7Bo
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por MarcoAntonio » 29/1/2021 20:14

Está mal... especialmente à luz da falta de vacinas.

Uma nota, em Dezembro o congresso americano também se vacinou, o que causou algum sururu. Mas as circunstâncias são um pouco diferentes por várias razões: o peso dos movimentos anti-vac, o facto de muitos congressistas terem idade avançada e uma série deles já se ter infectado - se bem que os mais novos aproveitaram e vacinaram-se também - ou ainda o facto de, sem ser brilhante, o plano de vacinação estar a avançar lá mais depressa.


Aproveito e como a DGS ainda não acrescentou à dashboard (se é que vão acrescentar) aqui fica a evolução gráfica das doses administradas em Portugal:

Imagem
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FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Caramelo » 29/1/2021 20:08

Muito bem este deputado do PS :clap:
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Re: CoronaVirus, panico justificado...?

por Caramelo » 29/1/2021 19:50

Uma falsa democracia

O poder político em Portugal dedica-se a mentir e a iludir os portugueses, e não sabe, ou não quer, avaliar as causas de sermos hoje a cauda da Europa.

Ao iniciarmos uma nova década e depois de uma triste eleição presidencial, seria natural que a classe política fizesse uma avaliação das causas de duas décadas de estagnação económica e de empobrecimento dos portugueses relativamente à generalidade dos outros povos da União Europeia.

Ora, essa avaliação não só não foi feita como o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa, o Governo e o Partido Socialista iludem sistematicamente esta e outras questões e pintam uma situação económica e social do país que nada tem a ver com a realidade. Ora, como não é credível que não saibam destas duas últimas décadas de confinamento nacional, a conclusão óbvia é a de que o poder político em Portugal se dedica a mentir e a iludir os portugueses, e não sabe, ou não quer, avaliar as causas de sermos hoje a cauda da Europa, aceitando com naturalidade que dependamos cada vez mais das bazucas europeias para sobreviver como nação independente.

Acresce que a ilusão e a mentira se tornaram moeda corrente no poder político e sucedem–se os casos em que o Governo tenta esconder a sua incapacidade governativa iludindo a realidade. Porventura mais grave, existem muitos milhares de cidadãos que têm a plena consciência dessa realidade nacional e têm ideias e propostas para desenvolver a economia e modernizar o País, mas não têm os necessários meios de intervenção política, que seriam normais num regime democrático – razão por que metade dos portugueses já deixaram de votar, sem que isso provoque um qualquer estremecimento nacional.

Estas são algumas das razões da minha intervenção política e a razão por que abandonei o Partido Socialista, por este se recusar há 20 anos, mesmo depois da revisão constitucional, a alterar as leis eleitorais. De facto, o PS recusa-se a fazer quaisquer outras reformas e, dominando o poder político em Portugal durante o último quarto de século, tem usado o Estado para favorecer aquilo a que hoje chamamos a grande família socialista e os amigos dela dependentes. Nos últimos anos, o PS reforçou até esse poder através da geringonça, em aliança com os partidos da extrema-esquerda, que têm projetos próprios – o chamado centralismo democrático, que é a via para, através do Estado, controlar a liberdade e a participação dos cidadãos na vida pública. Por sua vez, a economia já hoje depende do Estado para quase tudo, ao arrepio de todas as experiências de desenvolvimento económico dos restantes países europeus. O resultado é que os países que entraram depois de nós na União Europeia, com níveis de desenvolvimento muito inferiores aos nossos, nos passam à frente. A maioria já nos ultrapassou e outros estão em vias de o fazer.

Acredito que a corrupção, que hoje domina a vida política portuguesa, é o resultado da inexistência de instituições de controlo democrático, como acaba de ser visível na preocupação com que é vista pelo Governo a nova Procuradoria da Justiça Europeia, que terá como missão um maior controlo dos fundos comunitários, fundos que em Portugal têm sido uma das vias preferidas de desvio de dinheiros públicos e causa do empobrecimento do país. Recebemos ao longo dos anos mais de 130 mil milhões de euros destinados ao nosso desenvolvimento e somos um dos países mais pobres da Europa, o que, aparentemente, não preocupa o Presidente da República e o primeiro-ministro, que se limitam a salivar por mais uma bazuca cujo fim não será diferente do passado, dinheiro gasto em corrupção, em autoestradas, estádios de futebol, parcerias público-privadas e outros erros estratégicos graves que conduziram ao endividamento externo.

Estas são as razões por que afirmo que Portugal não é uma democracia, mas uma plutocracia partidária baseada no centralismo democrático de um passado de má memória. Porque não podemos escolher pelo voto os nossos representantes ou, pior, porque não nos é permitido impedir pelo voto aqueles que os chefes partidários escolhem, mesmo quando sabemos que são corruptos, incompetentes ou simplesmente inimputáveis. Podemos falar livremente, é verdade, mas o acesso aos grandes meios de comunicação é, em grande parte, reservado aos amigos do poder e a participação política livre é quase inexistente, porque a vontade do Estado sobrepõe-se a todas as críticas da sociedade e das suas instituições.

Há um quarto de século chamei a atenção do Partido Socialista e de António Guterres para o processo democrático de progresso e de desenvolvimento que dava os seus primeiros passos na Irlanda e apresentei uma moção ao xii Congresso do PS onde apontei esse país como tendo o maior potencial de crescimento económico europeu por aquilo que estava a fazer. Nesse tempo, a Irlanda tinha um nível de desenvolvimento semelhante ao nosso mas, hoje, está na linha da frente da Europa e Portugal é o carro-vassoura da União Europeia. Volto a perguntar, porquê?

Estive na Irlanda durante as últimas eleições para o Parlamento. Não havia cartazes de partidos, mas apenas pequenos cartazes com a fotografia individual de cada candidato em que cada um deles pedia para ser o número 1 em grandes carateres. A razão é que os irlandeses escolhem os seus candidatos preferidos, colocando-os em primeiro, segundo e terceiro lugar da sua lista de voto, e aqueles de que não gostam, porventura como resultado da legislatura anterior, colocam-nos no fim da lista, ou seja, não são eleitos. Com este método, mais de metade dos deputados da Assembleia da República iriam à vida, sendo essa a razão por que os maiores partidos portugueses não querem ouvir falar da reforma das leis eleitorais, porque pretendem ter no Parlamento quem sirva os seus objetivos, e não quem sirva Portugal e os portugueses.

O controlo exercido pelos partidos em todas as nomeações para os mais diversos cargos públicos, empresas e instituições faz com que, presentemente, a grande família socialista domine a vida política nacional, mas também uma grande parte da atividade económica. O Presidente do PS, sozinho, tem cerca de uma dúzia de familiares com empregos no Estado, mas só por milagre todos esses familiares e amigos serão profissionais competentes e dedicados ao bem público. Muitos outros socialistas criam empresas para vender produtos ou serviços ao Estado. O marido da ministra da Justiça, que agora é suspeita de tentar evitar que na Procuradoria da União Europeia esteja uma procuradora competente e honrada, é um advogado que se dedica a fazer contratos com o Estado. O caso das golas que ardiam resultou de negócios com o Estado de um secretário de Estado e de um diretor-geral. Autarcas e os seus familiares são um viveiro de negócios com as autarquias. Existem centenas de casos na justiça de desvio de dinheiros dos fundos comunitários. Os novos projetos do Governo do lítio e do hidrogénio são suspeitos de serem negócios pouco claros de um ministro e de um secretário de Estado.

Tudo o que descrevo é uma pequena parte dos escândalos que dominam a vida política nacional, o que só é possível por Portugal não ser uma democracia. Porque os deputados são parte do problema da ausência de fiscalização dos Governos, porque o Governo não se sente obrigado a ouvir e a atender os cidadãos e porque o Presidente da República se limita a cuidar da sua popularidade e a fechar os olhos a tudo o que sejam problemas e dificuldades próprias de um regime democrático. De facto, convive bem com a corrupção do regime e com a subversão dos poderes partidários que conduziram Portugal para o fim da escala de desenvolvimento da União Europeia. Um Presidente da República que não tem uma ideia para superar duas décadas de estagnação económica num mundo em desenvolvimento acelerado e faz da estabilidade a sua única contribuição para o futuro de Portugal. Uma Presidência da República que preside um país pobre, parado no tempo, sem reformas e sem uma estratégia de desenvolvimento. Poderia, ao menos, tentar compreender as causas do desenvolvimento da Irlanda e dos países da antiga Cortina de Ferro, mas não o faz. Vive contente com o que tem.

Recentemente publiquei um texto com meia dúzia de páginas com uma estratégia e propostas sobre as formas de combater a pobreza e de promover o mérito e a igualdade de oportunidades através da educação e realizar o desenvolvimento económico com base na indústria, no investimento estrangeiro e no crescimento das exportações. Trata-se de um debate que não é feito porque não interessa ao Presidente da República nem ao Governo, suponho que por serem ideias que chegam de fora do castelo do poder político. Estão demasiado ocupados a tratar da pandemia nas televisões, o que seria a missão dos cientistas, dos médicos e de um sistema de saúde moderno, desenvolvido e bem organizado. Infelizmente, nesse processo transformaram os lares de idosos numa imensa câmara mortuária onde a existência de cerca de um milhar de lares ilegais é, porventura, o retrato mais eloquente de um regime político não democrático, que afasta os portugueses da resolução dos seus problemas.

https://ionline.sapo.pt/artigo/722833/- ... ccao=Opinião_i&fbclid=IwAR01aAasOOx4a0cvk5chNIhMPCgBm2QJfUWxwJgFEJrSfOKpLh2Og4TpEgk
 
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