Opcard33 Escreveu:Essa sua obsessão é estranha , na verdade cada sociedade cada indivíduo tem a sua , havendo dezenas livros sobre o assunto cada escolhe de la o que mais Lhe convém .
Para mim a racionalidade que conta no ocidente é nos dada pelos sistemas jurídico e econômico .
Não é que estes comentários me aborreçam de sobremaneira mas parecem-me superfluos e contraproducentes, introduzindo ruído desnecessário num debate que podería ser mais interessante sem eles.
Não vivo obcecado com o tema nem os últimos posts reflectem qualquer obsessão minha. Admito sim que acho estes temas estimulantes e considero-os importantes (porque como se vai perceber já de seguida, acho eu) estou convencido que a razão informa muitas das nossas decisões nos mais diversos planos da nossa existência. Portanto parece-me totalmente relevante e importante para o nosso sucesso como espécie e para o nosso bem-estar individual.
Atrás disseste que eu estava a ser ilógico e que estava errado, seguido de algo que não se percebe o que está a ali a fazer. Aí, percebi que não estavamos a falar a mesma linguagem e que eu tinha deixado de fazer ideia do que é para ti a razão ou o racional. Mas com a suspeita de que estamos seriamente desalinhados e a trabalhar com definições diferentes. O que a tua definição vaga deste último post acaba a reforçar.
O que eu entendo por razão, à luz do que deve ser lido qualquer coisa que eu tenha escrito sobre o tema no tópico:
O meu entendimento de razão é que a razão é a capacidade de conscientemente e logicamente avaliar (processar) a informação de que dispomos. Executa-se por via do pensamento permitindo gerir o nosso sistema de crenças em geral e aquilo que cremos saber em particular, incluindo a lógica, o pensamento dedutivo, a inferencia, etc, e controlando uma boa parte dos nossos processos decisionais.
Por mais racional entendo o que melhor obedece aos padroes de exigencia mais elevados do exercicio da razão (do que é que constitui um facto, o que é que sabemos ou em que meramente acreditamos, o que é logicamente assegurado com a exclusão do que é falacioso, etc).
O que é inconsciente não é racional por definição (não significa que esteja errado, apenas que a racionalidade não está assegurada). Inclui por exemplo o instinto.
O que é menos ponderado (não analisa todos os factos ou o problema nas suas várias dimensões) é menos racional. Incluirá também as decisões por coerção ou outras formas de influência/pressão externas, por exemplo.
É este o meu entendimento e julgo que não é idiossincrático. A razão não se circunscreve para mim ao sistema jurídico e económico e estou convencido que já utilizamos a razão ainda não existia um sistema jurídico ou económico. Nas ciências cognitivas parecemos começar a perceber que nem sequer é exclusivo nosso (aliás, noutros animais já se identifica o que se vai chamando de proto-moral ou versões rudimentares de teoria da mente, para citar dois notáveis exemplos... mas claro isto praticamente acabamos de descobrir, só nas últimas décadas se tem dado alguma atenção formal a isto, tanto quanto eu penso saber).
Não entendo o que lá atrás escrevi de ilógico ou que estivesse errado.
Dito isto, e para fechar o círculo: a história da banana é uma história viral,
sui generis talvez mas banal no grande plano das coisas , que vive da atenção que se lhe dá e eu vou tentar contribuir não lhe dando muita. É racional, é irracional? Não consigo medir muito bem, tem aspectos de racionalidade e de irracionalidade suponho, situa-se algures no espectro. Mas não creio que seja algo que devamos colocar no topo das nossas prioridades e passarmos muito tempo a discutir. Não digo que seja irrelevante, como digo está algures a meio do espectro, penso eu. Mas não tem a relevância das alterações climáticas, que é uma preocupação que eu julgo bem relevante.
E penso que é isso que está a acontecer: a banana não é a ordem do dia, as alterações climáticas são.
Esta ordem de prioridades parece-me racional...