Norma IFRS 16 - impacto nas DF's
Enviado: 15/11/2019 1:24
Boa noite
Não sei se alguém já criou um tópico relativamente ao impacto da introdução da IFRS 16 nas demonstrações financeiras das empresas.
Esta norma contabilística entrou em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2019 e veio alterar o panorama das contas...
Este assunto despertou a minha atenção durante a noite de ontem, após a Sonae ter apresentado os resultados do 3T2019.
A título de exemplo e apenas considerando o rendimento trimestral e o book value atribuído aos acionistas da empresa-mãe relativamente à Sonae, temos:
Book Value atribuído aos acionistas da empresa-mãe
Trimestre »»»»»»»»»» Antes da IFRS 16 »»»»»»»» Considerando a IFRS 16
1T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 1.898M »»»»»»»»»»»»»»»» 1.799M
2T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 1.966M »»»»»»»»»»»»»»»» 1.856M
Reaultados trimestrais atribuídos aos acionistas da empresa-mãe
Trimestre »»»»»»»»»» Antes da IFRS 16 »»»»»»»» Considerando a IFRS 16
1T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 20M »»»»»»»»»»»»»»»» 17M
2T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 78M »»»»»»»»»»»»»»»» 63M
Nota: estes dados foram consultados nas DF's da Sonae publicados na CMVM.
A questão principal que coloco é face a alterações tão significativas (a diferença é de milhões de euros), como é que agora nos orientamos em questões fundamentais, por exemplo nos rácios?
Por exemplo, supondo que à data em que os resultados foram publicados e admitindo que a Sonae tinha uma capitalização bolsita de 1.600M, o PBV do 1T2018 passaria de 0,84 para 0,88, com a consideração da IFRS 16; por sua vez, o PBV do 2T2018 passaria de 0,81 para 0,86.
Evidentemente que diferença não é muita. Mas o que dizer de outros rácios, como o PER? E no que respeita ao peso da dívida, cuja aplicação da IFRS 16 à Sonae MC fez quase com que a mesma duplicasse (https://eco.sapo.pt/2019/04/02/sonae-mc ... e-duplica/)?
É que umas das técnicas que utilizo para analisar ações tem precisamente a ver com a relação do preço com alguns parâmetros fundamentais facultados pelas DF's. O problema que agora me surge é que tenho a impressão que com a introdução da IFRS 16, os dados anteriores a 1 de Janeiro de 2019 deveriam ser ponderados por esta norma, pois a relação entre estes e o preço da ação mudou.... Qual o impacto deste aspeto no preço das ações? Será que o mesmo foi ajustado a estas alterações, ou o mercado não ligou patavina?
Como então proceder à ponderação dos valores das DF's do passado? O trabalho seria imenso, para não dizer impossível (além de ser necessário ser um barra a contabilidade e vasculhar a pente fino os dados dos relatórios e contas)...
Ou seja, estou meio perdido e sem saber muito bem o que fazer...
Não sei se alguém já criou um tópico relativamente ao impacto da introdução da IFRS 16 nas demonstrações financeiras das empresas.
Esta norma contabilística entrou em vigor a partir de 1 de Janeiro de 2019 e veio alterar o panorama das contas...
Este assunto despertou a minha atenção durante a noite de ontem, após a Sonae ter apresentado os resultados do 3T2019.
A título de exemplo e apenas considerando o rendimento trimestral e o book value atribuído aos acionistas da empresa-mãe relativamente à Sonae, temos:
Book Value atribuído aos acionistas da empresa-mãe
Trimestre »»»»»»»»»» Antes da IFRS 16 »»»»»»»» Considerando a IFRS 16
1T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 1.898M »»»»»»»»»»»»»»»» 1.799M
2T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 1.966M »»»»»»»»»»»»»»»» 1.856M
Reaultados trimestrais atribuídos aos acionistas da empresa-mãe
Trimestre »»»»»»»»»» Antes da IFRS 16 »»»»»»»» Considerando a IFRS 16
1T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 20M »»»»»»»»»»»»»»»» 17M
2T2018 »»»»»»»»»»»»»»» 78M »»»»»»»»»»»»»»»» 63M
Nota: estes dados foram consultados nas DF's da Sonae publicados na CMVM.
A questão principal que coloco é face a alterações tão significativas (a diferença é de milhões de euros), como é que agora nos orientamos em questões fundamentais, por exemplo nos rácios?
Por exemplo, supondo que à data em que os resultados foram publicados e admitindo que a Sonae tinha uma capitalização bolsita de 1.600M, o PBV do 1T2018 passaria de 0,84 para 0,88, com a consideração da IFRS 16; por sua vez, o PBV do 2T2018 passaria de 0,81 para 0,86.
Evidentemente que diferença não é muita. Mas o que dizer de outros rácios, como o PER? E no que respeita ao peso da dívida, cuja aplicação da IFRS 16 à Sonae MC fez quase com que a mesma duplicasse (https://eco.sapo.pt/2019/04/02/sonae-mc ... e-duplica/)?
É que umas das técnicas que utilizo para analisar ações tem precisamente a ver com a relação do preço com alguns parâmetros fundamentais facultados pelas DF's. O problema que agora me surge é que tenho a impressão que com a introdução da IFRS 16, os dados anteriores a 1 de Janeiro de 2019 deveriam ser ponderados por esta norma, pois a relação entre estes e o preço da ação mudou.... Qual o impacto deste aspeto no preço das ações? Será que o mesmo foi ajustado a estas alterações, ou o mercado não ligou patavina?
Como então proceder à ponderação dos valores das DF's do passado? O trabalho seria imenso, para não dizer impossível (além de ser necessário ser um barra a contabilidade e vasculhar a pente fino os dados dos relatórios e contas)...
Ou seja, estou meio perdido e sem saber muito bem o que fazer...