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Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 9/1/2021 18:40
por niceboy

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 22/12/2020 10:12
por fosgass2020
djovarius Escreveu:A Lufthansa não vai entrar em lado nenhum antes de devolver 75% da massa ao Estado germânico.

Ao que parece, em 2019, esta e a United manifestaram interesse porque o Neeleman queria alguém poderoso para consolidar o negócio.
Mas esses tubarões jamais entrariam sabendo que o Estado lusitano era um sócio "forever".
Sem Estado, talvez isso pudesse ocorrer, se o negócio fosse quase de borla para os novos sócios, pois estas companhias poderiam ter interesse no negócio do eixo Atlântico com América do Sul e África.

Porque não venderam muito antes (lá atrás em 2013?) ao Efremovich? Essa é outra novela…

Agora vão gramar com o ministro armado em especialista do negócio aéreo. Boa sorte.

Abraço

dj


Totalmente de acordo!

A TAP é como os casamentos do tempo dos reis: a gaja pode ser muito feia e gorda e execrável, mas como é filha de Rei, aparece sempre alguém das lides do Rei para casar com ela!

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 22:56
por PIKAS
djovarius Escreveu:Porque não venderam muito antes (lá atrás em 2013?) ao Efremovich? Essa é outra novela…

Os noivos que estiveram perto do altar para levar a senhora foram todos escolhidos a dedo. Por quem não sei, mas que foram, lá isso foram...
No início deste século a swissair esteve muito perto de casar com a TAP. Não sei porquê, talvez por desgosto, pouco tempo depois faleceu, isto é faliu.
Há uns 7 ou 8 anos o Efromovich, ostentando os galões de dono da Avianca, também esteve muito perto de casar com a TAP. Não sei porquê, talvez por desgosto, a Avianca Brasil também faliu e o tal Efromovich está enlameado em tudo o que é de mau. Vá lá, sendo sul americano ninguém o referiu com algo relacionado com droga, pelo menos isso.

https://brasil.elpais.com/economia/2020 ... ovich.html
https://www.publituris.pt/2020/08/21/ef ... or-fraude/

Ou é a noiva que não presta e não tem dote ou tem uma forte atração para o abismo.
Cumprimentos,

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 22:38
por djovarius
A Lufthansa não vai entrar em lado nenhum antes de devolver 75% da massa ao Estado germânico.

Ao que parece, em 2019, esta e a United manifestaram interesse porque o Neeleman queria alguém poderoso para consolidar o negócio.
Mas esses tubarões jamais entrariam sabendo que o Estado lusitano era um sócio "forever".
Sem Estado, talvez isso pudesse ocorrer, se o negócio fosse quase de borla para os novos sócios, pois estas companhias poderiam ter interesse no negócio do eixo Atlântico com América do Sul e África.

Porque não venderam muito antes (lá atrás em 2013?) ao Efremovich? Essa é outra novela…

Agora vão gramar com o ministro armado em especialista do negócio aéreo. Boa sorte.

Abraço

dj

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 20:29
por Artista Romeno
Pata-Hari Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/governo-sinaliza-em-bruxelas-que-ve-com-bons-olhos-entrada-da-lufthansa-na-tap

Isto é o que se chama spin ou criar dinamica noticiosa, alguma vez parece crivel que a lufthansa fosse entrar na tap. Faz lembrar a oi que ia opar todos no brasil e acabou comida por uma tuta e meia depois de reestruturar a divida.

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 17:35
por m-m
Pata-Hari Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/governo-sinaliza-em-bruxelas-que-ve-com-bons-olhos-entrada-da-lufthansa-na-tap


Suprema ironia, o ministro que dizia que fazer tremer as pernas dos banqueiros alemães vai agora pedir uma esmola junto deles.... :wall:

M

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 17:22
por Pata-Hari

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 16:55
por djovarius
Não sei se viram os "links" que mandei anteriormente, mas algo aqui não pode ser evitado.
O coronavírus foi uma experiência limite para as "airliners", só que umas estavam com boa saúde, outras nem por isso.
A TAP já tinha problemas antes do 25A, ampliou os problemas depois, foi salva em 1994 em 2000, etc...
Isto não pode ser. Está na hora de uma solução definitiva, que, por mim, só passa por duas hipóteses:

- integração com outros grupos aéreos europeus;
- partir a empresa em duas, acabando com uma cultura de empresa, ineficaz e muito pesada.

Bem falou o Pikas do famoso edifício que custa muito dinheiro à empresa. Assim não se trabalha em lugar nenhum do mundo.

Voltando a uma coisa que disse antes: no Brasil, mesmo com o fim da Varig, Transbrasil, Vasp e outras, os Aeroportos não tiveram falta de soluções de transporte. No capitalismo, morrem uns, veem outros. Assim foi, a TAM cresceu, apareceu a Gol, etc...etc...
Aliás, se a TAP explodiu em alta no Brasil, foi precisamente pela morte de outras, ficou muito tempo sem concorrência em vários destinos daquele país continental.

O que o que sobrar da TAP precisa é de retomar a iniciativa e ganhar dinheiro nas rotas do hemisfério sul. Há muito potencial para continuar a explorar esse negócio, sendo que outras rotas do Atlântico já se mostraram viáveis.
O que não ser é pensar-se que a empresa pode continuar como está, jogando-se dinheiro à rua cada vez que ocorrer uma crise mais grave.
Esse tem sido o problema, sobretudo após o 25 de Abril.

Abraço

dj

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 13:31
por fosgass2020
fosgass2020 Escreveu:Disclaimer: Detive 45k obrigações da TAP que despachei, com prejuízo, a 80.49, no dia 23 de Novembro.

No meu entender, vejo que está a acontecer à TAP o que aconteceu ao país em 2011. Há um buraco que é necessário acautelar de um negócio que não tem pernas para andar. Exactamente igual a Portugal em 2011 (and counting): um país com uma economia que não é viável mas que precisa de dinheiro para continuar a respirar.

E penso que o que vai acontecer à TAP é o mesmo que aconteceu a Portugal: foram tomadas decisões que de outro modo seriam impossíveis de tomar, à conta de uma "obrigação" superior. O processo é idêntico em tudo, o método o mesmo, os protagonistas idem.

O valor das obrigações da TAP extinguiu-se no momento em que não foi exigido o pagamento integral por quebra das condições, tal como previsto no Prospecto, resultado da votação na última AG dos obrigacionistas, a 14 de Setembro. E, se na data o Governo dizia que conseguia acautelar tudo com os 1.200mio€, a coisa aparentava estar controlada. Tudo feito para a aprovação daquele ponto nº2 da AG. Entretanto, começaram a sair as notícias de que o buraco era muito maior e o Governo tinha que ir à UE pedir para lá meter mais dinheiro...

Neste momento o plano de restruturação não incorpora uma perda para os credores. Primeiro porque não há vontade política: custa votos, uma vez que a TAP tem muitos pequenos obrigacionistas, depois porque ninguém o exigiu. Mas o plano vai à UE e não estou a ver forma da UE aprovar um plano de recuperação com entrada de fundos do contribuinte europeu, sem haver perda para os credores. Primeiro vão os accionistas, depois os obrigacionistas. Simplesmente não me parece que seja possível que a TAP se safe sem perdas para os credores (nem que seja transformar as obrigações em capital que será em pouco tempo diluido, fruto das várias intervenções que o Governo vai ter que fazer).

Finalmente, lá irá o Governo dizer que isto só acontece porque é a única forma da UE aprovar o plano e eles é que mandam e blablablabla... já sabem o final!

Posso estar bastante enganado em relação a isto, só o tempo o dirá. Para já, paguei para ver!


Tinha deixado esta antevisão, faz agora uma semana... e continuo a acreditar que é isto que está a acontecer!

fosgass2020 Escreveu:https://www.jornaldenegocios.pt/mercados/obrigacoes/detalhe/obrigacoes-da-tap-em-queda-apos-governo-admitir-perdas-para-credores

"Na proposta do plano de reestruturação que foi entregue à Comissão Europeia, e que ainda requer aprovação, está também a ser discutido se os credores devem ou não ser incluídos nesta operação, de acordo com o secretário de Estado do Tesouro, Miguel Cruz."

Tudo a bater certo com o que escrevi... até as notícias saem "à medida".


Temos que nos lembrar que quem toma estas decisões são as mesmas pessoas do tempo da vinda da Troika e resultou na altura, não há razões para não resultar agora. É o Governo a aproveitar-se da já mundialmente famosa "resiliência" tuga.

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 12:55
por pedrofpais_goog
fosgass2020 Escreveu:Malta,

A pergunta nesta altura é se um upside de um YTM de 14% compensa um downside de um potencial haircut. Nada mais que isso.


É basicamente isso.
A avaliação de qual a probabilidade e dimensão de haircut nestas obrigações é a resposta do milhão de euros.

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 12:37
por Ulisses Pereira
O Governo não foi claro em relação a isso. Eu se tivesse obrigações da TAP começava a fazer barulho e talvez isso condicione o Governo. Infelizmente, as coisas funcionam muito assim...

Abraço,
Ulisses

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 12:29
por don_spiritone
Eu fiquei com a ideia de que o potencial haircut seria para os obrigaçoes compradas por institucionais e nao para as de retalho.

Alguém confirma?

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 11:53
por fosgass2020
Malta,

A pergunta nesta altura é se um upside de um YTM de 14% compensa um downside de um potencial haircut. Nada mais que isso.

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 11:42
por Flav
Concordo com o PIKAS. Alíásé de elementar justiça para com os portgueses a TAP pós reestruturação, fazer tudo o que é necessário para compensar o estado (os portugueses) pelo esforço que foi e vai ser feito para tornar a TAP uma empresa viável e em igualdade de concorrência com as suas congéneres.

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 11:20
por PIKAS
Marco Martins Escreveu: concordo que deveria continuar no lado dos privados a gestão

Discordo.
Penso que chegou a altura de se fazer o que não se fez no Novo Banco e que os ingleses fizeram muitissimo bem no Lloyd's ( com o saber e a estrelinha do Horta Osório ).
O estado mete o dinheiro para resgatar, faz um forte plano de reestruturação, capitaliza, contrata uma equipa de gestão competente, séria e não permeável àquele " jeitinho " português e com metas, datas e objectivos muito bem definidos. No final, pressupõe-se que a companhia está no bom caminho e, assim, o estado vende em bloco ou dispersa em bolsa, mas vende e talvez recupere tudo o que lá meteu. A partir daí virem-se...
Mas fazer isto nesta paróquia chamada Portugal, com os frades, padres, bispos e cardeais que temos, seria milagre.
Cumprimentos,

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 10:37
por Marco Martins
Artista Romeno Escreveu:
PIKAS Escreveu:
Marco Martins Escreveu:Se a TAP continuasse privada, os seus accionistas teriam de tomar medidas para não perder o dinheiro investido, e o estado até poderia fazer um acordo para se conseguirem manter rotas estratégicas ou sectores estratégicos, mas nunca ficar o estado com o onus de salvar toda a TAP.


A quantidade de dinheiro que é necessária é de tal grandeza que a TAP nunca poderia continuar privada. Os privados não tinham dinheiro e se tivessem era uma gota de água neste oceano e por conseguinte a TAP, chegada à enorme chapada do COVID, só tinha dois cenários: ou falia ou o estado intervinha. O estado interveio, como teria que intervir, mesmo que não fosse accionista.
E isto é em Portugal e por todo o lado; em Espanha, em França, na Alemanha, nos EUA e... e... só os estados é que tem capacidade para desembolsar tantos milhares de milhões.
Cumprimentos,

Sim o privado nao metia nem 1 euro! Era falencia ou sopas, e a meu ver uma falencia tipo swissair nao era pior


Apesar de não acreditar e nem gostar que o estado ponha dinheiro de olhos fechados na TAP, acredito que a falência por si só da TAP também não fosse uma solução. Contudo, concordo que deveria continuar no lado dos privados a gestão, e o estado deveria de certa forma intervir para manter nacionais alguns serviços da TAP que são uma mais valia para o país, bem como algumas rotas que se poderão dizer estratégicas para nós (certamente isso poderia acarretar um custo para o estado).
Mas isto são tudo situações que deveriam ter sido acauteladas quando o estado pensou em ficar com mais de 50% da TAP e não agora!!!

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 18/12/2020 9:38
por Pata-Hari
Curiosamente, não posso deixar de mencionar que, pela primeira vez, o sindicato dos pilotos tem feito um excelente trabalho de comunicação dando dados e explicações, fazendo comparações bem claras sobre vencimentos dos pilotos. Gostaria ainda de poder ver dados para outras empresas e para outras empresas nos seus valores actuais.

https://eco.sapo.pt/2020/12/16/pilotos- ... ir-europa/

https://eco.sapo.pt/2020/12/15/sindicat ... -europeus/

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 17/12/2020 23:47
por Artista Romeno
PIKAS Escreveu:
Marco Martins Escreveu:Se a TAP continuasse privada, os seus accionistas teriam de tomar medidas para não perder o dinheiro investido, e o estado até poderia fazer um acordo para se conseguirem manter rotas estratégicas ou sectores estratégicos, mas nunca ficar o estado com o onus de salvar toda a TAP.


A quantidade de dinheiro que é necessária é de tal grandeza que a TAP nunca poderia continuar privada. Os privados não tinham dinheiro e se tivessem era uma gota de água neste oceano e por conseguinte a TAP, chegada à enorme chapada do COVID, só tinha dois cenários: ou falia ou o estado intervinha. O estado interveio, como teria que intervir, mesmo que não fosse accionista.
E isto é em Portugal e por todo o lado; em Espanha, em França, na Alemanha, nos EUA e... e... só os estados é que tem capacidade para desembolsar tantos milhares de milhões.
Cumprimentos,

Sim o privado nao metia nem 1 euro! Era falencia ou sopas, e a meu ver uma falencia tipo swissair nao era pior

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 17/12/2020 15:44
por Pata-Hari
Roland Berger diz que após reestruturação Estado deve sair da TAP
António Bernardo acredita que a TAP vai ter de entrar em movimentos de consolidação, através de fusão ou compra de posição por uma grande companhia aérea.


Miguel Baltazar/Negócios
Maria João Babo
Maria João Babo mbabo@negocios.pt
11:42
4
...
O presidente da Roland Berger Portugal, António Bernardo, defendeu esta quinta-feira, que a reestruturação da TAP é indispensável, mas que a seguir a este processo "tem de vir a privatização".


Na abertura do webinar "Haverá retoma sem transporte aéreo?", organizado pelo Jornal Económico, o responsável frisou que após a reestruturação da companhia aérea, "o Estado tem de reduzir a posição e se possível privatizar totalmente".



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António Bernardo considerou que o processo que visa redimensionar a TAP "está a ser demasiado politizado" e apontou que "os Estados raramente são acionistas racionais" para defender que o serviço público pode ser apoiado sem ter que ser acionista.

"Restruturação sim, mas Estado deve sair da TAP", afirmou, acrescentando que a companhia nacional "vai ter de entrar em movimentos de consolidação", através de "fusão ou compra de posição por uma grande companhia aérea".


Ainda que reconhecendo que este não é o momento mais oportuno, no futuro o responsável da Roland Berger acredita que "a Lufthansa será um excelente parceiro", tendo até já adquirido outras companhias com a dimensão da TAP.


Frisando que a aviação é um setor de grandes economias de escala, António Bernardo salientou que a TAP já antes era uma empresa demasiado pequena para ter uma rentabilidade aceitável.


Ainda sobre a reestruturação da companhia aérea, defendeu que embora indispensável tem de ser "feita de modo que não hipoteque alavancas competitivas", como as rotas para Brasil, Atlântico Norte e um conjunto de mercados selecionados em África.


Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 17/12/2020 14:18
por PIKAS
Marco Martins Escreveu:Se a TAP continuasse privada, os seus accionistas teriam de tomar medidas para não perder o dinheiro investido, e o estado até poderia fazer um acordo para se conseguirem manter rotas estratégicas ou sectores estratégicos, mas nunca ficar o estado com o onus de salvar toda a TAP.


A quantidade de dinheiro que é necessária é de tal grandeza que a TAP nunca poderia continuar privada. Os privados não tinham dinheiro e se tivessem era uma gota de água neste oceano e por conseguinte a TAP, chegada à enorme chapada do COVID, só tinha dois cenários: ou falia ou o estado intervinha. O estado interveio, como teria que intervir, mesmo que não fosse accionista.
E isto é em Portugal e por todo o lado; em Espanha, em França, na Alemanha, nos EUA e... e... só os estados é que tem capacidade para desembolsar tantos milhares de milhões.
Cumprimentos,

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 17/12/2020 10:51
por Marco Martins
https://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica/detalhe/cavaco-silva-o-erro-foi-o-estado-querer-ficar-com-50-da-tap-tudo-comecou-ai

Pode-se gostar ou não da maneira fria e não populista como o Cavaco fala, mas ele não deixa de ter razão!
É claro que o povo prefere ouvir palavras mansas, mesmo quando está no caminho do abismo!!!

Se a TAP continuasse privada, os seus accionistas teriam de tomar medidas para não perder o dinheiro investido, e o estado até poderia fazer um acordo para se conseguirem manter rotas estratégicas ou sectores estratégicos, mas nunca ficar o estado com o onus de salvar toda a TAP.
Agora com o estado a gerir, terá tentar garantir a sustentabilidade da TAP, todos os serviços, e o maior número de pessoas e salários! E isso não será nada fácil!

Em relação à redução do nr de horas na função pública, até pode parecer bom à primeira vista... mas a realidade da redução e impacto nos serviços prestados diminui e isso é verdade (ou caso contrário teriam de aumentar o número de pessoas para compensar)!
Tenho um familiar no H.S.João, e o serviço que é prestado na enfermaria é de lamentar!!! é difícil de se falar para lá, não fazem ideia do histórico da pessoa que esteve lá internada há um mês atrás, os médicos dão respostas vagas e é difícil de se falar com eles, os serviços não comunicam uns com os outros!!!

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 17/12/2020 9:18
por fosgass2020
MPCapital Escreveu:Claro que se se pretender usar esta tecnicidade como um trigger e despoletar um reembolso antecipado, tudo bem, mas um prospeto e as obrigações estão sujeitas a regras de governance, a esmagadora maioria dos votos expressos, 96,58%, rejeitou o reembolso antecipado e preferiu deixar correr as obrigações e receber cupão como originalmente planeado. Não vejo os mesmos votos a aceitar perdas nominais furando expectativas da emissão, mas veremos se tiver de se chegar a esse ponto ou pior (a liquidação).

Se estiver a ver bem o tema, se a proposta passada fosse chumbada, no limite o Estado podia estruturar a operação de forma alternativa e atingir o mesmo objetivo evitando o reembolso antecipado das obrigações, utilizando uma forma distinta de conversão em capital via pivot na SGPS e fazendo depois descer os fundos, não me parece nada de especialmente complicado neste contexto.


Eu concordo com tudo o que escreveu, mas o meu problema é um cisma crónico de não confiar no Estado nem na sua "boa fé". Daí duvidar de todo o processo da AG, especialmente no que toca à votação e a quantidade de votos que foram envolvidos na decisão. 16.919 votos válidos numa obrigação que tinha um universo de 200 mil votos. Foram 96,58% de 8,5%. E isso só aconteceu porque é uma obrigação de retalho e o método escolhido para o registo para a votação foi muito complexo. Claro que a esmagadora maioria dos pequenos aforradores nem sequer tem alfabetização suficiente para conseguir interpretar os documentos, quanto mais conseguir inscrever-se para votar. E quem decide sabe disso perfeitamente. Estou aqui a pensar que os 16 mil votos hão-de corresponder à posição que o Estado controla directamente (Parpublica, Caixa Geral, Segurança Social, etc) e que tiveram que votar a favor da proposta. Portanto é uma questão da quantidade de votos e da qualidade deles.

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 17/12/2020 1:44
por MPCapital
fosgass2020 Escreveu:
MPCapital Escreveu:Credores neste contexto = fornecedores + financiadores.


MPCapital, o que o leva a achar tal coisa? E desde quando é que os obrigacionistas não são financiadores?

MPCapital Escreveu: Do lado das obrigações o que poderá fazer sentido é a realização de uma operação de troca, mais perto da maturidade, que não é o mesmo que infligir perdas, seja do lado dos institucionais seja do lado do retalho. PT fez várias destas operações de troca durante os anos troika (tb faz agora mas com outros contornos). Se o plano de reestruturação for credível (se do tamanho do mundo) e bem executado os bancos credores podem agilizar um reescalonamento da dívida condicionado ao cumprimento de objetivos, há muitas formas de se fazer isso.


Há coisas que são a base das leis económicas pelo que lhe peço já desculpa por não aprofundar muito o assunto. Tem que perceber que qualquer alteração às condições iniciais provoca uma perda, porque há um investimento que é feito tendo como base as condições da oferta. Se assim não fosse, era fácil para a TAP dizer que no dia 23 de Dezembro não iria pagar o cupão e que o pagaria um mês mais tarde. Pela sua ordem de ideias, não havia problema nenhum. Pelas regras, a TAP entrava em default.

É que aqui nem estamos a "inventar a roda". Tem noção, por exemplo, da perda que os obrigacionistas já levaram à custa daquela votação na AG? Eu, na minha lógica de investimento, digo-lhe que perdi 15% do valor que lá tinha porque comprei as obrigações a contar com a expectativa que a TAP tinha que as pagar integralmente, porque conhecia o prospecto. Além disso, perdi mais 1% quando as despachei, abaixo do preço que dei por elas.

É claro que nem todos os investidores são iguais e é por isso que ainda existem compradores no mercado. E os pequenos obrigacionistas da TAP até são, na sua maioria, malta que está a ganhar um juro marginal, depois de descontados os custos que a banca impõe nas suas carteiras e a retenção do imposto e certamente preocupam-se pouco com os NPVs e as YTM e até com a cotação da própria obrigação. Mas isso, por si só, não é justificação para pensarmos que não existem perdas, porque elas existem!


Obrigacionistas são financiadores, o ponto era apenas de se considerar um universo mais abrangente de "credores" do que apenas obrigacionistas, nomeadamente fornecedores e, nos financiadores, os leasings, dado o grande peso destes. Penso que a notícia na comunicação social pode estar a gerar ruído sem fundamento, mas veremos mais adiante no tempo.

Não vejo o tema da votação da AG assim, o que foi votado foi, na prática, um waiver a um ownership clause sem substância material, pois o que está na proposta invocava como motivo a potencial entrada do estado português diretamente no emitente e não apenas via a maioria na SGPS. Não visava retirar o domínio da SGPS para se substituir por uma companhia da Somália. Repare que bastava uma redação original ligeiramente diferente no prospeto, a la beneficiário último ser o Estado para esta última alteração nem ser necessária.

Claro que se se pretender usar esta tecnicidade como um trigger e despoletar um reembolso antecipado, tudo bem, mas um prospeto e as obrigações estão sujeitas a regras de governance, a esmagadora maioria dos votos expressos, 96,58%, rejeitou o reembolso antecipado e preferiu deixar correr as obrigações e receber cupão como originalmente planeado. Não vejo os mesmos votos a aceitar perdas nominais furando expectativas da emissão, mas veremos se tiver de se chegar a esse ponto ou pior (a liquidação).

Se estiver a ver bem o tema, se a proposta passada fosse chumbada, no limite o Estado podia estruturar a operação de forma alternativa e atingir o mesmo objetivo evitando o reembolso antecipado das obrigações, utilizando uma forma distinta de conversão em capital via pivot na SGPS e fazendo depois descer os fundos, não me parece nada de especialmente complicado neste contexto.

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 16/12/2020 19:37
por djovarius
Boas,

É muito mau quando uma empresa de capitais maioritariamente estatais tem a dívida em cheque.
Nunca pensei que os credores poderiam ficar a tremer, mas sim o contribuinte.
Eu começo a pensar que "eles" já não sabem o que fazer perante a pressão da opinião pública.
É no que dá empresas nacionalizadas, nossas :(

Vamos ver se no fim não é outra companhia nacional de navegação :evil:

Abraço

dj

Re: OBRIGAÇÕES TAP paga juro de 4,375% em emissão de obrigaç

MensagemEnviado: 16/12/2020 19:29
por fosgass2020
MPCapital Escreveu:Credores neste contexto = fornecedores + financiadores.


MPCapital, o que o leva a achar tal coisa? E desde quando é que os obrigacionistas não são financiadores?

MPCapital Escreveu: Do lado das obrigações o que poderá fazer sentido é a realização de uma operação de troca, mais perto da maturidade, que não é o mesmo que infligir perdas, seja do lado dos institucionais seja do lado do retalho. PT fez várias destas operações de troca durante os anos troika (tb faz agora mas com outros contornos). Se o plano de reestruturação for credível (se do tamanho do mundo) e bem executado os bancos credores podem agilizar um reescalonamento da dívida condicionado ao cumprimento de objetivos, há muitas formas de se fazer isso.


Há coisas que são a base das leis económicas pelo que lhe peço já desculpa por não aprofundar muito o assunto. Tem que perceber que qualquer alteração às condições iniciais provoca uma perda, porque há um investimento que é feito tendo como base as condições da oferta. Se assim não fosse, era fácil para a TAP dizer que no dia 23 de Dezembro não iria pagar o cupão e que o pagaria um mês mais tarde. Pela sua ordem de ideias, não havia problema nenhum. Pelas regras, a TAP entrava em default.

É que aqui nem estamos a "inventar a roda". Tem noção, por exemplo, da perda que os obrigacionistas já levaram à custa daquela votação na AG? Eu, na minha lógica de investimento, digo-lhe que perdi 15% do valor que lá tinha porque comprei as obrigações a contar com a expectativa que a TAP tinha que as pagar integralmente, porque conhecia o prospecto. Além disso, perdi mais 1% quando as despachei, abaixo do preço que dei por elas.

É claro que nem todos os investidores são iguais e é por isso que ainda existem compradores no mercado. E os pequenos obrigacionistas da TAP até são, na sua maioria, malta que está a ganhar um juro marginal, depois de descontados os custos que a banca impõe nas suas carteiras e a retenção do imposto e certamente preocupam-se pouco com os NPVs e as YTM e até com a cotação da própria obrigação. Mas isso, por si só, não é justificação para pensarmos que não existem perdas, porque elas existem!