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Caldeirão da Bolsa

S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

por Cem pt » 26/4/2019 19:47

Porquê trades direcionais em opções quando muitos experts tentam provar que a única forma de ganhar dinheiro com estes produtos é simplesmente assumir posições curtas, vendendo no fundo o esgotamento progressivo da volatilidade na esperança de que o direcionamento dos mercados não passa de um contratempo pontual?

A resposta não é simples, quando detetamos um mercado a subir o que podemos fazer com opções financeiras? Em vez de comprarmos Calls poderíamos por exemplo vender Puts, só que nesse caso auto limitamo-nos a arrecadar como máximo prémio o valor da venda do negócio! A taxa de sucesso das trades vencedoras nas referidas posiçoes curtas ou vendidas é de facto bastante elevada, particularmente no caso das opções “out of the money” (quanto mais afastadas do “strike price”, melhor!), mas o risco duma perda colossal pode vir sempre a suceder, embora num raro evento, nesse cenário seria um verdadeiro pesadelo se o mercado se virasse contra a posição assumida em grande força, veja-se o caso da falência do famoso hedge-fund LTCM gerido, entre outros, por dois ex-prémios Nobel autores do modelo de trading de opções Black-Scholes.

Como dizia um conhecido trader CTA em relação à evolução do capital duma carteira vendedora de opções: “vender opções é comermos como um pássaro quando abrimos posições e ganhamos, e “cag.rmos” como um elefante quando fechamos posições e perdemos”.

Com o parágrafo de trás está tudo dito! Apesar dos riscos bem superiores, na minha opinião penso que é preferível optar por posições longas ou compradas em opções. O problema é conseguirmos manter a “edge” de manter a posição do sentido dominante na esmagadora maioria do tempo em que estamos dentro, e tem de ser por um prazo longo porque a penalização do “slippage” neste produtos pouco líquidos pode ser um verdadeiro desastre! É bem mais difícil do que pode parecer manter um cenário de capital crescente numa carteira de opções longas direcionais mas a recompensa final poderá ser muito mais interessante, apesar dos “drawdowns” substanciais a enfrentar.

Os resultados resumidos dos testes deste sistema de trading, indicados neste tópico na mensagem do dia 17 de abril, traduzem os resultados das trades históricas em produtos do tipo CFD ou futuros.

Por outras palavras, pode-se concluir que o sistema do tipo SAR adaptado a esta carteira dos “big four giants” é muito aliciante, resta concluir se o trading em tempo real e com as devidas adaptações ao que abaixo exponho, para complementar algumas defesas a nível de risco associado ao trading de opções, vale ou não a pena ser seguido numa carteira independente dedicada apenas a este assunto dos sistemas do tipo “Stop And Reverse”.

Verificar ou confirmar se as mesmas conclusões para obtenção de retornos positivos consistentes, ou pelo menos equivalentes e aproximados, são ou não válidos com a utilização de opções financeiras simples ou warrants similares do tipo Call ou Put do tipo “at the money” em posições longas ou compradas, é o problema a enfrentar. Se não resultar, paciência, isto pode ser uma grande barraca mas não custa tentar.

Testar historicamente as trades do passado com modelos de simuladores de opções poderia ser um caminho possível para obter uma resposta definitiva, só que isso iria ocupar um tempo enorme de alguns meses que infelizmente não disponho, logo a confirmação terá de vir de uma experiência com trades em tempo real e por isso tive de recorrer a alguns subterfúgios e princípios simples que passarei a descrever no essencial para ter arrancado com uma carteira deste tipo. Embora ainda seja muito cedo para extrair conclusões apressadas, os resultados até agora parecem ser moderadamente positivos mas não me quero alongar para já em retornos de poucos meses porque isto ainda pode dar uma volta para baixo…

Na verdade há prós e contras no uso deste tipo de derivados alavancados, podendo-se considerar como o fator mais crítico o facto de procurarmos acertar maioritariamente no sentido da tendência ou do ciclo prevalecente ou dominante no gráfico diário.

Do lado positivo encontra-se a enorme alavancagem permitida por estes produtos, se encontramos uma tendência bastante favorável os retornos podem ser muito significativos, chegando no extremo a atingir os 3 dígitos em poucos meses de risco no mercado. Por outro lado se as perdas forem uma realidade ou a tendência se virar contra a nossa posição as opções poderão entrar em terreno “out of the money” e aí a velocidade das perdas é atenuada pelo delta mais suave, inferior a 50% dum produto equivalente em futuros financeiros com a mesma maturidade. Também não deixa de ser um facto positivo concluir que as perdas nunca poderão exceder o valor da compra de cada opção, havendo uma perda catastrófica ela limitar-se-á ao valor inicial das próprias opções colocadas no mercado.

No lado negativo da equação estão alguns fatores que se podem considerar como bastante adversos:

- Comecemos com a componente da volatilidade implícita contida no preço da opção. Ao comprar uma Call ou uma Put “at the money” todo o valor da compra pode-se considerar como sendo uma compra de volatilidade. Mesmo que acertemos na tendência pode-se dar o caso da volatilidade diária contida no preço, ou perda de valor médio da opção em cada sessão, ser superior ao ganho médio diário do subjacente a favor da tendência. Mas dramático, muito dramático mesmo, é não acertar na tendência: aí perdemos não só o valor da componente da volatilidade mas também a parcela do valor subjacente do afastamento cada vez maior do valor da opção contra o sentido que pensávamos ser o correto. Para ajudar à festa, pelo lado negativo, constata-se muitas vezes que a volatilidade implícita das opções excede na maior parte das situações a sua volatilidade histórica ou o seu desvio-padrão anual de preços nas cotações do subjacente. Por outro lado, com o aumento maior da velocidade de perda da volatilidade implícita destes produtos, à medida que nos aproximamos da data de extinção da maturidade, podemos concluir que manter opções em carteira nos seus dois últimos meses de validade é uma estratégia a evitar a todo o custo. Manter uma opção longa, mesmo que a favor da tendência, considero um verdadeiro suicídio. Há que vender a velocidade crescente da volatilidade, ou também chamado o “theta” grego ou “time decay”, em função do tipo parabólico, na reta final da validade das opções.

- Outro ponto crítico negativo é a falta de liquidez acentuada destes produtos, em geral materializada por uma diferença que chega a ser muito acentuada entre o “bid” e o “ask”. Se por exemplo essa diferença for de 8% significa que se comprarmos e vendermos no mesmo dia ao mesmo preço ficamos imediatamente a perder 8%. Logo, as opções financeiras não podem ou não devem ser de modo algum veículos para ser utilizados em “day trading”. Longe disso, para se tirar algum proveito destes produtos temos de interiorizar que a sua otimização reside em usar métodos de negociação que permitam detê-los em carteira pelo prazo médio de alguns meses para permitir extrair vantagens da sua grande variabilidade de valor no tempo. Dito isto, podemos concluir que se detivermos em carteira vários produtos com diferenças substanciais médias entre o comprador e o vendedor, é preferível correr maiores riscos com as opções que ofereçam as diferenças mais pequenas nesta matéria.

Tendo em conta o que atrás foi dito e que o fator de Kelly é superior a 20% numa carteira adaptada a este sistema de trading em particular, pode-se concluir que para a sua aplicação prática se recorreu na carteira a algumas regras ou artifícios profiláticos baseados nas conclusões dos fatores prós e contras indicados mais atrás, nomeadamente:

1) Efetuar um “roll-over” das posições numa data próxima de 2 meses antes da “strike date” ou 2 meses antes de se atingir a maturidade.

2) Escalonar a percentagem de risco a assumir em cada opção inversamente à sua diferença média de “ask/bid”.

Particularmente nesta carteira específica, em que os 4 papéis podem somar em risco no mercado a exposição de risco máximo de 20% do total da carteira, a exposição média de cada um é a seguinte, tendo em conta as opções utilizadas em cada papel:

S&P 500 – 8% (bid/ask médio = 1%)
Petróleo – 6% (bid/ask médio = 1%)
EuroDollar – 4% (bid/ask médio = 5%)
Ouro – 2% (bid/ask médio = 12%)
Total simultâneo = 20% do capital da carteira

Nada a assinalar entretanto nas posições anteriores da carteira, tudo igual como dantes. Quem julga que estas trades estão sujeitas a mudanças dramáticas de reversão todas as semanas, desengane-se, é melhor habituarem-se a uma boa sorna!

BN
O autor não assume responsabilidades por acções tomadas por quem quer que seja nem providencia conselhos de investimento. O autor não faz promessas nem oferece garantias nem sugestões, limita-se a transmitir a sua opinião pessoal. Cada um assume os seus riscos, incluindo os que possam resultar em perdas.


Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


O day trader trabalha para se ajustar ao mercado. O mercado trabalha para o trend trader! - Jay Brown / Commodity Research Bureau
 
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Re: S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

por Cem pt » 20/4/2019 19:51

Limitando-nos aos 4 papéis do grupo restrito de derivados do S&P 500, EuroDollar, Petróleo e Ouro, no decorrer do presente ano apenas foram disparados três sinais neste sistema de trading: uma compra no S&P 500 em 2 de janeiro, uma compra no Petróleo em 19 de fevereiro e uma venda no Ouro em 1 de abril.

A posiçao no EuroDollar é a mesma que resulta do último sinal do sistema disparado em 3 de outubro de 2018, ou seja, uma venda ou posiçao curta.

Ficam os respetivos gráficos atualizados.

Para se interpretar este indicador bastará no gráfico de cima atender à linha de cor verde: se estiver positiva temos uma posiçao comprada e se estiver negativa estamos a lidar com vendas.

As linhas brancas extremas tracejadas medem a expansao ou contraçao da volatilidade, um parâmetro muito importante que representa a chave e a grande fiabilidade dos sinais posicionais por trás do sistema de trading.

Finalmente a linha azul, que parece ser uma barata tonta com movimentos sinusoidais para cima e para baixo, funciona internamente como uma espécie de filtro que apaga o ruído extremo para evitar saídas prematuras das posiçoes assumidas, daí que este sistema de trading obrigue muitas vezes a tempos de permanência de alguns meses na mesma posiçao antes de aparecer uma reversao, de notar que quanto mais tempo permanecermos na mesma posiçao melhores resultados teremos na respetiva trade.

Por último fica uma chamada de atençao importante: este sistema ao nível da confiabilidade dos sinais comporta-se tanto melhor quanto maior for a liquidez do papel analisado, daí o facto de ter selecionado neste caso o maior índice mundial acionista, o maior par cambial e as duas commodities mais líquidas dos mercados de derivados.

Nao quer dizer que o sistema nao resulte com simples açoes, contudo chamo desde já a atençao que os resultados globais serao certamente menos positivos em termos de rentabilidade e fiabilidade. Quanto menos líquidos mais manobráveis sao os papéis, através dos chamados tubaroes ou simples players institucionais altamente capitalizados.

Cuidado também a escolher o pacote do conjunto dos ativos, o risco ficará muito mais diluído quanto menor for a correlaçao positiva e negativa entre os componentes da carteira.

BN


S&P 500 New SAR 3 20190418.png
S&P 500:
Sistema de trading New SAR 3.
Posiçao atual comprada.


EURUSD New SAR 3 20190419.png
EuroDollar:
Sistema de trading New SAR 3.
Posiçao atual vendida.


Crude Oil New SAR 3 20190418.png
Petróleo WTI:
Sistema de trading New SAR 3.
Posiçao atual comprada.


Gold New SAR 3 20190418.png
Ouro:
Sistema de trading New SAR 3.
Posiçao atual vendida.
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Re: S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

por Cem pt » 17/4/2019 17:28

Acrescentaria para efeitos do capital a colocar em risco, só por mera curiosidade, que este sistema de trading, a nível de money management, para verificação da alavancagem ótima a utilizar, vai permitir usar o topo dos 5% da percentagem máxima aconselhada pelos experts em trading em cada negócio (percentagem aconselhada de capital em risco em cada trade = 1% a 5% do capital total da carteira).

Recordo que em cada negócio, nas posições indicadas por este sistema de trading, o veículo de trading é materializado por uma simples “naked option”, ou seja, uma” Call” em posições compradas ou uma “Put” em posições vendidas do tipo próximo “at-the-money” com prazos de maturidade entre 5 a 8 meses. Se a posição se mantiver a um prazo próximo dos 2 meses de atingir a maturidade aconselho à execução dum “roll-over” das respetivas posições para novas posições com a maturidade de 5 a 8 meses porque a velocidade da extinção da volatilidade implícita é muito acentuada nos dois últimos meses antes da maturidade.

Isto é, se usarmos 5% do capital disponível em cada um dos 4 papéis teríamos no limite a aplicação de 4 x 5% = 20% do total da carteira em tempo simultâneo.

Para verificar se podemos usar em segurança estes 20% de capital total, de forma a otimizar a um futuro de longo prazo os resultados da carteira, a fórmula de Kelly teria de retornar um valor superior a esta percentagem, ou seja, Kelly(%) >= 20%.

Será que neste caso estamos dentro destes padrões de trading admissíveis?

Vejamos, por um processo rápido de verificação do histórico, este sistema de trading aplicado aos 4 ativos indicados teria obtido as seguintes performances uniformizadas e relativas em cada papel, levando em conta uma média de uma perda implícita de -0,2% em “slippage” e comissões em cada negócio simples:

S&P 500:
Ganhos / Perdas = 1,78 / 1,00
Média trade vencedora = 1,78
Média trade perdedora = -1,00
Trades vencedoras = 4 (média por trade = 5 meses)
Trades perdedoras = 4 (média por trade = 1 mês)

EURUSD:
Ganhos / Perdas = 10,75 / 1,00
Média trade vencedora = 3,58
Média trade perdedora = -1,00
Trades vencedoras = 3 (média por trade = 8 meses)
Trades perdedoras = 1 (média por trade = 2 meses)

Petróleo WTI:
Ganhos / Perdas = 4,11 / 1,00
Média trade vencedora = 2,74
Média trade perdedora = -1,00
Trades vencedoras = 3 (média por trade = 6 meses)
Trades perdedoras = 2 (média por trade = 2 meses)

Ouro:
Ganhos / Perdas = 1,50 / 1,00
Média trade vencedora = 0,90
Média trade perdedora = -1,00
Trades vencedoras = 5 (média por trade = 4 meses)
Trades perdedoras = 3 (média por trade = 1 mês)

Resumo Geral:
Ganhos / Perdas = 2,536 / 1,000
Média trade vencedora = 1,69
Média trade perdedora = -1,00
Trades vencedoras = 15 (média por trade = 5,5 meses)
Trades perdedoras = 10 (média por trade = 1,5 meses)

Aplicando a fórmula de Kelly = Kelly(%) = W-(1-W)/R

Em que:
W = Trades vencedoras / Trades totais = 15 / 25 = 60% = 0,6
R = Ganhos totais do sistema / Perdas totais do sistema = 2,536

Teríamos então:
Kelly(%) = 0,6 – (1-0,6) / 2,536 = 0,442 = 44,2%

Ou seja, a fórmula de Kelly autorizaria neste caso a usar a percentagem máxima aconselhada simultânea dos 20% utilizados nesta carteira.

Inclusive, pelo valor percentual alcançado pela fórmula de Kelly, até poderíamos com este método de negociação ir mais além e usar no limite um total próximo de 8 papéis diferentes não correlacionados positiva ou negativamente, o que no trading de derivados em termos de riscos relacionados é muito difícil para não dizer impossível de alcançar.

Todavia, com o objetivo único de alcançar a maximização dos maiores lucros possíveis teóricos no longo prazo, não seria mau avaliar a possibilidade de criar um apêndice de mais umas quantas “commodities”, por exemplo em futuros nas categorias dos cereais e do setor das obrigações, desde que possuam boa liquidez, para compor uma carteira do tipo “hedge-fund” totalmente alavancada e com posições tendenciais curtas e longas simultâneas em setores diametralmente diversificados.

Não esquecer contudo que a fórmula de Kelly trata sobretudo de maximizar lucros mas “esquece” os riscos de falência duma carteira altamente alavancada, pelo que na extremidade oposta da análise das percentagens a aplicar seria necessário efetuar uma verificação histórica relacionada com o máximo “open drawdown” permitido ou admitido por cada trader que estivesse eventualmente envolvido em gerir uma carteira deste tipo. Por experiência própria o meu conselho seria, numa carteira exclusivamente composta por produtos derivados bastante alavancados, limitar as perdas de “drawdown” geral a um percentual próximo do intervalo entre os 40% aos 50%. É bom não esquecer que a famosa carteira “hedge-fund” de Larry Williams que em finais dos anos 80 bateu um record mundial de rentabilidade no campeonato do mundo de traders profissionais com dinheiro real (subiu o valor inicial de 10.000 $USd para 1.100.000 $USd num prazo dum ano!) utilizou um percentual de Kelly na ordem dos 32% mas chegou a passar pelo calafrio de sofrer um “drawdown” superior a 70% durante esse famoso evento da “Robbins Cup”! Há que admitir que o trading arriscado aos extremos não é para qualquer um…

BN
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Re: S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

por rsacramento » 6/4/2019 19:57

thanks :D
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Re: S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

por Cem pt » 6/4/2019 11:15

Amigo “R”:

Essa versao do exemplo da fórmula que deixei atrás creio ter sido deixada por mim no forum em 2010.

O indicador da fórmula nesse caso nao é mais nem menos que o equivalente à linha tracejada, a qual deverá ser comparada com o gráfico das cotaçoes ou com os respetivos valores do Fecho ou “Close” para verificar se deveríamos estar comprados ou vendidos de acordo com o critério que bem indicaste: valor do fecho acima da linha tracejada = comprado e fecho abaixo do tracejado = vendido.

Portanto basta-te arrastar o gráfico do indicador para o gráfico das cotaçoes e comparar, easy task.

A variante SAR que eu apresento nos 4 gráficos que deixei nao corresponde à fòrmula de cima, trata-se de uma versao mais refinada porque a linha tracejada compara com um indicador de volatilidade mais macio que as cotaçoes e onde a segunda parte das sessoes para a integraçao da volatilidade têm mais valor que a parte matinal, ou seja, é a parte da candlestick que é mais “manobrada” pelos profissionais. Implica o encadeamento de várias fórmulas até se chegar ao resultado final. Como disse no texto pode haver miríades de formas de abordar um indicador do tipo SAR.

Abraço.
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Re: S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

por rsacramento » 6/4/2019 2:19

viva, semStops!

testei o teu código e tenho algumas dúvidas:

como é que obtens a curva a tracejado?

presumo que os sinais de compra e venda são respectivamente quando a linha a cheio cruza, em alta, a outra, e o de venda o oposto

eu apliquei o teu código ao S&P500 mas obtive uma curva ligeiramente diferente da tua

o que estará mal?

Abraço
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S.A.R. / Stop And Reverse: Exemplos práticos

por Cem pt » 5/4/2019 18:43

Um dos tipos de sistemas de trading mais comercializados através de revistas da especialidade, estou-me a lembrar por exemplo da zona de publicitação do boletim mensal norte-americano do “Technical Analysis of Stocks and Commodities”, é o que se baseia nas linhas de S.A.R. ou mais comummente designadas de “Stop and Reverse”.

Em geral esse tipo de sistemas vai buscar parâmetros de volatilidade, usando por exemplo um indicador dessa classe já incorporado de origem como seja o muito conhecido ATR, multiplicado em geral por valores constantes, para criar linhas de acompanhamento das curvas dos ciclos ou das pequenas tendências que se vão formando. Essas linhas são colocadas a alguma distância de segurança das cotações, por forma a que o mercado possa respirar normalmente e o trader não ande sempre a virar de posições compradas para vendidas e vice-versa ou, dito de outra maneira, evitar ao máximo que o ruído dos pequenos ricochetes do mercado não permita fechar posições de forma prematura.

Para quem não estava presente no fórum em anos mais remotos, aqui fica um pequeno exemplo ou sugestão duma variante SAR, executado em linguagem do Metastock a introduzir no “Indicator Builder”, sugerido em tempos como interessante exemplo a aplicar a ações portuguesas:

NOME:

Stop Reverse Original

PROGRAMA:

{1.START FORMULA}
{2.DEFINE VAR1 - RISK MANAGEMENT}
lengthstopcorrect:=
Max(3*ATR(13),5/2*ATR(8)) ;
{3.DEFINE VAR2 - STOP LEVEL}
srto:=
{4.INDENT}
If(
C <= PREV AND Ref(C,-1) > Ref(PREV,-1) ,
C+lengthstopcorrect ,
{5.INDENT}
If(
C > PREV AND Ref(C,-1) <= Ref(PREV,-1) ,
C-lengthstopcorrect ,
{6.INDENT}
If(
PREV < C ,
Max(C-lengthstopcorrect,PREV) ,
Min(C+lengthstopcorrect,PREV) ))) ;
{7.SHOW VAR2 - STOP LEVEL}
srto ;
{8.END FORMULA}


Devo acrescentar que os indicadores tipo SAR são bastante eficazes quando existem fases de ciclo direcionais bastante marcantes, ou evidentes, mas têm o defeito de gerar prejuízos sucessivos quando os mercados são marcadamente laterais, originando neste caso viragens de posição que vão “comendo” de forma desnecessária e até crescente o dinheiro da carteira ao assumir um sentido de mercado que jamais se irá materializar.

Portanto, uma regra importante será efetuar uma primeira pré-verificação para comprovar que um papel poderá ser negociado com este tipo de sistema de trading se pudermos percecionar que vamos estar perante um comportamento de mercado bastante direcionalizado ou pouco lateralizado.

Claro que à volta do exemplo SAR atrás apresentado existe uma infinidade de variantes. Cada um poderá usar os indicadores internos ou constantes otimizadas que acha poderem aplicar-se melhor ao seu próprio estilo e timing de trading.

No meu caso particular as fórmulas usadas no sistema gráfico que mostro mais abaixo, em fundo laranja, são também adaptadas a uma variante que considero mais adaptada à realidade dos mercados analisados e cujos resultados de testes forneceram resultados que considero bastante aceitáveis para poderem ser usados com alguma confiança no mercado real. Incorporam indicadores internos essencialmente de volatilidade e corrigidos diariamente em funçao da própria volatilidade histórica do mercado, para permitir uma maior estabilidade, ou menor rotaçao, das posiçoes assumidas de compra ou venda.

Aqui há uns meses atrás, mais propriamente em finais do ano passado, desenvolvi esta pequena brincadeira dedicada a uma carteira paralela, a qual rivaliza à parte com a carteira de hedge-fund que possui um tópico próprio com uma atualização próxima da periodicidade semanal e que utiliza internamente sistemas de trading que nada têm a ver com este tipo de indicadores SAR.

Essa carteira paralela detém apenas 4 ativos altamente alavancados e, nota importante, de preferência pouco correlacionados entre si para mitigar o risco do conjunto: o índice S&P 500, o EuroDollar, o Petróleo e o Ouro. A elevada alavancagem para cada um destes papéis baseia-se no facto de se utilizarem como veículos de trading apenas posições longas de “naked options”, ou seja, Calls ou Puts comprados consoante o ciclo da linha SAR seja ascendente ou descendente.

No entanto devo acrescentar que esta escolha do veículo de negociaçãoo com opções financeiras é meramente uma preferência pessoal, mediante alavancagem de “profit.risk” adequada aos testes do passado com estes produtos. Poder-se-ia perfeitamente usar outro tipo de produtos como futuros ou CFDs, só para exemplificar alguns dos mais conhecidos.

Obviamente que como sao esperados a longo prazo retornos positivos deste tipo de carteira, a elevada alavancagem deste tipo de carteira, gerida apenas com Calls e Puts, possui uma variância extrema: tanto pode dar origem a retornos fenomenais ao final dum ano, com valores a rondar os 3 dígitos percentuais anualizados, como pode chegar próximo da base dum belo caixão funerário para levar uma carteira à ruína num abrir e fechar de olhos se estes ativos sofrerem num determinado dia uma interrupção muito acentuada de reversão, contra a posição assumida, do tipo crash repentino em uma única sessão.

Portanto muita atenção quando decidirem entrar por um caminho destes, utilizando derivados de alta alavancagem! Ou seja, na verdade desaconselho na totalidade a utilização de “naked options” ou produtos similares, como sejam por exemplo warrants, para efetuar trading destes produtos. É um tipo de carteira dedicado a tipos meio loucos que nao se importam de correr riscos de drawdowns excessivos embora a aspirar a retornos “absurdos”, a menos que tenham capital disponível e em quantidade tal que não se importem de o perder a prazo numa corrida de verdadeira montanha russa, mas mesmo nesse cenário de loucos quem gostaria de perder bastante dinheiro dinheiro pelo meio do percurso?!

Na verdade trata-se de lidar com um risco brutal numa carteira deste tipo, de todas as formas e apesar de nao ser um bom exemplo para ninguém deixo esta amostra para vossa curiosidade.

Para já, “so far so good” no que respeita aos resultados com o S&P 500 e com o EuroDollar, os retornos têm sido jeitosos desde finais de 2018. Já no que respeita ao Petróleo e ao Ouro infelizmente não posso dizer o mesmo, os seus resultados têm andado a alternar entre o zero e a zona vermelha ( perto do final de 2018 o Petróleo começou mal e tem vindo a recuperar e o Ouro teve um bom início mas ultimamente os resultados degradaram-se), embora com valores de saldo atual pouco negativos em ambas as commodities, muito embora tenha a convicçao que brevemente poderão vir a recuperar para terrenos positivos conforme auguram os testes, esperemos!

Ficam os gráficos exemplificativos do sistema em causa para os 4 ativos citados.


S&P 500 New SAR 3 20190404.png
S&P 500: Sistema New SAR 3


EURUSD New SAR 20190404.png
EURUSD: Sistema New SAR 3


Crude Oil New SAR 3 20190404.png
Crude Oil WTI: Sistema New SAR 3


Gold New SAR 3 20190404.png
Gold: Sistema New SAR 3
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