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Caldeirão da Bolsa

Dilema: quando fechar posições longas em opções Call ou Put

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Dilema: quando fechar posições longas em opções Call ou

por pemides2 » 22/1/2019 12:41

Nas opções compradas o Theta está sempre contra ti. Se dum ponto de vista de preço do subjacente, consideras que é óptimo fechar, não vejo nenhum motivo para esperar pelo dia seguinte.

- Resultado da estratégia em que o fecho da sessão seguinte é mais favorável que o anterior em que ocorreu o sinal, situação que ocorre em cerca de 50% das vezes:
Ganho médio da opção = 25% - 2% = +23%.

E se a sessão em termos de fecho for negativa em relação à anterior? Nesse caso esperamos pela sessão seguinte, se a 2ª sessão terminar então a favor da nossa posição pode-se considerar que o prejuízo da estratégia B seria residual e aproximadamente igual a:
Prejuízo médio da opção= -25% - 2% +25% - 2% = -4%.


A primeira situaçao ocorre com 50% de probabilidade. A segunda, com 25%. Os outros 25% que sobram são para a situação em que cai nos 2 dias, onde perdes 54%. O valor esperado dessa estratégia é negativo.
 
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Dilema: quando fechar posições longas em opções Call ou Put

por Cem pt » 21/1/2019 17:28

Sabendo que VIM representa o Valor Intrínseco Médio de variação nominal diário expectável do valor duma opção Call ou Put e TD é o parâmetro grego que significa o Theta Diferencial que determina a desvalorização diária da opção em causa no período em que é calculado.

Conhecidas as variáveis de VIM e Theta Diferencial duma determinada opção Call ou Put, qual a estratégia mais adequada para fechar essa opção:

A) De imediato, logo que tenhamos um sinal para fechar?

Ou

B) Esperando pelo final da sessão seguinte até verificar que o subjacente se movimentou a favor do sinal da opção em relação à sessão da véspera, por comparação com a sessão anterior?

Até à data presente, sempre que negociava com opções em posições longas, as simples Calls ou Puts compradas, nem sequer duvidava: cada vez que aparecia um sinal para fechar posições optava pela solução A de ordem de fecho da posição.

Porém uma dúvida surgiu-me recentemente, será que estava no passado a atuar da forma mais correta?

Isto é, se esperasse pela sessão seguinte em que a opção poderia valorizar (ou desvalorizar!) mais uns 20% ou 30%, pela sua grande variação devida à elevada alavancagem de risco que comporta, será que estaríamos perante uma relação “Profit / Risk” ou esperança matemática positiva?

O cenário B estabelece nesse caso uma regra muito fácil: fechar a posição da Call ou Put, quando o sinal for disparado mas aguardando sempre até aos casos em que o fecho do subjacente se movimentar a favor da nossa posição, comparando-o com o fecho anterior.

Esta dúvida surgiu-me repentinamente e parece bastante lógica, mas será que a decisão é a mais correta? Para isso há que efetuar algumas considerações básicas e estabelecer algumas simplificações.

Podemos por simplificação aproximar a função de VIM a algo que podemos chamar dum lucro médio “L” diário esperado, no caso do subjacente se movimentar a nosso favor, ou de “-L” para o prejuízo médio diário se o subjacente da opção se movimentar contra a posição assumida. Em seguida comparamos os fechos das sessões em causa e para o valor médio dos fechos do subjacente recorremos ao histórico, devendo-se considerar um número razoável e significativo de sessões em que se poderá estabelecer que o valor de “L”, como sendo aproximadamente o seguinte:

L = Média de X sessões da diferença (Fecho da sessão atual – Fecho da sessão anterior) x Alavancagem da opção em causa em relação ao subjacente

Por exemplo, se estabelecermos que a VIM ou L duma determinada opção é por exemplo de 25%, ou seja, que a valorização média diária intrínseca devida apenas à diferença média entre fechos provoca uma valorização média de 25% no valor da própria opção, vamos supor que a sessão seguinte era realmente positiva. Nesse caso ganharíamos com o negócio uma média de 25%, valor ao qual teríamos de descontar o tal Theta Diferencial que representa o decréscimo diário do valor da opção devido à sua “OV” ou “Option Volatility”, que possui percentuais em produtos “at” ou “in-the-money” que no pior dos cenários muito raramente se encontram acima dos 2% do valor da opção. Como regra geral este parãmetro TD é pouco significativo ou mesmo residual quando ainda estamos longe da maturidade mas à medida que esta data se vai aproximando o valor TD começa a ganhar algum peso, tanto maior quanto mais próximo estivermos da sua data de extinção e quanto mais volátil for o ativo na data em presença. Por segurança considere-se então este percentual de 2% diário para o exemplo acima do “TD”:

- Resultado da estratégia em que o fecho da sessão seguinte é mais favorável que o anterior em que ocorreu o sinal, situação que ocorre em cerca de 50% das vezes:
Ganho médio da opção = 25% - 2% = +23%.

E se a sessão em termos de fecho for negativa em relação à anterior? Nesse caso esperamos pela sessão seguinte, se a 2ª sessão terminar então a favor da nossa posição pode-se considerar que o prejuízo da estratégia B seria residual e aproximadamente igual a:
Prejuízo médio da opção= -25% - 2% +25% - 2% = -4%.

Sucede que os cenários em que pode ocorrer em primeiro lugar uma sessão favorável (o que ocorre em 50% de todas as sessões, como vimos mais atrás) e em segundo lugar uma sequência de uma sessão desfavorável seguida de uma favorável (25% dos casos), levar-nos-ia a concluir que para 75% dos cenários possíveis a esperança matemática dos lucros esperados por esta estratégia seriam de +23% - 4% = 19%, ou seja, se estabelecermos uma função com as variáveis em jogo teríamos:

L – 3 TD

Podemos ir portanto por aí abaixo em cenários cada vez mais desfavoráveis, nos tais casos que representarão em acumulado 25% dos casos possíveis que não foram assinalados, até concluirmos se valerá ou não a pena seguir a estratégia B de fecho das posições em vez da solução A do fecho imediato. Dá algum trabalho mas…valerá a pena? :shock:

Como resposta à pergunta acima assinalada devo acrescentar que entretanto já cheguei a uma conclusão, no entanto deixo a questão no ar à vossa consideração para quem negoceia em opções: qual é a vossa opinião?

A pergunta resume-se portanto ao seguinte: vale ou não a pena seguir esta estratégia B, de esperar para ver em função dos fechos comparativos, em detrimento da estratégia tradicional e típica A que por sua vez implica o fecho imediato de posições longas em opções (naked long options) logo que o sinal é disparado? :?


:roll: :?: :idea: :| :-k :wall:
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Citações que me assentam bem:


Sucesso é a habilidade de ir de falhanço em falhanço sem perda de entusiasmo – Winston Churchill

Há milhões de maneiras de ganhar dinheiro nos mercados. O problema é que é muito difícil encontrá-las - Jack Schwager

No soy monedita de oro pa caerle bien a todos - Hugo Chávez


O day trader trabalha para se ajustar ao mercado. O mercado trabalha para o trend trader! - Jay Brown / Commodity Research Bureau
 
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