Com uma bola e os mercados na mão
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Re: Com uma bola e os mercados na mão
Discordo nalguns pontos, concordo noutros.
"Para se chegar a um nível de excelência, é necessário treinar milhares de horas - a fronteira das 10 mil horas é apontada por muitos como condição necessária para um atleta de excelência."
Malcom Gladwell, autor do Outliers, é um dos defensores dessa teoria. Claro que evoca igualmente o contributo do contexto e a sorte para o sucesso que alguns têm. Pessoalmente, defendo a máxima que sem trabalho não há sucesso. (mas corremos o risco de estarmos a trabalhar sobre a premissa errada)
"o "trader" devia manter-se mais tempo sem negociar, até estar mais sintonizado com o mercado"
Razões para não estar sintonizado:
1. não cumpriu com a sua estratégia/plano - razão emocional (?);
2. estratégia/plano mal desenhado - razão técnica;
3. o mercado mudou e a estratégia/plano não sofreu alteração estando enviesada.
Não acredito muito no 3. Independentemente do contexto de mercado, a estratégia tem uma probabilidade de êxito associada e obedece a um determinado contexto de mercado. Caso este contexto não ocorra, muito provavelmente, o trader não actua.
O afastamento deve cingir.se enquanto o trader não estiver capaz, do ponto de vista emocional, em dar ordens. (e a capacidade pode traduzir.se em diferentes factores: stress, incapacidade de ler o mercado, incapacidade de seguir a sua estratégia, etc)
"Aqueles que aspiram a serem "top traders" ambicionam encontrar um "coach" que os faça ser melhores."
Tão verdade. Às vezes uma opinião de alguém mais experiente ou igualmente interessado ajuda muito.
"Muitos defendem que os atletas e os "traders" devem eliminar as emoções do seu desempenho. Discordo."
Discordo da discordância.
Antes sugiro trocar "desempenho" por "operacional".
Os principais erros do trading não é o stop (bem colocado) mas sim:
. o exagero monetário do trade - ganância
. o sentimento de falhar a oportunidade - o famigerado FOMO
. entrada precipitada/alteração da tendência após entrada no mercado - medo
. deixar que o mercado prossiga contra o sentido do trade na esperança de uma alteração de tendência - aquilo que Mark Douglas chama de "leaving money on the table"
Mark Douglas afirma mesmo que perder dinheiro e estarmos errados são dos sentimentos que mais detestamos enquanto seres humanos.
Os sentimentos afectam a nossa percepção do mercado. O candle verde fica vermelho e o vermelho insiste em não ficar verde. A existência de uma estratégia obriga a automatismos.
(quanto ao Nadal e ao Ronaldo, quanto não terão treinado para que tudo o que façam seja automático ausente de emoção? De leitura obrigatória, Charles Duhigg, o Poder do Hábito. Há lá um capítulo sobre a mecanização do desporto, nomeadamente do futebol americano, muito bom.)
"'Falhei mais de 9000 lançamentos na minha carreira. 26 vezes fui escolhido para fazer o lançamento decisivo e falhei. E foi por causa disso que tive sucesso.' Esta frase de Michael Jordan reflecte bem o pensamento de um campeão."
Não concordo: Michael Jordan não perdia dinheiro sempre que falhasse. E sabia que nos 10 segundos seguintes teria uma oportunidade de brilhar.
Ainda assim, voltando a Mark Douglas, afirma este que se a estratégia for boa, o trader sabe que por cada trade falhado mais perto fica do trade que procura. A isto chamo mecanização e perseverança.
"Por muitas diferenças que exista entre os atletas de topo e os "traders" de elite, a abordagem mental de ambos é muito semelhante. E, por favor, nunca se lembre de culpar os árbitros. Esse é o género de atitudes que só os derrotados têm."
O mercado não tem culpa. O mercado é ausente de emoção.
"Para se chegar a um nível de excelência, é necessário treinar milhares de horas - a fronteira das 10 mil horas é apontada por muitos como condição necessária para um atleta de excelência."
Malcom Gladwell, autor do Outliers, é um dos defensores dessa teoria. Claro que evoca igualmente o contributo do contexto e a sorte para o sucesso que alguns têm. Pessoalmente, defendo a máxima que sem trabalho não há sucesso. (mas corremos o risco de estarmos a trabalhar sobre a premissa errada)
"o "trader" devia manter-se mais tempo sem negociar, até estar mais sintonizado com o mercado"
Razões para não estar sintonizado:
1. não cumpriu com a sua estratégia/plano - razão emocional (?);
2. estratégia/plano mal desenhado - razão técnica;
3. o mercado mudou e a estratégia/plano não sofreu alteração estando enviesada.
Não acredito muito no 3. Independentemente do contexto de mercado, a estratégia tem uma probabilidade de êxito associada e obedece a um determinado contexto de mercado. Caso este contexto não ocorra, muito provavelmente, o trader não actua.
O afastamento deve cingir.se enquanto o trader não estiver capaz, do ponto de vista emocional, em dar ordens. (e a capacidade pode traduzir.se em diferentes factores: stress, incapacidade de ler o mercado, incapacidade de seguir a sua estratégia, etc)
"Aqueles que aspiram a serem "top traders" ambicionam encontrar um "coach" que os faça ser melhores."
Tão verdade. Às vezes uma opinião de alguém mais experiente ou igualmente interessado ajuda muito.
"Muitos defendem que os atletas e os "traders" devem eliminar as emoções do seu desempenho. Discordo."
Discordo da discordância.
Antes sugiro trocar "desempenho" por "operacional".
Os principais erros do trading não é o stop (bem colocado) mas sim:
. o exagero monetário do trade - ganância
. o sentimento de falhar a oportunidade - o famigerado FOMO
. entrada precipitada/alteração da tendência após entrada no mercado - medo
. deixar que o mercado prossiga contra o sentido do trade na esperança de uma alteração de tendência - aquilo que Mark Douglas chama de "leaving money on the table"
Mark Douglas afirma mesmo que perder dinheiro e estarmos errados são dos sentimentos que mais detestamos enquanto seres humanos.
Os sentimentos afectam a nossa percepção do mercado. O candle verde fica vermelho e o vermelho insiste em não ficar verde. A existência de uma estratégia obriga a automatismos.
(quanto ao Nadal e ao Ronaldo, quanto não terão treinado para que tudo o que façam seja automático ausente de emoção? De leitura obrigatória, Charles Duhigg, o Poder do Hábito. Há lá um capítulo sobre a mecanização do desporto, nomeadamente do futebol americano, muito bom.)
"'Falhei mais de 9000 lançamentos na minha carreira. 26 vezes fui escolhido para fazer o lançamento decisivo e falhei. E foi por causa disso que tive sucesso.' Esta frase de Michael Jordan reflecte bem o pensamento de um campeão."
Não concordo: Michael Jordan não perdia dinheiro sempre que falhasse. E sabia que nos 10 segundos seguintes teria uma oportunidade de brilhar.
Ainda assim, voltando a Mark Douglas, afirma este que se a estratégia for boa, o trader sabe que por cada trade falhado mais perto fica do trade que procura. A isto chamo mecanização e perseverança.
"Por muitas diferenças que exista entre os atletas de topo e os "traders" de elite, a abordagem mental de ambos é muito semelhante. E, por favor, nunca se lembre de culpar os árbitros. Esse é o género de atitudes que só os derrotados têm."
O mercado não tem culpa. O mercado é ausente de emoção.
Quando a esmola é muita, o pobre desconfia.
Re: Com uma bola e os mercados na mão
Muito bom artigo... parabéns!
Como se ganha dinheiro na bolsa?!
-Devo usar STOP's
-A tendência é minha amiga
-Não posso transformar um lucro em perda
-Devo cortar as perdas e deixar correr os ganhos
-As ações podem subir/descer mais do que penso e mais rápido
-Cumprir as regras anteriores...
-Devo usar STOP's
-A tendência é minha amiga
-Não posso transformar um lucro em perda
-Devo cortar as perdas e deixar correr os ganhos
-As ações podem subir/descer mais do que penso e mais rápido
-Cumprir as regras anteriores...
Com uma bola e os mercados na mão
Foi hoje publicado o meu artigo intitulado "Com uma bola e os mercados na mão":
http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/ulisses-pereira/detalhe/com-uma-bola-e-os-mercados-na-mao?ref=HP_Destaquesopiniao2
Abraço,
Ulisses
http://www.jornaldenegocios.pt/opiniao/colunistas/ulisses-pereira/detalhe/com-uma-bola-e-os-mercados-na-mao?ref=HP_Destaquesopiniao2
Abraço,
Ulisses
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