Dr Tretas Escreveu:Perito Escreveu:Muitas mais questões há mas por agora ficam estas.
Cheers malta. Feliz Natal e feliz ano novo

Mas e em relação ao liberalismo?
A criação de emprego depende de muita coisa: demografia, existência ou não de recursos energéticos, posição no mapa, avanço tecnológico, cultura... E quer se goste quer não é uma função implícita (dado pelas pessoas) do governo (gerar crescimento ou gerar condições favoráveis a tal). PT tem uma deriva de esquerda que certamente terá uma fundação na história recente do país. Foi até há bem pouco tempo um país pobre que durante muito tempo esteve excluído da economia europeia.
Em termos de impostos há pior...
http://ec.europa.eu/eurostat/statistics ... of_GDP.pngDecerto discordamos das causas da crise atual. O problema é falta de procura devido ao excesso de dívida. Como não há grande crescimento económico as dívidas governamentais não se reduzem. Volto ao mesmo exemplo da Austrália que será um dejá vu. Os lares australianos são dos mais endividados do mundo. Quando a economia rebentar a dívida do governo (nos 40/50%) vai necessariamente subir para cobrir os custos sociais que lhe estão imputados e para salvar o sistema financeiro cujas medidas de resolução são tretas irrealistas. Cá na Europa quem é que acredita que o Deutsche Bank seria liquidado?
lfhm83 Escreveu:Na minha opinião nenhuma empresa devia ser resgatada, senão está-se imediatamente a por em causa a liberdade de mercado, e um dos primeiros artigos de qualquer constituição ocidental que todos são iguais perante a lei. Se salva uma salvam-se todas e para salvar todas só com comunismo.
A teoria é sempre muito fácil. Na prática isso esbarra com interesses económicos, políticos e geoestratégicos. Eu também gostava que a VW pagasse multas na Europa como tem feito nos EUA. Mas a realidade é outra.
lfhm83 Escreveu:Isso é uma falta de imparcialidade dos estados, novamente uma distorção do todos são iguais perante a lei. A crise do subprime foi uma autentica prevaricação do estado como entidade reguladora.
A crise do subprime foi transversal a tudo. Bancos, seguradoras e agências de rating. Quando os governos tentam regulamentar são acusados de restringir o crescimento. Em que se fica?
lfhm83 Escreveu:Quanto maior o peso do estado, maiores os poderes dos agentes do estado. Isso vai gerar corrupção, como é óbvio. As empresas investem em corrupção, para ganhar acesso à massa do estado. Os agentes corruptos do estado, por seu turno, ganham acesso indirecto à massa do estado, via o dinheiro que lhes é pago por essas empresas corruptoras, que em última análise virá dos tais contratos públicos. É um ciclo vicioso, em que quem se lixa é o contribuinte.
Podias abolir todas as instâncias do governo que continuarias a ter corrupção na mesma. Se tiveres uma agência reguladora haverá sempre distorções porque ou tens carreiristas no domínio público ou terás pessoas que vão e vêm entre o setor público e o privado. Com ou sem governo os cartéis continuarão a surgir.
Não há pessoas independentes e as instituições são formadas e geridas por pessoas.
lfhm83 Escreveu:sendo estas duas últimas um bom exemplo do que há de mal na falta de regulação ética dos mercados.
Os mercados não se autoregulam nem são éticos porque são constituídos por indivíduos. Não há indivíduos puros. Como tal...
lfhm83 Escreveu:O petróleo é, ainda, sem dúvida uma actividade fundamental mas repara com resistiram ao colapso do preço do petróleo. Nesses países o petróleo já tem um impacto de abaixo de 30% no PIB.
A queda do preço do petróleo foi suportado com défices massivos que persistem. Esse gráfico até nem diz muito porque se refere ao 'mundo'. A produção de petróleo tem variado bastante em tipologia e localização.
O PIB também pouco diz da condição social de um país. De que serve crescer 2% se 60% ou mais dos ganhos vai para o topo? É isso que está a acontecer nos países desenvolvidos.
lfhm83 Escreveu:Honestamente não acredito que que dentro de 20 exista ainda algum sistema de reformas estatal a funcionar na Europa, pelo menos no modelo actual. Eventualmente vai-se privatizar por falta de dinheiro e claro que depois a culpa vai ser o capitalismo e do neoliberalismo.
Não existe crescimento infinito num mundo finito. As sociedades desenvolvidas têm, em teoria, menos margem de crescimento que os países em desenvolvimento. Comparar a Índia em que centenas de milhões não têm sanitas com uma França ou Alemanha...
Os capitalistas dizem que o problema é dos socialistas e os socialistas dizem que a culpa é dos capitalistas. Ambos têm bons argumentos. O neofeudalismo já existe. Tanta empresa que não paga impostos por exemplo na Irlanda. Surgimento de (alguns empregos) há, claro. O trickle down dos livros é que não. Ou melhor, ocorre sim. Mas é através dos projetos públicos que o governo financia mediante os magros impostos que cobra.
lfhm83 Escreveu:Num mercado livre sem proteção de monopólios (e neste momento á muito disso veja-se as ajudas estatais aos bancos...) é muito difícil que a riqueza se concentre em poucos players de um sector. Como disse no outro post considero os anos 90 como os anos áureos da economia mundial e isso deveu-se ao momento em que existiu a maior onda de liberalismo, veja-se por exemplo a evolução dos bancos pequenos vs bancos grandes nos USA desde de o inicio de 2000:
https://www.mercatus.org/publication/sm ... -2000-2014
Farto-me de ver empresas a comprar concorrentes para continuarem a ser dominantes. Os booms trazem diversificação. A estagnação traz a consolidação e os monopólios. Os drones são e serão um bom exemplo.
As teorias dos livros são treta. Os mercados financeiros promovem uma sucção da riqueza em forma piramidal em que a força laboral é escolhida com base nos seus custos. O aumento das margens de lucro não vai para os trabalhadores mas sim para os acionistas. Os que menos fazem são os que mais ganham. E quanto mais dinheiro tens mais ganhas.
O problema das utopias é que as pessoas se refugiam numa espécie de elitismo ideológico e raramente enfrentam a realidade. Pior, tendem a interagir só com pessoas com a mesma ideologia e saem ainda mais radicalizados. É uma echo chamber
