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Caldeirão da Bolsa

OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Lion_Heart » 5/2/2016 16:00

Marco Martins Escreveu:Já se sabe alguma coisa de Bruxelas?


Aprovado como é óbvio. Isto é como na Grécia ladram mas depois baixam as orelhas (ou seja, põe os contribuintes a pagar)
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Marco Martins » 5/2/2016 15:48

Já se sabe alguma coisa de Bruxelas?
 
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Lion_Heart » 5/2/2016 12:56

Orçamento do Estado, o que já sabemos

Cristina Sambado - RTP 05 Fev, 2016, 11:53 | Economia

Orçamento do Estado, o que já sabemosO ministro das Finanças, Mário Centeno, apresenta esta sexta-feira ao país a proposta de Orçamento do Estado para 2016 | Manuel de Almeida - Lusa

O Governo entrega esta sexta-feira na Assembleia da República a proposta de Orçamento do Estado para 2016, um documento que motivou duras negociações com a Comissão Europeia e dúvidas de diferentes entidades.

Depois de uma semana de intensas negociações com Bruxelas, o Governo comprometeu-se com uma redução mais acentuada dos défices orçamental e estrutural.

Além disso, o Executivo de António Costa admitiu mais aumentos de impostos, nos produtos petrolíferos e sobre os veículos, uma reavaliação dos ativos das empresas e que o IVA das bebidas manter-se-ia nos 23 por cento.

As principais medidas apresentadas pelo Governo de António Costa no esboço do Orçamento do Estado, apresentado a 22 de janeiro, previam a reposição salarial dos funcionários públicos e redução da sobretaxa; a descida da TSU para trabalhadores com menos de 600 euros, o aumento de cinco cêntimos na gasolina e quatro no gasóleo, o aumento do Imposto de Selo no crédito ao consumo, aumento do Imposto sobre o Tabaco, a descida do IVA na restauração.

Quanto aos escalões do IRS e a taxa do IRC, o Executivo não prevê alterações, ao contrário das pensões e apoios sociais onde estão previstas alterações.
Reposição salarial

Haverá reposição salarial para os funcionários públicos, de forma faseada ao longo de 2016. Depois de em 2015 o Governo de coligação PSD/CDS-PP ter resposto 20 por cento da totalidade dos cortes salariais aplicados desde a entrada em vigor do OE 2011, elaborado pelo segundo Governo de José Sócrates.

Os restantes 80 por cento serão repostos a um ritmo de 25 por cento em cada trimestre, o que permite que os trabalhadores do sector público recebam integralmente os respetivos vencimentos em outubro de 2016. Esta medida tem um custo de 446 milhões para os cofres do Estado.

Outra das promessas do Governo é a eliminação da sobretaxa em sede de IRS para os contribuintes do escalão mais baixo de rendimentos e torná-la progressiva para os escalões seguintes. Mantendo-a inalterada para rendimentos acima dos 80 mil euros. Uma medida que custará 430 milhões de euros.

Em 2016, os funcionários públicos e pensionistas vão continuar a receber o subsídio de Natal em duodécimos. No entanto, o Executivo deixa a porta aberta à possibilidade de aplicar à Função Pública o regime dos trabalhadores do sector privado, que podem escolher entre receber a prestação num único mês ou ao longo de 12.
TSU

Os trabalhadores com salários iguais ou inferiores a 600 euros mensais vão beneficiar de uma redução da Taxa Social Única (TSU) de até 1,5 pontos em 2015.

Esta medida já fazia parte do programa do Governo e, segundo o esboço do Orçamento do Estado, levará a uma perda de receita equivalente a 0,07 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Se a descida for de 1,5 por cento, estes trabalhadores deixarão de descontar 11 por cento para a Segurança Social, descontado apenas 9,5 por cento.
Condutores pagam mais

O Imposto Sobre Produtos Petrolíferos deverá aumentar em cinco cêntimos para a gasolina e quatro para o gasóleo. Já o Imposto Sobre Veículos vai ter um agravamento de 1,4 por cento.

Mário Centeno, ministro das Finanças, justificou esta decisão com a redução do preço do petróleo e a consequente queda na receita fiscal proveniente do ISP, pelo que o Executivo pretende recuperar os níveis da receita que era arrecada em julho de 2015.

Com este aumento no Imposto Sobre Produtos Petrolíferos o preço dos combustíveis em Portugal vai passar a ser um dos mais elevados da Europa.

Atualmente os impostos já representam 58 por cento do preço cobrado aos consumidores de gasóleo simples e deverão superar os 60 por cento. Já na gasolina simples, a carga fiscal atinge 66 por cento e deverá passar para perto dos 70 por cento.

Em relação ao IUC e segundo contas feitas pelo Jornal de Negócios, o proprietário de um automóvel de 2008 a gasolina com 1300 cc e emissões de CO2 de 150 gramas por quilómetro pagou, em 2015, 148,71 euros de IUC; este ano vai pagar 151,03 euros.
Imposto de Selo

Outro dos impostos que vai aumentar é o Imposto de Selo que incide sobre as transações financeiras de crédito ao consumo. Vai ter um agravamento de 50 por cento nos vários prazos em que esses financiamentos podem ser feitos até final de 2018.

Esta tributação agravará utilização dos cartões de crédito e será mais penalizadora para as famílias com poucos recursos financeiros, uma vez que são aquelas que mais recorrem ao crédito.

Segundo o jornal i, em contratos até uma taxa atual de imposto de selo de 0,07 por cento será convertida numa taxa de 0,105 por cento. Entre um a cinco anos, o imposto de selo aplicável subirá de 0,9 por cento para 1,35 por cento. Em contratos de crédito superiores a cinco anos, a taxa vigente de 1 por cento será transformada num imposto de selo de 1,5 por cento.
Tabaco e bebidas alcoólicas aumentam

O Governo pretende ainda aumentar o imposto sobre o tabaco e sobre as bebidas alcoólicas, prolongando a tendência verificada nos últimos anos.

Em relação ao tabaco, o Executivo vai alterar a fórmula de cálculo mínimo, passando a incluir o IVA além do preço de referência (que é o da marca/produto mais vendido no mercado). Um maço de tabaco vai aumentar na ordem dos cinco cêntimos.

Há duas semanas, o ministro das Finanças já tinha afirmado que “é uma alteração fiscal que atualiza o valor do imposto específico em três por cento e que tem um impacto ao longo da cadeia de preços”.

Quanto ao imposto sobre as bebidas alcoólicas, o aumento é de três por cento nas bebidas espirituosas, com maior teor alcoólico.

No vinho não há alterações, mas as cervejas mais consumidas, que têm entre 0,5 por cento e 1,2 de volume, o imposto passa para 7,78 euros por hectolitro, quando em 2015 estava em 7,75 euros por hectolitro.
IVA

A redução do IVA na restauração de 23 por cento para 13 por cento está prevista a partir de julho e terá um impacto orçamental negativo, em comparação com 2015, de 0,9 por cento do PIB.

No entanto, esta descida não abrange todos os produtos vendidos pela restauração. A redução vai incidir apenas nos alimentos, no café e na água sem gás, mantendo-se os 23 por cento nas bebidas alcoólicas, refrigerantes, sumos, néctares e aguas gaseificadas.

As refeições prontas a consumir, nos regimes de pronto a comer e levar ou com entrega ao domicílio passam também para a taxa intermédia de 13 por cento.
IRS e IRC sem alterações

“Não há nenhuma alteração aos escalões de IRS no Orçamento do Estado para 2016”, afirmou Mário Centeno.

As taxas de imposto da tabela atual são a taxa mínima normal de 14,50 por cento para rendimento coletável até sete mil euros por ano. 28,5 por cento entre sete e 20 mil euros, 37 por cento entre os 20 e 40 mil, 45 por cento acima de 40 mil e até 80 mil euros por ano e, 48 por cento para rendimentos acima dos 80 mil euros por ano.

Já no que diz respeito às empresas, a sobretaxa de IRC também se mantém nos 21 por cento em 2016.

Em termos de IRS o que vai ser alterado é o quociente familiar, que passará para uma dedução específica às famílias com filhos. O abatimento à coleta será de 550 euros por cada filho e incorpora a dedução dos 350 euros atualmente em vigor. No caso de ascendentes a cargo, que vivam na mesma habitação, e com rendimentos não superiores à pensão mínima, a dedução fixa passa dos 300 euros para 525 euros.

Ainda em relação ao IRS, a regularização de dívidas até cinco mil euros, que atualmente era até aos 2.500 euros, pode passar a ser feita em prestações, sem garantias. Também o número de prestações duplica para 12.

No caso do IRC, as empresas com dívidas de até dez mil euros também passam a poder regularizar a situação até 12 prestações.
Pensões e apoios sociais

O esboço do Orçamento do Estado prevê uma atualização das pensões em 0,4 por cento e complementos até 628,82 euros, o que vai fazer aumentar a despesa do Estado em 0,03 por cento do PIB, bem como revogar a suspensão do pagamento dos complementos de pensão aos trabalhadores do setor empresarial Estado que custará 0,01 por cento do PIB.

O Governo prevê ainda a reposição do valor de referência do Complemento Solidário para Idosos no valor anual de 5.022 euros.

Nas prestações familiares, o Governo prevê a atualização do abono de família de 3,5 por cento no primeiro escalão, de 2,5 por cento no segundo escalão e de dois por cento no terceiro escalão.

É ainda reforçada a majoração das famílias monoparentais beneficiárias de abono pré-natal, aumentando em 15 pontos percentuais a taxa de majoração em vigor, passando para 35 por cento.

In RTP
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Lion_Heart » 5/2/2016 12:54

As taxas que os comerciantes pagam ao sistema financeiro pelos pagamentos com cartões nos seus estabelecimentos vão ser sujeitas ao imposto de selo à taxa de 4%, revela a versão preliminar da proposta de Orçamento do Estado para 2016.

Atualmente, os estabelecimentos comerciais em que os pagamentos são feitos com cartões bancários estão sujeitos a pagar às instituições bancárias uma comissão por cada transação com cartão de débito ou de crédito, motivo pelo qual muitos estabelecimentos tentam restringir o pagamento com cartões para pequenas quantias.

Várias associações já criticaram a aplicação desta taxa e há quem diga que este valor será pago pelos consumidores finais.

In http://ionline.pt/


A proposta de Orçamento do Estado para 2016 prevê uma medida extraordinária que vai aumentar o IMI para as empresas. Mas o agravamento só se sentirá em 2017, quando se liquidar o imposto deste ano.

Segundo o documento, está prevista uma “correção monetária extraordinária do valor patrimonial tributário”, em que os “valores patrimoniais tributários dos prédios urbanos comerciais, industriais ou para serviços” que já foram actualizados na reavaliação do IMI que ocorreuentre 2012 e 2015.

Os valores serão “atualizados extraordinariamente, a 31 de dezembro de 2016, com base no fator 1,0225”, diz a proposta.

Os pães de leite e as tostas, atualmente taxados a 6%, passam a ser taxados a 23%.

Esta alteração faz parte da versão preliminar da proposta do Orçamento de Estado 2016. Nesta lista entram ainda as regueifas e os gressinos.

No entanto, a lista de bens e serviços com taxa de IVA reduzida passará a incluir bebidas de aveia, arroz e amêndoa.

Já as bebidas alcoólicas, os refrigerantes, sumos e águas gaseificadas vão manter a taxa máxima. De acordo com a versão preliminar do OE, esta é uma exceção aos serviços de alimentação e bebidas que cai para a taxa intermédia de 13%.

A água sem gás e o café também ficam com o IVA reduzido nos restaurantes.

No Parlamento, António Costa explicou que a redução integral do IVA na restauração só deverá acontecer em 2017.


In Sol
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Lion_Heart » 3/2/2016 13:14

Mais IA e mais ISPP , um fiat paga tanto aqui com um ferrari lá fora 8-)
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Dr Tretas » 3/2/2016 1:16

Lion_Heart Escreveu:Ta quase a sair a pérola mas para já as noticias só são boas para os do costume , os f. públicos e alguns reformados a começar pelos da AR 8-)


Calma que vai haver impostos que cheguem para toda a gente :mrgreen:
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Lion_Heart » 3/2/2016 0:10

Ta quase a sair a pérola mas para já as noticias só são boas para os do costume , os f. públicos e alguns reformados a começar pelos da AR 8-)
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por NM_2 » 26/1/2016 12:23

Marco Martins Escreveu:E se o iva disse igual para tudo e depois no irs todos poderiam receber uma parte do iva que seria variavel conforme o rendimento declarado.
Quem tivesse um rendimento menor seria reembolsado de uma percentagem maior do iva.

Quanto mais simplificarmos, melhor será para todos.

Qual é o problema de haver brns de luxo com o mesmo iva? O que interessa e haver impostos iguais para todos, depois no irs recebem mais ou menos, e assim seriam todos incentivados a pedir fatura.

:-k :-k :-k :-k :-k
:clap: :clap: :clap: :clap: :clap:
 
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Marco Martins » 26/1/2016 8:45

E se o iva disse igual para tudo e depois no irs todos poderiam receber uma parte do iva que seria variavel conforme o rendimento declarado.
Quem tivesse um rendimento menor seria reembolsado de uma percentagem maior do iva.

Quanto mais simplificarmos, melhor será para todos.

Qual é o problema de haver brns de luxo com o mesmo iva? O que interessa e haver impostos iguais para todos, depois no irs recebem mais ou menos, e assim seriam todos incentivados a pedir fatura.
 
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Dr Tretas » 26/1/2016 3:18

JohnyRobaz Escreveu:Considerar a cerveja um bem de primeira necessidade, nem que seja a preço de custo... :wall: :wall: :wall:


Foi só um exemplo, podia ter sido um copo de leite. Não vale a pena aleijar a testa por tão pouco :mrgreen: eu nem sou apreciador de cerveja.

rollingsnowball Escreveu:
Dr Tretas Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Alguém que me explique o que é um bem de luxo? e depois um bem de lixo?



Para mim é uma questão de margem de lucro. Se tiver pouca margem, é um bem de primeira necessidade, caso contrário é um bem de luxo.

Se no supermercado, uma lata de cerveja custa 50 cêntimos, é um bem de primeira necessidade. Se numa discoteca uma imperial custa 2 ou 3€, é um bem de luxo. Margem. É a minha opinião.

Se a agua fosse um monopolio a margem era enorme. Passava a ser um bem de luxo?


Água com margens elevadas, como certas águas de nascente, é um bem de luxo. É a minha opinião. Se fosse causado por um monopólio não mudava em nada a minha opinião, podia era acabar por causar gilhotinas, sangue nas ruas e cenas dessas. Causar artificialmente que bens essenciais sejam luxos acaba sempre assim.

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Bem de luxo ^^^^ :mrgreen:
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por JohnyRobaz » 26/1/2016 1:59

Considerar a cerveja um bem de primeira necessidade, nem que seja a preço de custo... :wall: :wall: :wall:
“E assim como sonho, raciocino se quero, porque isso é apenas uma outra espécie de sonho.”, Fernando Pessoa
“Nothing good ever comes of love. What comes of love is always something better” , Roberto Bolaño
"A ciência e o poder do homem coincidem, uma vez que, sendo a causa ignorada, frustra-se o efeito. Pois a natureza não se vence, senão quando se lhe obedece." Francis Bacon
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por rollingsnowball » 26/1/2016 1:15

Dr Tretas Escreveu:
Lion_Heart Escreveu:Alguém que me explique o que é um bem de luxo? e depois um bem de lixo?



Para mim é uma questão de margem de lucro. Se tiver pouca margem, é um bem de primeira necessidade, caso contrário é um bem de luxo.

Se no supermercado, uma lata de cerveja custa 50 cêntimos, é um bem de primeira necessidade. Se numa discoteca uma imperial custa 2 ou 3€, é um bem de luxo. Margem. É a minha opinião.

Se a agua fosse um monopolio a margem era enorme. Passava a ser um bem de luxo?
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Dr Tretas » 26/1/2016 0:42

Lion_Heart Escreveu:Alguém que me explique o que é um bem de luxo? e depois um bem de lixo?



Para mim é uma questão de margem de lucro. Se tiver pouca margem, é um bem de primeira necessidade, caso contrário é um bem de luxo.

Se no supermercado, uma lata de cerveja custa 50 cêntimos, é um bem de primeira necessidade. Se numa discoteca uma imperial custa 2 ou 3€, é um bem de luxo. Margem. É a minha opinião.
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por YH3H » 25/1/2016 23:29

pata-hari Escreveu:Não. O rico consome mais e por essa razão paga mais. O pobre, consome menos e paga menos. Com a vantagem que o IVA apanha os ricos que o são e que escapam a impostos usando todos os artifícios fiscais existentes. O problema da taxação pelo IVA é que cria enormes incentivos às compras noutros países (antigamente isso era contrabando, agora já não é).


O rico consome e paga, o pobre não consome não paga. É bom que assim seja.

Aumentamos o IVA, o pobre necessita de bens essenciais o rico também ambos os compram ambos pagam o mesmo de imposto

Aumentamos o IVA, o pobre não necessita de carro de luxo, não paga. O rico precisa paga mais por isso. Acho Justo

Daí que na generalidade os países mais desenvolvidos a taxa de IVA é mais baixa. São mais justos.

Quando se tem urgência em receitas uma forma de resolver o problema é aumentar o IVA.

O que isso implica?

Precisamente uma baixa de competitividade em relação aos demais Países.

Faz com que empresas, fiquem imediatamente com custos sobre a energia maiores, logo menos competitivas em relação às empresas nos demais países.

Basicamente, quando crias valor acrescentado, que é isso que realmente interessa, pagas muito mais por isso (IVA), logo vais perder competitividade.

O que Portugal precisa é criar valor acrescentado.

Resposta de Partidos de esquerda ao aumento do IVA
"Para o PCP e Bloco de Esquerda, o Governo tinha alternativas à subida do IVA, que vai penalizar aqueles que têm rendimentos mais baixos e prejudicar a economia. "Em vez de tributar o património mobiliário ou as grandes fortunas, o Governo serve-se do imposto cego, que atinge sobretudo os mais pobres", acusou Honório Novo, do PCP"

Rejeitado pela direita
"Pelo PSD, Aguiar Branco criticou a forma "demagógica" como o Governo tem tratado a situação das finanças públicas, rejeitou o aumento do IVA, "antisocial, anti-económico e anticívico", "
Fonte
https://www.publico.pt/economia/noticia ... to-1226022

JohnyRobaz Escreveu:Mas não se pode também exagerar pois leva o consumo para outros mercados.


NÃO. Não se pode exagerar porque leva a produção para outros países e ficas sem trabalho.
http://www.jornaldenegocios.pt/empresas ... tugal.html
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por JohnyRobaz » 25/1/2016 22:16

YH3H, não preciso de dizer mais nada do que a pata-hari disse certo?
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Pata-Hari » 25/1/2016 21:54

Não. O rico consome mais e por essa razão paga mais. O pobre, consome menos e paga menos. Com a vantagem que o IVA apanha os ricos que o são e que escapam a impostos usando todos os artifícios fiscais existentes. O problema da taxação pelo IVA é que cria enormes incentivos às compras noutros países (antigamente isso era contrabando, agora já não é).
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por YH3H » 25/1/2016 21:38

JohnyRobaz Escreveu:
Entre IVA e IRS, de acordo que o IVA é um imposto mais justo. Mas não se pode também exagerar pois leva o consumo para outros mercados.


Eu não devo morar no planeta terra de certeza. Então o IVA mais justo que o IRS?!!!!

Quer dizer que um pobre vai pagar o mesmo imposto que um rico. É justíssimo. :mrgreen: :mrgreen:
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por BearManBull » 25/1/2016 20:06

atomez Escreveu:
lfhm83 Escreveu:Lion_Heart um bem de luxo é por exemplo um faqueiro de 150k :mrgreen: acho que isso devia levar com uma taxa de 40%

Luxo, luxo a sério, então é a gasolina!

Tem um imposto de 270% sobre o produto base...

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Mas na Europa não dá para fugir muito ao assunto, claro que impostos nos combustíveis são sempre bons para a competitividade.
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por atomez » 25/1/2016 18:47

lfhm83 Escreveu:Lion_Heart um bem de luxo é por exemplo um faqueiro de 150k :mrgreen: acho que isso devia levar com uma taxa de 40%

Luxo, luxo a sério, então é a gasolina!

Tem um imposto de 270% sobre o produto base...

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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por JohnyRobaz » 25/1/2016 18:41

lfhm83 Escreveu:
A desigualdade combate-se com igualdade de oportunidades não é com impostos sobre os ordenados de quem ganha mais.

Até porque há quem ganhe 100k ao ano sem fazer nada e outros que tiveram uma vida de dedicação para o conseguirem e vêm o estado, limpar-lhe metade do ordenado para combater a desigualdade. Não sei em que sentido isso combate a desigualdade até porque esse dinheiro que leva o estado podia ser reinvestido por quem o recebe-se para criar emprego de uma forma muito mais eficaz do que o faz o estado.

No fundo o que dizes que combate a desigualdade na realidade só cria desequilíbrios.

Lion_Heart um bem de luxo é por exemplo um faqueiro de 150k :mrgreen: acho que isso devia levar com uma taxa de 40%


Sinceramente não me apetece discutir ideologias políticas neste fórum. A verdade é que para ti isso é verdade, para mim não é bem assim, mas é uma questão do que cada um acredita que funciona melhor. Para mim a progressividade é positiva, desde que não seja abusiva, obviamente. Para ti qualquer cidadão que ganhe muito dinheiro vai reinvesti-lo cá e criar emprego, mas eu não acredito nesse conto de fadas, e os off shores estão cheios dele. Não estou a dizer que é uma regra nem uma excepção, apenas que cada um tem o seu ideal.

Entre IVA e IRS, de acordo que o IVA é um imposto mais justo. Mas não se pode também exagerar pois leva o consumo para outros mercados.
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por BearManBull » 25/1/2016 18:39

NM_2 Escreveu:Eu acho que o IRS é mais injusto que o IVA!!!!!
Muitas vezes quem ganha mais até é mais poupado e investe, por exemplo reabilitação de casas que depois aluga ou vende (aqui deve pagar uma mais valia mas menos que o IRS equivalente)
O consumo não é elástico.
E para aqueles que por ganharem 100k gastam 99.99k o IVA até serve para disciplinar...portanto até podia ser agravado nalguns produtos
Na MHO


Ainda há mais uma vantagem que o IVA é o imposto que toda a gente paga desde que esteja em solo nacional, quer seja cidadão ou não, ou seja ele um traficante ou o resultado de uma herança é um imposto não discriminatório.
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por NM_2 » 25/1/2016 18:33

JohnyRobaz Escreveu:
lfhm83 Escreveu:
Não o que tinha sentido era IRS igual para todos, os artigos de luxo deviam ser ainda mais taxados e artigos de primeira necessidade nem sequer deviam ter IVA, pelo menos em Espanha ainda há uma grande variedade de produtos que pagam IVA a 4%, menos mal.



Tipo general: 21%. Es el tipo que se aplica por defecto cuando no resulta aplicable ninguno de los otros tipos.
Tipo reducido: 10%. Aplicado básicamente a algunos productos alimenticios y a los productos sanitarios, transporte de viajeros, la mayoría de servicios de hostelería y la construcción de nuevas viviendas.
Tipo superreducido: 4%. Se aplica a artículos de primera necesidad, como el pan, la leche, las frutas y las verduras; así como a las versiones en papel de libros, periódicos (y análogos) y a los medicamentos y otros productos farmacéuticos.


Discordo do IRS, mas concordo (já tinha dado para perceber) com a parte do IVA. Quanto ao IRS não tenho tempo para me alongar muito, mas digamos que a progressividade tende a diminuir as desigualdades de rendimentos.[/quote]


A desigualdade combate-se com igualdade de oportunidades não é com impostos sobre os ordenados de quem ganha mais.

Até porque há quem ganhe 100k ao ano sem fazer nada e outros que tiveram uma vida de dedicação para o conseguirem e vêm o estado, limpar-lhe metade do ordenado para combater a desigualdade. Não sei em que sentido isso combate a desigualdade até porque esse dinheiro que leva o estado podia ser reinvestido por quem o recebe-se para criar emprego de uma forma muito mais eficaz do que o faz o estado.

No fundo o que dizes que combate a desigualdade na realidade só cria desequilíbrios.

Lion_Heart um bem de luxo é por exemplo um faqueiro de 150k :mrgreen: acho que isso devia levar com uma taxa de 40%[/quote]
Eu acho que o IRS é mais injusto que o IVA!!!!!
Muitas vezes quem ganha mais até é mais poupado e investe, por exemplo reabilitação de casas que depois aluga ou vende (aqui deve pagar uma mais valia mas menos que o IRS equivalente)
O consumo não é elástico.
E para aqueles que por ganharem 100k gastam 99.99k o IVA até serve para disciplinar...portanto até podia ser agravado nalguns produtos
Na MHO
 
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por BearManBull » 25/1/2016 18:27

JohnyRobaz Escreveu:
lfhm83 Escreveu:
Não o que tinha sentido era IRS igual para todos, os artigos de luxo deviam ser ainda mais taxados e artigos de primeira necessidade nem sequer deviam ter IVA, pelo menos em Espanha ainda há uma grande variedade de produtos que pagam IVA a 4%, menos mal.


Tipo general: 21%. Es el tipo que se aplica por defecto cuando no resulta aplicable ninguno de los otros tipos.
Tipo reducido: 10%. Aplicado básicamente a algunos productos alimenticios y a los productos sanitarios, transporte de viajeros, la mayoría de servicios de hostelería y la construcción de nuevas viviendas.
Tipo superreducido: 4%. Se aplica a artículos de primera necesidad, como el pan, la leche, las frutas y las verduras; así como a las versiones en papel de libros, periódicos (y análogos) y a los medicamentos y otros productos farmacéuticos.


Discordo do IRS, mas concordo (já tinha dado para perceber) com a parte do IVA. Quanto ao IRS não tenho tempo para me alongar muito, mas digamos que a progressividade tende a diminuir as desigualdades de rendimentos.



A desigualdade combate-se com igualdade de oportunidades não é com impostos sobre os ordenados de quem ganha mais.

Até porque há quem ganhe 100k ao ano sem fazer nada e outros que tiveram uma vida de dedicação para o conseguirem e vêm o estado, limpar-lhe metade do ordenado para combater a desigualdade. Não sei em que sentido isso combate a desigualdade até porque esse dinheiro que leva o estado podia ser reinvestido por quem o recebe-se para criar emprego de uma forma muito mais eficaz do que o faz o estado.

No fundo o que dizes que combate a desigualdade na realidade só cria desequilíbrios.

A única forma de isso funcionar é com um estado totalitário e mesmo assim a experiência prática mostra bem o mal que funciona. O custo de ter esse tipo combate á desigualdade é uma restrição da liberdade, eu não sou libre para escolher um emprego que me dê melhores condições, porque o estado me vai limpar metade do ordenado. Além disso qual é a motivação? Trabalho mais ganho o mesmo...

Num Estado de Direito as leis não são feitas de acordo com a conjuntura nem com a situação de cada indivíduo, mas são pragmáticas, atemporais e universais. Isso é a verdadeira definição de igualdade.

Lion_Heart um bem de luxo é por exemplo um faqueiro de 150k :mrgreen: acho que isso devia levar com uma taxa de 40%
Editado pela última vez por BearManBull em 25/1/2016 18:40, num total de 2 vezes.
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por Lion_Heart » 25/1/2016 18:09

Alguém que me explique o que é um bem de luxo? e depois um bem de lixo?

Sempre tive muitas duvidas desses impostos "a mais " ou "extra" sobre bens e serviços de maior qualidade . E depois fico ainda mais admirado quando em Portugal se considera o tal bem de luxo coisas básicas como papel higiénico , pasta dos dentes , desodorizantes e gel banho.
Um produto topo de gama que por definição já é mais caro, com o iva a taxa máxima ainda mais caro fica, não é preciso o tal imposto de luxo.
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Re: OE 2016 Mais impostos Indirectos menos directos

por NM_2 » 25/1/2016 17:45

Marco Martins Escreveu:O fato de tudo ter o mesmo IVA não é necessariamente mau ou desigual!!

Um whisky pode ser considerado de luxo, mas se calhar os ingredientes que utiliza são de necessidade básica e pagam 6%!!

Faz sentido uma loja pagar por exemplo 6% para comprar os ingredientes para os seus produtos e depois vender esse produto transformado com um acréscimo de 20%?!?!

Se tudo fosse simplificado, certamente haveria mais simplicidade no controlo e nos pagamentos de impostos, bem como no entendimento dos impostos que se pagam!!

Se um produto é de luxo é porque também custou mais a fazer e certamente quem o produziu teve um custo maior...

Um whisky não é necessariamente de luxo.
Já um gin....
E se teve um custo maior na produção isso já está refletido no preço ANTES de IVA :!:
O IVA é para equilibrar o consumo de bens essenciais versus bens não essenciais.
E também concordo que poderia haver uma taxa ainda maior para produtos acessíveis apenas a uma pequena minoria.
E quem compra isso não olha a mais 2/3/5% de IVA uma vez que muitos desses produtos são para status!!!!
Os carros de centenas de milhares de eur e edições limitadas esgotam sempre ou quase sempre portanto mais um pouco de IVA não faz mal:!:
Depois há o outro lado - esses produtos têm pouca representatividade portanto a receita é também limitada.
Para reduzir o défice e equilibrar as contas nada como aumentar a produtividade e exportações.
Há e porque não importar mão de obra? Qualificada e não qualificada ambas são importantes.
No 1º ano há incentivos e depois funciona da forma convencional.
Hmmm pois isso criava ainda uma política salarial mais baixa.....
Bem acho mesmo que aumentar a eficiência da função pública com redução a longo prazo da dimensão para não danificar a qualidade do serviço se calhar também era uma boa ideia!
 
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