CALDEIRÃO DE BOLSA

CaixaBI atribui potencial de 98% ao BCP e 8% ao BPI
01 Dezembro 2015, 09:25 por Nuno Carregueiro | nc@negocios.pt

A avaliação do BCP foi reduzida mas continua a apontar para um elevado potencial de valorização, pelo que a recomendação permanece em "comprar".
O CaixaBI reviu a avaliação do Banco Comercial Português, tendo alterado o horizonte temporal da avaliação para o final de 2016, o que ditou uma revisão do preço-alvo de 0,14 para 0,10 euros.

Uma avaliação que incorpora um potencial de valorização de 98% face à cotação de fecho de segunda-feira, 30 de Novembro, pelo que a recomendação continua a ser de comprar.

A Standard & Poor’s reviu em alta o "rating" intrínseco do Banco Comercial Português BCP, elevando-o de "b" para "b+", reconhecendo "o reforço da base de capital do banco actualmente em curso". Apesar dessa melhoria, a avaliação da agência de notação financeira norte-americana para o banco liderado por Nuno Amado manteve-se inalterada em "B+" devido à Directiva de Recuperação e Resolução Bancária. Mas o "outlook" é "positivo".

"A desalavancagem prosseguida e as iniciativas de capitalização específicas, tais como a venda de uma participação minoritária na subsidiária Polaca e a conversão de instrumentos subordinados em acções ordinárias, ambas concluídos este ano, contribuíram para o reforço da posição de capital do banco, numa altura em que os riscos económicos de Portugal também se estão a reduzir", salienta a agência, de acordo com o comunicado do BCP à CMVM.

Adicionalmente, "a S&P espera que a recuperação gradual dos resultados líquidos em Portugal e a recente decisão de fundir a operação em Angola com o Banco Privado Atlântico, ambos, deverão contribuir para a geração de capital adicional" para a instituição liderada por Nuno Amado. Factores que justificaram a revisão em alta do "rating" intrínseco, mas não a notação global atribuída ao BCP.

A S&P manteve o "rating" em "B+", ou seja, a quatro níveis de regressar ao patamar em que a sua dívida passa a ser considerada de qualidade. Isto porque "removeu um nível anteriormente incluído para suporte governamental na notação de ‘rating’ de longo prazo do BCP na sequência da implementação da Directiva de Recuperação e Resolução Bancária". A perspectiva de um menor apoio numa crise futura travou a revisão em alta.

No entanto, a agência manteve o "outlook" em "positivo". Ou seja, admite vir a rever em alta a notação do banco, "reflectindo quer a possibilidade da envolvente
operacional para os bancos a operar em Portugal se ter tornado menos arriscada quer os progressos adicionais do BCP na normalização do seu perfil de financiamento, o que inclui a redução do financiamento obtido junto do BCE"