NirSup Escreveu:Hipocrisia Monumental
Meus caros Amigos, vivemos numa hipocrisia monumental. E Portugal é, pelas piores razões, o Reino dos Hipócritas.
Partidos e dirigentes políticos (ó Marques Mendes não estás aqui incluído) vieram a terreiro mostrar a sua indignação de virgens ofendidas, descarregando a sua pretensa (falsa) fúria no pobre juiz Ivo Rosa.
E eu pergunto o que é feito do Projeto de Lei do João Cravinho (PS) sobre Enriquecimento Ilícito, que nunca viu a luz do dia, passados estes anos todos?
Sabem porquê?
Porque quem mostrasse sinais exteriores de riqueza teria de demonstrar a proveniência dessa riqueza. Invertia-se o Ónus da Prova. O MP não teria de provar nada. Era o Sócrates que teria de justificar tudo: os seus luxos e a proveniência dos rendimentos para pagar esses luxos.
E com essa lei em vigor era tão fácil, mas tão fácil, condenar o Sócrates...
O Sócrates e os outros todos com sinais exteriores de riqueza incompatíveis com os seus rendimentos.
E eu pergunto: por que razão essa lei nunca viu a luz do dia?
By Nirvana
Caro NirSup,
Talvez o próprio Cravinho algum dia explique porque meteu a "corrupção no bolso" a troco de uma pipa de massa pelo cargo no Banco Europeu para a Reconstrução e o Desenvolvimento (BERD), como é aqui tão bem explicado
"João Cravinho tem o mérito de clamar quase sempre no deserto, por um combate mais eficaz contra a corrupção e isso é de louvar. Porém, numa ocasião ímpar em que teve a faca e o queijo na mão para concretizar tal combate efectivamente, o que fez? Recuou, acobardou-se e por isso mesmo foi ganhar para o BERD um balúrdio de massa que é sempre o objectivo que os corruptos de partido, em Portugal, almejam. O que Cravinho ganhou no BERD, legalmente, é o que muitos corruptos ganham com as suas actividades debaixo da mesa. A. Vara, por exemplo, conhecem? Face Oculta? Aí está..
Quando foi para lá e quem o nomeou? Pois, foi o recluso 44, em 2007, evidentemente para o afastar do Parlamento e de mais iniciativas contra a corrupção. E Cravinho aceitou...Antes disso, foi o pai das SCUTS, outro foco de corrupção, inevitavelmente, apesar de um dos beneficiários, grande padrinho de Jorge Coelho, assegurar que era tudo gente séria...
Que dizer disto tudo? Que por vezes o discurso de Cravinho é apenas um folclore, uma encenação para que tudo fique na mesma, apesar de nada mudar.
João Cravinho merece-me pouco respeito, por isso mesmo. Acabou por ser um idiota inútil. Quando poderia ter sido útil, aceitou ser idiota."
Para além disto, quem quiser pode ler mais: aqui, (sobre o consulado de Guterres) e aqui (sobre o que Cravinho dizia no tempo do PREC, sinal da estupidez permanente)."
Já agora o General Garcia dos Santos, nesta entrevista também diz que uma coisa é falar de corrupção, outra é actuar e nisso o Cravinho
"Não obstante tudo isso, logo que se plantou perante Cravinho uma possibilidade concreta e real de ser consequente com a sua treta habitual de combate à corrupção, o que fez? Isto que o general Garcia dos Santos contou há algum tempo e que neste blog, em 24 de Abril 2012 publiquei por ocasião de uma entrevista do general ao i desse dia. E que dizia o mesmo general?
Quer outro exemplo? As auto-estradas, as Scuts. Eu tive uma conversa com o engenheiro Cravinho em que ele me disse que ia pôr a funcionar as Scuts. Eu disse: “Ó senhor ministro isso é um tremendíssimo disparate!”. A Scut é uma invenção inglesa, ao fim de pouco tempo os ingleses puseram aquilo completamente de parte, por causa do buraco que era previsível. Mas disse-me que o assunto estava exaustivamente estudado sob todos os aspectos, técnico, financeiro. Está à vista o buraco que são as Scuts.
Jornal i- E as PPP?
Garcia dos Santos- É a mesma coisa.
Jornal i-Quando saiu da JAE denunciou uma situação generalizada de corrupção. Acha que as PPP também se integram nessa situação? O Tribunal de Contas diz que houve contratos que lesaram o interesse público...
Garcia dos Santos-Tem que se admitir a possibilidade de haver ali corrupção, e da forte. Como é que se atribui a uma determinada entidade certos privilégios que não seriam naturais? É porque se calhar há alguém que se locuptou com alguma coisa. Infelizmente, outra coisa que funciona mal no nosso país é a justiça. Nunca chega até ao fim.
Jornal i- Foi colega do eng. João Cravinho no Técnico…
Garcia dos Santos-Foi por isso que ele me chamou para ir para a Junta. Sabe o meu feitio e quis que eu limpasse a casa.
Jornal i-Mas o que é que aconteceu? O eng. João Cravinho chama-o para limpar a casa, o senhor limpa, e depois zangam-se. O que se passou?
Garcia dos Santos-Fomos colegas no Instituto Superior Técnico. Houve um jantar de curso e nesse jantar o Cravinho a certa altura chama-me de parte e diz: “Tens algum tempo livre?”. E eu disse: “Tenho, mas porquê?”; “Eu precisava de ti para uma empresa”; “Que empresa?”; “Agora não interessa, a gente daqui a uns tempos fala”. Passado uns tempos chamou-me e disse-me: “Eu quero que vás para a Junta Autónoma das Estradas, mas não digas a ninguém que o gajo que lá está [Maranha das Neves] nem sonha”. O Cravinho deu-me os 10 mandamentos do que eu precisava de fazer na Junta, limpar a casa, obras que era preciso fazer, etc. Entretanto, comecei a conhecer a casa, dei a volta ao país todo e um dia disse-lhe: “Há aqui uma série de coisas que é preciso fazer e há 11 fulanos que é preciso pôr na rua”. Ele retorceu-se, chamou-me daí a dois dias, disse que era muito complicado. O problema é que era através de uma das pessoas que eu queria pôr na rua que passava o dinheiro para o PS."
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