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Caldeirão da Bolsa

OT - Irene tem 100 anos e continua a fazer milionários

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: OT - Irene tem 99 anos e continua a fazer milionários

por atomez » 7/9/2015 1:44

Podem corrigir o título, já tem 100 anos !

A consultora financeira mais idosa de Wall Street fugiu aos nazis num barco português

Fez 100 anos em Agosto e é gestora de activos da Stralem & Co. Irene Bergman é assim a consultora financeira mais idosa de Wall Street. A sua história de vida é rica em experiências marcantes. De origem judaica, em 1941 fugiu com a sua família aos nazis. Num barco português.

Festejou o seu 100.º aniversário no passado dia 2 de Agosto, um domingo. E para assinalar a data, foi a convidada especial da Bolsa de Nova Iorque, no dia seguinte, para tocar o sino de abertura da sessão.

Chama-se Irene Bergman, presta consultoria financeira na Stralem & Co. desde 1973, depois de ter começado no "ramo" do investimento em 1957. Recebeu uma equipa de jornalistas da Bloomberg no seu apartamento em Manhattan, onde vive há mais de 60 anos, e ofereceu vodka e uísque na sua sala repleta de cadeirões europeus anteriores à Segunda Guerra Mundial.

Contou a sua história e encantou. Sem filhos e sem nunca ter casado, desde cedo quis investir e dar conselhos de investimento em bolsa. Era ainda adolescente e já queria seguir as pisadas do pai, que era banqueiro – não queria trabalhar num banco, mas fascinava-a o sector financeiro e queria ser "trader" na Bolsa de Berlim. Poderia ter sido a primeira mulher a consegui-lo, mas "essas aspirações foram suspensas quando os nazis a perseguiram, e à sua família judia, primeiro na Alemanha e depois na Holanda".

Conseguiram entrar nos Estados Unidos em 1941, fugidos de Hitler. "Chegámos aqui em Março de 1941 num barco português com 700 pessoas a bordo", conta na sua voz pausada e grave.

E foi nos EUA que Irene começou a trabalhar como secretária num banco. Quinze anos mais tarde, entrou na Hallgarten & Co., empresa que faz parte da Bolsa de Nova Iorque.

"As mulheres em Wall Street não eram muito populares", conta à Bloomberg. Ainda integrou a Loeb Rhoades & Co. e por fim, em 1973, encontrou aquele que considerou ser o seu lugar e onde ainda hoje está: a Stralem, que gere perto de dois mil milhões de dólares em activos. "Foi o primeiro lugar onde fui tratada como uma igual".

Com quatro assistentes pessoais, ainda dá muitos conselhos de investimentos aos seus clientes. E nunca perdeu nenhum, excepto quando tem de encerrar contas por morte dos mesmos.

Considera-se uma investidora super-conservadora e tem um conselho para quem pretende desfrutar de uma longa carreira em Wall Street: "Não façam nada estúpido".

Diz que os retornos sobre o investimento devem ser encarados… a longo prazo. Contrariamente a muitos investidores que hoje em dia estão obcecados pelos lucros rápidos, Irene afirma que é preferível esperarmos pelo menos três anos – ou muitos mais, isso é o ideal – antes de avaliarmos os activos que temos em carteira. Ou seja, temos de lhes dar tempo para mostrarem o que valem.

Um aspecto positivo de hoje em dia, afirma, é a possibilidade de um investidor poder transaccionar rapidamente um grande bloco de acções. Há alguns anos seriam precisas várias semanas para executar uma grande ordem, refere. Mas a rapidez também traz inconvenientes, adverte, pois as pessoas podem comprar ou vender o que não devem ou fazê-lo demasiado depressa.

"Quanto mais tempo estivermos neste ramo, mais pessimistas ficamos. Mas estou sempre pronta a ficar ‘bullish’ [apostar que uma acção vai subir]", comenta aquela que é uma das pessoas mais idosas ainda no activo "numa indústria gerida por homens com metade da sua idade". E como consegue chegar a esse optimismo perante uma determinada acção? É simples. É que quando olha para um título, consegue imaginar como estará dali a algumas décadas, explica à Bloomberg.

Se tem arrependimentos? Sim. Há uma oportunidade perdida que lamenta grandemente. A Apple. "A Apple escapou-me completamente". E isto leva-nos a outro conselho: tomem as vossas próprias decisões. "Sempre gostei de poder fazer o que queria, por isso qualquer erro será sempre falha minha. Não posso culpar outra pessoa", declara.

Desde Dezembro que não se desloca aos escritórios da Stralem, trabalhando agora a partir de casa com a ajuda dos seus assistentes. Mas fala com os seus colegas todos os dias e com alguns clientes todas as semanas, afiança.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: OT - Irene tem 99 anos e continua a fazer milionários

por ricardmag » 3/9/2015 14:32

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Re: OT - Irene tem 99 anos e continua a fazer milionários

por ricardmag » 28/7/2015 19:33

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Re: OT - Irene tem 99 anos e continua a fazer milionários

por Pata-Hari » 23/7/2015 17:54

Muito giro, deve ser uma personagem fantástica!
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OT - Irene tem 100 anos e continua a fazer milionários

por ricardmag » 23/7/2015 14:57

Faz 100 anos em agosto e vai tocar o sino da Bolsa de Nova Iorque. Começou como secretária num banco. Quarenta anos depois, é uma das corretoras com maior longevidade numa profissão em que os homens, com metade da sua idade, dominam.

Dinheiro Vivo Escreveu:Em mais de 40 anos de carreira em Wall Street há apenas um investimento em que Irene Bergman lamenta não ter apostado: ações da Apple.

"Passou-me completamente ao lado. A Apple era demasiado para mim", diz a consultora financeira da corretora Stralem & Co. de Nova Iorque. Prestes a fazer 100 anos, Irene Bergman é uma das corretoras com maior longevidade numa profissão em que homens com menos de metade da sua idade dominam. Bergman faz 100 anos a 2 de agosto e foi convidada a tocar a campainha que vai abrir uma das sessões da Bolsa em Wall Street. "É uma honra que não esperava", diz à Bloomberg.

Do seu apartamento no centro de Manhattan, assessorada por quatro assistentes pessoais e rodeada de quadros dos mestres holandeses, Irene Bergman controla a sua carteira de clientes na Stralem. A corretora gere ativos de dois mil milhões de dólares de contas de instituições e particulares. Onze dessas contas são de Bergman. Desde dezembro que não vai escritório, mas fala diariamente com os colegas da corretora onde trabalha desde 1973 e com alguns clientes todas as semanas. Em mais de 20 anos na Stralem, na qual é membro do comité de investimento, nunca perdeu uma conta, embora algumas tenham sido encerradas por morte do cliente. "Ela já passou por múltiplos ciclos económicos, por recessões, depressões e tem uma boa intuição sobre como as coisas vão evoluir", diz George Falk, médico de 75 anos e um dos seus clientes.

A experiência da família no pós--guerra influenciou as suas decisões de investimento. Os Bergman chegaram aos EUA nos anos 40 depois de fugirem, primeiro da Alemanha nazi e, mais tarde, da Holanda. Levou uma década, depois de chegar a Nova Iorque, a recuperar a fortuna da família, congelada pelas autoridades norte-americanas e holandesas. Por isso defende a importância de salvaguardar fundos. "Quanto mais tempo estás no setor, mais pessimista te tornas", diz Bergman. "Mas também posso ser otimista, porque quando olho para uma ação posso imaginar onde estava há 40 anos", acrescenta. A forma de fazer negócio mudou. "É muito mais competitivo, com muito mais facas espetadas nas costas", diz. Tudo é mais rápido, o que nem sempre é bom. "As pessoas negoceiam o que não deviam ou fazem algo demasiado rápido."

Em adolescente sonhava seguir os passos do pai, banqueiro, na Bolsa de Berlim. O emergir do nazismo impediu esse sonho. Começou em 1942 como secretária de um banco nos EUA. Quinze anos depois, juntou-se à corretora Hallgarten & Co. "As mulheres em Wall Street não eram muito populares", conta. Passou pela Loeb Rhoades & Co e em 1973 juntou-se à Stralem. "Foi o primeiro lugar onde senti que era tratada como igual."

http://www.dinheirovivo.pt/faz/pessoas/ ... 154&page=1
Editado pela última vez por ricardmag em 7/9/2015 8:57, num total de 1 vez.
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