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Caldeirão da Bolsa

Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por jtsilvamoura » 27/2/2015 15:03

E como tal decidi calcular para três cotadas o rácio Passivo/Capital...

E irei continuar com a análise das mesmas seguindo o "procedimento" aqui descrito pelo amigo Bioinvestidor.
Anexos
sasa.PNG
Passivo/Capital
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por Dr Tretas » 26/2/2015 23:58

"4) CFO negativo e WCapital negativo - Bem, a menos que as coisas se alterem do ponto de vista do CFO muito rápidamente, e digo, mesmo muito rápidamente, o conselho que posso dar ao possível investidor é virar a agulha para a próxima empresa, porque esta poderá estar a ouvir o canto do cisne. Com tantas empresas para se investirem, porquê perder tempo com uma que levanta tantas questões?"

E outra coisa, cá em Portugal as empresas não morrem, transformam-se em zombies :mrgreen:
Olha por exemplo a Martifer, a bombar mais de 100% YTD. Deve ser época de ataque zombie...
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por Artista Romeno » 26/2/2015 23:31

"4) CFO negativo e WCapital negativo - Bem, a menos que as coisas se alterem do ponto de vista do CFO muito rápidamente, e digo, mesmo muito rápidamente, o conselho que posso dar ao possível investidor é virar a agulha para a próxima empresa, porque esta poderá estar a ouvir o canto do cisne. Com tantas empresas para se investirem, porquê perder tempo com uma que levanta tantas questões?"

Depende a microsoft o facebook a google antes de serem impérios queimaram dinheiro, cuidado uma empresa na sua fase incial se for inovadora dificilmente gera $$$$$$, agora as do psi geral que não geram são todas porcaria :wall:
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por Sr_SNiper » 26/2/2015 18:56

Parabéns pela iniciativa, é certamente uma grande mais valia.
Mas pessoalmente se tivesse ganho 900.00EUR à 4 meses atrás no traiding não andava cá com trabalhinhos destes...
Lose your opinion, not your money
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por Diacono » 26/2/2015 17:29

a acompanhar.
Parabéns pela iniciativa.
A volatilidade dos mercados é a maior aliada do “verdadeiro investidor”. - Warren Buffett
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por Jorge Fr. » 26/2/2015 17:02

You had my curiosity, now you have my atention.

Cumps,
 
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por Dr Tretas » 26/2/2015 16:24

Se fores ver fora do PSI20, acho que a C. Amorim fica no teu quadrante ideal. E deve haver mais, mas pronto o pessoal tem a mania das large caps, parecem eles que são investidores institucionais...
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por traderh » 26/2/2015 16:23

parece interessante a acompanhar
 
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Re: Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por ricardmag » 26/2/2015 16:12

Boa sorte :!:

Aguardo atenciosamente evolução.
Cumprimentos
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's
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Estudo Fundamental ao PSI20 - 1ª Parte

por BioInvestidor » 26/2/2015 16:04

Ao longo dos próximos tempos, irei expor um estudo relativo às características fundamentais das cotadas que formam o actual PSI 20. Há cerca de 4 anos fiz um estudo semelhante para um outro fórum e, embora não seja meu hábito debruçar-me sobre cotadas nacionais, achei por bem estabelecer um ponto de ordem ao nível fundamental. Na primeira parte deste estudo, vou apenas fazer uma apresentação do que pretendo analisar, sendo que o texto é semelhante ao previamente colocado. Já na segunda parte, será feita uma análise individualizada a cada uma das cotadas, estabelecendo-se também a valoração fundamental das mesmas.
Devo fazer contudo uma ressalva inicial. Este estudo não visa propriamente determinar de forma taxativa em qual das empresas se deve investir, ou sequer, em que momento esse hipotético investimento deverá ser efectuado. Não é esse aqui o intuito, até porque, no caso temporal, a utilização da análise técnica surge como um método complementar bastante válido. Pelo menos assim o é, na minha forma de investir.

O que aqui se pretende é expor o enquadramento fundamental de cada uma das empresas, procurar mostrar qual a sua solidez financeira e deixar pistas para que o investidor comum possa daí retirar as devidas conclusões. Como será aliás visível, quase nunca a AF é acompanhada por uma cotação a condizer.

Na primeira parte do estudo baseei-me no Rácio de Endividamento como ponto de partida para uma primeira diferenciação entre empresas.

Este rácio,

[PASSIVO /CAPITAIS PRÓPRIOS]

que mede a capacidade que cada empresa tem de se fazer valer de capitais próprios para financiar a sua actividade, face ao recurso a capitais alheios (nomeadamente a dívida ou possível diluição de capitais) apresenta-se como uma ferramenta básica para a escolha de um título/empresa.

A divisão que aqui faço é entre um valor inferior a 0.5, em que considero a empresa como possuidora de uma dívida relativamente baixa; e um valor superior a 0.5, sendo que neste caso já será considerada como tendo uma dívida elevada. Se bem reparam, 0.5 consiste em capitais próprios que duplicam o valor do passivo, isto é, um valor que poderá ser tido como bastante razoávelmente saudável. Naturalmente que quanto menor ou maior forem estes números, menor ou maior será o grau da mesma dívida.



Ao mesmo tempo, consoante a empresa se situe num destes dois quadrantes, será diferente também o tipo de análise a ser feita.

Para o primeiro quadrante, de dívida baixa, será feita uma análise de Cash-burner, uma análise em si mais simples e rápida, até porque (teóricamente) o risco associado é menor por via do menor nível de dívida.

Já no caso da dívida se cifrar em valores superiores a 0.5, isto é, empresas com elevada dívida, a análise terá de ser mais detalhada, consistindo em 11 pontos de análise.
Quando há 4 anos fiz esta análise, infelizmente, todas as cotadas se situavam no segundo quadrante, o que era bem demonstrativo da precária situação de muitas delas. Devo ser sincero, ainda não fiz a esta data uma análise completa a todas as cotadas, mas há época, o parágrafo que publiquei foi o seguinte:

(...)Pessoalmente, tenho uma visão muito crítica da nossa Bolsa, e continuo a olhar para a mesma, e para a enorme maioria das suas componentes, como títulos com perspectivas especulativas. Espero que o tempo se encarregue de mudar as coisas e possam surgir casos que tal contradigam. Até lá, com o actual endividamento, resta-nos olhar para as mesmas de forma detalhada... bem detalhada mesmo! (...)

O mais provável é que 4 anos depois, não tenha que fazer grandes alterações ao que foi escrito na época. A ver vamos.

No caso da análise rápida para o caso das Cash-Burners, deixo os pilares teóricos da mesma, aplicáveis em empresas que a tal se possam adaptar.

Para esta análise bastam duas informações constantes em qualquer relatório anual: Working Capital e Cash-Flow Operacional.

O working capital mede basicamente a capacidade da empresa em fazer face às despesas correntes, portanto de curto-prazo, através de receitas também elas de curto-prazo. Para tal, basta recorrer-se a dois componente do balanço, o Activo Circulante e o Passivo Circulante. Naturalmente, caso o AC seja superior ao PC, o Working Capital é positivo e a empresa estará em melhores condições para fazer face às suas necessidades de tesouraria. Como forma de simplificar, não vou aqui entrar em linha de conta com possíveis casos em que o Working Capital seja tão elevado que nos levaria a crer que a empresa estaria a utilizar mal recursos que tem em excesso. A única diferenciação que aqui se fará será entre um valor positivo e negativo.

Quanto aos Cash Flows Operacionais, basta consultar o mesmo relatório e contas e o mapa de fluxos de caixa nele existente, e daí retirar o valor. Mesma análise, positivo ou negativo. De referir, que os cash flows operacionais medem a capacidade da empresa gerar fluxos de caixa, i.e., dinheiro, com base na sua actividade primordial (daí o termo operacional).


Findo isto, o analista será confrontado com 4 diferentes cenários:

1) CFO positivo e WCapital positivo - Trata-se de uma empresa na situação ideal. Por um lado tem uma situação estável e positiva do ponto de vista da tesouraria, e, além disso, continua a gerar recursos de caixa, o que só poderá levar a uma melhoramento da sua situação de tesouraria.

2) CFO positivo e WCapital negativo - Possivelmente poderá ser uma empresa ainda em crescimento, com gastos elevados no passado, mas que começa a dar a volta e está já a gerar recursos positivos de caixa. O investidor deverá procurar saber se tais recursos serão suficientes para tapar o "buraco" já existente e se, tal capacidade de gerar fluxos se mantem. Aconselho uma análise a 3 anos pelo menos, para perceber a estabilidade da actual situação.

3) CFO negativo e WCapital positivo - Em poucas palavras: empresa ainda com espaço de manobra mas, a queimar dinheiro. Neste caso, deve-se calcular a taxa de queima (burn rate) mensal para tentar perceber quantos meses mais a empresa poderá subsistir sem tem que tomar medidas mais drásticas (empréstimos; mais diluição ou algo ainda pior!).

Por exemplo: CFO=-600.000 e WCapital= 300.000

Divide-se o CFO por 12, de forma a se determinar a burn rate mensal - 600.000/12=50.000. Com esta burn rate, a empresa poderá subsistir nesta situação por 6 meses (300.000/50.000) até começar a ter problemas de tesouraria.

4) CFO negativo e WCapital negativo - Bem, a menos que as coisas se alterem do ponto de vista do CFO muito rápidamente, e digo, mesmo muito rápidamente, o conselho que posso dar ao possível investidor é virar a agulha para a próxima empresa, porque esta poderá estar a ouvir o canto do cisne. Com tantas empresas para se investirem, porquê perder tempo com uma que levanta tantas questões?



Na segunda parte do estudo, irei em primeiro lugar explicar em que consiste a análise de 11 pontos de que falei e posteriormente analisarei cada uma das componentes do PSI 20 (ou 18, ou 15...). Quanto às financeiras, aí, a análise terá de ser outra e ficará para mais tarde.

A primeira analisada será a Altri.

Cumprimentos,
Editado pela última vez por BioInvestidor em 27/2/2015 0:53, num total de 1 vez.
Autor do livro: "O BioInvestidor - como investir e ganhar na indústria biofarmacêutica" (Chiado Editora - Fevereiro 2015)

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