Não pecebo esta história da QE...
Re: Não pecebo esta história da QE...
http://www.jornaldenegocios.pt/economia/politica_monetaria/detalhe/compra_de_divida_bce_nacionaliza_riscos_mas_mutualiza_lucros.html
Isto muda tudo o que eu disse atrás. Mas não percebo como pode isto ser legal... 20% dos riscos 20% dos lucros, sim, seria normal, aliás parece-me óbvio. Mas 20% dos riscos 100% dos lucros é estranho.. ou percebi mal?
Isto muda tudo o que eu disse atrás. Mas não percebo como pode isto ser legal... 20% dos riscos 20% dos lucros, sim, seria normal, aliás parece-me óbvio. Mas 20% dos riscos 100% dos lucros é estranho.. ou percebi mal?
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
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Re: Não pecebo esta história da QE...
Esta política vai levar a uma subida desinfriada das bolsas europeias, tipo o que aconteceu nos USA?
Qual é a jogada aqui? Parece-me que existe bastante dinheiro a ganhar com estes 60mil milhões por mês.
Qual é a jogada aqui? Parece-me que existe bastante dinheiro a ganhar com estes 60mil milhões por mês.
Cumprimentos
Re: Não pecebo esta história da QE...
Até onde poderá ir a desvalorização do euro?
A Grécia e após o QE que a principio já estará sendo precificado e as primeiras entradas do QE serão em março...
Não é fácil encontrar um alvo hem?
Bons negócios
A Grécia e após o QE que a principio já estará sendo precificado e as primeiras entradas do QE serão em março...
Não é fácil encontrar um alvo hem?
Bons negócios
Por uma Politica Solidária a Migração, abaixo os muros da intolerância
Re: Não pecebo esta história da QE...
"O que vai agora acontecer ao meu dinheiro?", pergunta o Bild, na capa, em letras garrafais. O jornal com maior tiragem na Alemanha faz o papel de Daily Bugle, o jornal liderado por Jonah Jameson nas histórias do homem-aranha, que sobrevive a vender a ideia de que o herói aracnídeo é, afinal, um vilão. "O Banco Central Europeu está a abolir as dívidas de milhares de euros dos países doentes da zona euro", acrescenta.
In DE hoje
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"É de sábios mudar de opinião" - Miguel de Cervantes
"A verdade é o preço" - bogos in Caldeirão de Bolsa
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Re: Não pecebo esta história da QE...
bogos Escreveu:Na realidade pura e dura, entro num balcão do banco, apresentom um projecto credível para exportar sapatos, e o banco chapa-me com uma taxa de 7% para pagar pelo empréstimo.
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Re: Não pecebo esta história da QE...
djovarius Escreveu:Os EUA são uma área diferente, mais dinâmica, inclusive empresarial, daí que o QE tenha tido outros efeitos.
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Re: Não pecebo esta história da QE...
Boa tarde...
Manobras contabilisticas...é o que isto me parece.
Na realidade pura e dura, entro num balcão do banco, apresentom um projecto credível para exportar sapatos, e o banco chapa-me com uma taxa de 7% para pagar pelo empréstimo.
Mas eles não tem liquidez a rodos no banco a taxa quase zero?
Ora há que fazer com que esdte dinheiro entre mas é no mercado, pois sem qualquer trabalho, faz-se dinheiro mais fácil do que o meter na economia que demora o seu tempo a ter retorno.
O sistema andou anos a vender tempo às pessoas. Com isso ganhou muito rápido. Como o pagamento da divida é longa e o vicio do ganho rápido é maior, então há que jorrar dinheiro novo para o sistema.
A única industria que vejo com capacidade para adquirir este easy money sem contrapartidas é a industria militar. Os EUA andaram com QE's a tripa-forra, e não me admira nada que esse guito tivesse ido parar às mão certas dos arquitetos da desgraça....
Uma boa desvalorização tem levado a umas valentes guerras... e no mapa é só escolher....
Cumprimentos
Manobras contabilisticas...é o que isto me parece.
Na realidade pura e dura, entro num balcão do banco, apresentom um projecto credível para exportar sapatos, e o banco chapa-me com uma taxa de 7% para pagar pelo empréstimo.
Mas eles não tem liquidez a rodos no banco a taxa quase zero?
Ora há que fazer com que esdte dinheiro entre mas é no mercado, pois sem qualquer trabalho, faz-se dinheiro mais fácil do que o meter na economia que demora o seu tempo a ter retorno.
O sistema andou anos a vender tempo às pessoas. Com isso ganhou muito rápido. Como o pagamento da divida é longa e o vicio do ganho rápido é maior, então há que jorrar dinheiro novo para o sistema.
A única industria que vejo com capacidade para adquirir este easy money sem contrapartidas é a industria militar. Os EUA andaram com QE's a tripa-forra, e não me admira nada que esse guito tivesse ido parar às mão certas dos arquitetos da desgraça....
Uma boa desvalorização tem levado a umas valentes guerras... e no mapa é só escolher....
Cumprimentos
Um dos efeitos do medo é perturbar os sentidos e fazer que as coisas não pareçam o que são.
Miguel Cervantes
No outro lado de cada medo está a liberdade.
Marilyn Ferguson
Miguel Cervantes
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Re: Não pecebo esta história da QE...
Boas,
Quando eu falava de um eixo Euro/Japão, é porque creio que é disso que se trata. Monetizar indiretamente as dívidas públicas, etc... guerra cambial assumida, pois claro.
Não é agora uma surpresa o fim do "peg" entre Euro e Franco.
Ontem à noite, vi o choque que isto causou na Alemanha. Notícia de abertura nas TV`s. Debates especiais.
Muitas pessoas estão lixadas porque os depósitos bancários já rendem pouco mais que zero e nem todos querem ativos de maior risco. Até os produtos indexados à dívida pública começam a não render nada, como sabemos.
Um especialista garante que isto não vai causar inflação em demasia, simplesmente porque não há procura por dinheiro / crédito. Esse é o problema. Os Bancos podem ficar encharcados em liquidez, sem que ela passe para a Economia. É mais fácil que se crie uma bolha na renda fixa. Aliás, em títulos soberanos de vários países ela já começou a se manifestar.
O Japãp teve e tem uma situação semelhante, embora mais radical. Os EUA são uma área diferente, mais dinâmica, inclusive empresarial, daí que o QE tenha tido outros efeitos.
Abraço
dj
Quando eu falava de um eixo Euro/Japão, é porque creio que é disso que se trata. Monetizar indiretamente as dívidas públicas, etc... guerra cambial assumida, pois claro.
Não é agora uma surpresa o fim do "peg" entre Euro e Franco.
Ontem à noite, vi o choque que isto causou na Alemanha. Notícia de abertura nas TV`s. Debates especiais.
Muitas pessoas estão lixadas porque os depósitos bancários já rendem pouco mais que zero e nem todos querem ativos de maior risco. Até os produtos indexados à dívida pública começam a não render nada, como sabemos.
Um especialista garante que isto não vai causar inflação em demasia, simplesmente porque não há procura por dinheiro / crédito. Esse é o problema. Os Bancos podem ficar encharcados em liquidez, sem que ela passe para a Economia. É mais fácil que se crie uma bolha na renda fixa. Aliás, em títulos soberanos de vários países ela já começou a se manifestar.
O Japãp teve e tem uma situação semelhante, embora mais radical. Os EUA são uma área diferente, mais dinâmica, inclusive empresarial, daí que o QE tenha tido outros efeitos.
Abraço
dj
Cuidado com o que desejas pois todo o Universo pode se conjugar para a sua realização.
Re: Não pecebo esta história da QE...
Dr Tretas Escreveu:Entretanto o € está a comer pela medida grande. Já vai abaixo de 1,12 USD. Uma coisa é beneficiar os exportadores, outra é destruir desta maneira o valor de todos os activos em €... No me gusta (Porque tenho activos. Suponho que quem só tenha dívida deve estar todo contente.)
Exatamente, tal como escrevi em cima, estão a trasferir valor dos credores, (que têm ativos), para os devedores !!! Para proteger os ativos durante a queda do euro o melhor será investir diretamente em ouro ou em outra moeda com o movimento inverso!...
Não querendo estar a adivinhar, penso que a paridade do EUR com o USD pode estar a caminho !!!
Re: Não pecebo esta história da QE...
Artista Romeno Escreveu:Dr Tretas Escreveu:Entretanto o € está a comer pela medida grande. Já vai abaixo de 1,12 USD. Uma coisa é beneficiar os exportadores, outra é destruir desta maneira o valor de todos os activos em €... No me gusta (Porque tenho activos. Suponho que quem só tenha dívida deve estar todo contente.)
desde há muito tempo que era obvia a queda do euro tretas
Pois claro, mas está a intensificar, assim vamos para a paridade...
Re: Não pecebo esta história da QE...
Dr Tretas Escreveu:Entretanto o € está a comer pela medida grande. Já vai abaixo de 1,12 USD. Uma coisa é beneficiar os exportadores, outra é destruir desta maneira o valor de todos os activos em €... No me gusta (Porque tenho activos. Suponho que quem só tenha dívida deve estar todo contente.)
desde há muito tempo que era obvia a queda do euro tretas
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Re: Não pecebo esta história da QE...
Entretanto o € está a comer pela medida grande. Já vai abaixo de 1,12 USD. Uma coisa é beneficiar os exportadores, outra é destruir desta maneira o valor de todos os activos em €... No me gusta (Porque tenho activos. Suponho que quem só tenha dívida deve estar todo contente.)
Re: Não pecebo esta história da QE...
rollingsnowball Escreveu:O BCE tem regras... Já tiveram que se esticar bastante para avançar com este e mesmo assim vão ser contestados em tribunal... A compra segundo o capital key, a manutenção da maior parte do risco nos bancos centrais respectivos e algumas regras que impuseram já foram para tentarem adequar o programa ao mandato do BCE... E estas regras não são alteráveis já que seria preciso os países do norte da europa o aceitarem
edit: e se calhar ainda bem senão em breve corriamos o risco de pagar 12 € por um pão em vez de 0.12€
...tem regras, e agora tem excepções
"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." - Samuel Becket
Pára de dar crédito fácil ao que lês e ouves, escuta o que o preço está a fazer e olha para o que te rodeia. - O Alquimista
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Re: Não pecebo esta história da QE...
Dr Tretas Escreveu:Ora bem, os accionistas do BCE são os bancos centrais de cada país, penso eu. Os accionistas dos bancos centrais nacionais são os estados. Logo, o BCE comprar dívida pública não é o mesmo que os estados comprarem a sua própria dívida? Quer dizer, move-se a dívida do balanço dos estados para o balanço do BCE... Mas continua a ser o contribuinte o responsável pelo pagamento, em última análise
A mim parece-me só um truque contabilístico, mas enfim... vivó QE
Sim e não.
Compram a sua própria dívida mas que está na mão de privados. Desta forma, injeta-se dinheiro na economia porque os privados podem alocar $ noutros investimentos.
Qual é o mal de comprar a sua própria dívida? Isso não é aumentar o balanço, é trocar liquidez por dívida, da mesma maneira que podes antecipar o pagamento da dívida do Porche Cayenne
Nem tudo é mau para o BCE porque a dívida garante Juros e se as dívidas forem respeitadas, nada se perde.
Experience taught me a few things. One is to listen to your gut, no matter how good something sounds on paper. The second is that you're generally better off sticking with what you know. And the third is that sometimes your best investments are the ones you don't make.
Donald Trump
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Re: Não pecebo esta história da QE...
O Alquimista Escreveu:Dr Tretas Escreveu:Artista Romeno Escreveu:
A ideia não é que ele circule mais é que entre dinheiro novo porque o existente não circula o suficiente quanto do injectado irá parar indirectamente e de facto à economia real é uma boa questão, mas a ideia é essa Moeda *velocidade= preços * produto a ideia é que subindo o M sobe o outro lado, resumindo a massa monetária aumenta e faz subir o nível de preço
Já sei, já sei, vão dizer que eu sou um tipo das ciências exactas . Mas:
Moeda *velocidade= preços * produto
também pode diminuir a velocidade do dinheiro e a equação é respeitada. Por outras palavras: a massa da QE pode ficar toda bem guardada dentro dos bancos e não chegar nunca à economia... Portanto isto para mim parece-me mais uma questão de atirar barro à parede e ver se cola...
Não sendo Economista, direi que uma medida económica, por mais bem intencionada que seja, sem um discurso positivo, de confiança, de incentivo, de exemplo, dificilmente alcançará o efeito para que foi criada. A Economia é como o jogador da bola: se a tola não anda bem, não chega o físico. Não teria sido possível, com o mesmo tipo de risco associado a este QE, "entregar" directamente o dinheiro aos agentes económicos? às vezes parece-me que falta um pouco de imaginação e arrojo.
O BCE tem regras... Já tiveram que se esticar bastante para avançar com este e mesmo assim vão ser contestados em tribunal... A compra segundo o capital key, a manutenção da maior parte do risco nos bancos centrais respectivos e algumas regras que impuseram já foram para tentarem adequar o programa ao mandato do BCE... E estas regras não são alteráveis já que seria preciso os países do norte da europa o aceitarem
edit: e se calhar ainda bem senão em breve corriamos o risco de pagar 12 € por um pão em vez de 0.12€
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
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Re: Não pecebo esta história da QE...
Dr Tretas Escreveu:Artista Romeno Escreveu:
A ideia não é que ele circule mais é que entre dinheiro novo porque o existente não circula o suficiente quanto do injectado irá parar indirectamente e de facto à economia real é uma boa questão, mas a ideia é essa Moeda *velocidade= preços * produto a ideia é que subindo o M sobe o outro lado, resumindo a massa monetária aumenta e faz subir o nível de preço
Já sei, já sei, vão dizer que eu sou um tipo das ciências exactas . Mas:
Moeda *velocidade= preços * produto
também pode diminuir a velocidade do dinheiro e a equação é respeitada. Por outras palavras: a massa da QE pode ficar toda bem guardada dentro dos bancos e não chegar nunca à economia... Portanto isto para mim parece-me mais uma questão de atirar barro à parede e ver se cola...
Pode ficar nos bancos.. Mas há alguns factores importantes aqui:
1- A maior parte dos bancos europeus já estão reestruturados e portanto a probabilidade de ficarem com os € extra diminui
2- A taxa de juro nos depósitos no BCE está negativa. O que significa que os bancos que ficarem com mais € parados do que aqueles que forem obrigados têm que pagar (perder dinheiro) por isso (não devem haver muitos bancos interessados)
3- Mesmo que a opção dos bancos seja vender divida publica e comprar a seguir mais para vender e manter o spread (o que aconteceria seria o spread tender para zero nessa situação), o facto de os estados deixarem de pagar juros sobre a dívida comprada (conforme referido acima) e de pagarem menos pela substituição de emissões com juros mais altos por outras com juros mais baixos vai levar a que o dinheiro (pelo menos parte) entre obrigatoriamente na economia real através do estado (porque a maior parte dos estados baixa impostos ou aumenta a despesa publica quando equilibram o deficit). Se aumentarem a despesa publica ele entra por uma via, se diminuirem os impostos ele entra por outra
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Re: Não pecebo esta história da QE...
Dr Tretas Escreveu:Artista Romeno Escreveu:
A ideia não é que ele circule mais é que entre dinheiro novo porque o existente não circula o suficiente quanto do injectado irá parar indirectamente e de facto à economia real é uma boa questão, mas a ideia é essa Moeda *velocidade= preços * produto a ideia é que subindo o M sobe o outro lado, resumindo a massa monetária aumenta e faz subir o nível de preço
Já sei, já sei, vão dizer que eu sou um tipo das ciências exactas . Mas:
Moeda *velocidade= preços * produto
também pode diminuir a velocidade do dinheiro e a equação é respeitada. Por outras palavras: a massa da QE pode ficar toda bem guardada dentro dos bancos e não chegar nunca à economia... Portanto isto para mim parece-me mais uma questão de atirar barro à parede e ver se cola...
Não sendo Economista, direi que uma medida económica, por mais bem intencionada que seja, sem um discurso positivo, de confiança, de incentivo, de exemplo, dificilmente alcançará o efeito para que foi criada. A Economia é como o jogador da bola: se a tola não anda bem, não chega o físico. Não teria sido possível, com o mesmo tipo de risco associado a este QE, "entregar" directamente o dinheiro aos agentes económicos? às vezes parece-me que falta um pouco de imaginação e arrojo.
"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." - Samuel Becket
Pára de dar crédito fácil ao que lês e ouves, escuta o que o preço está a fazer e olha para o que te rodeia. - O Alquimista
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Re: Não pecebo esta história da QE...
Artista Romeno Escreveu:
A ideia não é que ele circule mais é que entre dinheiro novo porque o existente não circula o suficiente quanto do injectado irá parar indirectamente e de facto à economia real é uma boa questão, mas a ideia é essa Moeda *velocidade= preços * produto a ideia é que subindo o M sobe o outro lado, resumindo a massa monetária aumenta e faz subir o nível de preço
Já sei, já sei, vão dizer que eu sou um tipo das ciências exactas . Mas:
Moeda *velocidade= preços * produto
também pode diminuir a velocidade do dinheiro e a equação é respeitada. Por outras palavras: a massa da QE pode ficar toda bem guardada dentro dos bancos e não chegar nunca à economia... Portanto isto para mim parece-me mais uma questão de atirar barro à parede e ver se cola...
Re: Não pecebo esta história da QE...
Dom_Quixote Escreveu:Dr Tretas Escreveu:Enfim, também gostava de ler opiniões de economistas e afins...
Não tendo formação em economia mas em despesismo atrevo-me, no entanto, a tecer duas considerações:
- 1. Quando as directivas de política económica implementadas e difundidas pelos Estados não conseguem obter correspondência na economia real... algo está mal;
-2. Quando algo está mal e o remédio político/económico encontrado é pôr as máquinas a imprimir €€€... algo vai ficar ainda pior.
Concordo por inteiro e acrescento pouco de uma forma simplista e que pode não ter fundamento, mas é a minha ideia...
...Esta forma de resolver o problema não passa de um perdão de divida, não devido à compra de ativos mas devido à desvalorização da moeda... A compra de divida é apenas a ferramenta de colocar o dinheiro na economia...
A ideia de imprimir dinheiro foi uma das primeiras soluções propostas no inicio da crise, mas o poder Alemão na Europa não deixou por várias razões de onde importa realçar as seguintes:
a) Razões históricas de inflação estiveram na base de grandes problemas na Alemanha no pós guerra que levaram a alemanha a adoptar por estratégias conservadoras na sua politica monetária, o MARCO era há muito uma referencia e moeda refugio devido à sua pouca volatilidade - quiseram transformar o Euro num Marco
b) Quando se imprime moeda, esta desvaloriza tornando as dividas mais pequenas , ora se a Alemanha é o maior credor das dividas em Euros se o Euro desvalorizar menor é o seu crédito junto dos parceiros. (OFF record - eu vou dever menos e o meu país também e já estou a tirar partido das poupanças em ativos cotados em USD )
Assim aquilo que é um problema para a Alemanha poderá ser a salvação para os países mais endividados com a Grécia à cabeça, mas também os restantes países do Sul da Europa. Daqui surge a grande guerra de poder que existe na Europa desde o inicio da crise ou perdoam a divida dos despesistas ou os deixam falir. A questão é que a Alemanha pensou que podia receber tudo sem os restantes paíse falirem mas já se viu que isso não é possivel "- 1. Quando as directivas de política económica implementadas e difundidas pelos Estados não conseguem obter correspondência na economia real... algo está mal;"
"-2. Quando algo está mal e o remédio político/económico encontrado é pôr as máquinas a imprimir €€€... algo vai ficar ainda pior." - Ai vai vai, no fundo vão tirar a quem teve juizo manteve as finanças saudaveis vivendo com o que produzia para dar a quem andou distraido a viver à grande, de férias nas maldivas, 3 carros para 2 pessoas, etc... Se isto se passasse em vossa casa, uns a trabalhar outros a curtir acham que a familia se manteria unida ou que passado algum tempo estava tudo ao estalo
Re: Não pecebo esta história da QE...
Pecunia...olet! Escreveu:O QE é criar dinheiro a partir do nada. Não é muito diferente de outras medidas que o ECB tem adoptado. Mas parece "o mecanismo de transmissão para a economia real não tem funcionado" (o que quer que isto seja!). Mas ainda assim tem muitos impactos relevantes. Ou assim nos querem fazer acreditar os bancos centrais. Impacto nas taxas de juro. Nas dívidas públicas. Na inflação. Nos bancos. Nas taxas de cambio. No crescimento económico. (Não tarda nada até nos resultados do Benfica e no aquecimento global!) Mas vamos por partes. Pode ser que o dito "mecanismo" funcione melhor desta vez.
Nas taxas de juro: É anunciado um grande comprador para dívida pública. O que acontece? Nem mais, os preços das obrigações vão subir e logo as taxas de juro vão descer. Mas a economia europeia está com problemas por causa da taxas de juro? As taxas nunca estiveram tão baixas! Negativas em muitos casos! Nãhhh! Não deve ser por aqui.
Na dívida pública: Suponhamos um país com dívida pública de 100% do PIB. Com um déficit anual de 4% do PIB.
No final do ano se a inflação fosse zero e o crescimento económico também zero teria um rádio de dívida pública de 104% do PIB.
Mas, e se o senhor Draghi esperasse que a inflação afinal passaria a deflação? Suponhamos de -2%.
E para ajudar à festa que o crescimento económico também seria negativo em -2%.
Assim, como por magia o rádio de dívida pública do país passaria para 108% do PIB. Acho que ninguém gostaria deste cenário. Aqui, o argumento do ECB já tem pernas para andar. Se o tal mecanismo de transmissão funcionar desta vez.
Nos bancos: os bancos têm carteiras significativas de dívida pública. Que vão poder vender ao ECB a preços inacreditáveis. E mais, podem vender a que possuem, comprar mais em mercado pois o ECB continuará comprar e no entretanto ainda ganham algum. Nem mais, uma "transferência unilateral" do ECB para os bancos. Ou será dos Estados. Mas os bancos centrais não são detidos pelos Estados? Não interessa. Os bancos ganham mais uns cobres que bem precisam de capital. O argumento politicamente correcto é: o ECB compra a dívida pública das carteiras dos bancos para que estes fiquem com "liquidez" para poderem emprestar às empresas e famílias. Ahahah! Claro! Depois de reinvestirem sucessivamente em dívida pública que o ECB comprará a preços crescente... Podíamos pensar em front running, mas seria injusto... Imaginem as contas dos bancos portugueses se as taxas de juros da obrigações do tesouro que têm em carteira não tivessem descido tanto. Todos registaram grandes ganhos nestas carteiras. Se não tivesse acontecido, acho que o Novo Banco não estaria sozinho...
Nas taxas de cambio: É apenas mais uma a guerra cambial. QE significa emitir moeda. E mais moeda significa desvalorização cambial. A desvalorização da moeda tem como impacto tornar a economia exportadora mais competitiva e "importação" de inflação. Tudo o que o ECB quer ouvir. Os EUA fizeram-no quando o EURUSD atingiu os 1,40. Agora é a vez da zona Euro a caminho do EURUSD para 1,00! O que o Dragai sempre quis, mas jamais poderia afirmar. Bancos centrais que se prezem não manipulam mercados cambiais.
Na Inflação: O medo da deflação não é apenas pela espiral psicológica de adiamento sucessivo de compras e investimentos pelos agentes económicos por esperarem preços mais baixos no futuro. O medo de deflação é que ela faz aumentar os rácios de dívida (não só pública mas também privada) e diminuir o consumo e investimento, logo menor crescimento económico. E isto em economias já alavancadas não poderia terminar bem. Ok. Compro o argumento. Mas então mais valia distribuir um cheque a cada pessoa para gastar. O mecanismo de transmissão aqui seria directo. Afinal o dinheiro não caiu do céu?
No crescimento económico: mais exportações, taxas de juro (ainda!) mais baixas, desincentivo à poupança, mais dinheiro barato à solta são razões que levam o ECB a acreditar que o crescimento económico vai acelerar. E com isso os preços vão começar a subir. Linear, não é?
Na teoria parece simples. Na prática, acho que o único "mecanismo" que terá impacto é a desvalorização cambial. E uns cobres extra para o sector financeiro. E o alívio para os politicos gastadores.
Boa análise Pecunia.
Na verdade, tudo depende da forma como vai funcionar o "mecanismo de transmissão", isto é, os agentes económicos vão comportar-se de acordo com as expectativas dos decisores da política economica e monetária?
Se a economia fosse uma ciência exacta, tudo seria muito simples. Como se trata de uma ciência social, já seria bom que os efeitos perversos não superassem os objectivos pretendidos.
Abraço.
Há duas classes de autores de previsões: os que não sabem - e os que não sabem que não sabem
John Kenneth Galbraith
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Re: Não pecebo esta história da QE...
O Alquimista Escreveu:Artista Romeno Escreveu:
Vai ser introduzido dinheiro na economia porque a velocidade de circulação caiu logo há que garantir que os preços não entram em deflação e a economia em recessão só será grave isso sim se não for retirado a tempo e a economia sobreaquecer.... por falar em bolhas o mercado de renda fixa é todo ele o primeiro sinal de uma bolha que vai predurar mas quando rebentar vai faze-lo com estrondo pois mesmo em termos reais os retornos são mediocres, logo tal e qual a bolha das dotcom um dia vai explodir
Parece-me que não se combate a falta de velocidade de circulação com a introdução de dinheiro no sistema: se da 1ª vez ele não circulou, o que o fará circular desta vez? O BCE compra activos, o dinheiro vai para o bolso do vendedor, este, sabendo que ele está comprador, sente-se atraído pelo mesmo tipo de investimento (pouco risco) e assim sucessivamente.
A ideia não é que ele circule mais é que entre dinheiro novo porque o existente não circula o suficiente quanto do injectado irá parar indirectamente e de facto à economia real é uma boa questão, mas a ideia é essa Moeda *velocidade= preços * produto a ideia é que subindo o M sobe o outro lado, resumindo a massa monetária aumenta e faz subir o nível de preço
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Re: Não pecebo esta história da QE...
Tendo em conta que a velocidade do dinheiro (vi na wikipédia, confesso ) é igual ao PIB a dividir pela massa monetária, ao aumentar o dinheiro em circulação, ou o PIB aumenta (não estou a ver...) ou a velocidade do dinheiro ainda diminui mais
Re: Não pecebo esta história da QE...
Artista Romeno Escreveu:
Vai ser introduzido dinheiro na economia porque a velocidade de circulação caiu logo há que garantir que os preços não entram em deflação e a economia em recessão só será grave isso sim se não for retirado a tempo e a economia sobreaquecer.... por falar em bolhas o mercado de renda fixa é todo ele o primeiro sinal de uma bolha que vai predurar mas quando rebentar vai faze-lo com estrondo pois mesmo em termos reais os retornos são mediocres, logo tal e qual a bolha das dotcom um dia vai explodir
Parece-me que não se combate a falta de velocidade de circulação com a introdução de dinheiro no sistema: se da 1ª vez ele não circulou, o que o fará circular desta vez? O BCE compra activos, o dinheiro vai para o bolso do vendedor, este, sabendo que ele está comprador, sente-se atraído pelo mesmo tipo de investimento (pouco risco) e assim sucessivamente.
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Re: Não pecebo esta história da QE...
O QE é criar dinheiro a partir do nada. Não é muito diferente de outras medidas que o ECB tem adoptado. Mas parece "o mecanismo de transmissão para a economia real não tem funcionado" (o que quer que isto seja!). Mas ainda assim tem muitos impactos relevantes. Ou assim nos querem fazer acreditar os bancos centrais. Impacto nas taxas de juro. Nas dívidas públicas. Na inflação. Nos bancos. Nas taxas de cambio. No crescimento económico. (Não tarda nada até nos resultados do Benfica e no aquecimento global!) Mas vamos por partes. Pode ser que o dito "mecanismo" funcione melhor desta vez.
Nas taxas de juro: É anunciado um grande comprador para dívida pública. O que acontece? Nem mais, os preços das obrigações vão subir e logo as taxas de juro vão descer. Mas a economia europeia está com problemas por causa da taxas de juro? As taxas nunca estiveram tão baixas! Negativas em muitos casos! Nãhhh! Não deve ser por aqui.
Na dívida pública: Suponhamos um país com dívida pública de 100% do PIB. Com um déficit anual de 4% do PIB.
No final do ano se a inflação fosse zero e o crescimento económico também zero teria um rádio de dívida pública de 104% do PIB.
Mas, e se o senhor Draghi esperasse que a inflação afinal passaria a deflação? Suponhamos de -2%.
E para ajudar à festa que o crescimento económico também seria negativo em -2%.
Assim, como por magia o rádio de dívida pública do país passaria para 108% do PIB. Acho que ninguém gostaria deste cenário. Aqui, o argumento do ECB já tem pernas para andar. Se o tal mecanismo de transmissão funcionar desta vez.
Nos bancos: os bancos têm carteiras significativas de dívida pública. Que vão poder vender ao ECB a preços inacreditáveis. E mais, podem vender a que possuem, comprar mais em mercado pois o ECB continuará comprar e no entretanto ainda ganham algum. Nem mais, uma "transferência unilateral" do ECB para os bancos. Ou será dos Estados. Mas os bancos centrais não são detidos pelos Estados? Não interessa. Os bancos ganham mais uns cobres que bem precisam de capital. O argumento politicamente correcto é: o ECB compra a dívida pública das carteiras dos bancos para que estes fiquem com "liquidez" para poderem emprestar às empresas e famílias. Ahahah! Claro! Depois de reinvestirem sucessivamente em dívida pública que o ECB comprará a preços crescente... Podíamos pensar em front running, mas seria injusto... Imaginem as contas dos bancos portugueses se as taxas de juros da obrigações do tesouro que têm em carteira não tivessem descido tanto. Todos registaram grandes ganhos nestas carteiras. Se não tivesse acontecido, acho que o Novo Banco não estaria sozinho...
Nas taxas de cambio: É apenas mais uma a guerra cambial. QE significa emitir moeda. E mais moeda significa desvalorização cambial. A desvalorização da moeda tem como impacto tornar a economia exportadora mais competitiva e "importação" de inflação. Tudo o que o ECB quer ouvir. Os EUA fizeram-no quando o EURUSD atingiu os 1,40. Agora é a vez da zona Euro a caminho do EURUSD para 1,00! O que o Dragai sempre quis, mas jamais poderia afirmar. Bancos centrais que se prezem não manipulam mercados cambiais.
Na Inflação: O medo da deflação não é apenas pela espiral psicológica de adiamento sucessivo de compras e investimentos pelos agentes económicos por esperarem preços mais baixos no futuro. O medo de deflação é que ela faz aumentar os rácios de dívida (não só pública mas também privada) e diminuir o consumo e investimento, logo menor crescimento económico. E isto em economias já alavancadas não poderia terminar bem. Ok. Compro o argumento. Mas então mais valia distribuir um cheque a cada pessoa para gastar. O mecanismo de transmissão aqui seria directo. Afinal o dinheiro não caiu do céu?
No crescimento económico: mais exportações, taxas de juro (ainda!) mais baixas, desincentivo à poupança, mais dinheiro barato à solta são razões que levam o ECB a acreditar que o crescimento económico vai acelerar. E com isso os preços vão começar a subir. Linear, não é?
Na teoria parece simples. Na prática, acho que o único "mecanismo" que terá impacto é a desvalorização cambial. E uns cobres extra para o sector financeiro. E o alívio para os politicos gastadores.
Nas taxas de juro: É anunciado um grande comprador para dívida pública. O que acontece? Nem mais, os preços das obrigações vão subir e logo as taxas de juro vão descer. Mas a economia europeia está com problemas por causa da taxas de juro? As taxas nunca estiveram tão baixas! Negativas em muitos casos! Nãhhh! Não deve ser por aqui.
Na dívida pública: Suponhamos um país com dívida pública de 100% do PIB. Com um déficit anual de 4% do PIB.
No final do ano se a inflação fosse zero e o crescimento económico também zero teria um rádio de dívida pública de 104% do PIB.
Mas, e se o senhor Draghi esperasse que a inflação afinal passaria a deflação? Suponhamos de -2%.
E para ajudar à festa que o crescimento económico também seria negativo em -2%.
Assim, como por magia o rádio de dívida pública do país passaria para 108% do PIB. Acho que ninguém gostaria deste cenário. Aqui, o argumento do ECB já tem pernas para andar. Se o tal mecanismo de transmissão funcionar desta vez.
Nos bancos: os bancos têm carteiras significativas de dívida pública. Que vão poder vender ao ECB a preços inacreditáveis. E mais, podem vender a que possuem, comprar mais em mercado pois o ECB continuará comprar e no entretanto ainda ganham algum. Nem mais, uma "transferência unilateral" do ECB para os bancos. Ou será dos Estados. Mas os bancos centrais não são detidos pelos Estados? Não interessa. Os bancos ganham mais uns cobres que bem precisam de capital. O argumento politicamente correcto é: o ECB compra a dívida pública das carteiras dos bancos para que estes fiquem com "liquidez" para poderem emprestar às empresas e famílias. Ahahah! Claro! Depois de reinvestirem sucessivamente em dívida pública que o ECB comprará a preços crescente... Podíamos pensar em front running, mas seria injusto... Imaginem as contas dos bancos portugueses se as taxas de juros da obrigações do tesouro que têm em carteira não tivessem descido tanto. Todos registaram grandes ganhos nestas carteiras. Se não tivesse acontecido, acho que o Novo Banco não estaria sozinho...
Nas taxas de cambio: É apenas mais uma a guerra cambial. QE significa emitir moeda. E mais moeda significa desvalorização cambial. A desvalorização da moeda tem como impacto tornar a economia exportadora mais competitiva e "importação" de inflação. Tudo o que o ECB quer ouvir. Os EUA fizeram-no quando o EURUSD atingiu os 1,40. Agora é a vez da zona Euro a caminho do EURUSD para 1,00! O que o Dragai sempre quis, mas jamais poderia afirmar. Bancos centrais que se prezem não manipulam mercados cambiais.
Na Inflação: O medo da deflação não é apenas pela espiral psicológica de adiamento sucessivo de compras e investimentos pelos agentes económicos por esperarem preços mais baixos no futuro. O medo de deflação é que ela faz aumentar os rácios de dívida (não só pública mas também privada) e diminuir o consumo e investimento, logo menor crescimento económico. E isto em economias já alavancadas não poderia terminar bem. Ok. Compro o argumento. Mas então mais valia distribuir um cheque a cada pessoa para gastar. O mecanismo de transmissão aqui seria directo. Afinal o dinheiro não caiu do céu?
No crescimento económico: mais exportações, taxas de juro (ainda!) mais baixas, desincentivo à poupança, mais dinheiro barato à solta são razões que levam o ECB a acreditar que o crescimento económico vai acelerar. E com isso os preços vão começar a subir. Linear, não é?
Na teoria parece simples. Na prática, acho que o único "mecanismo" que terá impacto é a desvalorização cambial. E uns cobres extra para o sector financeiro. E o alívio para os politicos gastadores.
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- Registado: 5/11/2014 11:45
Re: Não pecebo esta história da QE...
Dr Tretas Escreveu:Enfim, também gostava de ler opiniões de economistas e afins...
Não tendo formação em economia mas em despesismo atrevo-me, no entanto, a tecer duas considerações:
- 1. Quando as directivas de política económica implementadas e difundidas pelos Estados não conseguem obter correspondência na economia real... algo está mal;
-2. Quando algo está mal e o remédio político/económico encontrado é pôr as máquinas a imprimir €€€... algo vai ficar ainda pior.
Não falo de hoje nem de amanhã. Falo que não se pode construir o futuro com bases artificiais. Estes mecanismos tão em voga nos dias que correm são, in MHO, o preâmbulo para o declíneo a que se vai, uma vez mais, assistir nas sociedades ditas modernas e civilizadas e ocidentais e etc. e mais...
Há dois tipos de problemas: estruturais e conjunturais. Os conjunturais vá que não vá a própria (des)conjuntura os leva e resolve. Os estruturais estão aí. Vieram para ficar. Não há receita para eles. Ninguém conhece a solução!
Então estamos alegremente (que o digam os mercados) a potenciar algo que, não tendo base real, nos vai, mais cedo que tarde, fazer sentar num sofá chamado de realidade!
Daqui a um ou dois anos, se algum de vós se lembrar, chamem este post e atirem-me pedras...
"É de sábios mudar de opinião" - Miguel de Cervantes
"A verdade é o preço" - bogos in Caldeirão de Bolsa
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