Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

BES - A LUTA

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 20:15

VIGARICE...


O "SIMULACRO DOS BOMBEIROS" E A PESCADINHA DE RABO NA BOCA
Maria Luís gostou da solução de resolução, apesar de não ter sido decisão sua - foi de Carlos Costa. E deixou claro por que razão não tomaria outra - apesar de ninguém lhe ter pedido uma recapitalização do BES com dinheiro público.

19:38 Quarta feira, 19 de novembro de 2014
O 'simulacro dos bombeiros' e a pescadinha de rabo na boca
FOTO JOSÉ CARLOS CARVALHO
Este é o resumo da audição da ministra das Finanças em 13 perguntas e respostas. As perguntas são do Expresso, as respostas são as que Maria Luís Albuquerque deu aos deputados até às 18h00.



O Governo participou na decisão de dividir o BES em banco bom e banco mau? Não. "A intervenção do Governo incidiu apenas sobre a aprovação do empréstimo ao fundo de resolução e à notificação dos auxílios do Estado à Direção-Geral de Concorrência" - ou seja, tudo após a decisão de resolução do banco.

Quem decidiu? O governador do Banco de Portugal. "O Sr. governador não me consulta, comunica." A confiança no Governador foi uma constante nas respostas da ministra, que dessa forma lhe imputou, também, todas as responsabilidades no acompanhamento do caso. Até quando lhe "reiterou que não havia razões de preocupação com a estabilidade financeira" por causa do BES.

Quando soube Maria Luís que era essa a solução encontrada para o BES? Na sexta-feira, dia 1 de agosto, depois de Carlos Costa já se ter comprometido com essa solução numa teleconferência do conselho de governadores do BCE. "Comunicou-me que tinha assumido o compromisso perante o conselho de governadores de avançar com a medida de resolução."

Era a decisão que o Governo queria? Sim. "A resolução foi a melhor decisão para o erário público. Não foi tomada pelo Governo mas concordo que foi a melhor decisão."

Era a solução que a administração do BES, presidida por Vitor Bento, queria? Parece que não. No dia 30 de julho, horas antes da divulgação dos prejuízos recorde do BES, Maria Luís reuniu-se com Vitor Bento, Moreira Rato e José Honório. A administração do Novo Banco "perguntou se seria possível o Estado intervir na mesma modalidade" que no Banif. Maria Luís explicou que "essa modalidade nesses exatos termos já não existia como tal". As novas regras de auxílio do Estado impunham sempre perdas totais aos acionistas e credores subordinados.

Vítor Bento pediu a recapitalização pública? Não. Bento "não apresentou nenhum pedido, eu respondi que não podia ser exatamente igual ao que tinha acontecido nos casos anteriores, porque a legislação tinha mudado entretanto".

Nem Ricardo Salgado fez esse pedido? Não. Nas "muitas" conversas da ministra com Salgado, "nunca houve qualquer pedido formal, informal, ou sequer referência a um pedido de capitalização pública do BES". Salgado apenas "deu nota de preocupações relativamente à situação do grupo e as implicações que isso podia ter para a economia portuguesa. Sempre no ramo não financeiro", para o qual, aliás, fez um pedido: "Que houvesse financiamento da Caixa Geral de Depósitos, ao que eu respondi que o governo não fala com a administração da CGD sobre nenhum caso em particular".

Mas se alguém tivesse proposto a recapitalização com fundos públicos, o Governo aceitaria? Hum... "A recapitalização pública, tivesse sido pedida, e teria sido apreciada". "Aceite ou rejeitada, não sei, não traço cenário hipotéticos."

Ok, isto é politiquice. Pode-se traduzir? Sim: não ficaram dúvidas de que o Governo recusaria, se lhe fosse proposta uma recapitalização com dinheiro público. Siga o raciocínio: o único cenário que, segundo a ministra, estava e sempre esteve posto de lado, era a nacionalização. "A nacionalização não é uma prerrogativa do BdP, é do governo, que nunca foi discutida e o governo nunca estaria disponível para aceitar." E uma recapitalização com dinheiro público seria, no fundo, parecida a uma nacionalização. "Os riscos para o contribuinte seriam equivalentes à nacionalização", pois "o Estado tornava-se acionista único e passava a ter a responsabilidade de tudo, como no BPN, banco mau e banco bom seriam responsabilidade do Estado". Portanto: não à nacionalização e não à recapitalização pública.

Então porque é que Maria Luís Albuquerque aceitou, a 18 de Julho, 13 dias antes do fim do BES, uma sugestão de Carlos Costa, para a criação de um "grupo de trabalho para operacionalização de soluções alternativas para uma eventual recapitalização do BES com apoio público"? Aceitou, mas não inalou. A criação do grupo ficou no papel, consta da ata dessa reunião, assinada pelo punho da ministra, mas, notou a própria, nunca se concretizou. "Era meramente um cenário de contingência que não estava de todo a ser equacionado, pois nada levava a crer que viesse a ser necessário". Era, em resumo, "um simulacro dos bombeiros, sem nada de concreto."

Porque é que quando o incêndio aconteceu e o BES ficou a arder, o simulacro ficou na gaveta? "O que aconteceu foi uma precipitação dos acontecimentos": com o BCE a ameaçar fechar a torneira do financiamento, era preciso uma solução urgente. A recapitalização precisava de autorização prévia de Bruxelas ao plano de reestruturação; no caso da resolução, esse parecer é posterior. "O facto" do dinheiro do Estado para uma eventual recapitalização "estar disponível é verdadeiro", mas não deu tempo.

Se desse tempo, seria diferente? Ver respostas anteriores: o Governo comparava a recapitalização a uma nacionalização, e recusava ambas.

Isto é uma pescadinha de rabo na boca? É.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 20:13

Boas,

BANCO DE PORTUGAL PRECISOU DO GOVERNO PARA DECIDIR A RESOLUÇÃO DO BES
Teixeira dos Santos confirmou na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES que o Governo Sócrates teve de aprovar legislação à pressa e em segredo.

10:52 Quarta feira, 19 de novembro de 2014
Teixeira dos Santos confirmou que o Banco de Portugal não podia atuar sozinho

O EX-MINISTRO DAS FINANÇAS TEIXEIRA DOS SANTOS CONSIDERA QUE O BANCO DE PORTUGAL NÃO TINHA MEIOS JURÍDICOS PARA TER AVANÇADO PARA A SOLUÇÃO DO BES A 3 DE AGOSTO. O GOVERNO TEVE DE "APROVAR DE FORMA SECRETA E URGENTE DOIS DIPLOMAS", O QUE CONFIRMA QUE O BANCO CENTRAL NÃO PODIA ATUAR SOZINHO.

Teixeira dos Santos respondia a uma questão do deputado do PCP, Miguel Tiago, durante a audição que decorre na comissão parlamentar de inquérito ao caso BES.

O deputado queria saber se era possível o Governo não ter tido conhecimento nos meses anteriores do que se estava a passar no Banco Espírito Santo. Teixeira dos Santos reafirmou que não era possível ao Banco de Portugal decidir sozinho e que não lhe parecia possível o Governo "não estar ao corrente do que estava a acontecer".
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 20:03

Boas,

ESTAMOS CONDENADOS ÀS FRAUDES BANCÁRIAS?

antonio.costa@economico.pt
18 Nov 2014
Carlos Costa foi o primeiro dos ‘convidados' da comissão parlamentar de inquérito ao caso GES/BES e, talvez surpreendentemente, não deu uma ‘cacha', nenhuma notícia em primeira-mão que faça mudar o curso desta história. E isso é notícia, talvez pelos piores motivos.
O governador do Banco de Portugal foi, basicamente, recapitular a sua história, e até é fácil acreditar no que disse. Foi o mais intrusivo dos governadores, gostava de ter forçado Ricardo Salgado a sair de cena muito mais cedo e gostava de ter tido tempo para não ser obrigado a recorrer à resolução do BES. E, no limite, pode dizer, como diz, que cumpriu o que lhe é cometido por lei: defender os depositantes e a estabilidade do sistema. Pensemos por um segundo... É verdade, mas, e o diabo está no ‘mas'. A que preço? Sabemos o que custou, ainda não sabemos o que vai custar.

Apesar de dezenas de cartas, auditorias internas e externas e tantas e tantas entrevistas e reuniões na sede do Banco de Portugal, não foi suficiente para impedir a destruição de um banco, a perda de milhares de milhões em bolsa, a perda de credibilidade do país e até os efeitos económicos ainda por apurar.

CARLOS COSTA ARGUMENTA, DESDE LOGO, COM A IMPOSSIBILIDADE DE FORÇAR A SAÍDA DE RICARDO SALGADO EM TEMPO ÚTIL, QUANDO PERCEBEU QUE PRECISAVA DE MUDAR A ADMINISTRAÇÃO DO BES. SIMPLESMENTE PORQUE NÃO QUIS ARRISCAR. A LEI DÁ-LHE O PODER QUE DIZ PRECISAR, COMO DEU QUANDO FORÇOU A SAÍDA EM JULHO. FOI COM A MESMA LEI. É claro que ninguém poderá afirmar, sem margem para erro, qual teria sido a consequência para o BES e para o país se Salgado tivesse saído em Março. Provavelmente, não teria havido veículos e a garantia à Venezuela. Menos 1,5 mil milhões de euros nos prejuízos históricos do BES.

Qual é, então, a má notícia? Estamos condenados a viver com o risco de novos casos BES? Depois de ouvir Carlos Costa durante horas, no mínimo, desconfio da capacidade da supervisão para evitá-los. O Governador revelou um sentimento de impotência e os novos poderes não parecem ser suficientes para resolver isto.
PS: O líder português da PSA/Citroên, Carlos Tavares, afirma em entrevista ao Económico, que se o país mudar de direcção a cada seis meses, dificilmente conseguirá captar investimento, nem das empresas que já cá estão, nem das que estão à procura de localizações para os seus projectos. Pedro Passos Coelho e, sobretudo, António Costa deveriam ouvir Carlos Tavares com atenção. Porque ele decide investimentos. O Governo que se seguirá não precisa de mudar tudo apenas para marcar o ponto, deve até no limite manter algumas orientações com as quais não concorda se foram decisivas para captar investimento.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 20:00

Boas,

NICOLAU SANTOS VIU A LUZ. O BANCO DE PORTUGAL TAMBÉM FALHA
NUNO MELO
Ontem 00:05
Vítor Constâncio rumou a Frankfurt e ao BCE, substituído por Carlos Costa no Banco de Portugal. Tanto bastou para Nicolau Santos concluir a propósito do BES, que afinal atacar o polícia não tem mal e a supervisão também falha.
Há dias no Expresso, Nicolau Santos escrevia: "A tralha neoliberal tenta passar a ideia de que tudo o que é privado é sempre mais bem gerido e dará melhores resultados do que o sector público. Pois em boa verdade lhes digo que se devem ter esquecido (..) de casos como o BES, o BPN ou o BPP."

Não sou liberal, novo ou pretérito. Insisto em rever-me nas famílias democrata-cristã e conservadora europeias.

Mas ainda assim, Nicolau Santos não tem nenhuma razão.

BPN, BPP E BES FORAM E SÃO CASOS DE POLÍCIA QUE, no actual regime, conviveram com governos de todos os partidos que exerceram a função. Ao mesmo tempo, revelaram uma assustadora incapacidade do Estado exercer capazmente os mecanismos de supervisão, sem os quais as leis valem pouco. Um facto não invalida o outro.

Os socialistas nunca o entenderam e ao que parece, Nicolau Santos também não .

A supervisão do Banco de Portugal, não é boa ou má, dependendo do titular do cargo de Governador.

Em 2008 e 2009, na 1ª Comissão Parlamentar de Inquérito ao BPN, os socialistas preocuparam-se fundamentalmente com a politização dos trabalhos, tentando a ligação de responsáveis do BPN/SLN ao PSD. A esta estratégia, o percurso socialista do Governador do Banco de Portugal, Vítor Constâncio ajudava pouco.

Exactamente por isso, de cada vez que um acto delinquente de gestão do BPN/SLN era revelado, calavam e aplaudiam. Mas se em causa estava a capacidade da supervisão, desculpavam ou negavam, por entenderem erradamente que a avaliação do Governador, equivalia à censura do partido.

Nicolau Santos validou sempre esta tese, na linha da frente no comentário defensivo ao supervisor. E em Setembro passado, a propósito do BES, dedicou-me gentilmente um título que dizia assim: "O Banco de Portugal falhou, Nuno Melo está caladinho e o governador não informou a CMVM".

Há títulos que são como espelhos. Revelam o autor ao mundo. No caso, mostrou que por vezes, Nicolau Santos não escreve opinião. Afirma ideologia.

Se em 2008 e 2009, enquanto deputado em funções numa comissão de inquérito sobre o BPN, interpelava e pedia explicações ao Governador sobre falhas na supervisão, Nicolau Santos via nisso um "massacre". E se exibia documentos que o demonstravam, reclamava do indecoroso ataque ao "polícia".

Entretanto, Vítor Constâncio rumou a Frankfurt e ao BCE, substituído por Carlos Costa no Banco de Portugal. Tanto bastou para Nicolau Santos concluir a propósito do BES, que afinal atacar o polícia não tem mal e a supervisão também falha. No caso, falhou e calou-se tanto, que em dois parágrafos de um único texto, o sublinhou seis vezes.

A motivação, inconfessada, percebe-se. Mas pelo menos teve uma vantagem.

Nicolau Santos viu a luz. O Banco de Portugal falha. O Banco de Portugal cala-se. Não pode é ser com Vítor Constâncio.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 19:53

CORRUPTOS...

A CONFISSÃO
pedro silva pereira
00:05
JÁ NÃO RESTA PEDRA SOBRE PEDRA NA VERSÃO OFICIAL SOBRE A RESOLUÇÃO DO BES: OS FACTOS CONFESSADOS NAS PRIMEIRAS AUDIÇÕES DA COMISSÃO DE INQUÉRITO CHEGAM E SOBRAM PARA PROVAR QUE A RESOLUÇÃO FOI UMA OPERAÇÃO CONJUNTA DO BANCO DE PORTUGAL E DO GOVERNO, PREPARADA NAS COSTAS DA CMVM, ENQUANTO QUEM PODIA, E SABIA, SAFAVA MILHÕES NA BOLSA.
Não deixa de impressionar como alguns se apressaram a decretar que a primeira semana de audições "não trouxe grandes novidades". A verdade, porém, é bem diferente. Embora a ministra das Finanças tenha insistido na teoria da responsabilização exclusiva do Governador do Banco de Portugal (a quem coube, do ponto de vista formal, tomar a decisão), ambos acabaram por confessar factos que mostram que a resolução foi desenvolvida e viabilizada em parceria entre o Banco de Portugal e o Governo.

Na verdade, a 18 de julho, muito antes de conhecidos os prejuízos do BES, já a ministra das Finanças e o Governador tinham combinado criar um grupo de trabalho para preparar um plano de contingência para a crise do BES; a 25 de Julho, face aos dados preliminares sobre os prejuízos, a preparação desse "plano de contingência" foi activada; a 30 de julho, a ministra das Finanças "esclarece" Vítor Bento em termos que lhe permitiram concluir que estava excluída a recapitalização pública do BES, decisão política que, como o Governador fez questão de sublinhar, deixou a resolução como única alterativa possível do plano de contingência; ainda a 30 de julho, o Banco de Portugal inicia contactos em Bruxelas tendo em vista a obtenção de aprovação da resolução; no dia seguinte, pela manhã, a ministra das Finanças leva a Conselho de Ministros, a pedido do Governador, o extenso Decreto-Lei (preparado nos dias anteriores) que garante o enquadramento legal para a resolução do BES e aceita mantê-lo em segredo, omitindo-o do comunicado do Conselho de Ministros; ainda nessa tarde, o Governo intercede junto do Presidente da República para obter a promulgação desse diploma no próprio dia; na sexta-feira, dia 1 de Agosto, depois de reunir com o BCE, ao meio-dia, o Governador informa telefonicamente a ministra das Finanças de que assumiu o compromisso de concretizar a resolução durante o fim-de-semana (atenção que não teve para com a CMVM); segue-se o trabalho conjunto entre o Banco, o Ministério das Finanças e a Direcção-Geral da Concorrência para preparar a operação; no domingo, 3 de agosto, a ministra das Finanças, de novo a pedido do Governador, promove um Conselho de Ministros electrónico para aprovar, com carácter de urgência, uma segunda alteração ao enquadramento legal da resolução. E é na sequência deste intenso trabalho conjunto que o Governador anuncia ao país a decisão de resolução do BES. Não há, pois, que ter dúvidas: esta foi uma resolução conjunta.

Sucede que quem partilha a responsabilidade política pela resolução tem de partilhar também a (pesada) responsabilidade pela omissão de informação à CMVM, que impediu a adopção de medidas de defesa do mercado. É que não pode escamotear-se que o presidente da CMVM foi à comissão de inquérito declarar o seguinte: "provavelmente, o que teria sido, repito, mais prudente, e se a CMVM tivesse sido informada mais cedo, era suspender, seria ter feito a suspensão da negociação algum tempo antes (...) sobretudo para que não haja investidores a transacionar na ignorância de uma decisão que é fundamental (...). É um pouco constatar que fruto desta falta de informação e do facto de o mercado ter estado aberto em circunstâncias que, provavelmente, não deveria ter estado, e não estaria se a CMVM tivesse essa informação mais cedo". Perguntado, concretamente, sobre se "teria protegido os mercados e os investidores" se tivesse tido acesso mais cedo à informação de que dispunham as outras entidades, foi taxativo: "a resposta é afirmativa".

SE ENQUANTO DECORRIAM OS ACTOS PREPARATÓRIOS DA RESOLUÇÃO, ENVOLVENDO MÚLTIPLAS PESSOAS E ENTIDADES, AO LONGO DE DIAS, AS COTAÇÕES DO BES TIVERAM UM COMPORTAMENTO ANORMAL, DEPOIS DE ASSUMIDA A DECISÃO DE RESOLUÇÃO, AO MEIO-DIA DE SEXTA-FEIRA (E NÃO DEPOIS DOS FECHO DOS MERCADOS, COMO TINHA DITO O GOVERNADOR NO PARLAMENTO, A 7 DE AGOSTO), FOI O FESTIVAL QUE O PRÓPRIO PRESIDENTE DA CMVM DESCREVEU: "A PARTIR DO INÍCIO DA TARDE, SOBRETUDO A PARTIR DAS 13 HORAS, E MAIS INTENSAMENTE DAS 15 HORAS, É QUE SE VERIFICOU UMA QUEDA ABRUTA DAS COTAÇÕES E UMA NEGOCIAÇÃO PARTICULARMENTE INTENSA". O TELEFONEMA DO GOVERNADOR DO BANCO DE PORTUGAL PARA A CMVM SÓ TEVE LUGAR ÀS 15H12, RAZÃO PELA QUAL A SUSPENSÃO DA COTAÇÃO DO BES SÓ OCORREU ÀS 15H42. ERA JÁ DEMASIADO TARDE. MAS NÃO PARA TODOS.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 19:46

PRISÃO ERA POUCO...PCP QUER ACESSO A TODAS AS AUDITORIAS
Novembro 21st, 2014
Citamos:

Jornal i

Foram três os requerimentos entregues hoje a Fernando Negrão por parte do Partido Comunista Português. Os deputados do PCP querem ter acesso aos relatórios das auditorias existentes desde o ano 2000 realizadas pela PricewaterHouseCoopers ao BES, e pedem ao Banco de Portugal “a nota distribuída aos participantes na reunião do Comité Nacional para a Estabilidade Financeira de 18 de Julho, referida na acta dessa reunião, segundo a qual o Banco de Portugal terá distribuído uma nota produzida pela Instituição supervisora sobre a situação da dívida do BESA ao BES e sobre as questões de liquidez do Banco”. O PCP pede ainda ao supervisor financeiro os relatórios “produzidos pela equipa de acompanhamento do Banco de Portugal junto do BES”.

No mesmo sentido, o PCP quer ouvir os funcionários do Banco de Portugal que compunham essa mesma equipa. Refere o PCP que “esses profissionais, apesar de ainda não terem sido fornecidos os seus nomes, detêm informação determinante que recolheram ao longo da sua vasta intervenção e observação interna do Banco em causa”.

Os requerimentos do PCP surgem na semana em que as audições da Comissão de Inquérito à gestão do BES e do GES tiveram início, e onde já foram ouvidos o governador do Banco de Portugal, a ministra das Finanças e o presidente da CMVM. Durante o mês de Dezembro será a família Espírito Santo a ser inquirida pelos deputados.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 19:44

GATUNOS...

MINISTRA ADMITIA QUEDA DO BES
Novembro 20th, 2014
Citamos:

Maria Luís Albuquerque dizia cá para fora que a informação que tinha sobre o Banco Espírito Santo era que este não precisava de intervenção do Estado e negou essa mesma intervenção numa reunião com Ricardo Salgado que lhe pediu ajuda através da Caixa geral de Depósitos. Mas ficou preocupada, dois meses antes da queda do banco.

“Numa carta enviada ao governador do Banco de Portugal, no feriado de Santo António, revelada hoje pelo Expresso, a ministra agradecia a Carlos Costa a informação que lhe era prestada pelo governador, mas queria saber mais, admitindo o risco de “materialização dos riscos imprevistos no Grupo GES”.

“Agradeço que me seja facultada informação adicional sobre planos de contingência que o Banco de Portugal tenha desenvolvido no caso de se materializarem riscos imprevistos no Grupo BES que possam pôr em causa a estabilidade financeira”, escrevia Maria Luís.

O pedido de informação feito pela ministra foi feito no seguimento de uma reunião entre a governante e Ricardo Salgado. E escrevia isso mesmo na carta. “Tenho vindo a ser contactada por diversos responsáveis no grupo e no banco que me alertaram para eventuais riscos para a estabilidade financeira advenientes dessa situação. Alguns dos potenciais factos geradores desses riscos têm vindo a ser noticiados publicamente. Não obstante, V. Exa tem asseverado, nos nossos múltiplos contactos, que o banco de Portugal identificou e conteve os riscos derivados da atividade não bancária da atividade bancária do grupo BES”.

Mesmo depois desta carta, nas audições no Parlamento em quem foi ouvida, Maria Luis Albuquerque dizia não ter informações de que o banco precisasse de recapitalização pública e remetia explicações para o regulador.

As notícias sobre esta troca de correspondência aparecem horas antes da audição da ministra na comissão de inquérito ao BES, que acontecerá esta tarde na Assembleia da República.”
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 19:42

PCP DIZ QUE A SUPERVISÃO É UM EMBUSTE
Novembro 21st, 2014

O PCP conclui, ao fim de seis audições da comissão de inquérito ao BES e Grupo Espírito Santo, que o sistema de supervisão financeira é um «embuste» e quer ouvir dois funcionários do Banco de Portugal antes da audição de Ricardo Salgado.

«Na sua arquitetura e natureza, o sistema de supervisão financeira é um embuste que, no caso concreto, preferiu omitir da Assembleia da República e do país os problemas e fraudes realizados no sistema financeiro do que denunciá-los e impedi-los», acusou o deputado Miguel Tiago.

Para o coordenador do PCP na comissão de inquérito, as audições tidas atestam que há «elementos claros que reforçam as responsabilidades» de entidades como o BdP, a CMVM e o Governo.

O banco central, diz, teve uma «muito tardia intervenção», enquanto a CMVM «criou a ilusão», através do prospeto de aumento de capital do BES, que a informação era suficiente para compreender a «real situação» do banco.

O regulador é também criticado pelo PCP por não ter tido uma «atuação determinada» para impedir a transação de ações do BES após terem sido conhecidos os prejuízos do segundo trimestre de 2014, a 29 de julho.

O Instituto de Seguros de Portugal é alvo de críticas por ter tido um «acompanhamento praticamente inexistente da utilização de uma companhia de seguros com uma fatia de mercado de 8% como garantia para uma provisão junto do BdP».

O Governo atual e também os anteriores, advoga o PCP, são responsáveis pelo crescimento de um grupo económico que «só pela sua dimensão ameaça a estabilidade económica e financeira do país».

O Partido Comunista Português apresentou também um requerimento onde pediu acesso a uma nota que o Banco de Portugal terá distribuído a 18 de julho sobre a liquidez do BES.

A nota, advoga o PCP, terá sido distribuída pelo banco central durante uma reunião do Comité Nacional para a Estabilidade Financeira (CNEF), encontro já abordado nas audições.

Na ata da reunião de então do CNEF, a que a agência Lusa teve acesso, é dito que o governador do BdP, Carlos Costa, propôs que «entre o Ministério das Finanças e o BdP fosse constituído um segundo grupo de trabalho para operacionalização de soluções alternativas para uma eventual recapitalização do BES com apoio público».

Aos deputados, na quarta-feira, Maria Luís Albuquerque reconheceu a criação desse grupo para uma eventualidade que não se verificou, mas lembrou que então havia «inquietação pública» sobre o BES.

Durante a referida reunião de 18 de julho, terá sido distribuída uma nota pelo banco central aos restantes intervenientes, texto «sobre a situação da dívida do BESA [Banco Espírito Santo Angola] ao BES e sobre as questões de liquidez do banco», diz o PCP, que pretende ter acesso ao documento.

O PCP requereu também ao BdP o «conjunto dos relatórios produzidos pela equipa de acompanhamento» da entidade junto do BES.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 19:38

A LADROAGEM CONTÍNUA...Ficheiros BES
GOVERNO E SUPERVISORES QUISERAM ESTUDAR RECAPITALIZAÇÃO DO BES, 15 DIAS DEPOIS O BANCO QUEBROU
Banco de Portugal já temia desfecho do BES Angola quinze dias antes da resolução.
Pedro Santos Guerreiro e Filipe Santos Costa |
14:47 Quinta feira, 20 de novembro de 2014
Documento: Ata de reunião do Comité Nacional para a Estabilidade Financeira
Data: 18 de julho de 2014

A ministra das Finanças explicou na sua audição na Comissão Parlamentar de Inquérito que, a 18 de julho, foi decidido criar uma equipa entre supervisores para prepararem cenários de contingência para o que pudesse correr mal no BES. Correu mal. Duas semanas depois, o BES foi intervencionado e partido em dois.

Maria Luís Albuquerque (governo), Carlos Costa (Banco de Portugal), Carlos Tavares (CMVM), José Figueiredo Almaça (ISP) reuniram-se a 18 de julho para falarem do BES - e das "questões de estabilidade financeira", que então já se levantavam.

Carlos Costa revela nessa reunião que havia dois grandes focos de incerteza: "Tratamento que será dado ao crédito do BES ao BESA pelas autoridades angolanas" e "evolução da liquidez originária de institucionais estrangeiros (depósitos) que se carateriza por envolver grandes montantes e ser muito volátil". A ata da reunião, que o Expresso hoje revela (ver em baixo), não especifica os depositantes em causa, mas em causa poderão estar clientes venezuelanos e angolanos que tinham elevados valores depositados no BES.

É então que é proposta a criação do grupo de trabalho entre as quatro instituições, com criação de um segundo grupo "para operacionalização de soluções alternativas para uma eventual recapitalização do BES com o apoio público".
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 19:10

PARLAMENTO QUER CONHECER AS "OFFSHORES" DO GES MAS AS FINANÇAS JÁ DISSERAM QUE NÃO SABEM
21 Novembro 2014, 13:48 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

A IGF "não dispõe" de uma lista em que tenha as entidades sediadas em paraísos fiscais do Grupo Espírito Santo, como a que tinha sido solicitada pela comissão parlamentar de inquérito.
"Lista completa das 'offshores' do Grupo Espírito Santo". A Inspecção-Geral das Finanças não a tem e foi essa a resposta que deu ao pedido feito pela comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo.

A documentação "tem por subjacente matéria que não foi cometida à intervenção desta Inspecção-Geral por diploma próprio, nem, tão pouco, se insere especificamente no âmbito de intervenção da IGF, pelo que, neste contexto, informa-se vossa excelência de que a IGF não dispõe dos elementos em causa", indica o ofício assinado pela actual inspectora-geral Maria Isabel Castelão Silva em resposta à solicitação do presidente do inquérito parlamentar Fernando Negrão.

A listagem que elencasse todas as "offshores" do grupo foi requerida a "várias" entidades, garante o presidente da comissão. De acordo com os pedidos iniciais de documentação para a comissão de inquérito, o Partido Comunista Português pediu-a à Inspecção-Geral das Finanças e também ao Banco de Portugal. A IGF é uma entidade do Ministério das Finanças que assegura o controlo da administração financeira do Estado.

As "off-shores" são contas ou empresas sediadas em paraísos fiscais, com o objectivo de se evitarem cargas fiscais mais violentas. Segundo as notícias que têm vindo a público, terão sido "off-shores" os veículos utilizados no esquema de financiamento detectado em que havia a venda de obrigações emitidas pelo grupo que eram posteriormente colocadas junto de clientes do banco com uma rentabilidade mais baixa - dando ganhos a essas entidades.

A IGF, na sua resposta à comissão de inquérito, indica também que "não dispõe" da lista completa das entidades do GES sujeitas a entidades reguladoras na Suíça, onde estava sediado o insolvente Banque Privée, e no Luxemburgo, onde se encontrava grande parte das sociedades do universo Espírito Santo como a Rioforte e o Espírito Santo International.

No seu ofício, apenas é feito o elenco das entidades do GES que estão sujeitas à análise da IGF, que tem um controlo específico sobre as SGPS – sociedades gestoras de participações sociais. De acordo com o documento, a Espírito Santo Saúde é a única em que o controlo é efectuado pela entidade. As restantes são apenas vistas com base nos relatórios e contas das suas casas-mãe.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 13:31

Boas,

ECONOMIA/POLÍTICA00:05
O PRIMEIRO ‘ROUND’ DO COMBATE PELA VERDADE NO CASO BES
MARIA ANA BARROSO E FILIPE ALVES

O primeiro ‘round’ do combate pela verdade no caso BES
A primeira ronda de audições na Comissão Parlamentar de Inquérito ao maior escândalo financeiro da Terceira República deixou muitas perguntas sem resposta.
A Comissão de Inquérito Parlamentar aos actos de gestão no BES e no GES teve início esta semana, com as audições do governador do Banco de Portugal (BdP) Carlos Costa, do vice-governador Pedro Duarte Neves, do presidente da CMVM Carlos Tavares, da ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque, do ex-ministro Teixeira dos Santos e do presidente do ISP, José Almaça. Nesta primeira ronda de audições, as personalidades inquiridas tiveram a preocupação de não assumir culpas em eventuais falhas e ficaram muitas perguntas sem resposta.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 21/11/2014 12:34

Boas,

"IRREGULARIDADES" DA ESI NÃO CONSTAVAM DA VERSÃO INICIAL DO PROSPECTO DO AUMENTO DE CAPITAL DO BES
20 Novembro 2014, 21:17 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

Carlos Tavares anunciou, na comissão de inquérito, que existiram 30 versões do prospecto do aumento de capital que o BES realizou em Maio. Na primeira não constava muita da informação que teve de ser acrescentada. Como as "irregularidades materialmente relevantes" da ESI. Ou a garantia do Estado angolano ao BESA.
O aumento de capital iniciado em Maio e terminado em Junho deste ano trouxe mais accionistas para o Banco Espírito Santo. O objectivo era arrecadar 1.045 milhões de euros. Que foram encaixados. Antes deste tipo de operações, é necessário sempre a aprovação de um prospecto pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. E nele têm sempre de constar os "factores de risco" para quem vier a adquirir as novas acções que são postas no mercado.

Há uma primeira versão do prospecto do aumento de capital do BES. Data de 24 de Abril. Um e-mail enviado pela sociedade de advogados Linklaters à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários contém a "primeira versão" do prospecto da oferta pública de distribuição de acções do BES, isto é, o aumento de capital. Este e-mail foi disponibilizado pela comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

Nesse e-mail, era dito que "as equipas envolvidas na operação continuam a trabalhar no documento que agora se envia, para complementar a informação nela contida e com vista também a melhorar a respectiva redacção".

E o trabalho prolongou-se. Durou quase um mês. Só a 20 de Maio é que o prospecto foi tornado público depois de aprovado pela Comissão do Mercado de Valores Mobiliários. Foram realizadas mais de 30 versões, disse o presidente do regulador na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES. Era preciso que todos os riscos estivessem enunciados, afirmou.

Olhando para a primeira versão proposta (ainda preliminar, dado que ainda não havia deliberação sobre o capital a encaixar) e a versão oficial, é possível encontrar diferenças entre os "factores de riscos" enunciados.

A situação do BES Angola é uma das que não consta no primeiro prospecto. O regulador obrigou a que estivesse inscrito que havia uma garantia autónoma prestada pelo Estado angola a favor do BESA, onde tinha a maioria do capital. A garantia, dada a 31 de Dezembro de 2013, era de 5,4 mil milhões de dólares e era uma "forma de proteger o banco de eventuais incumprimentos". A garantia estava em avaliação pelo Banco de Portugal relativamente à sua elegibilidade para o cálculo dos rácios do banco.

"Irregularidades materialmente relevantes"

Mas havia mais riscos não enunciados na primeira versão. Como os riscos "reputacionais". O primeiro "prospecto", de 24 de Abril, tinha uma indicação sobre os instrumentos de dívida da Espírito Santo International, uma das sociedades de topo do Grupo Espírito Santo, que indicava que poderia, em caso de incumprimento, trazer prejuízos ao BES. Os intrumentos eram os produtos de papel comercial vendidos aos balcões do BES.

No último documento, era assumido que havia desafios da ESI para pagar aqueles instrumentos – mais de 3 mil milhões de euros colocados em clientes aos balcões do BES mas também institucionais. Um eventual incumprimento afectaria, "de forma negativa, a reputação do BES" ou poderia vir a "dar origem a um conjunto de litígios sobre o BES".

Aliás, era dito especificamente no documento que as contas da ESI apresentavam "irregularidades materialmente relevantes". Na primeira versão, não havia esta indicação.

Administração podia sair por "imposição regulamentar"

Num leque de muitos riscos – muitos deles são obrigatórios para dar conta dos riscos que a própria economia onde a empresa opera enfrenta –, há ainda um que aponta para os "riscos de alteração da sua administração". Este consta das duas versões. Mas os motivos para que pudesse haver uma mudança não eram já apenas a decisão dos accionistas, a decisão do próprio conselho ou motivos pessoais dos administradores. Podia acontecer "por imposição regulamentar".

Aliás, entre as duas versões, a 16 de Maio, Manuel Fernando Espírito Santo, um dos membros do conselho superior do Grupo Espírito Santo, acabou por abandonar o conselho de administração do BES devido às determinações do Banco de Portugal que obrigavam a separar as lideranças da área financeira e da área não financeira do GES. Manuel Fernando ficou a dedicar-se exclusivamente à Rioforte, que controlava os negócios não financeiros.

O aumento de capital seguiu em frente com todos os factores de risco que a CMVM considerou que os investidores tinham de conhecer. Havia mais quatro páginas de "factores de risco" no prospecto oficial, publicado a 20 de Maio do que na versão inicial. A primeira versão consta de 24 de Abril sendo que a dimensão da operação – os 1.045 milhões de euros – foram alvo de decisão da administração a 15 de Maio. A operação foi aprovada a 20.

Havendo tantos riscos, como foi possível que esta emissão de mais de 1,6 mil milhões de novas acções seguisse em frente? "Nenhuma entidade pública pode impedir um aumento de capital deliberado pelos accionistas", disse o presidente da CMVM Carlos Tavares na comissão de inquérito.

Em Agosto, com a medida de resolução aplicada pelo Banco de Portugal, os accionistas do BES passaram a accionistas do veículo financeiro que herdou o mesmo nome e também os activos e passivos considerados problemáticos.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 20/11/2014 20:24

Boas,


"HOUVE UMA DESOBEDIÊNCIA CLARA DENTRO DO BES"
MARIA ANA BARROSO
maria.barroso@economico.pt


A MINISTRA AFIRMA QUE HOUVE DETERMINAÇÕES DO SUPERVISOR PARA "SALVAGUARDAR O BES DOS RISCOS DO QUE ESTAVA A ACONTECER NA ESFERA NÃO FINANCEIRA DO GES" E QUE ESTAS "NÃO FORAM RESPEITADAS".
17H50
Face a novas perguntas sobre a reunião com Vítor Bento de dia 30 de Julho, a ministra disse que este "estava naturalmente preocupado". Mas que "fazer uma pergunta é uma coisa muito diferente de fazer uma proposta". Maria Luís Albuquerque disse ainda julgar "que o Dr. Vítor Bento não estaria sequer em condições de colocar essa proposta em cima da mesa", lembrando que tal implicaria que a gestão estivesse mandatada pelos accionistas.
17h39
"Tenho conhecimento de que há um pedido de prorrogação de garantias e que teria, a ser acolhido, de ser avaliado pela DGComp", afirmou Maria Luís Albuquerque, questionada sobre o vencimento, no final do ano, de 3,5 mil milhões de euros de dívida emitida pelo BES e garantida pelo Estado. "Não há nenhuma decisão tomada. Mas há um pedido de prorrogação", confirmou, sem precisar o novo prazo pedido. "À volta de um ano", adiantou.
17h35
"Qualquer necessidade de capital da CGD, independentemente da sua origem, é coberta pelo Estado", disse a ministra face às perguntas do Bloco quanto aos possíveis efeitos para o Estado, indirectamente, se o Fundo de Resolução tiver de suportar muitas perdas com o Novo Banco. "Ser accionista de um banco é isso mesmo. Aquilo que pode determinar necessidades é o facto de ser um banco público. Não é o facto de ter havido uma resolução", acrescentou Maria Luís Albuquerque.
17h28
O PCP questionou a ministra sobre se esta tem conhecimento de qual foi a fuga de informação, a propósito da medida de resolução em curso, de que falava Carlos Costa no dia 1 quando liga ao presidente da CMVM. "Não faço ideia", respondeu Maria Luís Albuquerque. "A CMVM fará as investigações que tiver que fazer. Acho muito bem que faça. Do meu lado não foi", disse também.
17h18
"Há determinações do Banco de Portugal que não foram cumpridas. Houve uma desobediência clara dentro do BES às determinações do Banco de Portugal", afirmou Maria Luís Albuquerque. A ministra explica que as informações que foi fazendo sobre a situação do BES tinham por base "determinações efectivamente tomadas pelo Banco de Portugal". "Veio a verificar-se que não foram cumpridas", recordou. "Não foram respeitadas por parte dos responsáveis do banco [BES]".
17h12
A ministra das Finanças explicou que as responsabilidades do seu Ministério quanto ao sector financeiro não lhe conferem "o direito de interferir sobre os poderes de uma autoridade de supervisão do sistema financeiro". O que se tem de garantir é que o Banco de Portugal actua correctamente, acrescentou. "Não tenho razões para desconfiar do que o Banco de Portugal me transmitiu ao longo de tempo", disse ainda.
17h08
"Eu não menti em nenhum dos momentos em que estive no Parlamento", disse Maria Luís Albuquerque. A ministra acrescentou ainda, numa acesa troca de palavras entre a responsável do Governo e o deputado do PCP que "agradecia que não se voltasse a referir a mim nesses termos".
17h06
O deputado do PCP Miguel Tiago questiona o facto de terem sido feitas declarações pela ministra anteriormente na Assembleia da República que se revelaram não verdadeira.
17h00
"Eu soube no momento em que soube da resolução", disse Maria Luís Albuquerque. "Quando o governador me contacta para me dizer o que tinha acontecido na reunião de governadores centrais", em que o BCE informa que terá de deixar de considerar o BES como contraparte a partir de dia 5, segunda-feira seguinte.
16h58
CDS-PP questiona quando soube a ministra das Finanças que, face aos resultados apresentados pelo BES quanto ao primeiro semestre, não havia já investidores privados dispostos a participar num aumento de capital.
16h53
"A liquidação nunca terá sido equacionada como razoável" pelo Banco de Portugal, diz a ministra, nem pelo Governo.
16h50
"O Banco de Portugal o que me disse - quando se tomou conhecimento da dimensão dos prejuízos - é que estava a preparar-se caso não houvesse capital privado", disse a ministra.
16h42
"Se a venda do Novo Banco não for suficiente, então o resto do sistema financeiro fica responsável por pagar o restante", recordou a ministra. E defendeu que "distribuir em vez de concentrar numa única instituição parece-me acarretar muito menor risco para os contribuintes". "É um empréstimo. Não é uma posição de capital", sublinhou. "Os contribuintes estão muito mais salvaguardados neste caso", realçou Maria Luís Albuquerque.
16h36
"A recapitalização pública, tivesse sido pedida, teria sido concedida ou não", disse a ministra. Mas assegurou: "Ninguém a pediu. Não pediu o BES. Não pediu o Banco de Portugal". E referiu que, independentemente disso, "a resolução foi uma boa solução para o problema com que estávamos confrontados".
16h30
"O que aconteceria era o equivalente a uma nacionalização", disse a ministra, tendo em conta o actual quadro de ajuda á banca e as necessidades de capital que o BES tinha. Ainda que a função jurídica não fosse essa, explicou. "Esse era o cenário. Era nomear a administração. Era assumir a gestão do banco. Esse é que era um cenário de recapitalização [pública] no enquadramento actual, reforçou Maria Luís Albuquerque.
16h28
"Confunde-me tanta insistência sobre porque é que nós não imputámos o ónus aos contribuintes", disse a ministra, comentando as perguntas dos deputados.
16h25
"Aquilo que aconteceu é uma precipitação de acontecimentos", explicou a ministra. "A iminência de retirada do estatuto de contraparte [por parte do BCE] retirou o tempo necessário para que outras soluções fossem ponderadas", lembrando a ministra das Finanças que existia o montante disponível ainda na linha de recapitalização, "âncora da confiança do sistema". "O facto de estar disponível é verdadeiro".
16h20
O PS questiona a ministra sobre como é que o Governo não soube antes nem participou no desenho da solução com o Banco de Portugal se essa mesma solução implicava ter de gastar quase qautro mil milhões de euros de empréstimo ao Fundo de Resolução.
16h04
A ministra das Finanças diz ter explicado que "as regras de auxílios de Estado impõem sempre que os accionistas e credores subordinados percam tudo". "Qualquer intervenção teria que necessariamente fazer o burden sharing ou imputar perdas totais aos accionistas e aos credores subordinados", disse. Mas sublinhou que "o Dr Vítor Bento não apresentou nenhum pedido" de auxílio estatal.
16h01
A ministra confirmou que, no dia 30 de Julho, Vítor Bento "solicitou uma reunião" tendo vindo acompanhado por Moreira Rato e José Honório. "O que o Dr Vítor Bento perguntou era se seria possível o Estado intervir, por exemplo, na mesma modalidade que no Banif", acrescentou. Este último fio recapitalizado com tomada de acções especiais e subscrição de CoCos. "Essa modalidade nesses exactos termos já não existia como tal", diz Maria Luís Albuquerque ter explicado a Vítor Bento.
15h58
"Nacionalização o Governo não estaria disposto a fazer".
15h53
"Não se vislumbrava" em meados de Julho nada do que veio a acontecer, referiu Maria Luís Albuquerque. Isso não significa que Governo e supervisores "não ponderem cenários de contingência". "Era um cenário de contingência. Nada levava a querer que ele viesse a ser necessário", acrescentou, fazendo um paralelismo. "Era um pouco como um simulacro dos bombeiros porque pode sempre haver um fogo e temos de estar preparados".
15h49
"Aquilo que aconteceu e que acabou por determinar a solução [de resolução] era algo completamente inesperado".
15h45
A ministra das Finanças recordou que não existe sequer "qualquer enquadramento legal para que esse apoio [ao GES] fosse pedido".
15h38
"Nunca interferi com qualquer decisão da CGD nesta matéria e nunca o farei", disse a ministra, a propósito dos pedidos feitos por Ricardo Salgado para que fosse concedido um apoio ao GES. Pedido esse que terá sido recusado. "As decisões comerciais da CGD são da CGD", reforçou Maria Luís Albuquerque.
15h26
"Não me cabe a mim determinar responsabilidades que serão apuradas na esfera própria", afirma Maria Luís Albuquerque. No entanto, lembra que aquilo "que tem vindo a ser conhecido responsabiliza os decisores do Banco Espírito Santo".
15h24
"Quero reiterar que nunca foi apresentado ao Governo qualquer pedido de recapitalização pública", sublinha Maria Luís Albuquerque. E lembra que, ainda no dia 30 de Julho, altura em que foram divulgados os resultados do primeiro semestre de 2014, foi reforçado a existência de interessados num aumento de capital. "No próprio dia em que foram divulgados os resultados, é reiterada a existência de investidores privado interessados em participar no aumento de capital", diz a ministra.
15h21
"Numa medida de resolução, o auxílio é previamente aprovado pela DGComp sem necessidade da apresentação de um plano de reestruturação, o qual ocorre posteriormente", explicou a ministra. Já numa recapitalização pública, esse mesmo plano deve ser apresentado e aprovado pela DGComp "antes da injecção de fundos públicos".
15h18
"Julgo que persiste um equívoco na percepção pública. Parece-me particularmente relevante que fique absolutamente claro que qualquer das medidas teria as mesmas consequências. Todos os accionistas e credores subordinados sofreriam as mesmas perdas. A diferença tem a ver sobre quem recai o ónus."
15h11
"É fundamental que se apurem os factos", começa por dizer a ministra das Finanças, lembrando a gravidade do que se passou e, portanto, a importância de se perceber o que se passou.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 20/11/2014 17:23

FINALMENTE

PARLAMENTO CHAMA RICARDO SALGADO AO INQUÉRITO AO BES A 3 DE DEZEMBRO
20 Novembro 2014, 16:00 por Diogo Cavaleiro | diogocavaleiro@negocios.pt

Os partidos já acordaram o calendário para as audições até ao Natal. Vítor Bento é ouvido a 2 de Dezembro, o mesmo dia em que é chamado o presidente da KPMG, auditora do BES. Segue-se a família, com Salgado à cabeça.
A comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo quer ouvir Ricardo Salgado a 3 de Dezembro. É ele que vai inaugurar o bloco de audições que os deputados querem fazer à família Espírito Santo, segundo acordaram esta quinta-feira os deputados coordenadores que compõem a comissão.

O nome de Ricardo Salgado é proposto para quarta-feira dia 3 de Dezembro pelas 16 horas. Esta foi a decisão saída da reunião de mesa e coordenadores da comissão parlamentar de inquérito, segundo apurou o Negócios junto de fonte parlamentar. Com a calendarização definida, que marcou as audições até ao Natal, a comissão tentará agora confirmar junto dos convocados se é possível, efectivamente, realizar as audições.

Salgado tem sido acusado, nas audições já realizadas, de ter desobedecido a determinações do Banco de Portugal - levando, segundo o governador Carlos Costa, a perdas de 1,5 mil milhões de euros no banco.

É Salgado que vai abrir as audições à família Espírito Santo. No dia seguinte, a 4 de Dezembro, os deputados querem ouvir José Maria Ricciardi, o primo que contestou a liderança de Salgado à frente do BES.

Segue-se a audição de Pedro Queiroz Pereira, o antigo aliado que denunciou irregularidades na Espírito Santo Control ("holding" que reúne as posições accionistas da família), para o dia 9 de Dezembro. Nesse mesmo dia, a comissão quer ouvir Álvaro Sobrinho, o presidente do BES Angola que entrou em rota de colisão com Salgado. Caso não seja possível, será o ex-administrador com o pelouro financeiro do BES, Amílcar Morais Pires, o convocado.

Manuel Fernando Espírito Santo é chamado dia 10 de Dezembro, sendo que no dia seguinte é José Maria Espírito Santo Silva que os deputados querem ouvir. Ricardo Abecassis, que liderava o BES Investimento Brasil, tem a audição marcada para dia 16 de Dezembro, o mesmo dia para que os deputados convocam o depoimento de Pedro Mosqueira do Amaral. Todos eles faziam parte do conselho superior do Grupo Espírito Santo, onde se tomavam as decisões estratégicas do grupo e do banco.

DIA 17 DE DEZEMBRO SERÁ A VEZ DE ANTÓNIO RICCIARDI, QUE LIDERA O REFERIDO CONSELHO SUPERIOR E PAI DE RICCIARDI, FECHANDO O CICLO DA FAMÍLIA.

SEGUE-SE, A 18, JOAQUIM GOES, ANTIGO ADMINISTRADOR DO BES. DIA 22, ANTÓNIO SOUTO E RUI SILVEIRA, TAMBÉM EX-ADMINISTRADORES DO BANCO, SÃO CONVOCADOS.

VÍTOR BENTO OUVIDO DIA 2

Antes disso, dia 25 de Novembro, ainda se terá de ouvir José Ramalho, o vice-governador Banco de Portugal que já havia sido chamado dia 17 mas que, devido à dimensão das audições de Carlos Costa e Pedro Duarte Neves, também do regulador, teve de ser adiada. É ele, igualmente, o presidente do fundo de resolução, accionista único do Novo Banco até à ambicionada venda.

Para o dia 2 de Dezembro estão marcados os depoimentos de Vítor Bento, o nome escolhido para suceder a Ricardo Salgado e que permaneceu no BES após a resolução de 3 de Agosto. Saiu do Novo Banco por não concordar com a venda rápida que o Banco de Portugal queria promover. Bento já havia sido convocado pela comissão de Orçamento e Finanças mas recusou-se a ir. Não pode rejeitar a ida à comissão de inquérito, já que esta goza de poderes parajudiciais.

Nesse mesmo dia, Sikkander Sattar terá de prestar esclarecimentos aos deputados enquanto presidente da KPMG, a auditora do BES nos últimos anos.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 20/11/2014 15:27

OS RATOS ABANDONAM O NAVIO...

SOCIEDADE ABERTA00:06
António Costa
CARLOS COSTA É UM HOMEM SÓ

antonio.costa@economico.pt

Maria Luís Albuquerque passou pela comissão de inquérito ao BES e escapou ao terreno minado da responsabilidade política do Governo na intervenção pública no banco e na fatalidade da resolução.
Dito de outra forma, Carlos Costa ficou, definitivamente, isolado e agora, tudo o que vier a suceder na venda do Novo Banco vai ser-lhe cobrado pessoalmente.

A ministra das Finanças mostrou, outra vez, as suas capacidades políticas. No que foi a decisão mais relevante do Estado na economia nos últimos três anos, sabemos, sem ambiguidades, que o Governo não tem nada a ver com isso. Podia ser pior? A ministra deu a corda toda ao governador, que, voluntarista, acabou por assumir riscos que não deveria ter assumido.

O governador do Banco de Portugal percebeu, no dia 25 de Julho ao fim do dia que a estratégia de protecção do BES do GES não chegava, e que a possibilidade de recapitalização do banco por via privada se tinha tornado pouco provável. E no dia 29, dia anterior ao anúncio dos prejuízos históricos, ficou claro que a intervenção pública era inevitável, porque se seguiria imediatamente a necessidade de mais dinheiro para pôr os fundos próprios acima do mínimo legal. O que nos disse a ministra, ontem? Ninguém me pediu dinheiro para recapitalizar o BES, leia-se Vítor Bento, então presidente do banco, ou Carlos Costa. Portanto, a possibilidade de recapitalização por via ‘tradicional', como foi feito no Banif, por exemplo, nunca esteve em cima da mesa, nunca foi estudada.

Ora, Carlos Costa disse esta semana no Parlamento que a resolução foi uma necessidade, porque não havia tempo para outra alternativa. Em dois dias, entre a divulgação de prejuízos e a pressão do BCE, sobrava a resolução ou a liquidação. Por princípio de honestidade intelectual, convém acrescentar que a recapitalização levaria também a perdas dos accionistas e obrigacionistas seniores. Mas protegeria o banco, e o alarme social de uma recapitalização que ainda vai ter custos. E veremos se não tem para os contribuintes se os bancos não aceitarem pagar a fava, isto é, uma diferença enorme entre o capital que o Fundo de Resolução injectou no Novo Banco e o valor da venda. Isto se for vendido...

A esta hora, Carlos Costa estará arrependido. Não da última semana, da semana em que foi obrigado a fazer o que não queria, mas das semanas anteriores, dos meses anteriores, quando não pôs de forma clara a via da recapitalização tradicional como solução a preparar. É claro que Ricardo Salgado não ajudou, para não dizer outra coisa.

A digestão destes primeiros três dias de audiências da comissão de inquérito ao BES, e particularmente a audição da ministra, permitem já balizar o que vai suceder a partir daqui. Carlos Costa arrisca, neste momento, a ser visto como tão responsável pelo que sucedeu ao BES como Ricardo Salgado, o que tem tanto de injusto como de extraordinário.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 20/11/2014 15:12

TODO MUNDO SACODE A ÀGUA DO CAPOTE....

MINISTRA DAS FINANÇAS ACUSA SALGADO DE PRESSÃO SOBRE O GOVERNO
Novembro 19th, 2014
Citamos:

Ministra das Finanças acusa Salgado de pressões

O antigo presidente do Banco Espírito Santo, Ricardo Salgado, pressionou o executivo de Passos Coelho para ajudar o Grupo Espírito Santo através da Caixa Geral de Depósitos, reconheceu esta quarta-feira a ministra das Finanças.

“Se não nos ajudarem, isto pode correr muito mal”, disse o líder histórico do BES a Maria Luís Albuquerque, numa reunião entre Salgado e a titular da pasta das Finanças.

A revelação foi lançada pela governante na sua audição na comissão de inquérito parlamentar à gestão do BES e do Grupo Espírito Santo (GES).

“Com esse pedido, com essa pressão, com essa questão, pedi formalmente ao Banco de Portugal que assegurasse que tudo tinha sido feito para proteger o BES” da exposição ao GES, afirmou Maria Luís Albuquerque.

E realçou: “Em relação ao negócio não financeiro, o Governo recusou liminarmente dar qualquer apoio à área não financeira do GES”.

Esta questão tinha sido abordada algumas vezes ao longo da audição da ministra, tendo a responsável garantido que Salgado “só falava das preocupações com o GES e não com o BES”.

“Nunca ouve qualquer pedido, formal ou informal, ou sequer referência, a um pedido de recapitalização pública do BES”, sublinhou.

A governante assegurou que aquilo que Salgado lhe pediu foi que o banco público financiasse o GES, algo que não aconteceu.

“Aquilo que me foi pedido numa dessas reuniões foi algum enquadramento em que houvesse um financiamento da CGD. Quer no caso do GES, quer em qualquer outro, o Governo não fala com a administração do banco público acerca dos créditos que deve, ou não, conceder”, sublinhou.

“Nunca interferi com qualquer decisão da CGD nesta matéria, nem nunca o farei. E foi isso que referi. O Governo não ia ter qualquer interferência nessa matéria”, salientou Maria Luís Albuquerque.

Segundo a ministra, a concessão de apoios públicos ao GES não faria sentido, nem haveria enquadramento legal para tal.

Reforçando o que já tinha dito na sua intervenção inicial, a governante vincou que “para o BES, nada nunca foi pedido”.

Maria Luís Albuquerque está a ser ouvida pelos deputados desde as 15:00, naquela que é a segunda audição do dia da comissão de inquérito ao caso BES, depois de Fernando Teixeira dos Santos, antigo ministro das Finanças do PS, ter estado no parlamento de manhã.

A comissão de inquérito arrancou na segunda-feira (dia 17 de novembro) e terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito “apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades”.

A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 20/11/2014 15:10

O MAIOR ROUBO DA HISTÓRIA PORTUGUESA

A 7 DE JULHO CARLOS COSTA INFORMA A MINISTRA QUE A SITUAÇÃO DO BES ERA ROBUSTA
Novembro 20th, 2014
Citamos

“Com base nos impactos já quantificados pela instituição [o BES], em termos da sua posição de liquidez e de capital, bem como na análise preliminar do Banco de Portugal sobre o plano de contingência apresentado, verifica-se que o grupo BES terá capacidade para acomodar os efeitos negativos decorrentes de um cenário de reestruturação ou de insolvência do ramo não-financeiro do GES [Grupo Espírito Santo], sem colocar em causa a continuidade das suas atividades”. Esta foi a resposta de Carlos Costa, a 13 de julho, a tranquilizar a ministra das Finanças sobre as notícias em torno do Grupo Espírito Santo e dos riscos para o banco.

Na carta, o Banco de Portugal já admitia que o plano de reestruturação do GES poderia não ser aprovado, caso em que o grupo poderia ser obrigado a declarar insolvência. Aí, era necessário ativar o plano de contingência no banco, de forma a proteger a instituição da falência do grupo. Carlos Costa estava convencido de que esse plano seria suficiente e garantiu que o banco “assegurará, em caso de incumprimento da ESI ou da Rioforte, o reembolso da dívida colocada em clientes não institucionais que a tenham subscrito através do BES ou de uma das suas participadas”.

As declarações de Carlos Costa constam de uma carta de 7 de julho, em resposta a uma missiva enviada por Maria Luís Albuquerque a 13 de junho, em que a ministra pedia para que o Banco de Portugal disponibilizasse ao Ministério das Finanças “toda a informação relevante de que este careça para devidamente exercer as suas responsabilidades enquanto garante último da estabilidade financeira do sistema bancário nacional”.

A ministra das Finanças dizia a Carlos Costa ter sido “contactada por diversos responsáveis no grupo e no Banco” que a haviam alertado “para eventuais riscos para a estabilidade financeira”. “Alguns dos potenciais factos geradores desses riscos têm vindo a ser noticiados publicamente”, dizia Maria Luís Albuquerque, salientando que “não obstante, V. Exa tem asseverado, nos nossos múltiplos contactos, que o Banco de Portugal identificou e conteve os riscos derivados da atividade não-bancária na atividade bancária do grupo BES”.

Carlos Costa, na resposta emitida cerca de três semanas depois, dizia: “tenho procurado manter o Ministério das Finanças, naturalmente dentro dos limites que o dever de segredo em matéria de supervisão me obriga”. O governador do Banco de Portugal acreditava que graças ao aumento de capital e à almofada entretanto criada seria suficiente para conter os danos. Além disso, a reestruturação da administração do BES.

A carta enviada pelo governador do Banco de Portugal a Maria Luís Albuquerque incluía, em anexo, um conjunto de perguntas frequentes, intitulado FAQ (sigla de “frequently asked questions”) em que explicava quais as competências da autoridade de supervisão sobre empresas do Grupo Espírito Santo. Na resposta a uma das questões, doze no total, Carlos Costa referia: “a situação de solvabilidade do BES é robusta”. Três semanas depois, o banco foi objeto da resolução e separado entre Novo Banco, que concentrou os ativos de boa qualidade, e o “banco mau”, que ficou com os negócios tóxicos.”
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 20/11/2014 15:08

A VIGARICE CONTINUA...

MINISTRA ADMITIA QUEDA DO BES
NOVEMBRO 20TH, 2014
Citamos:

Maria Luís Albuquerque dizia cá para fora que a informação que tinha sobre o Banco Espírito Santo era que este não precisava de intervenção do Estado e negou essa mesma intervenção numa reunião com Ricardo Salgado que lhe pediu ajuda através da Caixa geral de Depósitos. Mas ficou preocupada, dois meses antes da queda do banco.

“Numa carta enviada ao governador do Banco de Portugal, no feriado de Santo António, revelada hoje pelo Expresso, a ministra agradecia a Carlos Costa a informação que lhe era prestada pelo governador, mas queria saber mais, admitindo o risco de “materialização dos riscos imprevistos no Grupo GES”.

“Agradeço que me seja facultada informação adicional sobre planos de contingência que o Banco de Portugal tenha desenvolvido no caso de se materializarem riscos imprevistos no Grupo BES que possam pôr em causa a estabilidade financeira”, escrevia Maria Luís.

O pedido de informação feito pela ministra foi feito no seguimento de uma reunião entre a governante e Ricardo Salgado. E escrevia isso mesmo na carta. “Tenho vindo a ser contactada por diversos responsáveis no grupo e no banco que me alertaram para eventuais riscos para a estabilidade financeira advenientes dessa situação. Alguns dos potenciais factos geradores desses riscos têm vindo a ser noticiados publicamente. Não obstante, V. Exa tem asseverado, nos nossos múltiplos contactos, que o banco de Portugal identificou e conteve os riscos derivados da atividade não bancária da atividade bancária do grupo BES”.

Mesmo depois desta carta, nas audições no Parlamento em quem foi ouvida, Maria Luis Albuquerque dizia não ter informações de que o banco precisasse de recapitalização pública e remetia explicações para o regulador.

As notícias sobre esta troca de correspondência aparecem horas antes da audição da ministra na comissão de inquérito ao BES, que acontecerá esta tarde na Assembleia da República.”
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por FDPC » 20/11/2014 3:27

Santa Maria Escreveu:O MAIOR ROUBO DA HISTÓRIA PORTUGUESA...

CARLOS TAVARES
CMVM CULPA GOVERNO E BANCO DE PORTUGAL POR NÃO TER PODIDO PROTEGER INVESTIDORES

Se tivesse a informação sobre as medidas de resolução do BES, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários podia ter protegido os investidores, disse Carlos Tavares no Parlamento. Mais tarde, confrontado com estas declarações por um deputado do PSD, Carlos Tavares disse que não se referia às duas instituições. 18-11-2014 19:23 por João Carlos Malta
PS: Governo demorou muito tempo a dar ao Banco de Portugal poderes para afastar Salgado
Ex-ministro das Finanças diz nunca ter tomado decisões a pedido de Salgado
Acções podiam ter sido suspensas mais cedo, evitando-se prejuízos para o BES
Tudo sobre a comissão de inquérito ao BES
"É mais censurado alguém que rouba uma carteira do que alguém que manipula o mercado"
O presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, disse esta terça-feira, no Parlamento, que não podia proteger os investidores que transaccionaram títulos do BES sem saber que estava a ser preparada pelo Banco de Portugal uma medida de resolução que levou a que o banco fosse separado em dois.

Num longo pingue-pongue de perguntas e respostas com a deputada do PS Ana Paula Vitorino, a socialista acabou por questionar o regulador: se tivesse a informação que outras entidades tinham sobre a medidas de resolução do BES, podia ter protegido os investidores?

Carlos Tavares respondeu: "Resposta afirmativa".

Seguiram-se três minutos em que Ana Paula Vitorino tentou que Carlos Tavares dissesse quem eram as entidades que tinham esta informação.

"Quem é que podia então dar-lhe essa informação?", perguntou a socialista. "Quem a tivesse", respondeu o presidente da CMVM.

Carlos Tavares ainda falaria do emitente, referindo-se ao BES, como resposta, mas Vitorino disse que o banco não decide uma medida deste género. E Tavares rematou: "Quem poderia ter dado esta informação é quem a conhecia e a decidiu".

Ora, sabemos actualmente, e pelas declarações que o governador do Banco de Portugal fez na segunda-feira no Parlamento, que ele próprio decidiu qual a medida a adoptar no BES, e que o Governo foi informado.

Mais tarde, no debate, o deputado do PSD, Duarte Cordeiro, questionou Carlos Tavares se na protecção do accionistas ele culpava o Governo e o banco central pelos prejuízos que os investidores tiveram. O presidente da CMVM foi pronto: "Eu não disse isso".
Duarte Cordeiro insistiu e replicou: "Gostava que desmentisse ou confirmasse". Passados alguns minutos, Tavares acrescentou: "Eu devo ser pouco eloquente. A única coisa que disse é que tenho pena de não ter tido mais informação".
E rematou: "Não culpei nenhuma entidade".

Guerra?
Sobre o alegado clima de "guerra" entre os supervisores, Carlos Tavares afirmou que "ter opiniões diferentes não é estar em guerra, não temos de ter todos a mesma opinião". "O importante é que essas opiniões sejam dirimidas, se possível atempadamente”, disse.

"Não é verdadeira a ideia de que os supervisores andaram cada um para seu lado. Agora o que aconteceu foi que a precipitação dos acontecimentos naquele final do mês levou a descoordenações. Não me custa afirmar", referiu, mais tarde.

Ainda assim, Tavares deixou alguns reparos para o futuro: “Penso que o próprio conselho de supervisão [que integra a CMVM, o Banco de Portugal e o Ministério das Finanças] deve ser chamado nestas alturas”.

Carlos Tavares sublinhou que não pode dar garantias que estas situações não se repitam, mas não deixou de dizer que elas nunca devem acontecer “por falta de articulação”.

O regulador garantiu ainda que fez um exercício de auto-avaliação sobre a actuação da CMVM durante este processo e que o resultado o deixou "confortável". "Se não fosse, também o diria porque eu não sou daqueles que acha que não é possível fazer sempre melhor."

"Não me peçam para assumir culpas que não são minhas", disse também.

"Não se pode dizer às pessoas: 'perderam, paciência'"
Já antes, e durante as perguntas feitas por Ana Paula Vitorino, o regulador disse que o mais importante "é constatar que, fruto desta falta de informação, o mercado esteve aberto em circunstâncias em que não devia ter estado"

E acrescentou: "Penso que o mais importante é perceber o que se pode fazer com as pessoas que transaccionaram naqueles dias".

PARA, NO FIM, REMATAR EM TOM DE ALERTA: "NÃO SE PODE DIZER ÀS PESSOAS: 'PERDERAM, PACIÊNCIA, PERDERAM TUDO'".



Santa Maria Mãe de Deus rogai por nós pecadores...
Por uma Politica Solidária a Migração, abaixo os muros da intolerância
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 1469
Registado: 15/9/2013 23:16
Localização: Sintra

Re: BES - A LUTA

por katolo » 20/11/2014 1:54

Estou a achar piada em ver que ninguém quer assumir responsabilidades e atiram as culpas da decisão tomada uns para os outros. Impressionante como ninguém dá a cara pela medida de resolução! Se a solução tivesse sido boa, até se batiam para assumir a tomada de decisão :mrgreen:

Isso só tem um significado! Aperceberam-se do erro que cometeram e os problemas que poderão vir a ter de enfrentar de futuro e todos querem fugir às responsabilidades.

Não é à toa que as ações continuam a ser transacionadas em otc por grandes institucionais...
 
Mensagens: 1394
Registado: 20/2/2014 22:01

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 20/11/2014 0:49

VINTE AUDIÇÕES QUE NÃO PODE PERDER NO CASO BES


Começa esta segunda-feira a comissão parlamentar ao caso BES. Serão 120 dias e 115 audições a actores políticos e económicos, de Carlos Costa a Ricardo Salgado, do contabilista ao chefe da troika. O que vão dizer sobre o desmoronamento do banco? 17-11-2014 6:00 por João Carlos Malta (texto) e Ricardo Fortunato (ilustrações)

COMISSÃO BES TEM TUDO PARA "NÃO CHEGAR A CONCLUSÃO NENHUMA"
Banco de Portugal "criou condições" para afastar Ricardo Salgado do BES
Carlos Costa retira Maria Luís da decisão de criar fundo de resolução para o BES
A comissão parlamentar sobre o caso BES começa esta segunda-feira. A Renascença escolhe 20 personalidades que não pode deixar de ouvir, nos próximos quatro meses, para perceber o que se passou para que a instituição que valia um quinto do sector bancário em Portugal tenha caído em desgraça:
Ricardo Salgado
José Maria Ricciardi
Zeinal Bava
Carlos Costa
Vítor Gaspar
Maria Luís Albuquerque
Pedro Queiroz Pereira
José Honório
Fernando Ulrich
José Guilherme
Carlos Moedas
Vítor Bento
Machado da Cruz
Álvaro Sobrinho
Henrique Granadeiro
Carlos Tavares
Miguel Frasquilho
Morais Pires
Subir Lall
Michel Canals

Ricardo Salgado. O actual "Culpado Disto Tudo"
O Passou em pouco tempo de "Dono Disto Tudo" para "Culpado Disto Tudo". Chega a esta comissão depois de ter sido detido no Verão num momento de quase 'surrealismo' de um filme de final imprevisível. É a audição mais esperada. Desde que o mundo em que assentava o seu poder ruiu, pouco se tem ouvido, o que aumenta a expectativa para o que tem a dizer. E Mário Soares, íntimo de Salgado, adensou o suspense ao afirmar que quando este começar a falar "as coisas vão ser diferentes". De momento, o "'jogo" está contra o ex-líder do BES, que já testou o argumento da cabala ao reagir à divulgação, pela SIC, das conclusões preliminares da auditoria forense do Banco de Portugal à sua gestão: "Estamos perante uma desleal e inusitada tentativa de se fazer um julgamento público e mediático".

José Maria Ricciardi. O primo
OA luta entre os primos Ricardo e José Maria, que foram criados como se fossem irmãos, esteve em cena nas reuniões do Conselho Superior do Grupo Espírito Santo, mas rapidamente resvalou para o palco mediático. Ricciardi desafiou abertamente a liderança de Salgado. Ainda assinaram um armistício, no entanto foi sol de pouca dura. Se José Maria, aos comandos do banco, teria evitado a derrocada, ficaremos todos por saber. A família não deixou. Se o motivo que o levou a afrontar o primo foi a vaidade ou a discórdia com os métodos que este adoptava para liderar o império da família, será também difícil de vir a descobrir. Certo é que é o único elemento da família que se mantém à frente de uma instituição financeira, o BESI (que está a venda), sem que o Banco de Portugal lhe retirasse idoneidade. Recentemente apareceu nas "gordas" do "Correio da Manhã" com "Ricciardi entrega primo à Justiça". Em comunicado, Pedro Reis, advogado do banqueiro, criticou este título, porém, lembrou que "qualquer cidadão tem o dever de contribuir para o apuramento da verdade".

Zeinal Bava. O capturado?
O"Capturado pelos interesses do BES". É assim que Zeinal Bava é descrito pela auditoria feita à gestão da Portugal Telecom (PT). Ele que até já foi considerado o melhor CEO europeu do sector das comunicações de 2012. O Presidente da República, Cavaco Silva, cinco meses depois de o ter homenageado com a Classe do Mérito Comercial (Grã-Cruz), perguntou, em tom crítico: "O que andaram a fazer os accionistas e os gestores da PT?". Chega a esta comissão com a desconfiança sobre se sabia e participou ou não na decisão de emprestar 900 milhões de euros à Rioforte, holding do sector não-financeiro do Grupo Espírito Santo (GES). Ele, segundo a revista brasileira "Veja", terá jurado a pés juntos não saber de nada. Uma notícia do "Expresso" sobre o mesmo assunto aparentemente desmonta esta jura. À época, o semanário cita a auditoria interna à empresa que revela que Zeinal recebia quadros-resumo com as aplicações financeiras da PT, incluindo os investimentos em papel comercial do Grupo Espírito Santo.

Carlos Costa. O juiz
OO papel do governador do Banco de Portugal no meio de todo este processo nunca será avaliado de forma unívoca. Uns dirão que a lei não lhe permitia ir mais longe quando se tornou, à luz da informação que hoje sabemos, evidente que o BdP tinha de ser mais lesto a afastar a família da gestão do banco. Outros dirão que poderia ter evitado parte dos destroços que hoje os portugueses apanham de todo o caso BES. Independentemente disso, poucos esquecerão Carlos Costa a dizer que o BES era uma coisa e o GES outra.

Na semana passada, o "Diário Económico" escreveu que, numa carta datada de 25 de Março, o Banco de Portugal exigiu o aumento de capital de 1.045 milhões de euros do BES. A operação terá ocorrido, segundo aquele jornal, numa altura em que Carlos Costa e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) já tinham conhecimento dos problemas na Espírito Santo Internacional (ESI) e noutras holdings do GES, como a Rioforte. Muita coisa para o governador explicar.

Vítor Gaspar. O enigma
OO episódio está descrito no livro "O Último Banqueiro" e reporta-se a uma reunião entre Vítor Gaspar e a Associação Portuguesa de Bancos, em Junho de 2013. Pouco antes de sair do Governo, Gaspar entrou peremptório. "Se eu fizesse declarações sobre a dívida do BES, tinha muito a dizer", avisou, num tom claro, duro e incisivo, perante os 15 responsáveis convocados para o encontro no ministério das Finanças. É assim que a obra das jornalistas Maria João Babo e Maria João Gago se refere ao caso. Dias antes, o presidente do BES tinha manifestado publicamente dúvidas sobre a sustentabilidade da dívida soberana, que muito desagradaram ao ministro. "Vítor Gaspar entendeu que não podia deixar passar em claro as declarações do banqueiro. Na primeira oportunidade pronunciou a ameaça que podia destruir o banco. O puxão de orelhas tinha ainda um subentendido: a fragilidade financeira do BES era muito mais complicada do que naquele momento se imaginava, relata o mesmo livro. Será que Gaspar vai contar nesta comissão o "muito que havia para dizer" sobre a dívida do BES naquela altura? O que é que o Governo já sabia sobre a situação do BES a meio do ano passado?

Maria Luís Albuquerque. A ziguezagueante
OGanha o reconhecimento dos portugueses quando se torna público ter dito "não" a Salgado. Tinha o respaldo de Passos Coelho nesta matéria. Salgado chegara à Praça do Comércio para uma audiência com a ministra das Finanças, acompanhado de outros elementos da família, José Manuel Espírito Santo e José Honório. Os três têm grande urgência e tentam convencer Maria Luís a autorizar a Caixa Geral de Depósitos a emprestar 2.500 milhões à Rioforte para suavizar a dívida de curto prazo. O envolvimento do banco estatal ajudava a que o BCP viesse a colaborar também. O trio pede juros generosos. Maria Luís torce o nariz e terá notado que "não dispõe de instrumentos" para apoiar o GES não-financeiro. Por outro lado, a ministra tem ziguezagueado no que diz respeito aos encargos que os portugueses terão com a venda do Novo Banco (instituição resultante da queda do BES). Primeiro, foi o anúncio inequívoco de que da venda não resultaria nenhum encargo. Depois, o assumir que, mais que não seja pela presença da CGD no fundo de resolução bancária, os contribuintes poderiam perder.

Pedro Queiroz Pereira. O inimigo de circunstância
OO conflito que o mantinha com Ricardo Salgado já tem alguns anos, mas passou a ser relatado quase em forma de diário no fim do ano passado. PQP, como é conhecido no meio empresarial, tinha a convicção de que o então líder da família Espírito Santo tinha arquitectado uma estratégica sub-reptícia para passar a dominar o grupo Semapa, propriedade da família Queiroz Pereira. Acabava uma ligação de mais de um século entre as duas famílias. Salgado ganhava um inimigo de estimação, ou pelo menos assim parecia à época. O ex-piloto de corridas de automóveis criou uma equipa para passar a pente fino as contas do Grupo Espírito Santo. E encontrou muitos alçapões. Elaborou um dossiê que enviou ao Banco de Portugal e, apesar de algumas vezes desmentido, é convicção de muitos que terão sido estes dados a desencadear todas as investigações que agora conhecemos. Depois de ter escrito ao Banco de Portugal a mostrar muita preocupação com o caso, invocando o efeito devastador que este poderia ter na economia portuguesa, um dia depois de ter assinado 'um tratado de paz' com Salgado, fez marcha atrás na denúncia. Segundo as cartas reveladas no último fim-de-semana pelo 'Expresso', PQP escreveu a Carlos Costa referindo que todos os indícios que antes catalogara de catastróficos estavam resolvidos.

José Honório. O estratega
OAté há pouco tempo era relativamente desconhecido para o cidadão comum, apesar de há muito estar na ribalta da gestão dos grandes grupos nacionais. Saltou para o palco mediático quando o jornal "i" revelou que ele seria o mentor da estratégia que Salgado encomendou para salvar o GES, quando o precipício estava a pouca distância. Em Abril, deste ano, a troco de 150 mil euros por mês delineou um plano de salvação para o grupo, que passava por Durão Barroso. O então presidente da Comissão Europeia deveria falar com Cavaco e Passos e colher apoios no Luxemburgo e na Suíça. Salgado punha todas as fichas no ex-administrador da Portucel, o qual viria ainda a ser o braço-direito de Vítor Bento na curta passagem que este teve no Novo Banco. Da história revelada pelo "i" tornou-se icónica a frase alegadamente dita por Honório: "A minha solução é: a fama que esta casa tem no mercado é que tem ajudado muita gente desde sempre. Acho que está na altura de cobrar favores. Fazer uma relação das entidades e das pessoas a quem podem cobrar valores e o montante que podem cobrar".

Fernando Ulrich. O concorrente
OEle e Salgado eram pólos distantes de um mesmo universo (financeiro) e que raramente se tocavam. A animosidade entre os dois teve um dos episódios mais emblemáticos, em 2000, quando falhou a fusão entre o BES e BPI. A 6 de Março de 2000, Salgado afirmava ao "Diário de Notícias" que o BPI "é uma marca jovem, não tem a notoriedade que tem a marca BES". Pouco depois, Ulrich respondeu, defendendo que, com a fusão, os dois grupos desapareciam e que se criava uma nova entidade, o BES.BPI. A partir daí, a relação não se torna de confronto, mas também não é de sintonia. Antes Salgado dizia que o BPI era demasiado "tenro", mas agora é um BES decrépito e com nome de novato (Novo Banco) que Ulrich e o BPI querem comprar. Mas porque todos, ou quase todos, os negócios podem ter um lado pessoal, Ulrich sublinhou aos jornalistas, em Julho deste ano, no pico do caso BES: "Gosto de enfrentar as pessoas quando estão na mó de cima. Tinha mais graça ter confrontos públicos quando o dr. Ricardo Salgado estava na mó de cima e quando vocês [jornalistas] achavam que ele era o 'Dono Disto Tudo'".

José Guilherme. O construtor
OÉ conhecido pelas alcunhas de "Zé Grande" ou "Zé das Promessas", um tributo à generosidade que tem para com os amigos. Sejam eles Isaltino Morais, a quem pagou um almoço de aniversário que custou milhares de euros, ou Armando Vara, a quem cedeu um escritório para uma empresa que tiveram juntos. Os contactos políticos são mais do que muitos – Arnaut e Duarte Lima, por exemplo, segundo uma investigação da PJ. E nem o futebol ficou de fora com a participação no aumento de capital do Benfica, à época liderado por Manuel Vilarinho. No mapa das actividades que juntavam poderosos ficou na memória a caça à perdiz que promovia a cada dia 1 de Novembro, na quinta que detém na Amareleja, à qual compareciam homens como Dias Loureiro, Luís Montez ou Sousa Cintra. Mas é com a "liberalidade" (o nome que Salgado chamou à prenda de 14 milhões de euros que recebeu do empreiteiro por alegado aconselhamento que fez a José Guilherme em Angola) que o construtor civil passa do quase anonimato para as capas dos jornais. A comissão de inquérito ao BES trará para as televisões um empresário que até agora sempre preferiu os bastidores.

Carlos Moedas. A cartada falhada
O"Eu punha já o Moedas a funcionar". É um excerto de uma conversa do Conselho Superior do GES revelado pelo "Sol". Um mês antes da detenção de Ricardo Salgado, surge o pedido de ajuda a Moedas. Este promete ao então líder do BES que ia falar com a CGD e com um ministro luxemburguês, de quem é "amicíssimo", e Durão Barroso. Durante uma reunião do grupo, Salgado telefonou ao governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, que recusou conceder a linha de crédito. A família vira-se para Moedas, na altura secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro. José Manuel Espírito Santo sugere contactá-lo: "O Moedas, o Moedas! Eu punha já o Moedas a funcionar". Salgado ganha um novo alento depois deste telefonema. Sol de pouca dura, no entanto. O agora comissário europeu confirma os contactos de Salgado em pelo menos duas vezes. "Atendi-o como sempre fiz com quem me contactou, mas o tema morreu ali. Nunca tomei qualquer iniciativa que desse seguimento à conversa", garantiu ao "Público".

Vítor Bento. O balão de oxigénio
O O homem providencial, referência de credibilidade, que seria a solução para um banco que descarrilava a grande velocidade. Com a chancela do Banco de Portugal e dos cinco ramos da família, bem como do Crédit Agricole (accionista de referência) assume a liderança do BES. É um balão de oxigénio, mas que se esvazia em dois meses. Sai em ruptura com a estratégia do Banco de Portugal e com o Fundo de Resolução, que querem uma venda rápida do Novo Banco. O economista e a equipa onde pontificava também João Moreira Rato pretendiam um projecto a mais longo prazo, para lhe dar robustez financeira. Foi ainda devido ao Banco de Portugal que esteve envolvido em nova polémica por alegadamente ter mantido uma ligação com a instituição, como reformado, no período que esteve no comando do Novo Banco. O banco central esclareceu, no entanto, que a ligação esteve suspensa até à saída do economista do banco. Bento disse ter assumido o desafio de liderar a instituição "por dever patriótico", mas saiu desta experiência com a "aura" de referência da nação menos cândida.

Machado da Cruz. O contabilista
OO "comissaire aux comptes" da Espírito Santo International (ESI). Ou, em português corrente, que retira um pouco de pompa ao cargo, o contabilista. Começou por ser o bode expiatório que Salgado invocou para tapar as responsabilidades dos buracos que as contas do grupo apresentavam, em entrevista ao "Jornal de Negócios". Eram 1,3 mil milhões de euros de dívida que anteriormente tinham sido camuflados das contas do grupo. Machado da Cruz – que dedicou uma vida à família Espírito Santo, tendo entrado para a holding ESI logo na formação, em 1975 – tinha, segundo Salgado, assumido todas as responsabilidades e "perdera o pé" no meio das dificuldades. Mais tarde, soube-se que terá enviado ao Banco de Portugal documentos em que revela que Salgado sabia que as contas não reflectiam a verdadeira situação financeira da ESI. O rosto de Machado da Cruz só será conhecido no Parlamento. Uma pesquisa no Google não permite encontrar uma única foto.

Álvaro Sobrinho. O delfim de Angola
OEra o delfim de Salgado em Angola, que lhe apreciava as qualidades. Liderou o BES Angola tendo caído em graça primeiro para depois perder a graça. Ao longo de 2013, começou a haver uma guerra surda entre Salgado e Sobrinho. O ex-líder do GES sentia que através dos jornais de que o angolano era accionista, o "i" e o "Sol", lhe era movida uma campanha para o denegrir. O verniz estala quando o director de comunicação do BES, Paulo Padrão, fez chegar às redacções, em Setembro desse ano, um "esclarecimento" a propósito do que diz ser "informação falsa" sobre Salgado. O "i" noticiava que Salgado havia sido chamado ao Banco de Portugal para dar explicações sobre uma consultoria de 8,5 milhões de euros a um cliente do BES (mais tarde soube-se que eram 14 milhões dados pelo empreiteiro José Guilherme). Na missiva, o BES acusava o jornal de "atacar de forma ostensiva e sistemática o BES e o seu presidente executivo [Ricardo Salgado]" e apontou um responsável: Sobrinho. Mais a sul, em Angola, Sobrinho foi obrigado a sair do Banco Valor porque a sua gestão no BESA fica ligada ao empréstimo de 5,7 mil milhões de euros. Não há registos que expliquem a maioria destas operações. Não se sabe a quem foi emprestado o dinheiro. Certo é que o BES teve de transferir avultadas quantias que prejudicaram a saúde financeira do banco português.

Henrique Granadeiro. O amigo
OA ligação a Salgado não era de sangue, mas era umbilical. Ainda em Setembro do ano passado, numa demonstração pública de cumplicidade, Granadeiro diz na Covilhã: "Ricardo Salgado seria um grande presidente da PT Oi". Em Fevereiro deste ano, no meio de uma guerra intensa de sucessão com o primo Ricciardi, Salgado recebe mais um apoio do indefectível amigo: "Não posso falar da saga da sucessão, que parece absorver todas as energias da família Espírito Santo, porque o problema número um, dois, três, quatro e até dez do grupo e do banco não é seguramente a sucessão". Granadeiro subiu até onde Salgado o levou e caiu com o estrondo do peso de 900 milhões de empréstimo à Rioforte ("holding" não-financeira do GES). As críticas ao comportamento foram ensurdecedoras. Granadeiro foi um dano colateral do desabar do BES. Mas foi figura central na história da PT, que passou de uma ambição de domínio das telecomunicações lusófonas para uma companhia acoplada a uma empresa brasileira, ela própria cheia de problemas e contradições internas. De predadora, a PT passou a presa.

Carlos Tavares. O regulador
OO caso BES fez emergir uma guerra quase inédita entre reguladores. O Banco de Portugal (BdP) e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) acusam-se mutuamente das falhas de supervisão no banco. As picardias começaram antes do Verão: os responsáveis da CMVM e do BdP empurraram um para o outro as responsabilidades do caso. Em Maio passado, o BES anunciou que ia proceder a um novo aumento de capital, que ambos os reguladores aprovaram. No dia 11 de Julho, o BdP, governado por Carlos Costa, garantiu que o BES estava capitalizado e pronto para fazer frente a quaisquer eventualidades financeiras. A 24 de Julho, com os rumores a crescerem nos mercados, a CMVM, dirigida por Tavares, admitiu ter sido pressionada pelos assessores financeiros do BES na operação de aumento de capital do BESI para aprovar o prospecto. Mas Tavares garantia que a CMVM não cedeu a pressões. Quando, no final de Julho, o BES implodiu e começou a batalha. Costa garante que a CMVM teve conhecimento de todo o processo de resolução do banco. Tavares contrapôs que só soube da decisão pouco antes do fecho das bolsas, naquela sexta-feira negra, a 1 de Agosto. A culpa morrerá solteira? Ou a ida ao Parlamento dos dois Carlos vai tirar das sombras as respostas sobre quem sabia o quê? Certo é que Tavares muito terá a explicar aos investidores que acreditaram nos reguladores e que foram ao aumento de capital do BES.

Miguel Frasquilho. O político
OEstá na berlinda quando o tema são as relações políticas que o BES e Salgado mantinham. O actual presidente da AICEP foi chamado à comissão de inquérito pelo PCP. Na semana passada, à SIC Notícias, disse que era apenas o director de "research" do BES. E quis-se pôr à margem de tudo o que aconteceu no banco. Referiu que aquele era um departamento que funcionava como uma "ilha" na instituição. Garantiu que essa função no BES nunca o condicionou no Parlamento: "Separei sempre muito bem aquelas que eram as minhas funções enquanto deputado da Assembleia. Nunca me ouviu falar do sector financeiro em particular".

Frasquilho foi deputado pelo PSD de 2002 a 2014 (tem, neste momento, o mandato suspenso). Durante o mesmo período, e já desde 1998, é director do departamento de estudos do banco, que, em Agosto, foi alvo de uma medida de resolução. Sobre os que o apontam como o "homem do BES" quando esteve no Governo (enquanto secretário de Estado da ministra das Finanças Manuela Ferreira Leite), Frasquilho responde secamente: "Quem faz afirmações dessas sabe que está a faltar à verdade".

Morais Pires. O sucessor que nunca foi
ODo rótulo de trabalhador incansável e de personagem principal de uma história de subida a pulso, com condimentos de meritocracia, até suspeito de crimes económicos, a distância foi curtíssima. Chegou a estar na linha de sucessão de Salgado, tendo o apoio da família, porém, o desenrolar avassalador de acontecimentos e descobertas comprometedoras fizeram com que o Banco de Portugal vetasse o seu nome. Não era da família Espírito Santo, mas foi o braço-direito de Ricardo Salgado na gestão executiva do banco. A equipa que liderava é suspeita de ter criado um esquema ilícito de financiamento do grupo Espírito Santo através dos clientes do BES, usando para isso a Eurofin, "holding" que já foi considerada uma "caixa negra" do grupo, tantas foram as transferências financeiras alegadamente ilegais em que foi intermediária. Estas transacções poderão ter consequências criminais. Morais Pires surge também envolvido no caso "Monte Branco". O Ministério Público investigou 12 transferências de 27,3 milhões efectuadas entre Julho de 2009 e Julho de 2011, já depois de ter começado a "manipulação" das contas das holdings do GES. Os movimentos partiram do BES Angola para contas de empresas com sede no Panamá e teriam como beneficiários Salgado e Pires. Muito para explicar no Parlamento e nos tribunais.

Subir Lall. O "troikiano"
OPerguntou o "Jornal de Negócios": "Como é que o BES explode com a ‘troika’ três anos em Portugal?". O chefe da missão do FMI respondeu: "Nós não somos supervisores, e mesmo os supervisores nem sempre conseguem detectar casos de fraude, se foi isso que aconteceu". E segue a dizer que, no contexto económico que Portugal experimentou, "o sistema financeiro fica sob muita pressão". Disse mais: "É quase um acidente à espera de acontecer e é muito difícil de prever o futuro. Foi por isso que montámos uma linha de financiamento específica para o sector financeiro. Estava lá por alguma razão".

Complacência? "Não diria isso. É um ambiente difícil e choques inesperados acontecem. Mas, se olhar para a forma como foi gerido o problema, conclui que a estabilidade financeira, que é a nossa principal preocupação, permaneceu salvaguardada." Conclusão: não foi o FMI que mandou aqui.

Michel Canals. O pivô
OO nome rima metaforicamente com a operação "Monte Branco". Uma investigação a crimes de branqueamento de capitais e de fraude fiscal, que teve origem na Akoya, sociedade suíça de gestão de fortunas detida por Michel Canals e Nicolas Figueiredo. São arguidos neste caso. Em Lisboa, os dois ex-quadros do banco suíço UBS eram representados por Francisco Canas. Este tinha uma casa de troféus e de câmbios onde recebia, alegadamente, o dinheiro não-declarado ao Fisco dos clientes. As verbas eram enviadas para Canals, que, através da Akoya, as depositava em bancos suíços, seguindo depois para uma conta do BPN em Cabo Verde. Mais tarde as mesmas iam para Portugal e eram entregues aos clientes, já devidamente integradas no circuito bancário. As histórias de Salgado e Canals cruzam-se quando o então presidente executivo do BES fez passar pelo suíço um "presente" de 14 milhões de euros, oferecido pelo construtor José Guilherme. Também a venda da Escom, com envolvimento da Akoya, está em causa.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 19/11/2014 22:50

ABUSOS DE MERCADO SERÃO SEVERAMENTE PUNIDOS, AVISA ALBUQUERQUE
Novembro 19th, 2014
A possibilidade de grandes investidores terem abusado do acesso a informação privilegiada deve ser investigada a fundo pela CMVM, disse a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque.

Se as suspeitas existentes se confirmarem, devem haver punições severas, acrescentou.

INVESTIGAÇÃO DAS PESSOAS QUE PARTICIPARAM NA RESOLUÇÃO DO BES
Novembro 19th, 2014
Soube-se hoje estarem a ser investigad0s presumíveis suspeitos de inside trading em transações na bolsa.

Informação dada pela ministra das Finanças durante a Comissão de Inquérit0 sobre o BES.

Nos dois últimos dias antes da falência, as ações do banco caíram 80%.´

NOVA INJEÇÃO SALVADORA
NOVEMBRO 19TH, 2014
Soube-se hoje que já foi requisitado.

Pedido para prolongar até 2016 fundo de resolução.

Garantia estatal, no valor de 3,5 mil milhões de euros, já havia sido cedida ao Banco Espírito Santo e, simultaneamente, transferida para o Novo Banco.
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 19/11/2014 22:45

BESI no Novo Banco
Novembro 19th, 2014
Segundo a Wilipedia:

Wikipedia

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Espirito Santo Investment Bank)
O Banco Espírito Santo de Investimento, S.A. (adiante designado BESI ou Banco) é responsável pelas actividades de Banca de Investimento do Grupo Novo Banco. Durante os últimos anos tem vindo a consolidar a sua actividade a nível nacional e internacional, reforçando a aposta nos mercados com potencial de crescimento.

Índice
[esconder]

1 História
2 Internacionalização
3 Comissão Executiva
4 Áreas de actividade
5 Prémios e Distinções
6 Referências
7 Ligações externas


História[editar | editar código-fonte]
O BESI foi criado no dia 1 de Abril de 1993, em Lisboa, Portugal. O seu processo de internacionalização teve início na década de 90, com a criação na Irlanda (Dublin) da Espírito Santo Investment Plc (1998).

No ano de 2000, entra no mercado espanhol com a criação de uma sucursal em Madrid, o que lhe permite maximizar as operações cross-border (transfronteiriças) entre Portugal e Espanha. No mesmo ano, estabelece uma parceria com Banco Bradesco S.A. da qual surte o Banco Espírito Santo de Investimento do Brasil, S.A., cuja sede está em São Paulo.

Em 2001, abre a sucursal de Londres (Reino Unido) e, em 2010, reforça a sua presença com a aquisição de uma participação de 50,1% da corretora Execution Noble, (hoje detida a 100% pelo BESI).

Em 2005, entra no mercado Polaco com a abertura de uma filial em Varsóvia. Em 2009, chega à América do Norte com a criação de um escritório em Nova Iorque.

O ano de 2010 é marcado pela abertura de duas importantes sucursais do BESI, uma na Cidade do México – que marcou a entrada da primeira instituição financeira portuguesa neste mercado e, outra em Mumbai (Índia) através da aquisição de uma participação maioritária na correctora britânica Execution Noble.

Actualmente está presente em 16 países e exerce a sua actividade nas principais praças financeiras mundiais.

Internacionalização[editar | editar código-fonte]
No âmbito da sua estratégia de internacionalização, o BESI tem apostado na crescente expansão da sua actividade financeira pelo mundo, privilegiando a presença nos mercados que têm afinidades económicas e culturais com Portugal e/ou com elevado potencial de crescimento.

A primeira fase de expansão internacional do Banco, em 1999-2000, teve como destino Espanha e Brasil e, como objectivo acompanhar e promover o grande fluxo de investimento dos seus principais Clientes nestes dois mercados.

Por forma a tirar partido dos crescentes fluxos de capital e de investimento entre a América Latina, a Europa, a África e a Ásia, o BESI direccionou a sua presença para novos mercados, nomeadamente para a Polónia (2005), México, Hong Kong (2010). Em 2012, entra no mercado da Índia através de uma parceria com a Família Burman e a criação da Espírito Santo Securities India Private Limited.

Em 2013, o Banco formalizou uma parceira estratégica com o RHB Investment Bank, uma instituição financeira sediada na Malásia com forte presença no Sudeste Asiático.

Comissão Executiva[editar | editar código-fonte]
Composição e funções da Comissão Executiva do BESI:

José Maria Ricciardi

Chief Executive Officer (CEO)
Presidente do Comité de Gestão Global
Responsável Global pela área Jurídica
Responsável Global de Recursos Humanos
Responsável Global de Organização e Meios
Francisco Ravara Cary

Deputy Chief Executive Officer(Deputy CEO)
Chief Financial Officer (CFO)
Presidente do Comité de Activos e Passivos (ALCO)
Presidente Conselho de Crédito e Riscos Global
Direcção de Tesouraria
Responsável Global de Controlo de Risco e Risco de Crédito
Responsável Global da Contabilidade
Responsável Global de Private Equity incluindo a filial BESI Capital – Sociedade de Capital de Risco, S.A. e empresas associadas
Direcção de Sindicação de Créditos
Rafael Caldeira de Castel-Branco Valverde

Senior Country Officer de Portugal
Presidente do Comité de Geografia Portugal
Responsável Global de Acquisition Finance e Outros Financiamentos
Direcção de Clientes Portugal
Departamento de Informação
Direcção de Clientes Particulares (family offices)
Sucursal de Londres
Miguel António Igrejas Horta e Costa

Departamento de Comunicação e Imagem
Relações Institucionais
Principal responsável por diversos Clientes Premium
Alan do Amaral Fernandes

Administrador
Project Finance e Securitização – Global e Brasil
Acquisition Finance e Outros Financiamentos – Brasil
Christian Georges Jacques Minzolini

Senior Country Officer Polónia
Presidente do Comité de Geografia Polónia
Departamento de Planeamento e Desenvolvimento Estratégico
Sucursal Varsóvia
Paulo José Lameiras Martins

Responsável Global da Direcção de Serviços Financeiros
Direcção de Médias Empresas
Luis Miguel Pina Alves Luna Vaz

Responsável Global da Direcção Mercado de Capitais
Responsável Global da Direcção de Acções
Responsável Global da Direcção de Renda Fixa
Direcção Gestão de Activos
Filiais: Espírito Santo Investment Holding Limited, Execution Noble & Company Limited, Execution Noble Limited, Espírito Santo Securities India Private Limited e suas filiais
Tiago Vaz Pinto Cyrne de Castro

Chief Operations Officer
Presidente do Comité Operacional
Responsável Global pela área de operações
Responsável Global pela área de Informática
Responsável Global do Risco Operacional
Project Management Office & Change Management
Responsável Global da Direcção de Assessoria em Estrutura de Capitais
Filial: Espírito Santo Investment, Plc
Félix Aguirre Cabanyes

Senior Country Officer Espanha
Presidente do Comité de Geografia Espanha
Sucursal Madrid
Direcção de Clientes Espanha
Frederico dos Reis Arrochela Alegria

Responsável Global de Global Markets
Alan Fernandes

Responsável Global de Project Finance e Securitização
DIRECTORES CENTRAIS COM ASSENTO NA COMISSÃO EXECUTIVA

José Pinto Basto

Responsável pelo Departamento de Planeamento e Desenvolvimento Estratégico
Pedro Toscano Rico

Responsável pela Direcção de Clientes Portugal
Nuno Cardoso

General Manager da Sucursal de Nova Iorque
Áreas de actividade[editar | editar código-fonte]
O BESI desenvolve os seus serviços em torno das seguintes áreas de actividade:

Clientes – Originação: área comercial do BESI que tem por objectivo conjugar as oportunidades de mercado com as solicitações e necessidades dos Clientes através de uma abordagem comercial proactiva
Clientes Particulares (Private Banking): área que actua em parceria com o Novo Banco e tem como objectivo o acompanhamento, gestão de tesouraria e de investimento dos Clientes Particulares de Elevado Património
Mercado de Capitais: o BESI implementa, na vertente de Dívida, operações de financiamento que envolvem a estruturação e a colocação de emissões de obrigações no mercado nacional e no internacional. O BESI é ainda responsável pela estruturação de programas de papel comercial doméstico de empresas Clientes do Grupo Novo Banco
Acções: nesta área de negócio, o BESI presta serviços de organização, montagem e colocação de acções de empresas em processos de Privatização, Ofertas Públicas Iniciais (OPIs), Aumentos de Capital, Ofertas Públicas de Aquisição (OPAs), bem como de produtos equity-linked como as obrigações convertíveis. Na vertente de acções, o BESI possui uma equipa especializada de analistas que produzem relatórios de Research e recomendações de investimento em empresas cotadas nos principais mercados
Renda Fixa: na vertente de Renda Fixa, o BESI possui equipas que procuram acompanhar de perto os Clientes (Empresas e Institucionais) com o objectivo de lhes propor as soluções mais apropriadas às suas necessidades e perfil de risco
Serviços Financeiros (Corporate Finance): responsável pela negociação, montagem e assessoria de operações de Fusões e Aquisições (M&A), joint ventures, reestruturações financeiras, alienações, estudos de avaliação económico-financeira de empresas, tanto em operações privadas como no âmbito de privatizações
Assessoria Financeira a Médias Empresas: a Espírito Santo Assessoria Financeira foi criada em 2004 e presta serviços de Banca de Investimento ao segmento de médias empresas nas vertentes de Fusões e Aquisições, assessoria em processos de reestruturação financeira, serviços de consultoria financeira, nomeadamente, avaliações e estudos de viabilidade económico-financeira
Project Finance e Securitização: a actividade do Project Finance e Securitização desenvolve-se nas vertentes de assessoria financeira, projectos de financiamento e soluções de financiamento estruturado
Acquisition Finance e Outros Financiamentos: esta área desenvolve a estruturação/ montagem, tomada firme e sindicação do financiamento de operações de aquisição de empresas de média e grande dimensão
Gestão de Activos: o core desta área é a selecção de activos nos mercados accionistas mundiais, com especial enfoque naqueles onde o Banco se estabeleceu, o que inclui, o mercado Ibérico, o Reino Unido e o resto da Europa, bem como o Brasil, a Polónia e a Índia.
Private Equity: a BESI Capital desenvolve a actividade de Private Equity e é a sociedade de capital de risco do Grupo Novo Banco, uma das mais antigas em Portugal. A sua actuação centra-se nos segmentos de Capital de Desenvolvimento, Infra-estruturas e Energia, nomeadamente através de operações de equity buy-out e de expansão.
Prémios e Distinções[editar | editar código-fonte]
O BESI foi distinguido com os seguintes prémios nos últimos 3 anos:

2013
• “Best M&A House in Portugal”, pela revista EMEA Finance1
• “Best Investment Bank in Portugal”, pela revista Euromoney2
• “Best Investment Bank in Portugal”, pela revista Global Finance3
• “Best Investment Bank in Equity Finance in Portugal”, pela revista Euromoney, Real Estate Awards4
• “Best Bank for M&A Advisory in Portugal”, pela revisit Euromoney, Real Estate Awards5
• 1º Lugar em Portugal em M&A pelo número e valor de operações concluídas (fonte: Bloomberg)6
• 2º lugar na Península Ibérica em M&A pelo montante das operações concluídas (fonte: Bloomberg)7
• 8º lugar no Brasil em M&A pelo montante de operações anunciadas (fonte: Bloomberg) 8
• “Best Investment Bank in Loan Finance in Portugal”, pela revisit Euromoney, Real Estate Awards 9
• “Best Investment Bank in Debt Capital Markets in Portugal”, pela revisit Euromoney, Real Estate Awards
• José Maria Ricciardi – “Banqueiro Europeu do Ano em 2013”, pela revista World Finance 10
2012
• “Best Bank for M&A Advisory in Portugal”, pela revista Euromoney
• “Best Bank for Equity Finance in Portugal”, pela revista Euromoney
• “Best Bank for Debt Capital Markets in Portugal”, pela revista Euromoney
• IFR Awards 2012 – Eurobond of the Year, na emissão de dívida da EDP Finance, B.V. 11
• Melhor Analista Financeiro em Portugal, atribuído pela Investor Relations & Corporate Governance Awards 12
2011
• “Best Investment Bank in Portugal” pela revista World Finance 13
• “Best M&A House in Portugal” pela revista Euromoney 14
• “Best Equities House in Portugal”, pela revista Euromoney
• Melhor Analista Financeiro em Portugal, atribuído pela Investor Relations & Corporate Governance Awards 15

Referências
Ir para cima↑ M&A House in Portugal”, EMEA Finance, atribuído em 2013
Ir para cima↑ Investment Bank in Portugal, pela revista Euromoney, atribuído em 2013
Ir para cima↑ Investment Bank in Portugal, pela revista Global Finance, atribuído em 2013
Ir para cima↑ Investment Bank in Equity Finance in Portugal, pela revista Euromoney, Real Estate Awards
Ir para cima↑ Bank for M&A Advisory in Portugal, pela revista Euromoney, Real Estate Awards
Ir para cima↑ Lugar em Portugal em M&A pelo número e valor de operações concluídas (fonte: Bloomberg);
Ir para cima↑ lugar M&A Peninsula Ibérica – bloomberg
Ir para cima↑ lugar bloomberg – Brasil
Ir para cima↑ Investment Bank in Loan Finance in Portugal, pela revista Euromoney, Real Estate Awards
Ir para cima↑ Maria Ricciardi – “Banqueiro Europeu do Ano em 2013”, pela revista World Finance
Ir para cima↑ Awards 2012
Ir para cima↑ Analista Financeiro em Portugal
Ir para cima↑ Investment Bank in Portugal”, pela revista World Finance
Ir para cima↑ Euromoney
Ir para cima↑ Melhor Analista Financeiro em Portugal em 2011
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
Mensagem do CEO
Relatório e Contas 2012
Aquisição Execution Noble
Aquisição Execution Noble (Pdf)
Espírito Santo Securities India Private Limited / Parceria Família Burman
Espírito Santo Securities India Private Limited / Parceria Família Burman
Espírito Santo Securities India Private Limited / Parceria Família Burman
Espírito Santo Securities India Private Limited / Parceria Família Burman
Parceria RHB
Parceria RHB
Parceria RHB (Pdf)
IFR Awards 2012 (Pdf)
EMEA Finance 2012 (Pdf)
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 19/11/2014 22:44

AFINAL A DECISÃO DA RESOLUÇÃO FOI ADOTADA A 1 DE AGOSTO
Novembro 19th, 2014
Revelou-o a Ministra das Finanças no Parlamento

Citamos:

Jornal i
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

Re: BES - A LUTA

por Santa Maria » 19/11/2014 22:42

ASSIM NÃO VALE!!!!

DEPUTADO DO PSD ELEITO RELATOR DA COMISSÃO BES
19-11-2014 12:49Pedro Saraiva também membro da comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas.
0 Comentar0
Imprimir Enviar por E-mail Fonte Aumentar Letra Diminuir Letra
SAIBA MAIS
Ex-ministro das Finanças diz nunca ter tomado decisões a pedido de Salgado
O deputado do PSD Pedro Saraiva foi eleito relator da comissão parlamentar de inquérito à gestão do Banco Espírito Santo e do Grupo Espírito Santo.

Nasceu em 1964, foi eleito pelo distrito de Coimbra e actualmente é membro da comissão parlamentar de Economia e Obras Públicas e da comissão de inquérito à gestão do BES, cujas audições arrancaram na segunda-feira.

O parlamentar é licenciado em Engenharia Química pela Universidade de Coimbra e tirou um doutoramento, na mesma área, no Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos.

"Os factos que vamos apurar são apartidários. Conto com a ajuda de todos", afirmou o responsável na sequência da sua eleição, que contou com os votos favoráveis dos deputados do PSD - com excepção do próprio, que se absteve - e do CDS-PP.

O PS absteve-se e o PCP e o Bloco de Esquerda votaram contra o nome proposto pelo grupo parlamentar do PSD.

"A leitura que faço destas funções é de acréscimo de obrigações, sem decréscimo de direitos", afirmou Pedro Saraiva, garantindo que vai continuar a ter um papel ativo durante as audições da comissão.

O responsável agradeceu a confiança que lhe foi depositada e prometeu fazer tudo o que está ao seu alcance para estar à altura do desafio. "Sou um beirão com pensamento próprio. Contem com muito trabalho e alguma inspiração", rematou.

A comissão terá um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado, e tem por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".
 
Mensagens: 599
Registado: 28/1/2009 15:18
Localização: 3

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Bing [Bot], Google [Bot], JFDIL, peterteam2, rs521 e 329 visitantes