Caldeirão da Bolsa

Outra vez, Argentina?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Outra vez, Argentina?

por atomez » 30/7/2014 0:58

Aqui explica a situação:

Argentina is about to choose a sovereign default that could wipe out its foreign reserves

If you’ve been following the debt saga of Latin America’s third-largest economy, you know things are a mess: A decade of restructuring following Argentina’s record default in 2001 helped the country reduce its borrowings through two debt exchanges, but a small minority of creditors held out and demanded full repayment. The sovereign bonds in question were issued under New York law. After years of litigation, subsidiaries of Elliott Management won not just a $1.6 billion settlement, but a judge’s injunction that would block Argentina from paying anyone unless it paid the holdouts, too.

Now, Argentina is out of appeals. The deadline to pay creditors was July 1, and while the country put a $539 million interest payment for the exchange bondholders in escrow, it didn’t actually pay them or the holdouts. On July 30, a 30-day grace period ends. If Argentina can’t reach a deal that satisfies the holdouts and persuades them to ask for the injunction to be lifted, it’s default city.
As pessoas são tão ingénuas e tão agarradas aos seus interesses imediatos que um vigarista hábil consegue sempre que um grande número delas se deixe enganar.
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Re: Outra vez, Argentina?

por Pata-Hari » 29/7/2014 21:59

Acho que têm razão (de acordo com o artigo do económico). Não foi isto que eu entendi quando li os primeiros artigos mas devo ter interpretado mal.
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Re: Outra vez, Argentina?

por richardj » 29/7/2014 21:48

também li essa situação que o sniper expõem, de facto é incrível como uma pequena minoria consegue bloquear o pagamento de parte da divida.

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Re: Outra vez, Argentina?

por Sr_SNiper » 29/7/2014 21:42

pata-hari Escreveu:A dívida em causa é a que irá vencer. A que está a ser discutida e a gerar o problema já fez default e os 93% já aceitaram não receber.

Nota que quando do default da grécia, sucedeu o mesmo com alguns tipos de dívida. Alguns obrigacionistas que não aceitaram (hedge funds) e conseguiram ser reembolsados tal como estes estão a tentar fazer.

Posso estar enganado, mas eles não aceiram não receber, aceitaram foi receber muito menos e agora nem esse muito menos estão a conseguir receber porque embora a Argentina queira pagar, não pode, julgo eu... E este artigo é sobre essa dívida restruturada, não sobre uma nova.
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Re: Outra vez, Argentina?

por Pata-Hari » 29/7/2014 21:40

A dívida em causa é a que irá vencer. A que está a ser discutida e a gerar o problema já fez default e os 93% já aceitaram não receber.

Nota que quando do default da grécia, sucedeu o mesmo com alguns tipos de dívida. Alguns obrigacionistas que não aceitaram (hedge funds) e conseguiram ser reembolsados tal como estes estão a tentar fazer.
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Re: Outra vez, Argentina?

por Sr_SNiper » 29/7/2014 21:32

pata-hari Escreveu:Como assim? quais 8% ºé que bloqueiam os outros?

Na europa, e julgo que agora quase em todo o lado existem as cláusulas de acção colectiva (CAC) que podem forçar os credores inflexíveis a aceitarem as condições acordadas pela maioria dos credores. Estas cláusulas eram inexistentes no que diz respeito à dívida emitida pela Argentina antes de 2001. Apesar de 93% dos credores da Argentina terem aceitado a restruturação das obrigações soberanas em 2005 e em 2010,, um pequeno grupo de credores inflexíveis processou a Argentina nos Estados Unidos e, com o Supremo Tribunal dos EUA a dar recentemente a sua decisão sobre o assunto, conquistaram o direito a serem reembolsados na totalidade.
Assim embora Argentina queira pagar aos 93% que aceitaram, não pode, porque os EUA não desbloqueiam o guito

http://economico.sapo.pt/noticias/eua-c ... 96406.html
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Re: Outra vez, Argentina?

por Pata-Hari » 29/7/2014 21:20

Como assim? quais 8% ºé que bloqueiam os outros?
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Re: Outra vez, Argentina?

por Sr_SNiper » 29/7/2014 21:14

É interessante verificar que 8% dos credores podem bloquear o pagamento dos 92% que aceitaram a restruturação...
As leis na Europa já protegem os emitentes sobre este tipo de minoritários poderem bloquear o processo
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Re: Outra vez, Argentina?

por Pata-Hari » 29/7/2014 21:04

Governo argentino tenta evitar bancarrota com reunião de última hora

29 Julho 2014, 18:29 por André Cabrita-Mendes | andremendes@negocios.pt


Três opções estão em cima da mesa para a Argentina: ou o juiz dá luz verde para pagar aos credores, evitando o default; ou Buenos Aires estabelece uma data para iniciar as negociações com credores "holdout"; ou o país entra em incumprimento de pagamentos, o quarto desde 1982.


O governo argentino já iniciou o encontro que poderá vir a ser crucial para a segunda maior economia sul-americana nos próximos anos.



Vários membros do Executivo de Cristina Fernandez Kirchner estão reunidos em Nova Iorque com o mediador nomeado pelo tribunal norte-americano para intermediar as conversações entre Buenos Aires e os credores que rejeitam reestruturar a dívida por si detida, conhecidos por "holdouts". A reunião teve início às 16h00 de Lisboa.



A menos de 24 horas da entrada da Argentina em incumprimento de pagamento junto dos seus credores, o governo de Cristina Fernandez Kirchner tenta escapar de uma situação em que se encontra entre a espada e a parede.



"Esperamos que os problemas possam ser resolvidos. Isto não depende de nós", disse o chefe do gabinete de ministros Jorge Capitanich esta terça-feira, citado pelo imprensa argentina. "Defendemos o interesse nacional e a soberania do nosso país".



Para o encontro com o mediador deslocou-se a Nova Iorque uma comitiva que inclui o secretário de Estado das Finanças, Pablo López. O ministro da Economia, Axel Kicillof, encontra-se na Venezuela juntamente com a presidente argentina para a cimeira da Mercosul.



Dois dos principais fundos de investimento que recusa a reestruturação são o Elliott Capital Management e o Aurelius Capital Management. Estes fundos compraram dívida argentina a preço de saldo após o "default" de 95 milhões de dólares de 2001. Agora esperam ganhar dinheiro ao exigir o pagamento completo da dívida por si detida, quando os credores que aceitaram a reestruturação só vão receber 30 cêntimos por cada dólar de dívida.



Especialistas em dívida soberana consultados pela agência Reuters consideram que a posição dos credores holdout pode vir a sair reforçada com este impasse.



"Tenho a sensação que os holdouts poderão ficar por cima numa situação muito pior porque a entrada em incumprimento é uma caixa de Pandora", disse à Reuters Hans Humes, director-executivo da Greylock Capital Management em Nova Iorque.



Mas a Argentina pode vir mesmo a forçar um "default" de forma a reestruturar toda a sua dívida de forma a colocá-la sob legislação fora do âmbito dos tribunais norte-americanos.



Esta possibilidade estava prevista num memorando da sociedade norte-americana de advogados que representa a Argentina, revelado publicamente no final de Maio.



A Argentina receia vir a ter um prejuízo extra de 120 mil milhões de dólares, caso chegue a acordo com os credores "holdout". Esta preocupação prende-se com uma cláusula contida nos contratos ("RUFO - rights upon future offers"), que estabelece que, caso a Argentina avance para uma reestruturação voluntária até 31 de Dezembro, vai ter que pagar igual valor a todos os credores.



Desta reunião poderá sair uma de duas soluções. Primeiro, o juíz pode vir a dar luz verde à Argentina para aos credores reestruturados, evitando assim o incumprimento.



Depois, a Argentina pode ficar com a possibilidade de aceitar negociar com os credores relutantes, mas somente após a cláusula Rufo expirar no final deste ano, evitando assim pagar mais dinheiro aos credores reestruturados.



Em cima da mesa está ainda uma terceira opção: a entrada em incumprimento de pagamento que poderá vir a lançar uma nuvem negra sobre a economia da Argentina.
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Outra vez, Argentina?

por Lusitanians Traders » 30/6/2014 15:16

A HISTÓRIA DE UM COLAPSO

Durante a década de 1990, Carlos Meném detinha rédeas do país e embarcou numa campanha para atrair investimento estrangeiro. Cortou tarifas de importação e privatizou muitas das empresas públicas que davam prejuízo ao Estado argentino. As organizações internacionais, como o Fundo Monetário Internacional, usavam a Argentina como exemplo para defender as reformas liberais e para a abertura das economias.

Um dos pontos importantes que o presidente argentino queria resolver era a inflação galopante no país e, por isso, decidiu introduzir um peg ao dólar. Na prática, isto significa que o Banco central da Argentina estabeleceu uma taxa fixa de conversão do peso argentino face ao dólar americano. Inicialmente, resultou. A inflação estava abaixo dos dois dígitos finalmente. http://observador.pt/reportagem/argentina-em-default/
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