mas eu na minha perspetiva, sem prejuízo do que fez focaria-me mais nos últimos 2 anos como ponto de partida em termos de margem ebitda( muito inconstante entre 2006 e 2009, e penso que tanta variabiliade à tanto tempo atrás pode ser um pouco confuso) e estrutura da balanço, procurava ver uma previsão realista do numero de carros que podem ser vendidos no mercado nos próximos 5 anos e olhava para o preço medio dos mesmos, tentava ver como podia com a estrutura de custos que eles tem, como poderia evoluir psitivamente a margem ebitda( variavel vs fixo)... depois disso subtrairia o capex-variação fundo maneiro e - impostos faria também uma perpetuidade razoável isto é sem ser nem ultra pessimista nem ultra otimista, as taxas que usou parecem-me genéricamente bem depois de atualizar os CF, deduziria a divida líquida e assim tiraria o valor da empresa, no final faria uma analise de sensibilidade comparado g perpetuidade com margem ebitda..... espero que encare isto não como um dizer ah fez bem ou mal mas apenas como uma perspetiva complementar....p.s eu nunca teria tempo nem paciencia para compilar tanta info sobre isto........ espero que olhe para esta opinião de modo construtivo
Obrigado pela crítica. O motivo para o que escrevi foi exactamente para ouvir pontos de vistas contrários e críticas construtivas, já que nem sempre é fácil ver o outro lado.
O método de avaliação sugerido parece-me óptimo: melhor do que o meu (embora pelos motivos que eu vou explicar à frente talvez menos a meu gosto).
No entanto, admito que possa ser defeito meu, quando projecto para o futuro não gosto de tentar fazer previsões demasiado precisas e também não confio nessas previsões se outros as fizerem. Na situação actual, julgo que qualquer previsão arrisca-se a sair muito ao lado. Tenho a impressão (subjectiva) que vão continuar a aumentar mas a um ritmo mais lento: essa impressão para mim chega e tentei fazê-la na minha avaliação a 3 anos, mas colocá-la em números provavelmente ultrapassa-me.
Por outro lado usar os anos de 2012 e 2013 também me parece incorrecto: as reestruturações geram alguma distorsão quer pelos seus custos quer pelos seus efeitos - o ideal seria provavelmente usar 2014, mas isso não é possível (era tudo muito mais fácil
). A adaptação talvez fosse possível, mas temo que a precisão gerada me desse uma sensação de excesso de confiança que quero evitar.
"depois disso subtrairia o capex-variação fundo maneiro e - impostos" sim, tentei fazê-lo grosso modo. A verdade é que estimar o capex numa empresa em que desde 2006 que o cash flow de investimentos apresenta um saldo muito positivo é complicado. Ao assumir que este cash flow seria nulo fui optimista mas por esse mesmo motivo inclui duas recessões na minha estimativa de cash flows normais. A variação do fundo de maneio também não é fácil de estimar: por esse motivo tentei ver que parte da redução dos activos totais não será necessário recuperar para atingir os níveis de actividade prévia. Ou seja, assumi que se as vendas aumentarem o fundo de maneio também aumenta mas que como isso em princípio seria bom sinal (em princípio), que não valia a pena preocupar-me em ser preciso (desde que saiba que não é preciso voltar aos níveis de capital investido que a empresa tinha em 2006, aí ficava preocupado e por isso tentei ver que parte da redução de activos podia excluir com certeza das necessidades futuras)
Quanto à subtracção da dívida líquida é algo que tenho dificuldade em avaliar. Gosto de olhar para o nível de dívida para ver o risco que a empresa corre e gosto de o ver baixo e a baixar. Mas por outro lado considero incorrecto subtraí-la ao valor da empresa. É certo que se a empresa fosse adquirida agora que ela era um custo, mas numa avaliação a longo prazo:
- quando a dívida líquida é baixa, parece-me mais correcto ignorá-la. Sendo baixa pode ser mantida na perpetuidade com juros baixos, o valor na perpetuidade de uma dívida com baixos juros é muito menor do que o valor da própria dívida.
- quando a dívida é alta, se for bem estruturada (longo prazo e com juros fixos) e se houver previsibilidade razoável de resultados a dívida funciona como um activo (ao permitir investir capital a retornos superiores e ao permitir evitar impostos) pelo que também aí não será correcto subtraí-la na totalidade.
Ou seja, preocupo-me com o risco da dívida ser alta (e por isso gosto de a ver baixa), mas (se considerar que a estrutura e montante da dívida é seguro) não a subtrairia na totalidade ao valor da empresa já que vale mais uma empresa segura alavancada do que uma segura não alavancada.
Dito isto, gostei da proposta e quando tiver tempo (e paciência) talvez a tente fazer. Até lá sinto-me seguro com uma avaliação mais em linhas gerais, desde que tenha uma margem de segurança mais alargada do que precisaria se tivesse uma estimativa mais precisa.
ps: o que gostei mais quando avaliei a empresa foi de ver que se não existisse qualquer evolução positiva dos resultados (que já se estava a ver que existia), o resultado final para os accionistas seria muito bom na mesma (a noção de muito bom varia de pessoa para pessoa).
edit: quanto ao uso de cábulas todos usamos. Neste caso (e noutros) não tive acesso a cábulas mas os números gritavam demais para não os ir confirmar