De volta de hibernação
Vamos por partes:
1- Contas da Toyota Caetano: alguns efeitos não recorrentes para cima, alguns para baixo, sendo o saldo final bastante positivo. Há uma ou outra coisa nas contas que não gostei tanto mas parece-me que o dividendo é sustentável. Se lermos a demonstração dos luxos de caixa vemos que os não recorrentes provenientes das propriedades de investimento aparecem a separado da actividade operacional, e o mesmo acontece com os investimentos em activos tangíveis. Isto significa, que num ano de expansão operacional (com consequente investimento em activos correntes ex cash e menos em passivos correntes ex debt, sendo o saldo de 6,5M de investimento), tivemos uma geração de caixa de 8,4M. Se retiramos os juros de 2,4M, chegamos à conclusão que mesmo ignorando os 6,5M, tivemos uma geração de caixa de 6M (17,1 centimos por acção). Num ano estacionário esses 6,5M não existem, pelo que o valor seria 12,5M. Houve também expansão na parte dos activos tangíveis, quer por causa de ovar quer por causa da unidade de renting. Sem esta expansão o investimento tangível seria muito menos que os 11,5 M, podendo-se assumir com alguma segurança que seria inferior a 6,25M, sobrando portanto com elevada probabilidade os 5,25M do dividendo proposto de 15 centimos por acção, e, talvez, mais.
2- Estoril Sol: market cap 15M. Têm 2 casinos que geram dinheiro e outro que na melhor das hipóteses tem conseguido fluxos de caixa marginalmente positivos. No final das concessões os casinos revertem para o estado (excepto o edificio do de Lisboa, mas reverte o recheio) pelo que podem-se considerar como não pertencendo à empresa. Assim a empresa tem um passivo de 108 milhões. Assim o que temos que avaliar é a capacidade destes dois casinos gerarem o suficiente para cobrir os 108 milhões mais a market cap mais o nosso lucro até ao final das concessões dos tais dois casinos e ter esperança que na liquidação do resto e no casino que perde mais dinheiro não desapareça a caixa gerada pelos outros dois. Assim se estes dois casinos gerarem menos de 150M até ao final das concessões arriscamo-nos a perder dinheiro. O problema é que a concessão destes dois casinos acaba em 2020 o que significa que estamos a apostar (lá está, é um casino), que em 5 anos eles geram mais de 150M, quando têm gerado até 20M por ano (5x20M=100M). Não estou a fazer um juízo sobre isso, só uma constatação do que me pareceu. Está-me a escapar alguma coisa?