Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Toyota Caetano - Tópico Geral

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Eurobrexit » 3/7/2014 1:26

vejam esta ação e comparem com o BCP/BES/BPI.

Toyota = solidez
res a inverter de forma que vão ficar positivos de forma significativa no médio prazo
PBV inferior a 50%
ROI elevado (função do aumento do Res Empresa)

Melhor investimento?

Só falta o pessoal olhar e ver, mais nada.
 
Mensagens: 793
Registado: 29/11/2007 10:27
Localização: Portugal

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 2/7/2014 19:14

ricardmag Escreveu:rollingsnowball, pelo que estás a dizer os lexus são vendidos pela toyota caetano. Não sabia.

Cumprimentos
.

"A Toyota Caetano é o importador e distribuidor das marcas Toyota, Lexus e BT para Portugal, encabeçando um
Grupo (“Grupo Toyota Caetano”)" - relatório de contas
"Lexus (レクサス Rekusasu?) is the luxury vehicle division of Japanese automaker Toyota Motor Corporation. " -wikipedia
"BT, the warehouse equipment brand in the Toyota Material Handling family"

abraço
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por ricardmag » 1/7/2014 23:26

rollingsnowball, pelo que estás a dizer os lexus são vendidos pela toyota caetano. Não sabia.

Cumprimentos
.
Anexos
toyota-lexus.PNG
toyota-lexus.PNG (9.71 KiB) Visualizado 10082 vezes
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5395
Registado: 3/4/2014 15:17

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 1/7/2014 23:09

ricardmag Escreveu:É pena a Toyota não acompanhar as marcas mais vendidas.
Ficam aqui os números da Toyota.

Cumprimentos
.

falta os Lexus... podem parecer poucos mas alteram bastante a variação anual (tal como os pesados)... mais uma vez abaixo do mercado (o que está visto é expectável que continue) mas com uma subida confortável que permite dormir sossegado
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por ricardmag » 1/7/2014 20:07

É pena a Toyota não acompanhar as marcas mais vendidas.
Ficam aqui os números da Toyota.

Cumprimentos
.
Anexos
resumo-toyota.PNG
resumo-toyota.PNG (37.5 KiB) Visualizado 10119 vezes
VENDAS_DE_LIGEIROS_E_PESADOS_desde_2000_2014.xls
(239 KiB) Transferido 276 Vezes
VENDAS_PROVISORIAS_DE_LIGEIROS_E_PESADOS_JUNHO04.xls
(132.5 KiB) Transferido 280 Vezes
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5395
Registado: 3/4/2014 15:17

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Eurobrexit » 1/7/2014 19:23

VENDAS DE AUTOMÓVEIS EM PORTUGAL AUMENTAM MAIS DE 40%
Apesar do abrandamento em Junho e dos valores estarem abaixo dos anos anteriores a 2012, o primeiro semestre do ano trouxe um aumento de 40,5% nas vendas de carros.
De acordo com os dados hoje divulgados pela ACAP - Associação Automóvel de Portugal -, entre Janeiro e Junho deste ano o número de carros vendidos no País ascendeu a 89.058, cabendo às vendas de comerciais ligeiros a melhor performance do semestre (com uma variação percentual na ordem dos 60%), seguida pela dos veículos pesados (45,1% acima do primeiro semestre de 2013).
Esta tipologia de veículos liderou os crescimentos no mês de Junho, quase duplicando as quantidades vendidas no mesmo mês de 2013 (mais 82,9%). As vendas totais de carros neste mês – 17.991, entre ligeiros e pesados - foram as melhores desde 2012, mas ficaram ainda assim abaixo da média dos últimos dez anos neste mês, nota a mesma associação.

fonte: http://economico.sapo.pt/noticias/venda ... 96677.html
 
Mensagens: 793
Registado: 29/11/2007 10:27
Localização: Portugal

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 14/6/2014 12:57

Artista Romeno Escreveu:
rollingsnowball Escreveu:
Artista Romeno Escreveu:Assumo que o rollingsnowball, queria dizer net debt ebitda, a questão se a divida foi bem ou mal planeada já estara incorporada nos cf estimados... porque motivo? pois se serviu para investir em ativos de alta qualidade estes vão gerir mais ebitda e mais cash flow... logo isso já ficou incorporado no bolo total e daí há uma parte que será dos acionistas outra que não é suponhamos uma empresa inicalmente tem um EV de 30 mm e 10mm dívida... contrai mais 10mm de divida e fica com 20mm mas o balanço a volares de mercado vale 45mm então endividou-se em 10mm mas criou 5mm de valor para o acionista.... isto é o somatorio dos cash flows incorpora a qualidade de geração de cash flows... daí que a meu ver a subtração de divida seja obrigatorio...

deixo aqui em anexo uma , já outdated toda feita( não por mim) para servir de exemplo :wink:

Percebo (se estivermos a falar ambos de EV/EBITDA, não percebi a menção ao rácio net debt/ebitda) e admito que não estava a ver a coisa por esse prisma (sempre a aprender). É de facto óbvio que se uma empresa se endividar para adquirir activos de qualidade o aumento do EBITDA vai-se repercutir no cálculo EV/EBITDA, e repercute-se de forma diferente conforme o rendimento obtido no investimento efectuado.

A minha questão é se a repercussão é adequada ao ponto de se considerar que a dívida líquida deve ser retirada na totalidade ou, em alternativa, o net cash ser adicionado. Sempre me pareceu que não. Parece-me que não porque a muito longo prazo o net cash se não for distribuído vale pouco mais do que zero e a muito longo prazo a dívida líquida se for renovada ad eternum vale pouco menos do que zero (valem ambos os juros a pagar/a receber descontados para o valor presente). E parece-me que não porque o seu valor diz muito sobre a qualidade da gestão (não em termos operacionais mas em termos de alocação).

No exemplo colocado considero esticado adicionar o net cash sem o descontar porque uma empresa que apresenta uma posição da caixa positiva das duas uma: ou não tem acesso a mercado de dívida seguro ou é mal gerida. Aqueles 558M a serem distribuídos aos acionistas pagariam imposto imediatamente, logo valem menos que isso, mas mais grave é que eles muito provavelmente não vão ser distribuídos aos acionistas e ficam ali a perder valor com o tempo. E ainda há o efeito impostos.
No sentido inverso, se a empresa tivesse dívida líquida, descontá-la na totalidade sem lhe adicionar o valor intangível de ela existir porque é distribuída aos acionistas ou porque existe para minimizar impostos ou o próprio facto de ela se calhar nunca vir a ser paga no futuro (podendo de facto todos os cash flows não pagos como juros ser direcionados aos acionistas ao mesmo tempo que se recupera um terço dos juros em impostos não pagos todos os anos).

Mas admito que nunca estudei adequadamente estes rácios (estive agora a reler um ficheiro que tinha para aqui a explicar a história do EV/EBITDA), e que portanto poderei estar errado na análise que faço. Mas parece-me que pelos motivos acima não pode ser utilizado sem muito critério (daí que seja utilizado para comparar dentro de empresas da mesma indústria em que supostamente os múltiplos serão ajustados à indústria, mas a verdade é que sou da opinião que o múltiplo também tem que ser ajustado à qualidade da alocação de capital de cada empresa dentro da mesma indústria)


O net cash não é descontado aqui pois os CF são atualizados para o valor presente, e o net cash é o valor em 2013 logo estamos a comparar batatas com batatas... no fundo depois de se ter o somatorio dos cf atualizados deduz-se a posição de endividamento líquida e fica se com a equity, normalmente a analise acaba por não ir a certos detalhes fiscais mas o efeito fiscal é sempre incluido no WACC no custo da divida vem sempre deduzido o tax shield

ok, obrigado. As minhas limitações neste momento obrigam-me a ser (muito) menos preciso e sofisticado. Não considero essencial ter esse grau de precisão desde que a margem de segurança seja suficiente e se faça uma avaliação subjectiva de factores de quantificação mais complexa. Percebo no entanto que se faça essa quantificação e, provavelmente, será preferível.
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Artista Romeno » 13/6/2014 23:19

rollingsnowball Escreveu:
Artista Romeno Escreveu:Assumo que o rollingsnowball, queria dizer net debt ebitda, a questão se a divida foi bem ou mal planeada já estara incorporada nos cf estimados... porque motivo? pois se serviu para investir em ativos de alta qualidade estes vão gerir mais ebitda e mais cash flow... logo isso já ficou incorporado no bolo total e daí há uma parte que será dos acionistas outra que não é suponhamos uma empresa inicalmente tem um EV de 30 mm e 10mm dívida... contrai mais 10mm de divida e fica com 20mm mas o balanço a volares de mercado vale 45mm então endividou-se em 10mm mas criou 5mm de valor para o acionista.... isto é o somatorio dos cash flows incorpora a qualidade de geração de cash flows... daí que a meu ver a subtração de divida seja obrigatorio...

deixo aqui em anexo uma , já outdated toda feita( não por mim) para servir de exemplo :wink:

Percebo (se estivermos a falar ambos de EV/EBITDA, não percebi a menção ao rácio net debt/ebitda) e admito que não estava a ver a coisa por esse prisma (sempre a aprender). É de facto óbvio que se uma empresa se endividar para adquirir activos de qualidade o aumento do EBITDA vai-se repercutir no cálculo EV/EBITDA, e repercute-se de forma diferente conforme o rendimento obtido no investimento efectuado.

A minha questão é se a repercussão é adequada ao ponto de se considerar que a dívida líquida deve ser retirada na totalidade ou, em alternativa, o net cash ser adicionado. Sempre me pareceu que não. Parece-me que não porque a muito longo prazo o net cash se não for distribuído vale pouco mais do que zero e a muito longo prazo a dívida líquida se for renovada ad eternum vale pouco menos do que zero (valem ambos os juros a pagar/a receber descontados para o valor presente). E parece-me que não porque o seu valor diz muito sobre a qualidade da gestão (não em termos operacionais mas em termos de alocação).

No exemplo colocado considero esticado adicionar o net cash sem o descontar porque uma empresa que apresenta uma posição da caixa positiva das duas uma: ou não tem acesso a mercado de dívida seguro ou é mal gerida. Aqueles 558M a serem distribuídos aos acionistas pagariam imposto imediatamente, logo valem menos que isso, mas mais grave é que eles muito provavelmente não vão ser distribuídos aos acionistas e ficam ali a perder valor com o tempo. E ainda há o efeito impostos.
No sentido inverso, se a empresa tivesse dívida líquida, descontá-la na totalidade sem lhe adicionar o valor intangível de ela existir porque é distribuída aos acionistas ou porque existe para minimizar impostos ou o próprio facto de ela se calhar nunca vir a ser paga no futuro (podendo de facto todos os cash flows não pagos como juros ser direcionados aos acionistas ao mesmo tempo que se recupera um terço dos juros em impostos não pagos todos os anos).

Mas admito que nunca estudei adequadamente estes rácios (estive agora a reler um ficheiro que tinha para aqui a explicar a história do EV/EBITDA), e que portanto poderei estar errado na análise que faço. Mas parece-me que pelos motivos acima não pode ser utilizado sem muito critério (daí que seja utilizado para comparar dentro de empresas da mesma indústria em que supostamente os múltiplos serão ajustados à indústria, mas a verdade é que sou da opinião que o múltiplo também tem que ser ajustado à qualidade da alocação de capital de cada empresa dentro da mesma indústria)


O net cash não é descontado aqui pois os CF são atualizados para o valor presente, e o net cash é o valor em 2013 logo estamos a comparar batatas com batatas... no fundo depois de se ter o somatorio dos cf atualizados deduz-se a posição de endividamento líquida e fica se com a equity, normalmente a analise acaba por não ir a certos detalhes fiscais mas o efeito fiscal é sempre incluido no WACC no custo da divida vem sempre deduzido o tax shield
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5385
Registado: 4/4/2014 18:06
Localização: Iberia

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 13/6/2014 23:06

Artista Romeno Escreveu:Assumo que o rollingsnowball, queria dizer net debt ebitda, a questão se a divida foi bem ou mal planeada já estara incorporada nos cf estimados... porque motivo? pois se serviu para investir em ativos de alta qualidade estes vão gerir mais ebitda e mais cash flow... logo isso já ficou incorporado no bolo total e daí há uma parte que será dos acionistas outra que não é suponhamos uma empresa inicalmente tem um EV de 30 mm e 10mm dívida... contrai mais 10mm de divida e fica com 20mm mas o balanço a volares de mercado vale 45mm então endividou-se em 10mm mas criou 5mm de valor para o acionista.... isto é o somatorio dos cash flows incorpora a qualidade de geração de cash flows... daí que a meu ver a subtração de divida seja obrigatorio...

deixo aqui em anexo uma , já outdated toda feita( não por mim) para servir de exemplo :wink:

Percebo (se estivermos a falar ambos de EV/EBITDA, não percebi a menção ao rácio net debt/ebitda) e admito que não estava a ver a coisa por esse prisma (sempre a aprender). É de facto óbvio que se uma empresa se endividar para adquirir activos de qualidade o aumento do EBITDA vai-se repercutir no cálculo EV/EBITDA, e repercute-se de forma diferente conforme o rendimento obtido no investimento efectuado.

A minha questão é se a repercussão é adequada ao ponto de se considerar que a dívida líquida deve ser retirada na totalidade ou, em alternativa, o net cash ser adicionado. Sempre me pareceu que não. Parece-me que não porque a muito longo prazo o net cash se não for distribuído vale pouco mais do que zero e a muito longo prazo a dívida líquida se for renovada ad eternum vale pouco menos do que zero (valem ambos os juros a pagar/a receber descontados para o valor presente). E parece-me que não porque o seu valor diz muito sobre a qualidade da gestão (não em termos operacionais mas em termos de alocação).

No exemplo colocado considero esticado adicionar o net cash sem o descontar porque uma empresa que apresenta uma posição da caixa positiva das duas uma: ou não tem acesso a mercado de dívida seguro ou é mal gerida. Aqueles 558M a serem distribuídos aos acionistas pagariam imposto imediatamente, logo valem menos que isso, mas mais grave é que eles muito provavelmente não vão ser distribuídos aos acionistas e ficam ali a perder valor com o tempo. E ainda há o efeito impostos.
No sentido inverso, se a empresa tivesse dívida líquida, descontá-la na totalidade sem lhe adicionar o valor intangível de ela existir porque é distribuída aos acionistas ou porque existe para minimizar impostos ou o próprio facto de ela se calhar nunca vir a ser paga no futuro (podendo de facto todos os cash flows não pagos como juros ser direcionados aos acionistas ao mesmo tempo que se recupera um terço dos juros em impostos não pagos todos os anos).

Mas admito que nunca estudei adequadamente estes rácios (estive agora a reler um ficheiro que tinha para aqui a explicar a história do EV/EBITDA), e que portanto poderei estar errado na análise que faço. Mas parece-me que pelos motivos acima não pode ser utilizado sem muito critério (daí que seja utilizado para comparar dentro de empresas da mesma indústria em que supostamente os múltiplos serão ajustados à indústria, mas a verdade é que sou da opinião que o múltiplo também tem que ser ajustado à qualidade da alocação de capital de cada empresa dentro da mesma indústria)
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Artista Romeno » 13/6/2014 21:26

Assumo que o rollingsnowball, queria dizer net debt ebitda, a questão se a divida foi bem ou mal planeada já estara incorporada nos cf estimados... porque motivo? pois se serviu para investir em ativos de alta qualidade estes vão gerir mais ebitda e mais cash flow... logo isso já ficou incorporado no bolo total e daí há uma parte que será dos acionistas outra que não é suponhamos uma empresa inicalmente tem um EV de 30 mm e 10mm dívida... contrai mais 10mm de divida e fica com 20mm mas o balanço a volares de mercado vale 45mm então endividou-se em 10mm mas criou 5mm de valor para o acionista.... isto é o somatorio dos cash flows incorpora a qualidade de geração de cash flows... daí que a meu ver a subtração de divida seja obrigatorio...

deixo aqui em anexo uma , já outdated toda feita( não por mim) para servir de exemplo :wink:
Anexos
Sem Título.png
easyjet exemplo
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5385
Registado: 4/4/2014 18:06
Localização: Iberia

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 13/6/2014 20:05

Artista Romeno Escreveu:
1- a previsão não tem necessariamente que dizer é x, daí em eu ter falado na análise de sensibilidade na qual se faz uma tabela em excel, que relaciona por exemplo o crescimento das vendas e variação da margem ebitda, e o impacto que isso teria na avaliação da empresa leia-se uma tabela por exemplo 5 x 5 com crescimentos de vendas de 1 a 5% em perpetuidade e margens alem do cenario central, a variar tanto para cima como para baixo... daí que fique com 25 valores nao com 1 tirando daí uma ideia de que se correr mt bem ou mt mal no lp quanto pode valer...
2- dívida, se reparou eu nao deduzia os juros ao cash flow... logo a dívida tem que ser retirada pois a soma dos CF sem juros dá basicamente o enteprise value...... ora a divida tem um custo e tem que ser deduzida, pelo menos sempre vi fazer assim.... dentro deste modelo...
3- quanto aos 2 anos percebo o que diz, e não fui muito claro aí eventualmente... o considera-los seria mais como ponto de partida para por exemplo 2015... na perpetuidade teria que ver o que é variavel e o que é não variavel dos custos e ver o que isso faria caso as vendas disparassem.....à margem agora mesmo naqueles anos de vendas altas aquilo não era nada estavel, logo ao olhar para traz pode estar a assumir ali incorreções
4- uma forma muito mais rapida de analisar isto... ver o EV/EBITDA face a outros comercializadores de automoveis cotados :idea: , mas tem limitações e convem ver as perspetivas da toyota caetano face à generalidade dos ditos pares caso existam~
2.1 eu não vejo mal nenhumque uma empresa se financie com algum recurso a capitais alheios, desde que o racio net debt ebitda não seja muito elevado... no entanto essa divida tem ser subtraida pois consome recursos

1- Só li a parte da análise de sensibilidade no fim. Admito que não costumo fazer nada do género e, talvez por isso, costumo exigir uma margem de segurança muito superior ao que seria necessário (há uma ou outra empresa que sinto que já conheço bem o suficiente para não exigir grande margem de segurança mas no geral exagero nesta parte). De qualquer modo a ideia de fazer uma distribuição por probabilidades worst case vs normal parece-me de facto essencial. A questão é que a atribuição de probabilidades é uma coisa tão subjectiva que geralmente me leva a ser mais grosseiro
2- Ok... Calculo sempre o EV/EBITDA (a menos que não considere aplicável), mas vejo-o como mais uma ferramenta. Costumo preferir (e tenho muito que aprender e por isso posso mudar de ideias, motivo porque estou a discutir aqui, já que acho que só lendo e discutindo com quem é melhor que nós podemos melhorar) uma análise mais subjectiva ao nível da dívida. Uma dívida que eu veja como sustentável e bem planeada vale bem mais do que o valor dos juros (por isso é que é contraída) e por esse mesmo motivo costumamos ver múltiplos EV/EBITDA superiores em empresas mais alavancadas (dentro de certos limites). Já uma empresa sem dívida e com dinheiro em caixa vale menos porque não está a alocar adequadamente os seus recursos.
2.1- Pois, o rácio é um dos factores da dívida ser sustentável. Mas é como disse acima, se descontarmos a dívida líquida de igual modo para todas as empresas vamos exigir que uma empresa mais alavancada tenha um rácio igual a uma não alavancada: não é errado, em caso de aquisição a verdade é que serão adquiridas pelo mesmo múltiplo, mas se não for adquirida a longo prazo a alavancada vai valer significativamente mais
3- Sim, olhar para trás tem inconveniente, é certo. Daí a ideia de usar vários anos para fazer uma média. E como neste caso incluía duas recessões importantes (que não me parece ser o normal para um período tão curto), pareceu-me que seria conservador. A única coisa que me preocupou visto que poderia deturpar completamente os resultados foram as alterações de perímetro, alienações, mais valias/menos valias. Daí ter analisado todas as alterações de perímetro e investimentos financeiros do período (que aliás serão possivelmente responsáveis por grande parte da variabilidade das referidas margens), e, tendo chegado à conclusão que em média a comparabilidade não estava comprometida, acabei por considerar que podia fazer a análise retrospectivamente. Uma análise prospectiva era melhor? Sem dúvida, ninguém ganha dinheiro com os resultados passados, mas eu ainda vou um pouco por Graham e olho bem para trás antes de tentar adivinhar alguma coisa para a frente.
4- Não gosto da comparabilidade. Percebo a lógica mas tem limitações e implica acreditar na eficiência do mercado num determinado momento. E tem o defeito que raramente temos um comparável adequado (não conheço nenhum para a Toyota Caetano). Para ter uma ideia julgo útil mas pelas limitações que tem (e que tenho, o tempo não estica) não costumo fazer essa análise.

Obrigado
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Artista Romeno » 13/6/2014 18:59

rollingsnowball Escreveu:
mas eu na minha perspetiva, sem prejuízo do que fez focaria-me mais nos últimos 2 anos como ponto de partida em termos de margem ebitda( muito inconstante entre 2006 e 2009, e penso que tanta variabiliade à tanto tempo atrás pode ser um pouco confuso) e estrutura da balanço, procurava ver uma previsão realista do numero de carros que podem ser vendidos no mercado nos próximos 5 anos e olhava para o preço medio dos mesmos, tentava ver como podia com a estrutura de custos que eles tem, como poderia evoluir psitivamente a margem ebitda( variavel vs fixo)... depois disso subtrairia o capex-variação fundo maneiro e - impostos faria também uma perpetuidade razoável isto é sem ser nem ultra pessimista nem ultra otimista, as taxas que usou parecem-me genéricamente bem depois de atualizar os CF, deduziria a divida líquida e assim tiraria o valor da empresa, no final faria uma analise de sensibilidade comparado g perpetuidade com margem ebitda..... espero que encare isto não como um dizer ah fez bem ou mal mas apenas como uma perspetiva complementar....p.s eu nunca teria tempo nem paciencia para compilar tanta info sobre isto........ espero que olhe para esta opinião de modo construtivo

Obrigado pela crítica. O motivo para o que escrevi foi exactamente para ouvir pontos de vistas contrários e críticas construtivas, já que nem sempre é fácil ver o outro lado.

O método de avaliação sugerido parece-me óptimo: melhor do que o meu (embora pelos motivos que eu vou explicar à frente talvez menos a meu gosto).

No entanto, admito que possa ser defeito meu, quando projecto para o futuro não gosto de tentar fazer previsões demasiado precisas e também não confio nessas previsões se outros as fizerem. Na situação actual, julgo que qualquer previsão arrisca-se a sair muito ao lado. Tenho a impressão (subjectiva) que vão continuar a aumentar mas a um ritmo mais lento: essa impressão para mim chega e tentei fazê-la na minha avaliação a 3 anos, mas colocá-la em números provavelmente ultrapassa-me.

Por outro lado usar os anos de 2012 e 2013 também me parece incorrecto: as reestruturações geram alguma distorsão quer pelos seus custos quer pelos seus efeitos - o ideal seria provavelmente usar 2014, mas isso não é possível (era tudo muito mais fácil :)). A adaptação talvez fosse possível, mas temo que a precisão gerada me desse uma sensação de excesso de confiança que quero evitar.

"depois disso subtrairia o capex-variação fundo maneiro e - impostos" sim, tentei fazê-lo grosso modo. A verdade é que estimar o capex numa empresa em que desde 2006 que o cash flow de investimentos apresenta um saldo muito positivo é complicado. Ao assumir que este cash flow seria nulo fui optimista mas por esse mesmo motivo inclui duas recessões na minha estimativa de cash flows normais. A variação do fundo de maneio também não é fácil de estimar: por esse motivo tentei ver que parte da redução dos activos totais não será necessário recuperar para atingir os níveis de actividade prévia. Ou seja, assumi que se as vendas aumentarem o fundo de maneio também aumenta mas que como isso em princípio seria bom sinal (em princípio), que não valia a pena preocupar-me em ser preciso (desde que saiba que não é preciso voltar aos níveis de capital investido que a empresa tinha em 2006, aí ficava preocupado e por isso tentei ver que parte da redução de activos podia excluir com certeza das necessidades futuras)

Quanto à subtracção da dívida líquida é algo que tenho dificuldade em avaliar. Gosto de olhar para o nível de dívida para ver o risco que a empresa corre e gosto de o ver baixo e a baixar. Mas por outro lado considero incorrecto subtraí-la ao valor da empresa. É certo que se a empresa fosse adquirida agora que ela era um custo, mas numa avaliação a longo prazo:
- quando a dívida líquida é baixa, parece-me mais correcto ignorá-la. Sendo baixa pode ser mantida na perpetuidade com juros baixos, o valor na perpetuidade de uma dívida com baixos juros é muito menor do que o valor da própria dívida.
- quando a dívida é alta, se for bem estruturada (longo prazo e com juros fixos) e se houver previsibilidade razoável de resultados a dívida funciona como um activo (ao permitir investir capital a retornos superiores e ao permitir evitar impostos) pelo que também aí não será correcto subtraí-la na totalidade.
Ou seja, preocupo-me com o risco da dívida ser alta (e por isso gosto de a ver baixa), mas (se considerar que a estrutura e montante da dívida é seguro) não a subtrairia na totalidade ao valor da empresa já que vale mais uma empresa segura alavancada do que uma segura não alavancada.

Dito isto, gostei da proposta e quando tiver tempo (e paciência) talvez a tente fazer. Até lá sinto-me seguro com uma avaliação mais em linhas gerais, desde que tenha uma margem de segurança mais alargada do que precisaria se tivesse uma estimativa mais precisa.

ps: o que gostei mais quando avaliei a empresa foi de ver que se não existisse qualquer evolução positiva dos resultados (que já se estava a ver que existia), o resultado final para os accionistas seria muito bom na mesma (a noção de muito bom varia de pessoa para pessoa).

edit: quanto ao uso de cábulas todos usamos. Neste caso (e noutros) não tive acesso a cábulas mas os números gritavam demais para não os ir confirmar


Bom isto é longo, vamos por partes :wink:

1- a previsão não tem necessariamente que dizer é x, daí em eu ter falado na análise de sensibilidade na qual se faz uma tabela em excel, que relaciona por exemplo o crescimento das vendas e variação da margem ebitda, e o impacto que isso teria na avaliação da empresa leia-se uma tabela por exemplo 5 x 5 com crescimentos de vendas de 1 a 5% em perpetuidade e margens alem do cenario central, a variar tanto para cima como para baixo... daí que fique com 25 valores nao com 1 tirando daí uma ideia de que se correr mt bem ou mt mal no lp quanto pode valer...
2- dívida, se reparou eu nao deduzia os juros ao cash flow... logo a dívida tem que ser retirada pois a soma dos CF sem juros dá basicamente o enteprise value...... ora a divida tem um custo e tem que ser deduzida, pelo menos sempre vi fazer assim.... dentro deste modelo...
3- quanto aos 2 anos percebo o que diz, e não fui muito claro aí eventualmente... o considera-los seria mais como ponto de partida para por exemplo 2015... na perpetuidade teria que ver o que é variavel e o que é não variavel dos custos e ver o que isso faria caso as vendas disparassem.....à margem agora mesmo naqueles anos de vendas altas aquilo não era nada estavel, logo ao olhar para traz pode estar a assumir ali incorreções
4- uma forma muito mais rapida de analisar isto... ver o EV/EBITDA face a outros comercializadores de automoveis cotados :idea: , mas tem limitações e convem ver as perspetivas da toyota caetano face à generalidade dos ditos pares caso existam~
2.1 eu não vejo mal nenhumque uma empresa se financie com algum recurso a capitais alheios, desde que o racio net debt ebitda não seja muito elevado... no entanto essa divida tem ser subtraida pois consome recursos
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5385
Registado: 4/4/2014 18:06
Localização: Iberia

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por ricardmag » 13/6/2014 17:44

Estou a gostar destas analises construtivas, continuem assim, obrigado.
Estou dentro desde os 0,79€.
Cumprimentos e bom fim de semana.
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5395
Registado: 3/4/2014 15:17

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Dr Tretas » 13/6/2014 17:23

rollingsnowball Escreveu:ps: só analisei a Toyota por teres sugerido 2 vezes a análise da mesma (a primeira delas que eu não segui na altura e depois esqueci, infelizmente; quando voltei a ver nova sugestão já nem hesitei - como descobriste a F Ramada e a Corticeira ao mesmo tempo que eu, achei que tinha que olhar para a Toyota Caetano). Obrigado e aguardo a próxima sugestão (mas aceito sugestões doutros :))


E eu nunca seria capaz de fazer uma análise tão detalhada como tu (e o Artista Romeno, no seu estilo um pouco ácido, mas geralmente com razão) são capazes. Acho que é essa a beleza aqui do Caldeirão...

Em relação a novas sugestões, enfim eu bem estou à procura... Afinal a F. Ramada está sobre o meu target inicial que era de 3€ e portanto estou com vontade de liquidar, mas queria primeiro encontrar algo em que valha a pena investir :-k

Aqui em Portugal acho que já não se encontra nada de jeito, agora só depois do próximo bear, o que pode demorar anos.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2826
Registado: 29/10/2013 12:15
Localização: Almada City

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 13/6/2014 16:53

Dr Tretas Escreveu:Obrigado pela excelente nota de research sobre a SCT, rollingsnowball. Não conhecia o teu blog.

Quando entrei na SCT, o meu alvo era (e é) de 2,5 euros, creio que é alcançável a 2-3 anos, se tudo correr como esperado. É só uma questão de os dividendos começarem a fluir e o pessoal perder o medo de entrar nesta empresa.

Não fiz uma análise tão detalhada como a tua, mas basicamente a conclusão é semelhante. Acho que a SCT é (era, que já esteve bem mais barata) mesmo a última pechincha que resta no PSI Geral; a maré do bull levou quase tudo de arrasto.

Se o alvo for 2.5€ em 3 anos (eu acredito que é um pouco superior, como escrevi no post, mas também digo 3 anos em vez de 2-3 anos), então o objectivo (ao preço actual) seria um double (incluindo dividendos?). Um double em 3 anos são 26% brutos ao ano (com um objectivo desses continuaria a ser uma pechincha, não estou a ver mais nenhuma empresa neste momento com perspectivas dessas).

ps: só analisei a Toyota por teres sugerido 2 vezes a análise da mesma (a primeira delas que eu não segui na altura e depois esqueci, infelizmente; quando voltei a ver nova sugestão já nem hesitei - como descobriste a F Ramada e a Corticeira ao mesmo tempo que eu, achei que tinha que olhar para a Toyota Caetano). Obrigado e aguardo a próxima sugestão (mas aceito sugestões doutros :))

ps2: o blog é um sítio onde vou postando lentamente. As ideias boas são raras e o dinheiro disponível ainda mais. Se não tiver dinheiro disponível não me serve de muito postar ideias (mais vale esperar a ver se os preços baixam ao ponto de compensar arranjar dinheiro). Ideias para postar sem investir só mesmo arbitragens (já que como por definição têm um período limitado, não se perde nada em as apresentar para que quem tenha dinheiro disponível as investigue com mais atenção- e idealmente me responda para eu evoluir).
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 13/6/2014 16:29

mas eu na minha perspetiva, sem prejuízo do que fez focaria-me mais nos últimos 2 anos como ponto de partida em termos de margem ebitda( muito inconstante entre 2006 e 2009, e penso que tanta variabiliade à tanto tempo atrás pode ser um pouco confuso) e estrutura da balanço, procurava ver uma previsão realista do numero de carros que podem ser vendidos no mercado nos próximos 5 anos e olhava para o preço medio dos mesmos, tentava ver como podia com a estrutura de custos que eles tem, como poderia evoluir psitivamente a margem ebitda( variavel vs fixo)... depois disso subtrairia o capex-variação fundo maneiro e - impostos faria também uma perpetuidade razoável isto é sem ser nem ultra pessimista nem ultra otimista, as taxas que usou parecem-me genéricamente bem depois de atualizar os CF, deduziria a divida líquida e assim tiraria o valor da empresa, no final faria uma analise de sensibilidade comparado g perpetuidade com margem ebitda..... espero que encare isto não como um dizer ah fez bem ou mal mas apenas como uma perspetiva complementar....p.s eu nunca teria tempo nem paciencia para compilar tanta info sobre isto........ espero que olhe para esta opinião de modo construtivo

Obrigado pela crítica. O motivo para o que escrevi foi exactamente para ouvir pontos de vistas contrários e críticas construtivas, já que nem sempre é fácil ver o outro lado.

O método de avaliação sugerido parece-me óptimo: melhor do que o meu (embora pelos motivos que eu vou explicar à frente talvez menos a meu gosto).

No entanto, admito que possa ser defeito meu, quando projecto para o futuro não gosto de tentar fazer previsões demasiado precisas e também não confio nessas previsões se outros as fizerem. Na situação actual, julgo que qualquer previsão arrisca-se a sair muito ao lado. Tenho a impressão (subjectiva) que vão continuar a aumentar mas a um ritmo mais lento: essa impressão para mim chega e tentei fazê-la na minha avaliação a 3 anos, mas colocá-la em números provavelmente ultrapassa-me.

Por outro lado usar os anos de 2012 e 2013 também me parece incorrecto: as reestruturações geram alguma distorsão quer pelos seus custos quer pelos seus efeitos - o ideal seria provavelmente usar 2014, mas isso não é possível (era tudo muito mais fácil :)). A adaptação talvez fosse possível, mas temo que a precisão gerada me desse uma sensação de excesso de confiança que quero evitar.

"depois disso subtrairia o capex-variação fundo maneiro e - impostos" sim, tentei fazê-lo grosso modo. A verdade é que estimar o capex numa empresa em que desde 2006 que o cash flow de investimentos apresenta um saldo muito positivo é complicado. Ao assumir que este cash flow seria nulo fui optimista mas por esse mesmo motivo inclui duas recessões na minha estimativa de cash flows normais. A variação do fundo de maneio também não é fácil de estimar: por esse motivo tentei ver que parte da redução dos activos totais não será necessário recuperar para atingir os níveis de actividade prévia. Ou seja, assumi que se as vendas aumentarem o fundo de maneio também aumenta mas que como isso em princípio seria bom sinal (em princípio), que não valia a pena preocupar-me em ser preciso (desde que saiba que não é preciso voltar aos níveis de capital investido que a empresa tinha em 2006, aí ficava preocupado e por isso tentei ver que parte da redução de activos podia excluir com certeza das necessidades futuras)

Quanto à subtracção da dívida líquida é algo que tenho dificuldade em avaliar. Gosto de olhar para o nível de dívida para ver o risco que a empresa corre e gosto de o ver baixo e a baixar. Mas por outro lado considero incorrecto subtraí-la ao valor da empresa. É certo que se a empresa fosse adquirida agora que ela era um custo, mas numa avaliação a longo prazo:
- quando a dívida líquida é baixa, parece-me mais correcto ignorá-la. Sendo baixa pode ser mantida na perpetuidade com juros baixos, o valor na perpetuidade de uma dívida com baixos juros é muito menor do que o valor da própria dívida.
- quando a dívida é alta, se for bem estruturada (longo prazo e com juros fixos) e se houver previsibilidade razoável de resultados a dívida funciona como um activo (ao permitir investir capital a retornos superiores e ao permitir evitar impostos) pelo que também aí não será correcto subtraí-la na totalidade.
Ou seja, preocupo-me com o risco da dívida ser alta (e por isso gosto de a ver baixa), mas (se considerar que a estrutura e montante da dívida é seguro) não a subtrairia na totalidade ao valor da empresa já que vale mais uma empresa segura alavancada do que uma segura não alavancada.

Dito isto, gostei da proposta e quando tiver tempo (e paciência) talvez a tente fazer. Até lá sinto-me seguro com uma avaliação mais em linhas gerais, desde que tenha uma margem de segurança mais alargada do que precisaria se tivesse uma estimativa mais precisa.

ps: o que gostei mais quando avaliei a empresa foi de ver que se não existisse qualquer evolução positiva dos resultados (que já se estava a ver que existia), o resultado final para os accionistas seria muito bom na mesma (a noção de muito bom varia de pessoa para pessoa).

edit: quanto ao uso de cábulas todos usamos. Neste caso (e noutros) não tive acesso a cábulas mas os números gritavam demais para não os ir confirmar
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Artista Romeno » 13/6/2014 0:31

rollingsnowball Escreveu:
ricardmag Escreveu:O BCP reduziu a sua participação para 1,8%, não é a partir de 2% que tem direito a voto e direito a participar nas assembleias?
Cumprimentos.


"A Assembleia Geral é composta por todos os acionistas com direito de voto"

"Nos termos dos Estatutos da Sociedade, artigo 4º n.º 6, a cada grupo de cem ações corresponde um voto."

"Têm direito de estar presentes na Assembleia Geral, e aí discutir e votar, os acionistas que sejam titulares
legítimos de ações com direito a, pelo menos, um voto. Porém, os acionistas que não possuam número mínimo
de cem ações podem agrupar-se, de forma a completá-lo, devendo, nesse caso, fazer-se representar por um só
deles, cuja identificação deverá constar em carta dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral."

E fiquei com dúvida sobre o que isto significa (ajuda pf):
"Nos termos dos Estatutos da empresa não se encontra contemplado o dever de sujeitar, pelo menos de
cinco em cinco anos, a deliberação da Assembleia Geral, a manutenção ou eliminação da norma estatutária
que preveja a limitação do número de votos suscetíveis de detenção ou de exercício por um único acionista
de forma individual ou em concertação com outros acionistas."

ps:
http://keepthesnowballrolling.blogspot.pt/2014/04/a-decent-company-875-off-its-all-time.html
opiniões contra?


Devo dizer que fiquei positivamente impressionado com a sua capacidade de compilar informação sobre a empresa em apreço, (o que me fez voltar aqui foi mesmo discutir AF)... pois quando me pedem ai para opinar sobre x ou y, admito perfeitamente que tenho "cabulas....." feitas por 3os sobre os comparáveis, que quero que torna tudo muito rápido e fácil dado ser só olhar para os dados da empresa em analise e compara-los de modo CRÍTICO( as x rapido demais que depois leva a edits....)...., e de toyota caetano duvido que hajam cabulas feitas por casas de investimento, logo tenho que lhe dar os parabéns.... por se dedicar a isto.... mas eu na minha perspetiva, sem prejuízo do que fez focaria-me mais nos últimos 2 anos como ponto de partida em termos de margem ebitda( muito inconstante entre 2006 e 2009, e penso que tanta variabiliade à tanto tempo atrás pode ser um pouco confuso) e estrutura da balanço, procurava ver uma previsão realista do numero de carros que podem ser vendidos no mercado nos próximos 5 anos e olhava para o preço medio dos mesmos, tentava ver como podia com a estrutura de custos que eles tem, como poderia evoluir psitivamente a margem ebitda( variavel vs fixo)... depois disso subtrairia o capex-variação fundo maneiro e - impostos faria também uma perpetuidade razoável isto é sem ser nem ultra pessimista nem ultra otimista, as taxas que usou parecem-me genéricamente bem depois de atualizar os CF, deduziria a divida líquida e assim tiraria o valor da empresa, no final faria uma analise de sensibilidade comparado g perpetuidade com margem ebitda..... espero que encare isto não como um dizer ah fez bem ou mal mas apenas como uma perspetiva complementar....p.s eu nunca teria tempo nem paciencia para compilar tanta info sobre isto........ espero que olhe para esta opinião de modo construtivo
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5385
Registado: 4/4/2014 18:06
Localização: Iberia

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Dr Tretas » 12/6/2014 23:47

Obrigado pela excelente nota de research sobre a SCT, rollingsnowball. Não conhecia o teu blog.

Quando entrei na SCT, o meu alvo era (e é) de 2,5 euros, creio que é alcançável a 2-3 anos, se tudo correr como esperado. É só uma questão de os dividendos começarem a fluir e o pessoal perder o medo de entrar nesta empresa.

Não fiz uma análise tão detalhada como a tua, mas basicamente a conclusão é semelhante. Acho que a SCT é (era, que já esteve bem mais barata) mesmo a última pechincha que resta no PSI Geral; a maré do bull levou quase tudo de arrasto.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2826
Registado: 29/10/2013 12:15
Localização: Almada City

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por zenden69 » 12/6/2014 23:11

Excelentes análises rollingsnowball, que vêm confirmar que mesmo aos níveis actuais continua barata.

Julgo que a redução da participação do BCP, talvez forçada, criou uma oportunidade estupenda na bolsa nacional. Só tenho mesmo pena que transaccione no mercado por chamada, pois isso só vem atrapalhar a negociação, principalmente quando aparecem compras a 1 segundo do leilão e passam à nossa frente.
 
Mensagens: 7
Registado: 12/6/2014 0:17

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por ricardmag » 12/6/2014 20:52

rollingsnowball , obrigado pelo esclarecimento.
Também não percebi o último parágrafo.

Em relação ao artigo de uma forma geral concordo com a visão.
Agora é necessário começar a vender carros!

Cumprimentos
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5395
Registado: 3/4/2014 15:17

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por rollingsnowball » 12/6/2014 20:16

ricardmag Escreveu:O BCP reduziu a sua participação para 1,8%, não é a partir de 2% que tem direito a voto e direito a participar nas assembleias?
Cumprimentos.


"A Assembleia Geral é composta por todos os acionistas com direito de voto"

"Nos termos dos Estatutos da Sociedade, artigo 4º n.º 6, a cada grupo de cem ações corresponde um voto."

"Têm direito de estar presentes na Assembleia Geral, e aí discutir e votar, os acionistas que sejam titulares
legítimos de ações com direito a, pelo menos, um voto. Porém, os acionistas que não possuam número mínimo
de cem ações podem agrupar-se, de forma a completá-lo, devendo, nesse caso, fazer-se representar por um só
deles, cuja identificação deverá constar em carta dirigida ao Presidente da Mesa da Assembleia Geral."

E fiquei com dúvida sobre o que isto significa (ajuda pf):
"Nos termos dos Estatutos da empresa não se encontra contemplado o dever de sujeitar, pelo menos de
cinco em cinco anos, a deliberação da Assembleia Geral, a manutenção ou eliminação da norma estatutária
que preveja a limitação do número de votos suscetíveis de detenção ou de exercício por um único acionista
de forma individual ou em concertação com outros acionistas."

ps:
http://keepthesnowballrolling.blogspot.pt/2014/04/a-decent-company-875-off-its-all-time.html
opiniões contra?
As opiniões traduzem uma interpretação pessoal da realidade não se constituindo como sugestões de investimento. Por serem uma interpretação pessoal, estas opiniões vão obrigatoriamente estar erradas por vezes, pelo que cada um deve efectuar a sua própria análise.
 
Mensagens: 1048
Registado: 13/12/2008 12:42
Localização: 14

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por ricardmag » 12/6/2014 10:59

O BCP reduziu a sua participação para 1,8%, não é a partir de 2% que tem direito a voto e direito a participar nas assembleias?
Cumprimentos.
Anexos
PQ48871.pdf
Toyota Caetano Portugal, informa sobre Participação Qualificada.
(15.69 KiB) Transferido 282 Vezes
"Quando a música acaba, apagam-se as luzes." The Door's
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5395
Registado: 3/4/2014 15:17

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Dr Tretas » 12/6/2014 10:29

zenden69 Escreveu:Pois é,aqui está mais um apaixonado pela SCT. A ideia é o longo-prazo pois a estes preços penso ser uma autêntica cashcow em dividendos. Se passar a barreira dos 1,35-1,40 deve ir aos 2 num ápice.


Assim espero :mrgreen:

Entretanto, no site da SCT foi publicada a acta da última assembleia geral.
A administração espera que a fábrica de Ovar possa deixar os prejuízos em 2016, suponho que estejam em negociações com a Toyota para a produção de novos modelos. Desejo-lhes, claro, que tudo corra bem. A mim não me tem agradado nada os recentes problemas com modelos da Toyota. Não é bom para a imagem da marca.
Noto também a ausência do BCP na assembleia geral, será que já venderam toda a participação que tinham na SCT?
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2826
Registado: 29/10/2013 12:15
Localização: Almada City

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por zenden69 » 12/6/2014 0:23

Pois é,aqui está mais um apaixonado pela SCT. A ideia é o longo-prazo pois a estes preços penso ser uma autêntica cashcow em dividendos. Se passar a barreira dos 1,35-1,40 deve ir aos 2 num ápice.
 
Mensagens: 7
Registado: 12/6/2014 0:17

Re: Toyota Caetano - Tópico Geral

por Fundamentalist » 4/6/2014 18:26


Claro, nem eu estava a sugerir que alguém entrasse nessa empresa. A maior parte das empresas que transacionam a múltiplos tão extremos, são mesmo de qualidade muito duvidosa. Mas não todas, aí é que entra o research que tem de ser feito com muita calma. A Litho Formas está cotada em bolsa há muitos anos, suponho que seja um resto daquela época louca dos anos 80 antes do crash de 1987, que eu não vivi, era um puto nesse tempo. Mas tem uma capitalização bolsista de 400k euros, como é que mesmo nós, pequenos investidores, podíamos tomar uma posição numa empresa tão pequena sem perturbar a cotação (mesmo que quiséssemos)?

E há mais, por exemplo a Copam é uma máquina de dividendos, mas é impossível adquirir acções, ao pé dela a liquidez da SCT é impressionante...



Ya... c €8k arriscavas-te a ter uma participacao qualificada!
Parece que estas cotadas também só reportam anualmente, ou estou equivocado?
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 135
Registado: 10/12/2013 22:53

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: Alfa Trader, Bing [Bot], Dar Adal, Garfield, Google [Bot], MR32, Nuno V, PAULOJOAO, pbasto, peterteam2, Shimazaki_2, trend=friend e 183 visitantes