Os CTT – Correios de Portugal têm margem para crescer. Essa é a opinião das unidades de investimento do BES, BCP e JPMorgan, que iniciaram a cobertura da empresa de serviço postal com preços-alvos que apontam para uma média de 7,12 euros.
As acções da companhia liderada por Francisco Lacerda (na foto) estão a reagir em alta à publicação destas três notas de "research". A valorização é de 4,89%, o que leva os títulos aos 6,22 euros. Durante a sessão, já ascenderam aos 6,25 euros, o valor mais alto desde que estão em bolsa (5 de Dezembro).
Com as acções nos 6,22 euros, o preço-alvo médio das casas de investimento aponta para um potencial de valorização de 14,5%.
JPMorgan elogia dividendo
O JPMorgan, banco que liderou a colocação dos CTT em bolsa, é o mais optimista. 7,40 euros é o “target” atribuído. “Os CTT oferecem uma elevada política de ‘payout’ [percentagem dos lucros que é distribuída pelos investidores em forma de dividendos]”, começam por sublinhar os especialistas Christopher G Combe e Wenchang Ma. Serão distribuídos pelos accionistas 60 milhões de euros relativos ao ano passado, sendo que a intenção é distribuir, nos próximos anos, pelo menos 90% dos lucros.
Na nota de “research”, os especialistas do JPMorgan mencionam o “balanço limpo” da empresa, as eficiências conseguidas com o corte de custos (“para mitigar ainda mais os efeitos da erosão do volume postal”) e a “liberdade na fixação de preços” como vantagens para os CTT, segundo a nota de “research” do JPMorgan.
A casa atribui uma recomendação de “overweight”, o que indica que, nos próximos seis a doze meses, espera que a acção venha a superar o retorno antecipado no universo dos analistas.
BESI com atenção no EBITDA e no “cash flow”
Também envolvido na privatização dos CTT, o BESI atribui um “target” de 7 euros, com uma recomendação de “comprar”.
Na nota de “research”, os analistas do Espírito Santo Invesment Banking citam a “forte” geração de “free cash flow” e a estimativa de crescimento do EBITDA (cerca de 5% ao ano entre 2013 e 2016) como os principais trunfos dos CTT.
O banco fala ainda no crescimento das receitas nos serviços financeiros, no aumento dos preços que compensam a queda no volume do serviço postal, nas iniciativas de corte de custos e no potencial de crescimento do correio expresso e de entregas de encomendas.
Entrar no PSI-20 pode ser positivo, segundo BCP
O MillenniumIB, a única entre as três entidades que não participou na operação de colocação em bolsa dos CTT, indica um “target” de 6,95 euros. É o preço-alvo mais reduzido mas que, ainda assim, dá margem para uma valorização de 11,7%.
“Acreditamos que os CTT beneficiam de uma estratégia sólida (um plano de negócios consistente, que tenta abrandar a queda das receita e aumentar as margens), ao mesmo tempo que controla os custos e mostra um forte balanço”, sintetiza a casa de investimento, com uma recomendação de “comprar (risco médio)”.
O dividendo “agressivo” também é elogiado, sendo que a casa de investimento do BCP salienta como uma vantagem a “possibilidade de [a empresa] ser incluída no índice português PSI-20 na revisão anual (que irá ocorrer em Março)”.
O BCP considera que a “entrega de boas notícias”, o título da nota de investimento, pode ser ainda mais intensa quando o Governo decidir vender a participação de 31,5% que continua a deter na empresa, através da Parpública. “Há apenas dois accionistas relevantes [Deutsche Bank, com 5%, e Goldman Sachs, com 2%] numa empresa com uma interessante reestruturação do plano de negócios, pelo que acreditamos que haverá investidores institucionais (parceiros estratégicos, …) dispostos a obter uma participação relevante