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Caldeirão da Bolsa

Fundos à la carte

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Fundos à la carte

por Bucks » 30/5/2015 19:44

Isto foi em 2013 (eu sei que já passou :wink: )

http://www.jornaldenegocios.pt/analises ... russo.html

Mas o meu instinto diz para não largar da mão... Isto falando no longo-prazo para a Rússia devido ao período de entrada em que entrei e bem...
Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca acabe
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Re: Fundos à la carte

por SMA200 » 30/5/2015 19:25

bucks Escreveu:Parvest Equity Russia Opportunities N-Capitalisation
LU0265268929:USD


+39.48%

Imagem

Estava a mostrar o C C em vez deste fundo (a designação da bloomberg quote estava errada) então aparecia a 55% mas este está nos 39%.

:pray:


Amigo bucks,
Sai da Rússia e toma os lucros, antes que as perdas tomem conta de ti, pois ou muito me engano ou a Rússia vai ser maioritariamente a descer até à subida da taxa de juros da Fed (os mercados antecipam-se aos eventos), isto porque, na minha opinião, o rublo começou e vai continuar a levar porrada face ao USD. Eu tive a experiência em maio-junho de 2013, o quão pode ser altamente corrosivo para os fundos a desvalorização das moedas locais de alguns países emergentes. E não te esqueças de que o grande suporte, até há pouco tempo, da brutal valorização dos fundos russos, foi a brutal valorização do RUB face ao USD após a brutal queda do RUB face ao USD.

Assim, se o forex começou a ficar contra ti e se não é expectável, nos próximos tempos, uma subida razoável do preço do petróleo, bem como não se está a vislumbrar, pelo contrário, uma melhoria dos fundamentais das empresas russas, então estás à espera de que para resgatar? Não me digas que estás investido para longo prazo, porque isso para mim é uma treta, dado que nós devemos ajustar a nossa estratégia/tática em função da evolução contínua do mercado, e desse modo não devemos ser passivos ou ficar parados perante as mudanças de tendência dos mercados.

Eu antes de escolher a roupa que cada dia vou vestir, consulto a meteorologia e espreito pela janela do quarto para ver como está o tempo, e, em função disso, é que vou escolher a roupa mais adequado para a expectável meteorologia. Eu estou a falar nisso porque acho que tu não és um investidor 100% passivo que escolhe um um único tipo de roupa térmica média que melhor se possa adaptar às 4 estações do ano (primavera, verão, outono e inverno). Mas já viste qual é o calor que esses passivos vão sentir em agosto no Algarve mesmo com um simples pulôver fino de lã, ou o frio que vão ter em janeiro na Serra da Estrela com esse mesmo pulôver? Eu então há certas alturas que mesmo nú, sinto demasiado calor, agora imagina como eu me sentiria se estivesse vestido com um pulôver de lã, uma coisa é certa, iria ter com certeza uma underperformance. :lol:

Um abraço.
O projetista do corpo humano feminino esteve muito mal quando concebeu as descargas dos efluentes gasosos e dos resíduos sólidos mesmo encostado ao "parque de diversões", pior ainda, foi ter colocado a descarga dos efluentes líquidos mesmo no interior do "parque de diversões". Conclusão: mesmo um arquitecto sábio e divino pode cometer erros básicos na conceção de um projeto. Ou seja, o projetista devia ter ouvido, préviamente, os destinatários do seu projeto e os utilizadores do "parque de diversões." - BedRock

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Re: Fundos à la carte

por SMA200 » 30/5/2015 18:42

O Alquimista Escreveu:
(...)
Não deixas, contudo, de ter razão: não vale a pena continuar a partir pedra. Podes ficar com a esmeralda e o rubi. Eu tenho a mina.


Amigo Alquimista,
Tu tens a mina pedra preciosa, e, se for o caso, qual é a cor predominante dessa mina; ou tens afinal a mina extrativa com o filão das pedras preciosas?

O Alquimista nunca fica atrás de uma saudável discussão, e quando a gente diz que estamos a treinar com umas vacas, ele diz que treina com toiros e que é proprietário da ganadaria, mas eu gosto é de gente assim com um overflow permanente de autoconfiança e com uma fina esperteza dentro de uma grossa inteligência.

Um abraço.
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 30/5/2015 18:20

Parvest Equity Russia Opportunities N-Capitalisation
LU0265268929:USD


+39.48%

Imagem

Estava a mostrar o C C em vez deste fundo (a designação da bloomberg quote estava errada) então aparecia a 55% mas este está nos 39%.

:pray:
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Fundos de distribuição

por Rick Lusitano (New) » 30/5/2015 17:56

Será que são as pessoas que estavam habituadas a investir em depósitos a prazo, obrigações e outros instrumentos de rendimento fixo, que foram "empurradas" para o investimento em fundos Income (distribuição de dividendos), devido ás taxas de juro e ao retorno real perto de 0 ou até mesmo negativos?

Funds People PT Escreveu:Dos 10 fundos mais vendidos na Europa, metade têm etiqueta ‘income’. Em cada quatro euros investidos no ano passado na Europa em fundos de ações, mais de um dirigiu-se a estes produtos. A Lipper analisa a tendência.


Fonte: Funds People PT - Fundos de distribuição de rendimentos, a grande tendência “silenciosa” na Europa (27 de Maio de 2015)
http://www.fundspeople.pt/noticias/103252
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Retail Distribution Review (RDR)

por Rick Lusitano (New) » 30/5/2015 17:47

A REVOLUÇÃO da RDR (Retail Distribution Review) no Reino Unido, vai supostamente terminar com os conflitos de interesse, entre os intermediários financeiros, as gestoras de activos, e os clientes. As recomendações (marketing) em relação aos fundos preferidos de cada intermediário, ficam mais limitadas.

Possivelmente, a RDR ou outra regulação semelhante, ao vir para Portugal, vai trazer mais facilmente, novas gestoras estrangeiras e novos fundos das gestoras já presentes em Portugal. Devido que os intermediários financeiros, preferem apenas comercializar poucos fundos, de modo a concentrar as vendas em poucos fundos e ganhar mais comissões por via de maior volume de vendas, em vez de dispersar as vendas em maior número de fundos. :pray:

Funds People PT - Que gestoras já começaram a registar “classes limpas” no país vizinho? (27 de Maio de 2015)
http://www.fundspeople.pt/noticias/103263
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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 30/5/2015 17:18

SMA200 Escreveu:Quanto ao rublo, abaixo vou postar um gráfico do rácio USD/RUB, no qual é visível a brutal valorização do RUB face ao USD, em cerca de 30%, no período de 1 de fevereiro a 18 de maio de 2015. Achas que aqui não há dedo do Banco Central russo e do diretório do Putin? É que se tu achas que tal valorização do RUB face ao USD foi exclusivamente obra dos ditos mercados, sem os russos estarem envolvidos, então não vale a pena continuar a partir pedra sobre o assunto, pois nesse caso tu ficas com a pedra preciosa rubi e eu fico com a esmeralda. :lol:


Seleccionaste um período temporal adequado à opinião que tens e ignoraste olimpicamente o que antecedeu essa valorização: ver gráfico. Também esqueces que só num dia (16/12/2014) o rublo sofreu uma queda semelhante à valorização que assinalas. Se o Putin e seu directório fossem assim tão valentes, não só não teriam permitido a queda do rublo, como o aumento da taxa de juro teria resultado.

Não deixas, contudo, de ter razão: não vale a pena continuar a partir pedra. Podes ficar com a esmeralda e o rubi. Eu tenho a mina.
Anexos
rublo.jpg
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Re: Fundos à la carte

por SMA200 » 30/5/2015 4:19

Artista Romeno Escreveu:a estratégia do sma200, pelo que entendo é um bocado apostar no que está a dar, basicamente jogar no momentum, e quando a sma200 for quebrada sair? estárei muito longe da verdade?


A minha estratégia e tática de investimento e de especulação são flexíveis e como tal não assentam e não são comandadas por regras pré-estabelecidas, isto porque os mercados estão continuamente a desconstruir a própria regra do mercado, por isso é que são voláteis. Ou seja, os mercados acabam por não ter regras, por isso são imprevisíveis e aleatórios.

Nós não devemos investir/especular com base na intuição ou sentimento pessoal, mas sim com base naquilo que podemos projetar ou estimar ser o sentimento maioritário ponderado do conjunto do peso dos investidores, dado que é este sentimento coletivo que determina os rumos e as tendências do mercado. E neste jogo, tal como no futebol, mais do que ter grandes estratégias e táticas académicas ou de jogar bonito com nota artística, o importante é marcar golos/ganhar dinheiro.

Cada vez me estou mais a convencer que é extremamente importante ler diariamente as notícias e as análises dos especialistas, saber distinguir as notícias e os artigos encomendados para tentar influenciar os investidores num determinado rumo, e em função disso e da análise atenta do trajeto dos preços dos ativos, bem como do suporte dos seus fundamentais, tentar prever o sentimento maioritário do rebanho que é determinístico para o rumo do mercado, sentimento esse que pode ser contrário aos fundamentais, por isso é que a AT é extremamente importante pois "mede" esse sentimento coletivo, embora com desfasamento temporal, mas, por sua vez, como esse sentimento coletivo é bastante volátil, então também temos que recorrer aos fundamentais dos ativos de modo a laminar ou achatar os picos da volatilidade de ultra curto prazo que é uma espécie de ruído que nos baralha e nos dificulta a formulação da equação do cenário mais ajustável à real equação volátil do mercado, que tem muitas variáveis, dificilmente extrapoláveis, e poucas ou nulas constantes.

Ou seja, se nós conseguíssemos definir um algoritmo flexível que fosse traduzindo a evolução do referido sentimento coletivo maioritário da população investidora, tínhamos então a estratégia, a tática e a solução para marcar golos e dar uma banhada à parte da população perdedora, mas como me parece que a obtenção desse tal algoritmo vai tender para o infinito, então até lá, há que continuar a ler, ler, estudar, estudar, analisar, analisar e aprender com os erros cometidos e assim tornarmos a nossa equação do investimento/especulação cada vez mais robusta.
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 30/5/2015 1:46

chico_laranja Escreveu:Sim...

Saltem todos dos ultradefensivos para os mais arriscados :twisted:

Quando o mercado for ao sítio logo sentem as dores.

O mercado neste momento está todo torcido por causa dos QEs e das guerras cambiais.

Convém a malta perceber as diferenças e no que se metem senão daqui a uns anos há que deus que estão enterrados em algo que lhes devorou 10-15% do capital quando pensavam que era dinheiro garantido :wall:


Um dos efeitos nefastos dos vários QE, foi esse mesmo, empurrar os aforradores para investirem em activos mais arriscados, HY, produtos estruturados, acções, etc. Devido ao aumento da procura por estes activos, gerou-se rallies e por conseguinte, diminui-se a volatilidade, daí, activos voláteis, agora parecem meninos de coro, calminhos ou quase-calmos, ou seja, com desvios-padrões mais baixos, que estão distorcidos da sua realidade habitual. Para além, que as taxas de juro, incentiva ao uso de alavancagens para investir, para não falar em consumir. Aumentando ainda mais os riscos.

Conclusão: Os QEs servem como objectivo final, para que as poupanças diminuam, seja por investimentos de alto risco, por pagamento de juros a alavancagens e empréstimos ou por pagamento cupões de emissões de dívida. E por conseguinte, aumentar a inflação.


É o toca lá a queimar a pilha de dinheiro que temos guardado a encher-se mofo. :twisted:
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 30/5/2015 1:13

Gizzy Escreveu:
bucks Escreveu:Eu por exemplo, possuo em euros e , dólares (a maior fatia), depois AUD, YEN, CHF e GBP... Tem mais a ver com as doses! É como num prato... :D


Obrigado pelo comentário, bucks :) De facto tenho a perceção que uma diversificação interessante terá também incluída esta questão das divisas...



Mas para quê tanta moeda estrangeira?! :wink:

Se queres ter exposição a um cabaz de divisas, de uma forma simples, basta comprar um fundo/ETF GLOBAL em EUR. Seja acções ou obrigações. Pois os activos são denominados nas várias moedas dos seus países de origem. Se for de Acções de empresas multinacionais, como a Apple, Nestlé, Heineken, etc, apesar de terem sede num país e exposição á moeda desse país, respectivamente, EUA/USD, Suiça/CHF, Holanda/EUR, as mesmas, têm exposição a outras moedas. Logo em fundos de Acções Globais em EUR, temos uma cascata de exposição a várias divisas.

Passando a exemplificar:

Fundo A, tem acções de várias multinacionais globais, que elas próprias têm exposição a várias moedas globais:

Acções USD :arrow: USD, EUR, GBP, JPY, AUD, CHF, CNY....
Acções EUR :arrow: USD, EUR, GBP, JPY, AUD, CHF, CNY....
Acções GBP :arrow: USD, EUR, GBP, JPY, AUD, CHF, CNY....
Acções JPY :arrow: USD, EUR, GBP, JPY, AUD, CHF, CNY....
Acções AUD :arrow: USD, EUR, GBP, JPY, AUD, CHF, CNY....
Acções CHF :arrow: USD, EUR, GBP, JPY, AUD, CHF, CNY....
Acções CNY :arrow: USD, EUR, GBP, JPY, AUD, CHF, CNY....
...



As empresas multinacionais de vários países, já fazem a conversão ou hedging cambial para a moeda do país de origem, (não é bem assim, é algo mais profundo, mas pelo bem de simplificação, vamos supor que fazem apenas a conversão ou hedging cambial).

Agora imaginemos que o Fundo A, originalmente está denominado em USD, o fundo vai fazer o mesmo processo de conversão ou hedging cambial, mas para o USD.

No final, o nosso fundo de Acções Globais em EUR, vai converter ou faz um hedge cambial para EUR.



Em fundos de Obrigações Globais ou regionais, o processo é parecido, visto que os governos ou empresas, pagam as obrigações e os cupões apenas na moeda do instrumento de dívida em causa, mas podem receber dinheiro em várias divisas, por exemplo, emitem obrigações em moeda local, ou em USD, em EUR, etc, no caso das empresas, especificamente, também recebem pagamentos dos bens e serviços por eles fornecidos, em várias divisas.


Isto tudo, sem nós termos que gerir a exposição ao Forex, nós próprios, e sem as comissões (spreads) cobrados pelos intermediários financeiros.
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Re: Fundos à la carte

por SMA200 » 30/5/2015 1:03

O Alquimista Escreveu:
SMA200 Escreveu:
Nos antigos países de leste, com governos diretórios comunistas ou socialistas, nessa altura, independentemente dos vários erros cometidos pela fraqueza da carne humana, quem é que mandava lá na altura, eram os mercados ou os politicos? (disclaimer: eu não sou, nunca fui e nunca serei comunista). Fracos são os homens que detêm os maiores poderes politicos, e, por inerência, os maiores poderes económico-financeiros e militares, e mesmo assim deixam-se corromper pelos ditos mercados ... a carne humana é realmente muito fraca e fácilmente é oxidada pelo poder financeiro.

Até hà pouco tempo quem mandava na prática em Portugal era o Dono Disto Tudo, agora são os mercados que mandavam então no Dono Disto Tudo ... as moscas mudam mas a trampa é a mesma.


O mercado manda independentemente da ideologia reinante. O Putin que o diga, com a recente queda do preço do petróleo e do rublo. O banco central russo bem tentou parar a queda da moeda aumentando a taxa de juro mas foi reacção de meio dia...Fica assim claro quem manda em quem, seja directório comunista, socialista, liberal, conservador, etc.

Ele pensava que mandava. Na realidade, era mandado pelos mercados.


Quanto ao rublo, abaixo vou postar um gráfico do rácio USD/RUB, no qual é visível a brutal valorização do RUB face ao USD, em cerca de 30%, no período de 1 de fevereiro a 18 de maio de 2015. Achas que aqui não há dedo do Banco Central russo e do diretório do Putin? É que se tu achas que tal valorização do RUB face ao USD foi exclusivamente obra dos ditos mercados, sem os russos estarem envolvidos, então não vale a pena continuar a partir pedra sobre o assunto, pois nesse caso tu ficas com a pedra preciosa rubi e eu fico com a esmeralda. :lol:

O rublo não é a lira turca, porque a Rússia não é a Turquia. Tu achas que a brutal recente desvalorização do JPY (iene) face ao USD é exclusivamente obra dos ditos mercados do forex e que não há dedo do Banco Central do Japão nessa desvalorização? Quem é que tem um grande potencial de comprar dólares através da utilização de ienes para comprar esses mesmos dólares? Não será o banco central e os bancos japoneses que recebem essa liquidez extra em JPY fruto do QE em curso? É que o Japão não é a Turquia. Vê lá se a rupia indiana está a ser atacada como foi atacada em maio-junho de 2013, tal como foi então brutalmente atacada a lira turca.

Os ditos mercados do forex são como as bactérias oportunistas cobardes, pois tal como elas que só reinam nas situações em que o sistema imunitário está debilitado, os especuladores também só atacam as moedas fracas nos países onde os bancos centrais e os governos não fizeram o seu trabalho de casa em garantir a necessária reserva em moedas hard currency, ou então porque não têm condições de garantir o volume necessário dessa reserva em moeda estrangeira forte, o que não foi o caso do banco central indiano com a vedeta do seu governador que não brinca em serviço e não é passivo perante os mercados.

Há bancos a comprar moeda, como especuladores, para a realização de posteriores mais-valias de ultra e/ou curto prazo.

Capturar 1.JPG
Capturar 1.JPG (35.37 KiB) Visualizado 5596 vezes
Editado pela última vez por SMA200 em 30/5/2015 1:42, num total de 2 vezes.
O projetista do corpo humano feminino esteve muito mal quando concebeu as descargas dos efluentes gasosos e dos resíduos sólidos mesmo encostado ao "parque de diversões", pior ainda, foi ter colocado a descarga dos efluentes líquidos mesmo no interior do "parque de diversões". Conclusão: mesmo um arquitecto sábio e divino pode cometer erros básicos na conceção de um projeto. Ou seja, o projetista devia ter ouvido, préviamente, os destinatários do seu projeto e os utilizadores do "parque de diversões." - BedRock

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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 30/5/2015 0:47

VirtuaGod Escreveu:
avataris Escreveu:Nós achamos o artigo interessante ao ponto de aqui o discutirmos, no entanto a importância que o resto das pessoas lhe dá é nenhuma. É verdadeiramente impressionante e preocupante o baixo nivel de cultura financeira.

Nem sabia que tinham facebook. Acabei por seguir o link da conclusão e é impressionante (ou não) as semelhanças entre a conclusão deles e a minha ao mesmo tempo que me tirou algumas dúvidas.

Como eu suspeitava o cliente_mistério "Está disposto a abdicar da liquidez e assumir algum risco".

As conclusões deles:

:arrow: "Os depósitos continuam a ser o produto mais recomendado";
:arrow: "O segundo produto mais recomendado, sugerido em sete bancos, são os fundos de investimento, mas nem sempre de forma diversificada. Ou seja, é indicado um fundo específico (por exemplo, um fundo de obrigações ou um fundo de tesouraria), o que não é o mais aconselhável. ";
:arrow: "Os seguros de capitalização (e planos mutualistas) foram recomendados por seis bancos. Estes produtos, apesar da vantagem fiscal de que beneficiam se aplicar pelo prazo de cinco anos e um dia, cobram comissões que diminuem bastante o rendimento";
:arrow: "Em nenhum dos bancos foi perguntado se esses 20 mil euros seriam as suas únicas poupanças, pois o conselho poderia ser bem diferente caso fossem";
:arrow: "O problema é maior quando se vendem soluções de capital garantido como se fossem depósitos, como acontece com os seguros de capitalização, planos mutualistas e produtos estruturados".

Chegaram facilmente às conclusões mais acertadas. As recomendações deles tb me parecem fazer sentido. Mesmo eu não concordando com as alocações da carteira de fundos deles estou certo que fazem melhor do que a média, se as taxas que vejo anunciadas por aí são reais (e não tenho razões para pensar que não o são).


Ainda gostava, que um selectores de fundos da Deco, se chegasse a frente, e explicasse os seus critérios de escolha. Se eu fosse um deles e não fosse um grande conhecedor desses produtos financeiros, optaria por escolher os fundos que tu mencionas no teu tópico ou os que estão neste tópico. A Deco é critica nos "conselhos" de investimentos por parte da banca de retalho, o que penso que faz bem, mas não aplica o mesmo critério nas suas próprias recomendações, seja qual for o tipo de produto financeiro. A Deco não é especialista em aconselhamento financeiro, e penso que não está autorizada pela CMVM, para essa função. A Deco deveria ficar pelas funções de fiscalização, esclarecimento e de informação. Que penso serem as funções dela, a Defesa do Consumidor.




VirtuaGod Escreveu:@avataris O pior é que são pessoas que gastam 1 hora há pesquisa de poupar 10 euros nuns sapatos nem se interessam pelos investimentos onde ganham ou perdem/deixam de ganhar muito mais. Das coisas que tb me faz mais confusão é quando o pessoal me diz algo estilo "Invisto por intuição" :wall:


Essa estória soa a familiar, mas era com iogurtes e não com sapatos. :mrgreen:

Não sei, se será por ler muito, estudar e meditar sobre os mercados e afins, que cada vez mais, o meu pensamento económico-financeiro soa a intuitivo, como se um reflexo rápido se tratasse. Sei que o que mencionas de investir por intuição, refere-se a pessoas, que investem mais com a emoção e excesso de confiança, do que com o uso de conhecimento/literacia financeira.
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Re: Fundos à la carte

por Rambaldi » 30/5/2015 0:43

Rick Lusitano (New) Escreveu:
VirtuaGod Escreveu:
bucks Escreveu:Fidelity EMEA E-acc com 4 estrelas!!!

http://www.morningstar.pt/pt/funds/snapshot/snapshot.aspx?id=F000000F7B

E com montantes de 17 euros de mínimo. O único Fidelity que reune todas as vantagens (a meu ver).
Tem dado mostras de se aguentar bem...
Para diverisiicar, é uma opção a ponderar...
:-"

EMEA não é apenas uma questão a ponderar. Deve fazer parte de qualquer carteira diversificada. Ando de olho nele :wink:



:shock:

Andas a checkar-lo?! Qual a tua motivação?

Que mais valia encontras neste fundo? Principalmente por gerou retornos anualizados a 3 e a 5 anos inferiores a 10%. Tens fundos com menos risco e melhores desempenhos. :wink:


Concordo com o Rick. O retorno deste fundo não compensa o risco a que está exposto. Nem serve para descorrelacionar a carteira pois em 2008 e 2011 os resultados foram muito fracos.

Até prefiro o Schroder ISF Frontier Markets Eq B (LU0562314475)
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 30/5/2015 0:17

VirtuaGod Escreveu:
bucks Escreveu:Fidelity EMEA E-acc com 4 estrelas!!!

http://www.morningstar.pt/pt/funds/snapshot/snapshot.aspx?id=F000000F7B

E com montantes de 17 euros de mínimo. O único Fidelity que reune todas as vantagens (a meu ver).
Tem dado mostras de se aguentar bem...
Para diverisiicar, é uma opção a ponderar...
:-"

EMEA não é apenas uma questão a ponderar. Deve fazer parte de qualquer carteira diversificada. Ando de olho nele :wink:



:shock:

Andas a checkar-lo?! Qual a tua motivação?

Que mais valia encontras neste fundo? Principalmente por gerou retornos anualizados a 3 e a 5 anos inferiores a 10%. Tens fundos com menos risco e melhores desempenhos. :wink:
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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 30/5/2015 0:03

O Alquimista Escreveu:Não há Banco Central, forte ou fraco, bom ou mau, que evite o crash bolsista; quando muito pode retardar.


Ouçamos os especialistas da área:

A focus on financial instability also implies that central banks will respond to disruptions in the financial markets even if the stock market is not a major concern. For example, as described in Maisel (1973), Brimmer (1989) and Mishkin (1991), the Fed responded aggressively to prevent a financial crisis after the Penn-Central bankruptcy in June 1970 without much concern for developments in the stock market even though it had an appreciable decline from its peak in late 1968.
(...)
These examples suggest the importance of having a central bank focus on the potential of financial instability per se. Too much of a focus on the stock market rather than on the potential for financial instability might lead central banks to fail to take appropriate actions as in 1970, 1998, and 2001, when the level of the stock market was not a primary concern. Too great a focus on the stock market also presents other dangers for central banks. Too much attention on asset prices, in this case common stocks, can lead to the wrong policy responses. The optimal response to a change in asset prices very much depends on the source of the shock to these prices and the duration of the shock. An excellent example of this pitfall of too much focus on an asset price is the tightening of monetary policy in Chile and New Zealand in response to the downward pressure on the exchange rate of their currencies in the aftermath of the East Asian and Russian crises in 1997 and 1998 (see Mishkin and Schmidt-Hebbel, 2002).
(...)
A second problem with the central bank focusing too much on stock prices is that it raises the possibility that the central bank will be made to look foolish. The linkage between monetary policy and stock prices, although an important part of the transmission mechanism, is still nevertheless, a weak one. Most fluctuations in stock prices occur for reasons unrelated to monetary policy, either reflecting real fundamentals or animal spirits. The loose link between monetary policy and stock prices therefore means that the ability of the central bank to control stock prices is very limited.
(...)
An third problem with focusing on stock prices is that it may weaken support for a central bank because it looks like it is trying to control too many elements of the economy.
(...)
A fourth problem with too much focus on the stock market is that it may create a form of moral hazard. Knowing that the central bank is likely to prop up the stock market if it crashes, the markets are then more likely to bid up stock prices.
(...)
This assumption is highly dubious because it is hard to believe that the central bank has this kind of informational advantage over private markets. Indeed, the view that government officials know better than the markets has been proved wrong over and over again.

Retirado de um paper que pode ser consultado aqui:

http://www.ritholtz.com/blog/2015/05/u- ... ry-policy/
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 29/5/2015 23:55

bucks Escreveu:
mpcsousa Escreveu:Boa noite a todos!

Desculpem estar a chatear com o tem......até porque acho que já vi algo por aqui e não consigo voltar a encontrar.....

Alguém me pode dizer onde consigo ver os fundos que a DeGiro tem para subscrição????

Aquela "gaita", além de não ter uma imensidão de fundos disponíveis (e mais concretamente, a maioria dos que por aqui são falados), os que tem não consigo encontrar info nenhuma sobre os mesmos.......utilizo o Teletrader, e não aparece nada.....no site da morninstar idem.....man,,,,irritante!!! :evil:

Abraços!!

P.S. - O Nordea que o Bucks me aconselhou para "iniciar actividade", não existe na DeGiro.


Penso que a DeGiro não tem fundos de investimento...
Só no Beste tens Nordea. Tenho Activobank e Montepio.



Pelo que me recordo de ver no site ainda por completar, da DeGiro, os fundos de investimento que têm, são fundos de mercado monetário, que servem como se fosse depósitos á ordem.
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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 29/5/2015 16:51

SMA200 Escreveu:
Nos antigos países de leste, com governos diretórios comunistas ou socialistas, nessa altura, independentemente dos vários erros cometidos pela fraqueza da carne humana, quem é que mandava lá na altura, eram os mercados ou os politicos? (disclaimer: eu não sou, nunca fui e nunca serei comunista). Fracos são os homens que detêm os maiores poderes politicos, e, por inerência, os maiores poderes económico-financeiros e militares, e mesmo assim deixam-se corromper pelos ditos mercados ... a carne humana é realmente muito fraca e fácilmente é oxidada pelo poder financeiro.

Até hà pouco tempo quem mandava na prática em Portugal era o Dono Disto Tudo, agora são os mercados que mandavam então no Dono Disto Tudo ... as moscas mudam mas a trampa é a mesma.


O mercado manda independentemente da ideologia reinante. O Putin que o diga, com a recente queda do preço do petróleo e do rublo. O banco central russo bem tentou parar a queda da moeda aumentando a taxa de juro mas foi reacção de meio dia...Fica assim claro quem manda em quem, seja directório comunista, socialista, liberal, conservador, etc.

Ele pensava que mandava. Na realidade, era mandado pelos mercados.
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Re: Fundos à la carte

por Artista Romeno » 29/5/2015 16:49

a estratégia do sma200, pelo que entendo é um bocado apostar no que está a dar, basicamente jogar no momentum, e quando a sma200 for quebrada sair? estárei muito longe da verdade?
As opiniões expressas baseiam-se essencialmente em análise fundamental, e na relação entre o valor de mercado dos ativos e as suas perspectivas futuras de negocio, como tal traduzem uma interpretação pessoal da realidade,devendo como tal apenas serem consideradas como uma perspetiva meramente informativa sobre os ativos em questão, não se constituindo como sugestões firmes de investimento
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Re: Fundos à la carte

por SMA200 » 29/5/2015 16:32

O Alquimista Escreveu:
SMA200 Escreveu:
Está a haver uma certa dificuldade em interpretar as entrelinhas e o core do meu raciocínio, a saber:
Eu não disse que a China podia sempre evitar um crash bolsista, o que eu disse é que na China é extremamente improvável haver um crash politico e com um mercado devidamente regulado, acompanhado, monitorizado e inspecionado, torna-se mais dificil haver um crash bolsista. Hoje em dia quase tudo é condicionado direta ou indiretamente e dizer que os mercados bolsistas são totalmente livres é uma treta, porque não são. Então se os mercados são condicionados pela politica e pela regulação, por definição, para o bem ou para o mal, haverá assim menos probabilidade de ocorrência dos excessos dos extremos (crashs ou "banquetes romanos"), que afinal será sempre o grande objetivo de qualquer regulação, seja ela monetária, económico-financeira ou das restantes áreas da sociedade como a saúde, o saneamento básico, etc.

Cada vez mais as sociedades têm que ser reguladas por entidades reguladoras fortes, e a regulação existe para garantir que os processos não se afastem da linha de equilíbrio de autossustenção.
Apesar das asneiras que o Homem faz à Terra onde vive e ao seu próprio corpo, nós ainda temos uma esperança de vida da ordem dos 80 anos e a Terra ainda não entrou em crash para a sobrevivência das espécies animais e botânicas, porque este planeta tem uma grande resiliência e uma grande capacidade de autodepuração, devido à existência de vários fenómenos que tendem para o equilibrio. Ou seja, de algum modo o planeta Terra tem uma espécie de uma autoridade reguladora forte que lhe garante, até certo ponto, a sua preservação e a nossa sobrevivência.

A "regulação" da marca do meu carro a diesel impõe o corte eléctrónico da alimentação a mais de 250 Km/hora, quando a viatura tem hp (horsepower) suficientes para atingir a velocidade da ordem dos 300 Km/hora. Eu posso ter um crash com o meu carro? Posso, mas com a limitação da velocidade máxima está-se a diminuir a probabilidade de maiores danos próprios e colaterais. Ou seja, apesar do carro ser meu e estar pago, eu não sou totalmente livre em utilizar a sua máxima potência, mesmo violando as regras do código da estrada.

Um inocente pode ser condenado e um assassino pode nunca ser preso, mas isso não quer dizer que essas disfunções jurídicas seja culpa dos juízes ou dos coletivos de juízes. A fuga de capitais à tributação só é ainda possivel devido à existência de sociedades offshores. Acabem com as offshores e vão ver que os contribuintes sem offshores vão pagar menos impostos. E como é que tais disfunções são possiveis? Devido às lacunas legislativas, processuais ou de meios de prova, as quais são utilizadas em proveito próprio pelos mais espertos ou inteligentes, logo os sistemas estão desequilibrados e mal regulados, isto porque, por definição, a justiça deve ser universal e equitativa quer para os espertos quer para os burros. O Estado e as diversas entidades regulatórias é que devem ser o garante de uma verdadeira democracia de iguais oportunidades à partida.

Eu acredito minimamente na livre concorrência dos mercados? Acredito. Eu acredito totalmente na livre concorrência dos mercados? Não.


A política, como aliás tudo, é condicionada pelos mercados. Não é preciso haver crash político para haver crash bolsista. Em 2008-2009 não houve crash político na China mas houve crash bolsista. Nessa altura também se estava perante um mercado "altamente" regulamentado. O crash não conhece ideologia, logo em termos de probabilidade é tudo igual. Ainda não foi feita toda a história sobre os efeitos do não muito distante crash na cotação do ouro e o seu reflexo na China...


Essa da politica, como tudo, ser condicionada pelos mercados, é uma visão mercantilista que nos é vendida, designadamente, por uma Europa politicamente fraca e por um governo português fraco, e issso é feito no interesse de quem? Dos mais frágeis países do Sul? Não, pelo contrário, no interesse dos países mais poderosos como a Alemanha, que na realidade são os mercados. Os mercados não são entidades abstratas sem rosto, têm mas é rostos camuflados como as offshores, sendo que há vasos comunicantes entre as offshores e os ditos mercados. Cortem essas ligações umbilicais e reforçem o poder regulatório e inspetivo aos mercados e acabem com os politicos que se põem ao serviço dos mercados e não ao serviço das popuçlações que os elegem, e aí vamos ver se os mercados são assim tão fortes em mandar na verdadeira politica soberana e independente titulada por politicos sérios e fortes.

Nos antigos países de leste, com governos diretórios comunistas ou socialistas, nessa altura, independentemente dos vários erros cometidos pela fraqueza da carne humana, quem é que mandava lá na altura, eram os mercados ou os politicos? (disclaimer: eu não sou, nunca fui e nunca serei comunista). Fracos são os homens que detêm os maiores poderes politicos, e, por inerência, os maiores poderes económico-financeiros e militares, e mesmo assim deixam-se corromper pelos ditos mercados ... a carne humana é realmente muito fraca e fácilmente é oxidada pelo poder financeiro.

Até hà pouco tempo quem mandava na prática em Portugal era o Dono Disto Tudo, agora são os mercados que mandavam então no Dono Disto Tudo ... as moscas mudam mas a trampa é a mesma.
O projetista do corpo humano feminino esteve muito mal quando concebeu as descargas dos efluentes gasosos e dos resíduos sólidos mesmo encostado ao "parque de diversões", pior ainda, foi ter colocado a descarga dos efluentes líquidos mesmo no interior do "parque de diversões". Conclusão: mesmo um arquitecto sábio e divino pode cometer erros básicos na conceção de um projeto. Ou seja, o projetista devia ter ouvido, préviamente, os destinatários do seu projeto e os utilizadores do "parque de diversões." - BedRock

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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 29/5/2015 15:33

SMA200 Escreveu:
Está a haver uma certa dificuldade em interpretar as entrelinhas e o core do meu raciocínio, a saber:
Eu não disse que a China podia sempre evitar um crash bolsista, o que eu disse é que na China é extremamente improvável haver um crash politico e com um mercado devidamente regulado, acompanhado, monitorizado e inspecionado, torna-se mais dificil haver um crash bolsista. Hoje em dia quase tudo é condicionado direta ou indiretamente e dizer que os mercados bolsistas são totalmente livres é uma treta, porque não são. Então se os mercados são condicionados pela politica e pela regulação, por definição, para o bem ou para o mal, haverá assim menos probabilidade de ocorrência dos excessos dos extremos (crashs ou "banquetes romanos"), que afinal será sempre o grande objetivo de qualquer regulação, seja ela monetária, económico-financeira ou das restantes áreas da sociedade como a saúde, o saneamento básico, etc.

Cada vez mais as sociedades têm que ser reguladas por entidades reguladoras fortes, e a regulação existe para garantir que os processos não se afastem da linha de equilíbrio de autossustenção.
Apesar das asneiras que o Homem faz à Terra onde vive e ao seu próprio corpo, nós ainda temos uma esperança de vida da ordem dos 80 anos e a Terra ainda não entrou em crash para a sobrevivência das espécies animais e botânicas, porque este planeta tem uma grande resiliência e uma grande capacidade de autodepuração, devido à existência de vários fenómenos que tendem para o equilibrio. Ou seja, de algum modo o planeta Terra tem uma espécie de uma autoridade reguladora forte que lhe garante, até certo ponto, a sua preservação e a nossa sobrevivência.

A "regulação" da marca do meu carro a diesel impõe o corte eléctrónico da alimentação a mais de 250 Km/hora, quando a viatura tem hp (horsepower) suficientes para atingir a velocidade da ordem dos 300 Km/hora. Eu posso ter um crash com o meu carro? Posso, mas com a limitação da velocidade máxima está-se a diminuir a probabilidade de maiores danos próprios e colaterais. Ou seja, apesar do carro ser meu e estar pago, eu não sou totalmente livre em utilizar a sua máxima potência, mesmo violando as regras do código da estrada.

Um inocente pode ser condenado e um assassino pode nunca ser preso, mas isso não quer dizer que essas disfunções jurídicas seja culpa dos juízes ou dos coletivos de juízes. A fuga de capitais à tributação só é ainda possivel devido à existência de sociedades offshores. Acabem com as offshores e vão ver que os contribuintes sem offshores vão pagar menos impostos. E como é que tais disfunções são possiveis? Devido às lacunas legislativas, processuais ou de meios de prova, as quais são utilizadas em proveito próprio pelos mais espertos ou inteligentes, logo os sistemas estão desequilibrados e mal regulados, isto porque, por definição, a justiça deve ser universal e equitativa quer para os espertos quer para os burros. O Estado e as diversas entidades regulatórias é que devem ser o garante de uma verdadeira democracia de iguais oportunidades à partida.

Eu acredito minimamente na livre concorrência dos mercados? Acredito. Eu acredito totalmente na livre concorrência dos mercados? Não.


A política, como aliás tudo, é condicionada pelos mercados. Não é preciso haver crash político para haver crash bolsista. Em 2008-2009 não houve crash político na China mas houve crash bolsista. Nessa altura também se estava perante um mercado "altamente" regulamentado. O crash não conhece ideologia, logo em termos de probabilidade é tudo igual. Ainda não foi feita toda a história sobre os efeitos do não muito distante crash na cotação do ouro e o seu reflexo na China...
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 29/5/2015 15:24

A CONSTITUIÇÃO DAS EQUIPAS DA ENTIDADE QUE AGORA PERTENCE AO GRUPO CIMD
A nova face da Millennium Gestão de Activos
Quais os novos elementos da MGA e qual o processo de investimento seguido? Em primeira mão, uma “fotografia” da entidade recém-formada.


Mantendo ainda a denominação de Millennium Gestão de Activos (MGA), a entidade adquirida pelo Grupo CIMD, apresenta-se já na nova morada e com a equipa formada (foto 1, administradores foto 2). Atualmente com o título de maior grupo independente da gestão de ativos nacional, a MGA acumula cerca de 1.600 milhões de euros em ativos sob gestão, e conta agora com 28 colaboradores, dos quais 11 estão dedicados ao processo de investimento.

As “caras” e as equipas
Carlos Pinto Ferreira foi um dos nomes que transitou para a entidade recém adquirida, continuando a liderar a Direção de Investimentos (foto 3). O profissional que conta com cinco de anos de experiência na área de gestão de ativos, explicou à Funds People Portugal qual o atual posicionamento da MGA, quais os rostos que integram a equipa, e qual a configuração de produto. Em primeiro lugar esclareceu precisamente uma das questões relacionadas com a atuação em termos dos fundos de investimento: “Em determinados produtos o advisory efetuado pela F&C vai manter-se”, enquanto noutros a gestão regressará à MGA.

É de uma mescla de nomes que transitaram da MGA ainda pertencente ao Millennium BCP, de outras entidades nacionais, e ainda do próprio Grupo CIMD, que nasce a equipa de investimentos atual, que Carlos Pinto Ferreira entende estar para já fechada, colocando-se a hipótese de reforços apenas “à medida que o caminho for sendo trilhado”.

- Equipa de Ações (foto 4)
Uma das importantes equipas criadas neste âmbito é a de Ações. Dela fazem parte Francisco Martins, que passou pela F&C , Nuno Marques, anteriormente na Banif Gestão de Activos e, por fim, António Dias, vindo da Intermoney. A análise do universo de investimento encontra-se repartida pela equipa, sendo a tomada de decisões efetuada de forma colegial. Nuno Marques assume-se como o gestor “oficial” do Millennium Acções Portugal, precisamente um dos fundos que passa a estar totalmente a cargo da Millennium Gestão de Activos. Outra das novidades prende-se com o fundo Millennium Mercados Emergentes, que a médio prazo deixará de ser gerido pela F&C Management Limited passando para a esfera da MGA.

-Equipa de Obrigações e Equipa Multi-ativos (foto 5)
Nestas duas equipas surgem os nomes de Humberto Simões, vindo da Intermoney, e David Pinheiro, que permance na MGA. O primeiro profissional ficará a cargo de alguns fundos de obrigações da casa, como o Millennium Liquidez ou o Millennium Euro Taxa Variável, enquanto David Pinheiro terá a seu cargo os fundos Multi-ativos e os PPR.

- Equipa de direção de novos produtos e produtos alternativos (foto 6)
Esta equipa é constituída por Rui Machado, que esteve na origem da Valor Alternativo, posteriormente vendida e hoje denominada de Dunas Capital, e Ricardo Libano, vindo da Lusopartners. Esta área terá a responsabilidade de selecionar produtos para os fundos de fundos da entidade e é responsável também pela seleção de fundos alternativos.

Dentro da equipa de investimentos importa ainda referir a 'cúpula' de execução, que é composta por Carlos Lages (também na foto 5), que transita da MGA.

O diretor de investimentos da entidade destacou ainda à Funds People o valor proveniente do cruzamento das valências nas áreas de obrigações e ações agora verificado. “Vai ser uma mais-valia importante, porque através da interação destas duas áreas ficamos a conhecer melhor as empresas, o que proporcionará um processo de tomada de decisões de investimento mais robusto, com benefício para todos os participantes”.


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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 29/5/2015 15:19

ENTREVISTA A SZE SZE YAP, ESPECIALISTA DE PRODUTO DA SCHRODERS
A Ásia, através dos olhos da Schroders
Sze Sze Yap, especialista de produto da entidade, revela a sua visão sobre o mercado de ações asiático, explicando como a canalizam através dos produtos da gama.

Conhece os três D? Não, não estamos a falar de imagens tridimensionais. É a abreviatura de desalavancagem, demografia e disrupção tecnológica (inclui as mudanças exercidas pelo avanço das tecnologias sobre o mercado de trabalho), três factores presentes atualmente nos mercados asiáticos onde existe ainda outro D importante: a deflação. Estes conceitos cristalizam a visão da Schroders sobre as ações asiáticas, que dão lugar a um posicionamento cauteloso no curto prazo, mas positivo no longo prazo. Sze Sze Yap, especialista de produto da entidade, encarrega-se de ampliar esta visão e de explicar como é que esta se canaliza através dos produtos da sua gama de fundos que investem nos países asiáticos: o Schroder ISF Asian Opportunities e o Schroder ISF Emerging Asia.

Os fundamentais asiáticos continuam sólidos
A especialista dá mais detalhes sobre a visão macro da empresa: “Vemos que a história de crescimento estrutural ainda é consistente: a Índia está em melhor posição e a China está a efetuar uma restruturação, sendo necessário que passe à fase seguinte de crescimento de mais qualidade e maior estabilidade. Acreditamos que estão na direção certa, mas ainda demorará tempo até que encaminhem. Por outro lado afirma que “as injeções de liquidez dos bancos centrais distorceram e continuam a distorcer a economia asiática, produzindo uma deslocação das bolsas e do crescimento económico”.

Dito isto, a visão da gestora é de que os fundamentais da região continuam a mostrar força. A profissional destaca o baixo nível de endividamento – embora sublinhe que “é excessivo em alguns sectores” – os resultados positivos das reformas estruturais levadas cabo na Índia e na Indonésia e, em linhas gerais, a melhoria das condições económicas no continente, o que leva a prever que “o impacto sobre o mercado, proveniente da subida das taxas da Reserva Federal não provocará fortes fluxos de saída”. Também destaca a margem de manobra dos bancos centrais da região. “Embora alguns tenham estado sob pressão por causa da queda dos preços das matérias primas, como as taxas estavam altas tinham margem para cortá-las. A inflação não é um problema”.

De um ponto de vista de longo prazo, a região é bastante interessante em comparação com o resto do mundo; o problema são as valorizações. Muitas empresas que gostamos tornaram-se caras, e se agora recolhermos alguns lucros restam poucas opções para comprar”, resume Yap. Esta conclui que “para os investidores que tenham estômago para lidar com a volatilidade, o Schroder ISF Asian Opportunities é uma boa opção porque não se tem movido tanto como o mercado, porque investe em títulos diferentes do índice”.

Porque é que o rally chinês é preocupante?
O caso do rally da bolsa chinesa merece uma menção à parte, que é necessária para compreender posteriormente o processo de seleção de ações para ambos os fundos, dado que atualmente a China constitui a maior parte do universo de ações asiáticas. Yap assinala que, depois da conexão das bolsas de Shangai (ações classe A) e de Hong Kong (ações classe H), “o dinheiro do retalho transferiu-se da China para Hong Kong”. A especialista explica que “um terço do mercado de ações está composto por investidores com muito pouca literacia, e não compram um título por um determinado motivo estudado ou refletido, mas são sim guiados pelo sentimento, o que é um factor indicativo do quão insignificante se tornou o mercado”. Por isso acredita que “se acontecer uma correção, esta pode ser muito perigosa”.

Sze Sze não tem dúvidas ao afirmar que o mercado chinês é “uma armadilha em termos de valor”. Comenta em particular que “os bancos estão baratos por uma razão: o crédito dos balanços não foi bem usado: Não acreditamos que vá acontecer uma crise, mas vamos ter de avaliar se alguns bancos terão de ser resgatados pelo governo”. A equipa da Schroders também optou por evitar os títulos relacionados com sector imobiliário e de infraestruturas e, em geral, mostram-se mais céticos com as reformas do que os seus concorrentes, o que os leva a refletir mais aquando da seleção de títulos.

“A prioridade do governo não é melhorar o valor acrescentado para os acionistas, mas sim consertar a economia e manter a estabilidade social”, recorda a especialista. No entanto sublinha que “a China é um mercado demasiado grande para ser ignorado. A sua inclusão nos índices vai atrair muitos fundos e ETF e para qualquer investidor internacional vai tornar-se uma parte importante do índice”.

Similitudes e diferenças entre fundos
Dito isto, a especialista analisa as diferenças de características dos produtos da gama asiática: o Schroder ISF Asian Opportunities e o Schroder ISF Emerging Asia. A gestora inglesa conta com 38 analistas em sete países asiáticos que trabalham lado a lado com uma equipa gestora composta por oito gestores e cinco especialistas, todos com uma média de 21 anos de experiência. Esta equipa encarrega-se da gestão de ambos os fundos, e as principais diferenças entre ambos residem precisamente na visão sobre a China.

O Schroder ISF Asian Opportunities pode investir até 20% em Hong Kong e 20% na China continental, evitando as empresas do Estado e as do sector bancário. Este fundo tem ainda uma maior exposição à Coreia do Sul, um país com bons fundamentais e empresas de qualidade,

O Schroder ISF Emerging Asia por outro lado oferece uma exposição mais diversificada à China, que pode chegar a pesar até 40% da carteira. Atualmente subponderam o sector bancário, apesar da especialista clarificar que “atualmente existem títulos de maior qualidade no sector”.


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Re: Fundos à la carte

por SMA200 » 29/5/2015 15:10

O Alquimista Escreveu:Não há Banco Central, forte ou fraco, bom ou mau, que evite o crash bolsista; quando muito pode retardar. O crash tanto acontece aqui, como na China ou na Cochinchina. Um pouco por todo o lado a entidade reguladora do mercado de capitais pode suspender a negociação, recorrendo por exemplo à suspensão da negociação ou aos circuit breakers, mas jamais evitará o crash. Que o diga o bes ou a pt (o crash não é só de uma bolsa). Foi o que se passou em plena crise do subprime: por mais que evitassem posições curtas sobre activos da área financeira (ex. bancos, seguradoras), a cotação não parou de cair. Uma rápida consulta ao shangai composite ou ao fxi tendo por referência aquela crise tirará qualquer dúvida. Acresce que não consta que a China seja uma excepção à tese do "cisne negro".


Está a haver uma certa dificuldade em interpretar as entrelinhas e o core do meu raciocínio, a saber:
Eu não disse que a China podia sempre evitar um crash bolsista, o que eu disse é que na China é extremamente improvável haver um crash politico e com um mercado devidamente regulado, acompanhado, monitorizado e inspecionado, torna-se mais dificil haver um crash bolsista. Hoje em dia quase tudo é condicionado direta ou indiretamente e dizer que os mercados bolsistas são totalmente livres é uma treta, porque não são. Então se os mercados são condicionados pela politica e pela regulação, por definição, para o bem ou para o mal, haverá assim menos probabilidade de ocorrência dos excessos dos extremos (crashs ou "banquetes romanos"), que afinal será sempre o grande objetivo de qualquer regulação, seja ela monetária, económico-financeira ou das restantes áreas da sociedade como a saúde, o saneamento básico, etc.

Cada vez mais as sociedades têm que ser reguladas por entidades reguladoras fortes, e a regulação existe para garantir que os processos não se afastem da linha de equilíbrio de autossustenção.
Apesar das asneiras que o Homem faz à Terra onde vive e ao seu próprio corpo, nós ainda temos uma esperança de vida da ordem dos 80 anos e a Terra ainda não entrou em crash para a sobrevivência das espécies animais e botânicas, porque este planeta tem uma grande resiliência e uma grande capacidade de autodepuração, devido à existência de vários fenómenos que tendem para o equilibrio. Ou seja, de algum modo o planeta Terra tem uma espécie de uma autoridade reguladora forte que lhe garante, até certo ponto, a sua preservação e a nossa sobrevivência.

A "regulação" da marca do meu carro a diesel impõe o corte eléctrónico da alimentação a mais de 250 Km/hora, quando a viatura tem hp (horsepower) suficientes para atingir a velocidade da ordem dos 300 Km/hora. Eu posso ter um crash com o meu carro? Posso, mas com a limitação da velocidade máxima está-se a diminuir a probabilidade de maiores danos próprios e colaterais. Ou seja, apesar do carro ser meu e estar pago, eu não sou totalmente livre em utilizar a sua máxima potência, mesmo violando as regras do código da estrada.

Um inocente pode ser condenado e um assassino pode nunca ser preso, mas isso não quer dizer que essas disfunções jurídicas seja culpa dos juízes ou dos coletivos de juízes. A fuga de capitais à tributação só é ainda possivel devido à existência de sociedades offshores. Acabem com as offshores e vão ver que os contribuintes sem offshores vão pagar menos impostos. E como é que tais disfunções são possiveis? Devido às lacunas legislativas, processuais ou de meios de prova, as quais são utilizadas em proveito próprio pelos mais espertos ou inteligentes, logo os sistemas estão desequilibrados e mal regulados, isto porque, por definição, a justiça deve ser universal e equitativa quer para os espertos quer para os burros. O Estado e as diversas entidades regulatórias é que devem ser o garante de uma verdadeira democracia de iguais oportunidades à partida.

Eu acredito minimamente na livre concorrência dos mercados? Acredito. Eu acredito totalmente na livre concorrência dos mercados? Não.
O projetista do corpo humano feminino esteve muito mal quando concebeu as descargas dos efluentes gasosos e dos resíduos sólidos mesmo encostado ao "parque de diversões", pior ainda, foi ter colocado a descarga dos efluentes líquidos mesmo no interior do "parque de diversões". Conclusão: mesmo um arquitecto sábio e divino pode cometer erros básicos na conceção de um projeto. Ou seja, o projetista devia ter ouvido, préviamente, os destinatários do seu projeto e os utilizadores do "parque de diversões." - BedRock

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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 29/5/2015 15:08

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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 29/5/2015 15:06

Actividades ilegais constituem parte integrante do sucesso no sector financeiro
Se errar é humano, no caso da banca, é possível afirmar que errar duas, três ou mil vezes é, no mínimo, desumano. Sete anos passados sobre a Grande Recessão por ela provocada, nem as pesadas multas a que tem estado exposto o sector servem para aumentar os níveis de ética no seu interior, como demonstra um relatório recente que avaliou o (mau) comportamento persistente de profissionais norte-americanos e britânicos que nele trabalham. O tema abre a newsletter desta semana a ferver no que à corrupção diz respeito. Sobre temáticas mais coloridas escreve também o VER, fazendo uma antevisão do seminário “Somos o que partilhamos”, que irá reunir organizações do sector social numa tarde de conversas abertas dedicadas a temas chave para a sua sustentabilidade, em conjunto com a cobertura do arranque da 10ª Semana da Responsabilidade Social, a qual elegeu o voluntariado empresarial como pontapé de “entrada” para um conjunto variado de temáticas que a todos dizem respeito. De parabéns está o projecto Novos Povoadores, a celebrar o seu 10º aniversário, com um dos seus fundadores a assinar a rubrica de Opinião, e de regresso está o barómetro da ACEGE, desta feita com novos parceiros, que revela que o estado de espírito em relação ao país, por parte dos empresários inquiridos e face há um ano, continua “moderadamente optimista”.

“Se não fazes batota é porque não te estás a esforçar suficientemente”
– Trader de um grande banco apanhado em esquema fraudulento


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