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Caldeirão da Bolsa

Fundos à la carte

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 4/3/2014 13:48

Apenas mais uma nota e como os nºs podem enganar os menos atentos.

Infelizmente o momento negro de 2007-2009 está a fugir das estatísticas pois acabou há 5 anos.

Era interessante a MS ter dados a 7 ou 8 anos pois aí apanhava em cheio com a queda do Subprime e com a recuperação.

É bastante comum olhar para os ganhos a 5 anos de fundos de acções e vermos 20-25% anualizados :twisted:.

É preciso é contextualizar isso pois 5 anos bate certo com o fundo pós crise sub-prime pelo que são nºs irreais.
Ao fim de semana o tempo é para o mercado dos afectos para com a cara metade e com os filhos .
Uma vez que o meu tempo disponível para o acompanhar o fórum é mínimo, se precisarem de algo da minha parte mandem PM que tento passar por cá.
Um abraço e bons investimentos.
 
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Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 4/3/2014 13:43

scapy11 Escreveu:
Boas Chico,

Sim, eu sei, esse iria por uma pequena percentagem da minha carteira entre 5 a 10%, sendo um mercado muito volatil, nao iria alocar muito para tentar dormir descansado 8-)

De resto achas que está bem diversificada, alteravas alguma?
Obrigado pela ajuda


scapy

Eu não dava mais de 2.5-5% a esse fundo.

De resto depende um pouco do que queres.

Se o CS Glbl Prestige é para apostar no sector do consumo é melhor o Eurizon Consumer Staples(ou similares) mas obriga a entrar logo com quase 200€ (UP a quase 180€). É mais calmo que o CS pois aposta em mainstreams e o CS aposta apenas nas marcas de luxo logo o Eurizon sofre menos pois Longines ou Louis Vuitton não se compra sempre mas cereais para comer e sabão para tomar banho usa-se sempre.

Olhando para os números neste caso concreto:

DPx3 é algo que pode acontecer em situações catastróficas logo um fundo com DP de 13% poderá perder 40% numa queda grande(pode ser em ano e meio. Em 2008 a queda começou em Nov-Dez/07 e acabou em Fev/09) mas um com DP de 17 já poderá perder 50% do seu valor nesse mesmo espaço.

Nesse período fatídico o CS(LU0254360752) fez um Draw Down onde passou de 12.2€@10-11-2007 a 5.14€@9-03-2009. Uma queda de 57.87% em 16 meses :shock:

O draw dawn do Eurizon (LU0155230690) passou de 125.18€@14-12-2007 a 85.8€@11-03-2009. Uma queda de 31.46% :oh:

Desde esse fundo o Cs subiu 264.59% :twisted: e o Eurizon subiu 106.60%. 8-)

Se contarmos desde o momento antes do draw down os ganhos do CS perdem toda a espectacularidade pois o Eurizon subiu 41.60 e o CS subiu 53.6. Para um retorno extra de 12% desde fins de 2007 (6 anos e pouco) passaste por momentos de euforia e de angústia muito maiores no CS. :-k

Tu melhor que ninguém sabes o que aguentas e mesmo assim acho que ninguém sabe a não ser quando elas acontecem na realidade. Uma coisa é dizer "Eu aguento 40% de perdas" outra coisa é aguentar o dedo sobre o botão de "Vender" mas não clicar quando estamos a ver quedas diárias de 3-4% e no fundo a ver o dinheiro esfumar-se e sem fim à vista para essas quedas pois só se sabe que parou a meados de fevereiro/2009 passado um tempo, na altura Março foi apenas mais um ressalto ao fim de tantos outros.

De resto a carteira parece equilibrada mas depende muito dos pesos que colocas em cada fracção ;)
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Re: Fundos à la carte

por andraderui » 4/3/2014 12:18

Apesar de ser um fundo sem história, qual a vossa opinião sobre a composição dos seus ativos?

Jupiter JGF Dynamic Bond Fund L Class Euro - LU0459992896

Obrigado
Os meus desenhos ... https://invest-xpto.webnode.pt/
 
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Re: Fundos à la carte

por scapy11 » 4/3/2014 10:36

Chico_laranja Escreveu:scapy11

Tens apenas que ter cuidado com o LU0390137973 Templeton Frontier Markets N Acc € 5

É assente em países com mercados muito especulativos e até manipulados, quer por forças políticas quer por forças económicas. Tens que ter algum sangue frio com ele e não te assustares com quedas de 3 ou 4% num dia mau ou subidas estrondosas na mesma grandeza em dias bons :-"



Boas Chico,

Sim, eu sei, esse iria por uma pequena percentagem da minha carteira entre 5 a 10%, sendo um mercado muito volatil, nao iria alocar muito para tentar dormir descansado 8-)

De resto achas que está bem diversificada, alteravas alguma?
Obrigado pela ajuda
 
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Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 4/3/2014 9:40

scapy11

Tens apenas que ter cuidado com o LU0390137973 Templeton Frontier Markets N Acc € 5

É assente em países com mercados muito especulativos e até manipulados, quer por forças políticas quer por forças económicas. Tens que ter algum sangue frio com ele e não te assustares com quedas de 3 ou 4% num dia mau ou subidas estrondosas na mesma grandeza em dias bons :-"
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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 4/3/2014 1:22

Rick Lusitano Escreveu:Quem quer comentar este artigo da Deco Proteste, sobre fundos de investimento? :mrgreen:

É um bom teste para o vosso espírito critico. Vocês seguiriam estes conselhos da Deco Proteste? :wink:


Deco Proteste/Jornal de Negocios - Suíça: Investir à sombra dos Alpes (03 Março 2014, 10:18)
http://www.jornaldenegocios.pt/especiais/contribuicoes_externas/analises_deco/detalhe/suica_investir_a_sombra_dos_alpes.html


@Rick: Falar em diversificação através do mercado helvético, quando nas carteiras da Deco Proteste o peso das ações das empresas suíças ser de 5% e as obrigações terem também o peso de 5%, não achas que é uma muito pequena diversificação e um pequeno refúgio? Se é um pequeno refúgio, então é uma pequeníssima almofada amortecedora nas situações desfavoráveis do mercado global. Por outro lado, as grandes empresas suíças (Nestlé, UBS, Novartis, Roche, etc) já fazem parte do mercado setorial e global, pelo que, no mercado acionista, não estou a ver a grande vantagem desta diversificação se possuirmos fundos dos setores de consumo, financeiro e de saúde, aonde com certeza aquelas empresas estão incluídas pelo facto de serem grandes e de referência. Ou seja, o mercado acionista helvético iria baixar pouco a correlação da carteira, pelo que não iria funcionar como um adequado contrapeso ou amortecedor das situações desfavoráveis do mercado global.

Quanto à questão das obrigações em francos suíços como moeda refúgio, isto também pode ser discutível, pois para mim o mercado forex é uma espécie de casino em que as regras do jogo são alteradas bastas vezes pela Fed e bancos centrais, manipulando assim o mercado cambial, pelo que em vez de "mercado forex" deveria designar-se por "casino forex".

Abr,

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Re: Fundos à la carte

por scapy11 » 3/3/2014 23:25

Boa noite a todos,

Antes de tudo, sou daquelas users, que sigo este tópico e do VG, mas nunca comento como o Ricky disse a threads atrás :roll:
Aproveitei visto terem lançado o desafio dos 3 Mosqueteiros, para criar uma carteira de fundos. Embora o tempo não seja muito.
Estou a pensar ter uma carteira 50-50, não sei se deveria diversificar em mais algum sector, tipo Commodities ou outro.

A carteira que ponderei, após analisar as que tem no BB, foi a seguinte:

Bonds
Isin Nome Fundo Risco
LU0173776989 Nordea-1 European Covered Bond E EUR 3
LU0170474000 Templeton European Total Return N Acc € 3
LU0355584037 JPM EU Government Bd D (acc)-EUR 3
LU0189846529 AXA WF Euro Credit Plus EC EUR 3
LU0260870745 Templeton Glbl Total Return N Acc € 4

Accoes
Isin Nome Fundo Risco
LU0188151095 Franklin European Sm-Md Cap Gr N Acc € 5
LU0122612764 Franklin European Growth N Acc € 5
LU0260869903 Franklin US Opportunities N Acc € 6
LU0390137973 Templeton Frontier Markets N Acc € 5
LU0352131980 Franklin US Focus N Acc €-H1 6
LU0129338272 CS EF (Lux) Global Value B EUR 5

São fundos, como dizem low-cost, visto não gostar de entrar com muito capital, visto nao ter assim tanto.
O que acham? Que alteravam nesta carteira?
Desculpem se estiver mal formatado.

Cumps
 
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 3/3/2014 21:26

Quem quer comentar este artigo da Deco Proteste, sobre fundos de investimento? :mrgreen:

É um bom teste para o vosso espírito critico. Vocês seguiriam estes conselhos da Deco Proteste? :wink:


Deco Proteste/Jornal de Negocios - Suíça: Investir à sombra dos Alpes (03 Março 2014, 10:18)
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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 3/3/2014 18:41

Boas,

Quando confrontamos o risco entre fundos acionistas não devemos comparar apenas os seus desvios padrão, mas também comparar os vários parâmetros de análise fundamental que revelam o estado de saúde do investimento nas ações das empresas constituintes desses fundos. Nesse sentido, para ajudar à análise de confronto entre os fundos acionistas do presente "torneio de fundos", procedi a uma pequena edição de um texto colocado pelo file 112 no Tópico do VG em meados do passado mês de dezembro, que a seguir transcrevo:


Análise fundamental e os respetivos parâmetros de avaliação usados pela Morningstar.

Quando se consulta o comportamento de um fundo de investimento acionista na Morningstar.pt, no separador “carteira” aparece em castelhano o seguinte: “Valoración de la inversión” (Avaliação do investimento) e por baixo aparecem os seguintes rácios: P/E, P/B, Price/Sales, P/CF e Dividend-Yield Factor. Assim, para quem não sabe, vou explicar os referidos rácios que são parâmetros de análise fundamental, os quais, juntamente com a análise técnica, constituem conhecimentos fundamentais que um investidor deve possuir.

Para vermos o factor de risco de um investimento num qualquer fundo acionista, não basta ir ver o desvio padrão a 3 anos na Morningstar mas também ir ver aqueles rácios acima referidos, os quais indicam o estado de saúde do investimento.

Há duas maneiras de avaliar as ações de uma empresa: a primeira é usar análise fundamental, que analisa informações sobre a saúde financeira das empresas e o seu potencial de sucesso; a segunda é usar análise técnica, que analisa o comportamento passado dos preços das ações nas diferentes condições de mercado e as tentativas de prever o preço futuro das ações com base no mercado atual e no projetado/estimado mercado futuro e o volume de trading. Você com estes 2 tipos de informações técnicas fica mais apto para compreender e prever o comportamento passado e futuro das ações de uma empresa.

Escolher boas empresas, ou fundos com boas empresas, é a chave principal e determinante do sucesso de uma carteira, especialmente, de longo prazo.

Rácio P/E (Price/Earnings):

Este é o indicador mais importante de análise de uma empresa e corresponde ao preço de cotação atual das ações dessa empresa a dividir pelo ganho de cada ação. Este rácio pode ser relativo a um registo passado da empresa e neste caso usamos os ganhos dos últimos 12 meses, e também pode ser relativo a um rácio P/E futuro e aqui usamos os estimados ganhos do próximo ano projetados por um analista.

O rácio das ações P/E varia ao longo do tempo devido às mudanças do preço da sua ação, que varia diariamente, e às consequentes mudanças dos seus ganhos, que acontecem a cada trimestre.

Por exemplo, se uma empresa vendeu as suas ações a um preço de 20€ por ação, tendo ganho 2€ no ano passado e é projetado um ganho de 4€ no próximo ano, tem um rácio P/E do passado igual a 10 e um P/E futuro igual a 5. Assim, uma vez que você sabe o P/E para cada ação, então você pode ver se o lote de ações que está a ser vendido da empresa constitui um bom preço ou não.
Se a empresa em causa tiver um rácio P/E elevado, você deve esperar e não comprar nos próximos tempos ações dessa empresa, porque é mais difícil para um P/E elevado atender às altas expetativas de ganhos dos seus acionistas e dos analistas financeiros, que para o caso de um P/E baixo.

Rácio P/B (Price/Book):

O rácio Price/Book compara preço de uma ação com o quanto a ação vale a pena agora se alguém liquidasse a empresa. O cálculo do valor do book da empresa é feito através do valor de capital de liquidação, caso a empresa seja vendida, a dividir pelo nº de ações dessa empresa em circulação.

Por exemplo, se uma empresa fosse vendida por 50.000€ e se houvesse 10 ações dessa empresa em circulação, a cada uma caberia o valor de 5.000€. Este valor por ação é o book. Se atualmente se vendesse cada ação dessa empresa a 4.000€, então o rácio P/Book seria igual a 0.80 (4.000€/5.000€). Se este rácio for inferior a 1, significa que você está pagando menos pelas ações que o seu valor de liquidação. É claro que esse é o objetivo, porque se a empresa for à falência, você deve ainda receber o seu dinheiro de volta.

Rácio Price/Sales:

O rácio P/E compara preço com ganhos, o rácio P/Book compara preço com valor de liquidação e este rácio de Price/Sales compara preço com receitas de vendas.

Para calcular o rácio Price/Sales de uma ação basta pegar no valor total de mercado da empresa e dividi-lo pelo valor dos 4 últimos trimestres de receita de vendas. Às vezes vamos saber o preço por ação e as vendas por ação. Neste caso, o rácio Price/Sales também pode ser calculado através da divisão entre o valor do preço por ação e o valor das vendas por ação.

Por exemplo, se existem 10 ações em circulação de uma empresa e o preço atual é de 400€, essa empresa tem um valor total de mercado de 4.000€. Se a empresa tiver um valor de vendas nos últimos 4 trimestres de 10.000€, o seu rácio Price/Sales será de 0.40 (4.000€/10.000€).

Se efetuármos o cálculo através daqueles valores por ação chegamos ao mesmo valor de 0.40: O valor do preço por ação da empresa é de 400€ e o valor das suas vendas por ação é de 1.000€ (10.000€/10), logo o rácio Price/Sales é o mesmo de 0.40 (400€/1.000€).

Por vezes, algumas empresas podem usar contabilidade criativa, que de algum modo mascaram a realidade dos números, para empolar os seus supostos lucros, mas com o valor da receita de vendas não há manipulação possível (faturação objetiva), daí a importância deste rácio Price/Sales.

O ideal é ver na empresa grandes vendas e grandes lucros. Os dois não são mutuamente exclusivos.

Rácio Price/Cash-Flow (P/CF):

Este rácio é uma medida muito eficaz de avaliação de uma empresa. O estável fluxo de dinheiro de caixa que sobrou dos lucros depois de pagar as despesas, é o coração de sucesso do negócio. Este fluxo de caixa é o cash-flow.

Tal como a variável objetiva das vendas, o fluxo de caixa também evita truques contabilísticos que podem ser usados para aumentar os lucros de uma empresa. O parâmetro do cash-flow ainda é mais esclarecedor que a variável vendas, pois revela o que resultou das vendas após elas percorrerem toda a estrutura de despesas de uma empresa.

Projetando a capacidade de uma empresa de gerar dinheiro de caixa no futuro e olhando para quanto você está pagando agora por uma ação desse futuro fluxo de caixa, com o rácio Price/Cash-Flow é uma boa maneira de saber se você está a comprar uma pechincha ou a fazer um bom negócio, ou não.

Se nas operações de fluxo de caixa de uma empresa resultaram 80€ de cash-flow e se o preço atual de uma ação dessa empresa é de 400€, então o rácio P/CF é igual a 5 (400€/80€). Se o preço da ação da empresa sobe para 800€ (dobro) mas o cash-flow permanece constante em 80€, então o rácio P/CF sobe também para o dobro (10). Você está agora a pagar o dobro por este cash-flow em relação ao que pagava antes, indicando assim que o valor da ação agora já não é tanto uma pechincha ou um tão bom negócio como anteriormente.

O cash-flow é por vezes mais refinado e dá lugar ao cash-flow livre. A diferença é que o casf-flow livre corresponde ao dinheiro deixado após as operações de cash-flow pagarem os ativos de capital da empresa, os quais são tais como: terreno, edificações, máquinas, equipamentos, etc que a empresa possui. Bons investidores referem que o rendimento do cash-flow livre é o melhor indicador de previsão do excesso de retornos.

Dividend-Yield Factor:

O factor rentabilidade-dividendo de uma ação é o seu dividendo anual dividido pelo seu preço atual. Se uma empresa paga um dividendo trimestral de 0.15€, você assume que o dividendo anual é de 0.60€ (0.15€ x 4 = 0.60€). Se, por exemplo, o preço atual de uma ação de uma empresa é de 15€, então o factor rentabilidade-dividendo será de 0.04 (0.60€/15€ = 0.04) ou 4%.

O factor rentabilidade-dividendo revela muito sobre o preço das ações. Diz mais sobre o preço de uma ação do que sobre o dividendo de uma ação. Porquê? Porque há apenas dois números envolvidos. Se um número permanece constante, então é o outro número que vai provocar as alterações quaisquer que elas sejam. Na maior parte das empresas, o pagamento de dividendos permanece relativamente constante, o que deixa você com apenas o outro número para influenciar o factor rentabilidade-dividendo : o preço da ação. Este preço muda diariamente e a sua relação com o dividendo é imediatamente refletida neste factor.

Veja o que acontece com o exemplo atrás referido. Se o preço da ação da empresa sobe de 15€ para 30€, mas ela mantém o dividendo anual constante de 0.60€, então o seu factor cai para 2% em vez do anterior valor de 4%. Se o preço, em seguida, sobe para 60€, então o factor cai para 1%.

Se o dividendo permanece constante e o factor rentabilidade-dividendo se altera, você sabe que o preço da ação se está movendo. Neste caso, se este factor diminui, isto quer dizer que o preço da ação está subindo e, porventura, pode estar a ficar sobrevalorizada.


Abr,

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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 3/3/2014 17:30

Chico_laranja Escreveu:Por mim o prazo era apenas uma dead-line para que não ficasse por fazer ad eternum....

Dá para ter noção que há fundos comuns às diversas carteiras o que quer dizer que todos damos importância relevante a alguns aspectos :roll:.

Joker

Podes dar a tua participação quando quiseres.


Também a "limitação" dos 100 EUR, elimina a maioria dos fundos, daí, advém a grande "correlação" de escolhas. :wink:

Mas para o "Desafio", basta 1 fundo "low cost", ou seja, até 100 EUR, em cada nível de risco.

Não é preciso, criar diversificação de gestoras, domicilio dos fundos, ou de categorias e classes de activos. Isso virá depois.

Agora, o "Desafio" serve para dar a conhecer os níveis de risco, e as categorias que normalmente se encontram lá inseridas. E principalmente dar a conhecer, a cada um de nós, o nosso perfil de risco. É preferível, conhecer-nos, antes de começar-mos a investir, a fim de evitar, ter-mos sustos nas carteiras, depois.

Depois, lança-se, outros desafios, mais específicos, como a diversificação, correlações, ou seja os passos para a construção de uma carteira de longo prazo ("asset allocation").

(Já parece um curso de investimento em fundos de investimentos. :mrgreen: )
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Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 3/3/2014 16:46

Por mim o prazo era apenas uma dead-line para que não ficasse por fazer ad eternum....

Dá para ter noção que há fundos comuns às diversas carteiras o que quer dizer que todos damos importância relevante a alguns aspectos :roll:.

Joker

Podes dar a tua participação quando quiseres.
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 3/3/2014 16:15

O ficheiro Excel original que usei, é de ontem, e que apesar de não estar correctamente formatado, (o costume), deixo ficar para quem quiser consultar os dados dos fundos, já apresentados por todos e se alguém quiser ainda participar. :wink:

Nota: O "ClosePrice" do ficheiro, acrescentou dois zeros, no final do preço de cada UP. Portanto, 100,00 EUR, no ficheiro, está como 1.000.000. :wall:

2014-03-02_SecurityList.csv
Fonte: Morningstar/Banco Best
(831.84 KiB) Transferido 275 Vezes
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 3/3/2014 16:04

Em relação ao "Desafio", de momento, estou em modo "apertado" de tempo, mas mais logo, vou comentar.

O Joker, realmente, falou comigo, ontem. Mas mostra o que tens feito. Se outros participantes quiserem te dar um tempinho para completares, para mim, não há stresses. O mesmo para outros participantes que queiram participar.
Eu escolhi os fundos, ontem depois do jantar, em 2-3 horas. :oops:
Isto é um exercício/jogo, não há vencedores e nem classificações. É uma troca de ideias, uma forma de aprendizagem.


O facto de existir, muitos leitores que não participam, demonstram que o tópico, tem valor, e que alguma coisa, ele tem de bom. :wink:
E que, quem participa, tem uma mais valia de conhecimentos. :clap:
Vê-se isso, pelas mais 30 mil visualizações que o tópico tem, em pouco mais de 4 meses de existência.

O que posso dizer com toda a certeza, é que todos os que participam no tópico, demonstram que têm valor. :clap: :clap:
Porque é preciso "coragem", para se expor, as suas ideias, dúvidas, receios, conhecimentos, etc. :clap: :clap:

Não há que ter medo, em participar neste tópico ou em outro. Ninguém é sábio, ninguém é perfeito, todos temos de aprender alguma coisa.
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 3/3/2014 15:47

Amiais Escreveu:Rick, novidades do(s) hipermercado(s) de fundos? 8-)



Parece que sim... :wink:

Esperando para ver, o que vêm lá. :-k

Se será bom ou mau, só o tempo vai desvendar... :?:
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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 3/3/2014 15:28

Chico_laranja Escreveu:Rick

Para dar um pouco de segurança em momentos de tempestade não te faltam por aí Obrigações Governamentais?

Tens uma carteira bem agressiva :twisted:

Esperava era mais participações neste "torneio" :x


Eu cheguei muito tarde ao "torneio" e não tive tempo para aquecer os "músculos" e então não podia entrar a frio, senão ainda podia arranjar alguma "lesão", mas prometo que irei analisar comparativamente as vossas carteiras.

Uma das conclusões que se pode tirar da participação no "torneio" é a de que há muitos "jogadores de bancada", de qualquer maneira a análise das vossa carteiras ainda vai dar "pano para muitas mangas", o que será bom para aprendermos uns com os outros.

Um abraço, especialmente aos que apresentaram as carteiras.

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Re: Fundos à la carte

por jokerportuga » 3/3/2014 14:57

Boa tarde

Já me desculpei ontem por PM ao Rick, mas por falta de tempo foi-me de todo impossível respeitar a data/hora final para envio das carteiras.
Ao final da tarde de ontem ainda só tinha definidos os fundos para as categorias Risco Baixo e Risco Médio-Baixo.

Continuarei sempre por aqui, tal como tem acontecido, a participar na medida dos meus conhecimentos e possibilidades.
Ainda tenho muito a aprender com todos vós.

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Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 3/3/2014 14:26

Rick

Para dar um pouco de segurança em momentos de tempestade não te faltam por aí Obrigações Governamentais?

Tens uma carteira bem agressiva :twisted:

Esperava era mais participações neste "torneio" :x
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Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 3/3/2014 14:01

wokie Escreveu:Eis as minhas escolhas, de novato.
As minhas escolhas foram com o objetivo de entrar no desafio. Objetivo esse de conhecer as várias categorias existentes nos fundos, esmiuçar os vários itens que possam conter, e descobrir esse mundo dos fundos com a vossa ajuda. Obrigado

Lista “Wokie D`Artagnan”

Risco Baixo DP 12 e DP 36 ( < 5% )

AXA World Funds Euro Credit Plus E Capitalisation EUR - LU0189846529
Espírito Santo Plano Prudente - Fundo de Investimento Aberto Flexível - PTYEVELM0008
Nordea-1 European Covered Bond Fund E EUR - LU0173776989

Risco Médio Baixo DP 12 e DP 36 ( 5% < 8% )

JPMorgan Funds – EU Government Bond D (acc) – EUR - LU0355584037

Templeton Global Balanced N Acc € - LU0140420323

UBS (Lux) Strategy Fund - Growth (EUR) N-acc - LU0167296127

Risco Médio DP 12 e DP 36 ( 8% < 10% )

Eurizon EasyFund Equity Pharma LTE R - LU0114064081

JPMorgan Funds – Europe High Yield Bond D (acc) – EUR - LU0117897578

JPMorgan Investment Funds – Global Capital Appreciation D (acc) – EUR - LU0115098948

Risco Médio DP 12 e DP 36 ( 10% < 15% )

Threadneedle Investment Funds - Threadneedle European Smaller Companies Retail Net EUR Acc - GB0002771383

Threadneedle Investment Funds - Threadneedle American Retail Net EUR Acc - GB00B0WGW982

JPMorgan Funds – Europe Equity Plus D (acc) – EUR - LU0289214628

Risco Alto > 15%

Nordea-1 Nordic Equity Small Cap Fund E EUR - LU0278528822

JPMorgan Funds – Europe Focus D (acc) – EUR - LU0169525671

JPMorgan Funds - JPMorgan Japan Equity D (acc) – EUR - LU0217390813

Cumprimentos


Wokie

Para quem se dizia "rokie" não está nada mau ;)

Reparos extra números:
Tens 4 fundos "mistos" o que quer dizer que em quase 1/3 da tua escolha não sabes bem o que actualmente tens.

Nos fundos mistos basicamente a gestão do fundo decide alterar o rácio Obrigações, Acções, outros conforme ache melhor e dentro das regras do fundo e só o sabes à posteriori.

Por um lado é bom se a gestão tiver operações certeiras por outro lado aumenta a indefinição.

Nos fundos de acções tens: 1 fundo sectorial, 1 fundo Japão, 1 fundo US, 1 fundo escandinávia+Dinamarca e 3 fundos europeus que incluem a zona do anterior. Basicamente focas a tua aplicação de acções na Europa. Algum motivo específico? Muito crêem que a Europa vá subir mais que os US. Também acreditas ou nem por isso.

Tipicamente o mundo das acções é geograficamente distribuído por: 50% US, 20% Europa, 10% Japão e o resto(20%) é resto do mundo.

Como podes ver tens uma grande exposição ao mercado europeu. Pode ser bom ou mau. Tens é que ter essa consciência ;)

Mais e melhor análise exige estudar os nºs, correlações, sobreposições, etc....
Ao fim de semana o tempo é para o mercado dos afectos para com a cara metade e com os filhos .
Uma vez que o meu tempo disponível para o acompanhar o fórum é mínimo, se precisarem de algo da minha parte mandem PM que tento passar por cá.
Um abraço e bons investimentos.
 
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Re: Fundos à la carte

por Amiais » 3/3/2014 11:33

Rick, novidades do(s) hipermercado(s) de fundos? 8-)
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Re: Fundos à la carte

por Amiais » 3/3/2014 10:51

Não tive tempo para participar, mas agradeço a todos os contributos :-) Uma boa iniciativa Rick e muitos brownie points para todos os que participaram.
Para discutir e comparar seria interessante ter os desvios padrões (12m/36m?) e as valorizações (12/36m?) dos diversos fundos.
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Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 3/3/2014 10:40

Sobre a questão, julgo que do CoimbraPT, sobre como escolher dentro da gama de cada categoria eu tentei espalhar um pouco de forma a maximizar a diversificação.

Se dentro da gama dos até 5% de DP escolher tudo com DP de 4.5% em meio ano/1ano há a probabilidade real de todos os fundos que comprei como de risco baixo passarem para a categoria seguinte até porque muitos deles são correlacionados pois apostam nos mesmos cavalos de corrida ;)

No meu caso tenho DP de 2.12%, 3.68% e 4.41%, Um de obrigações soberanas, um de obrigações diversificadas e um misto, que tem algumas acções para dar algum "sal" mas que sabe-se que em caso de queda das Obrigações também serve de protecção 8-)

Acabei por preferir o JPM ao Axa do Rick pois o Axa embora seja também um excelente fundo(também pensei nele) concentraria o DP@3A todo ele de volta dos 4% (o do Rick à data em que fiz o print dos dados do Best tem DP de 4.41.
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Desafio dos 3 Mosqueteiros

por Rick Lusitano (New) » 3/3/2014 0:58

Desafio dos 3 Mosqueteiros

Não vou esperar pelas 23:59, para colocar a minha proposta. :twisted:
Perante o vosso desafio de criar uma carteira de fundos toda de "low cost", "obrigaram-me" a quebrar as escolhas nos meus preferidos. :mrgreen:
Mas ainda bem, porque acabei por aprender e olhar para alguns fundos, com outros olhos. 8-)

E perante o desafio do Sr. Chico, fiz uma carteira mais barata do que a carteira dele, menos 3,27 EUR, e adicionei mais 1 fundo a carteira. Acabei por fazer uma carteira de fundos diversificada por zonas geográficas.

Desafio dos 3 Mosqueteiros - Rick Lusitano All Low Portfolio.gif
Fonte: Morningstar/Banco Best
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Re: Fundos à la carte

por BedRocK » 2/3/2014 4:46

Boas,

Regras fundamentais para enfrentar o difícil mercado acionista não normalizado.

A maior parte dos melhores resultados das aplicações em fundos de investimento é obtida quando agimos de maneira oposta ao que é mais intuitivo, de mais senso comum, mais natural ou mais normalizado.

O sucesso dos negócios empresariais, ditos normalizados, dependem essencialmente do conhecimento do core do negócio, de um cuidadoso planeamento do seu desenvolvimento, assumir riscos controlados e ser perseverante face às adversidades. No mundo dos negócios isto funciona porque o sucesso vem do trabalho duro e da persistência.

No entanto, essas pessoas bem sucedidas nos negócios, muitas vezes não têm êxito nos investimentos no mercado (ações, obrigações, …). Isto é devido, essencialmente, ao facto de persistirem com situações perdedoras e não se desembaraçarem delas atempadamente.

Nos negócios, não persistir com uma ideia que inicialmente não funciona é visto como uma fraqueza, no entanto, no mercado de ações, o rápido corte das perdas sobre um risco assumido que não está a resultar é um dos requisitos mais importantes para investir com sucesso no mercado.

Quando confrontados com a perda, muitas pessoas vão manter o seu investimento na esperança de que melhores dias virão. No entanto, quando presenteadas com um ganho, essas mesmas pessoas vão agarrá-lo rapidamente, através da venda extemporânea, e assim não deixar correr o ganho na sua plenitude. No mercado acionista, o que realmente funciona é o oposto, ou seja, cortar as perdas rapidamente e deixar correr os ganhos.

Este método baseia-se numa lógica simples: ao longo de um grande número de investimentos, a maioria deles vai resultar em pequenos ganhos ou pequenas perdas, sendo que os mesmos se tendem a anular mutuamente. No entanto, haverá um pequeno número de grandes perdas e um pequeno número semelhante de grandes ganhos. Por outras palavras, os ganhos e as perdas irão seguir, grosso modo, uma distribuição mais ou menos normalizada de Gauss. Os ganhos esperados versus risco do mercado não seguem verdadeiramente a curva de Gauss da média-variância, ou seja, os valores não se distribuem essencialmente à volta da média, como acontece na curva de Gauss em forma de sino de uma distribuição normal, sendo que a sua forma é mais ou menos achatada e com caudas/margens mais ou menos gordas.

Se adotármos uma estratégia de nunca deixar as perdas tornarem-se muito grandes, nós podemos cortar a cauda de grandes perdas na referida curva tipo sino. Desde que se deixem correr os ganhos, quando o mercado está a nosso favor, também teremos a cauda gorda dos grandes ganhos, para além das normais pequenas perdas e pequenos ganhos. Isto é a estratégia ideal, mas consegui-la é de mestre com muita sorte.

Normalmente, o resultado é que, no longo prazo, cerca de 80% dos ganhos dos investimentos provêm de cerca de 20% desses investimentos. Este é um princípio descoberto há cerca de um século por Vilfredo Pareto, sociólogo e economista italiano que faleceu em 1923, sendo que é conhecido pela lei de Pareto ou princípio 80/20, o qual refere que, para muitos fenómenos, 80% das consequências advêm de 20% das suas causas. Esta lei de Pareto é de muito ampla aplicação nas relações humanas, especialmente nos negócios.

Assim, um princípio fundamental do investimento é reduzir as perdas enquanto elas são pequenas e deixar correr os ganhos quando o mercado é favorável. Contudo, esta estratégia não é natural para a mente humana e para a alcançar requer uma grande disciplina. Compreender a forma como os prejuízos destroiem a nossa chance de sucesso é fundamental para o desenvolvimento dessa disciplina. Nós não podemos ganhar se perdermos muito.

Os vencedores sabem que, antes de tudo, devem permanecer no jogo, e se abrirem falência saem fora do jogo. O capital é investido no mercado para garantir um fluxo de dividendos e mais-valias e assim aumentar esse mesmo capital. A perda de capital vai impedir o investidor de obter ganhos no seu todo. A preservação de capital é o objetivo primordial de qualquer estratégia de investimento eficaz.

Por exemplo, se a nossa percentagem de perda de capital for de 10%, 30%, 50%, 70% e 90%; a percentagem de ganhos, no capital remanescente, para anular aquelas perdas, será de 11%, 43%, 100%, 233% e 900% respetivamente. As contas são fáceis de fazer: por exemplo, se nós investirmos inicialmente um capital de 100€ e se tivermos uma perda de 50% ficamos com 50€, pelo que, com este novo capital residual, para recuperar mos o capital inicial de 100€ precisamos agora de ter um ganho de outro tanto o capital residual, ou seja um lucro de 100%. Quem tem uma perda enorme de 90%, para recuperar o seu dinheiro, tem depois de obter um ganho de 900% sobre o capital remanescente. A matemática não engana: um capital remanescente de 0 ou quase 0 vezes um lucro infinito, terá o resultado de 0 ou quase 0, ou seja, foi morto financeiramente pelo jogo do mercado ou está um moribundo condenado à morte, por não ter sabido controlar as grandes perdas.

É claro que quanto maior for o capital perdido mais remota será a chance de que vamos recuperar até ao ponto de partida (break even), não bastando deixar apenas correr os ganhos.

Os investidores devem perceber que vão obter perdas nos investimentos e isso não vai acontecer só numa pequena parte dos investimentos, mas sim em muitos deles. Portanto, a primeira coisa a aprender é a disciplina para controlar as perdas. A maioria das pessoas pensa que a resposta está em desenvolver uma melhor análise, de modo a que menos más decisões sejam tomadas, contudo esta é normalmente inútil porque não há nenhum sistema de análise capaz de produzir a fiabilidade necessária em todas as condições do mercado. O único controlo eficaz é controlar as perdas e tomá-las enquanto são pequenas. Esta é que é a grande estratégia dos vencedores.

Há que seguir à letra um velho provérbio financeiro: cuida das perdas que os ganhos irão cuidar delas. Já sabemos que pequenas perdas e pequenos ganhos vão acontecer na maior parte do tempo, ao passo que as grandes perdas e os grandes ganhos só acontecem em períodos curtos de tempo, por isso é que o market timing é tão difícil ter sucesso.

Se à primeira vista esta estratégia seria tão simples de ser seguida, porque é que não é então seguida? A resposta está na psicologia humana perante o investimento: o medo, a ganância, o não arrependimento dos erros cometidos e o ego.

Os investidores tentam negar as perdas e encontrar sempre razões para a esperança do mercado virar. Da mesma forma, estamos com medo de deixar correr os ganhos por causa do medo de eles poderem evaporar. No mercado, o ditado que diz que nós não podemos ir à falência tomando um ganho, é falso.

Todo o nosso esforço deve ser dirigido para equilibrar todas as pequenas perdas e os pequenos ganhos, eliminar ou mitigar as grandes perdas e deixar que os ganhos se acumulem. Se pegarmos todos os nossos ganhos quando eles são pequenos, o melhor resultado que podemos esperar serão retornos medíocres. É muito provável que a maioria deixe arrastar uma ou duas grandes perdas e estas irão danificar gravemente a sua conta.

Não nos devemos seduzir pelos topos nem pelos fundos das cotações dos preços das ações, ou seja, aquela máxima de vender em alta e comprar em baixa é muito difícil de alcançar. Uma das principais atitudes que diferencia os vencedores no mercado dos investidores inexperientes é a sua atitude em não ir à procura da perfeição, pois há muito tempo que os vencedores sabem que o investimento no mercado não segue só algoritmos matemáticos ou uma qualquer fórmula de uma ciência exata. Ao contrário dos inexperientes, os vencedores não estão preocupados em vender na alta e comprar na baixa do mercado, mas sim em procuraram apenas pegar a maior parte da tendência de subida e pegar a menor parte de tendência de descida.

Abr,

BedRock
 
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Re: Fundos à la carte

por Sr_SNiper » 2/3/2014 3:42

Ainda acordado? Também estas no kizomba?
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 2/3/2014 3:08

@wokie e a todos que postaram, as suas carteiras. :clap:

Segunda-feira, depois de terminar o "Desafio". Vamos todos comentar. :-k
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