Fundos à la carte

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Fundos à la carte

por R2 » 10/3/2015 2:06

guernica Escreveu:Excelente informação R2.
A million dolar question é: que fundos deverão constituir esse portfóliio entre 7-10 ?


A grande imagem que devemos ver por detrás do referido estudo da Morningstar (dados anteriores a 2003) de um portfolio com um nº reduzido de fundos, é de que, por exemplo, apesar do grande nº de mercados bolsistas a nível geográfico e setorial, eles têm entre si uma certa interdependência, não havendo assim tanta diversidade pela quantidade, mas sim pela qualidade através da diferenciação na volatilidade e dos ciclos e contraciclos entre os diferentes mercados, entendendo-se que entre um ciclo e contraciclo há um coeficiente de correlação negativo, sendo este o verdadeiro factor de diversificação, daí eu falar atrás na quantidade e qualidade.

Assim, a quantidade de fundos que deve constituir um portfolio deve ser limitada a uma ordem de grandeza à volta de uma dezena de fundos, sendo que, para além do nº ideal de fundos que vai ter sempre alguma variação, mas pouca para investimentos de longo prazo, já os tipos de fundos constituídos de um portfolio para um investimento de curto-médio prazo, deverá dar grande relevância e ser em função das tendências de mercado (bull, bear e lateralização) e das condições macro de então e estimadas para o futuro próximo, mas com certeza não será com uma carteira composta por duas dúzias de fundos que vamos ganhar relevância de diversificação digna de registo quando comparada com uma carteira só com uma dúzia de fundos, desde que estes 12 fundos sejam bem escolhidos, através, essencialmente, pelo critério do coeficiente de correlação.

Abraço.
Editado pela última vez por R2 em 10/3/2015 13:25, num total de 1 vez.
O projetista do corpo humano feminino esteve muito mal quando concebeu as descargas dos efluentes gasosos e dos resíduos sólidos mesmo encostado ao "parque de diversões", pior ainda, foi ter colocado a descarga dos efluentes líquidos mesmo no interior do "parque de diversões". Conclusão: mesmo um arquitecto sábio e divino pode cometer erros básicos na conceção de um projeto. Ou seja, o projetista devia ter ouvido, préviamente, os destinatários do seu projeto e os utilizadores do "parque de diversões." - BedRock

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Re: Fundos à la carte

por guernica » 10/3/2015 0:05

Excelente informação R2.
A million dolar question é: que fundos deverão constituir esse portfóliio entre 7-10 ?
 
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 9/3/2015 23:22

bucks Escreveu:QUESTÃO DO INVESTIDOR: CARTEIRA DE 30 FUNDOS

DATA DA PUBLICAÇÃO: 09MAR2015

“Tenho o objetivo de poupar para a reforma. Por isso, subscrevi 30 fundos diferentes para permitir uma enorme diversificação. Estou a proceder corretamente?”


Nem sempre mais é melhor. Investir num número elevado de fundos não implica necessariamente mais diversificação. A partir de um determinado nível, os novos fundos que se acrescentem à carteira acabam por ter políticas de investimento que são redundantes, sobrepostas ou até contraproducentes para uma boa estratégia.
Por exemplo, para replicar a nossa carteira neutra a 10 anos precisa somente de comprar 12 fundos que pertencem a um número idêntico de categorias de investimento. Cada categoria pressupõe uma política diferente mas, no seu conjunto, consideramos que são complementares: otimizam a relação entre rendimento e risco. É certo que em algumas categorias temos mais do que um fundo recomendado. Contudo, não é essencial subscrever todos os fundos com conselho de compra.

Nem um só
No extremo oposto e apenas com a compra de um único fundo de investimento misto conseguirá um bom grau de diversificação. Tal é possível porque estes fundos caracterizam-se por aplicar em vários mercados e tipos de ativos. Assim, o investidor nunca se expõe em demasia ao risco de cada um. Mas será que esta solução minimalista é a ideal? De facto, entre outras recomendações, a PROTESTE INVESTE também aconselha a subscrição de fundos de ações globais e fundos mistos. No entanto, consideramos mais atrativa uma estratégia centrada em mercados mais específicos do que aqueles que normalmente são típicos da política dos mistos.
Por outras palavras, só tem sentido optar por produtos tão abrangentes, como os fundos mistos, se apenas dispuser de um montante reduzido e não puder seguir de perto as nossas carteiras (atualmente com cerca de uma dezena de fundos).

Complementar, não sobrepor
Refira-se ainda que uma boa estratégia pressupõe complementaridade, mas não a sobreposição. Por exemplo, se no âmbito das nossas carteiras, optamos por privilegiar os fundos emergentes dedicados à China e à Indonésia não faria sentido incluirmos fundos emergentes globais nessa estratégia. Também é pouco adequado optar por fundos de obrigações mundiais, quando a carteira já possui fundos dedicados a moedas específicas com melhor potencial.


É engraçado a Proteste Investe falar em 30 fundos quando esse foi o limite máximo do nº de fundos dos portfolios hipotéticos compostos de 1 a 30 fundos estudados pela Morningstar num período anterior a 2003, pelo que podiam ser mais originais.

Assim, para terem um melhor enquadramento sobre o assunto, vou republicar, com uma pequena edição, um post meu colocado no tópico do VG (ele tem um certo bias comigo mas eu até gosto dele ... tem dias) a long time ago:


Qual o nº de fundos que uma carteira equilibrada e diversificada deve possuir?

A Morningstar tentou responder a esta questão, tendo para tal construído portfolios hipotéticos compostos de 1 a 30 fundos, usando as possíveis combinações entre eles. Depois, num período anterior a 2003, calculou o desvio padrão de 5 anos para cada um dos portfolios e o resultado é o que consta do gráfico da figura 7.3 abaixo exposta.

Analisando o respetivo gráfico pode-se inferir que a partir da quantidade de 4 fundos, a diminuição do desvio padrão (DP)/volatilidade da respetiva carteira deixa de ser significativa, a partir de 7 fundos a redução do desvio padrão é insignificante, e a partir de 10 fundos o desvio padrão permanece quase o mesmo, sendo de destacar que os portfolios compostos por 9 e 30 fundos têm quase o mesmo DP.

Assim, através desta análise da Morningstar, o nº de fundos constituintes de uma carteira deve-se situar na gama de 7-10 fundos.

Tanto mais importante que o nº de fundos de uma carteira é a sua diversificação entre si, com negativos ou baixos coeficientes de correlação (r), pois a maior diversificação possível entre 2 ativos/fundos é para r = -1.

Capturar 1.JPG
Capturar 1.JPG (41.57 KiB) Visualizado 5607 vezes

Fonte: Guide to Mutual Funds - Morningstar (2003)

Abraço.
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 20:32

QUESTÃO DO INVESTIDOR: CARTEIRA DE 30 FUNDOS

DATA DA PUBLICAÇÃO: 09MAR2015

“Tenho o objetivo de poupar para a reforma. Por isso, subscrevi 30 fundos diferentes para permitir uma enorme diversificação. Estou a proceder corretamente?”


Nem sempre mais é melhor. Investir num número elevado de fundos não implica necessariamente mais diversificação. A partir de um determinado nível, os novos fundos que se acrescentem à carteira acabam por ter políticas de investimento que são redundantes, sobrepostas ou até contraproducentes para uma boa estratégia.
Por exemplo, para replicar a nossa carteira neutra a 10 anos precisa somente de comprar 12 fundos que pertencem a um número idêntico de categorias de investimento. Cada categoria pressupõe uma política diferente mas, no seu conjunto, consideramos que são complementares: otimizam a relação entre rendimento e risco. É certo que em algumas categorias temos mais do que um fundo recomendado. Contudo, não é essencial subscrever todos os fundos com conselho de compra.

Nem um só
No extremo oposto e apenas com a compra de um único fundo de investimento misto conseguirá um bom grau de diversificação. Tal é possível porque estes fundos caracterizam-se por aplicar em vários mercados e tipos de ativos. Assim, o investidor nunca se expõe em demasia ao risco de cada um. Mas será que esta solução minimalista é a ideal? De facto, entre outras recomendações, a PROTESTE INVESTE também aconselha a subscrição de fundos de ações globais e fundos mistos. No entanto, consideramos mais atrativa uma estratégia centrada em mercados mais específicos do que aqueles que normalmente são típicos da política dos mistos.
Por outras palavras, só tem sentido optar por produtos tão abrangentes, como os fundos mistos, se apenas dispuser de um montante reduzido e não puder seguir de perto as nossas carteiras (atualmente com cerca de uma dezena de fundos).

Complementar, não sobrepor
Refira-se ainda que uma boa estratégia pressupõe complementaridade, mas não a sobreposição. Por exemplo, se no âmbito das nossas carteiras, optamos por privilegiar os fundos emergentes dedicados à China e à Indonésia não faria sentido incluirmos fundos emergentes globais nessa estratégia. Também é pouco adequado optar por fundos de obrigações mundiais, quando a carteira já possui fundos dedicados a moedas específicas com melhor potencial.
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 18:55

2015-03-09
MONTEPIO EURO TELCOS E MONTEPIO EURO UTILITIES NO TOP 10 DOS MAIS RENTÁVEIS NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS


Os fundos setoriais comercializados pela Montepio Gestão de Ativos continuam a somar pontos. Desta feita, no ranking dos Fundos de Investimento Mobiliário nacionais mais rentáveis nos últimos dois anos encontram-se o Montepio Euro Telcos e o Montepio Euro Healthcare, com rendibilidades que variam entre os 23,73% e os 21,76%, respetivamente.

Na sétima posição do mesmo ranking figura ainda o Montepio Euro Utilities com rendibilidade de 18,43%.

Consulte a tabela.


Imagem
:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 18:33

E… a Montepio Gestão de Ativos soma e segue!

No Top 20 dos produtos mais rentáveis nos últimos dois anos podem encontrar-se seis dos fundos comercializados pela Montepio Gestão de Ativos, e o Montepio Taxa Fixa, com rendibilidade de 3,49%, a marcar posição no 2.º lugar do ranking dos Fundos de Obrigações com melhores performances nos primeiros dois meses de 2015.

Consulte a tabela


Imagem
Boas subscrições!
:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
Editado pela última vez por Bucks em 9/3/2015 19:03, num total de 1 vez.
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 18:29

Os fundos de obrigações em 2015

Fundo Categoria APFIPP Gestora Rendibilidade 2015 (%)

NB Obrigações Europa Obrigações Euro GNB GA 9,57
Montepio Taxa Fixa Obrigações Euro Montepio GA 3,49

BPI Obrigações A.R.A.R. Obrigações Euro BPI GA 3,38
Caixagest Obrigações Longo Prazo Obrigações Euro Caixagest 2,93
BPI Obrigações Mundiais Obrigações Internacional BPI GA 2,82
Banif Euro Corporates Obrigações Euro Banif GA 2,36
Santander Multi Taxa Fixa Obrigações Euro Santander AM 1,78
CA Rendimento Obrigações Taxa Indexada Euro CA Gest 1,69
Caixagest Obrigações Mais Obrigações Euro Caixagest 1,41
Popular Euro Obrigações Obrigações Euro Popular GA 1,37
Millennium High Yield Bond Selection Obrigações Euro Millennium GA 1,15
Santander MultiCrédito Obrigações Taxa Indexada Euro Santander AM 0,89
NB Renda Mensal Obrigações Taxa Indexada Euro GNB GA 0,75
BPI Euro Taxa Fixa Obrigações Euro BPI GA 0,68
Santander MultiObrigações Obrigações Taxa Indexada Euro Santander AM 0,67
Caixagest Obrigações Obrigações Taxa Indexada Euro Caixagest 0,66
NB Capitalização Obrigações Taxa Indexada Euro GNB GA 0,61
Millennium Rendimento Mensal Obrigações Euro Millennium GA 0,54
Montepio Obrigações Obrigações Taxa Indexada Euro Montepio GA 0,51
Millennium Euro Taxa Variável Obrigações Taxa Indexada Euro Millennium GA 0,45
Postal Capitalização Obrigações Taxa Indexada Euro Caixagest 0,39
Millennium Global Bond Selection Obrigações Euro Millennium GA 0,36
BBVA Obrigações Obrigações Euro BBVA AM 0,22

Fonte: APFIPP a 27 de fevereiro

:mrgreen: :mrgreen: :mrgreen:
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 18:09

Invesco Global Leisure E

Morningstar Rating™(Relativo a la categoría) 28-02-2015
Morningstar Return Morningstar Risk Morningstar Rating™
3-Year Alto Average 5 star
5-Year Above Average Average 5 star
10-Year Below Average Average 2 star
Overall Average Average 4 star

Categoría : Ações Sector Bens de Consumo Seleccione aquí para ver nuestra metodología
Medidas de volatilidade 28-02-2015

Desv.Padrão(3a.) 10.76 %
Rentabilidade média 30.02 %

Rácio de Sharpe 2.45

Estadisticas de carteira 28-02-2015 28-02-2015
Standard Index Best Fit Index
Cat 50%MSCI Wld/CD NR&50%MSCI Wld/CS NR MSCI World/Consumer Disc PR USD
R² 68.59 78.46
Beta 1.05 0.97
Alfa 3.93 4.68


Já o tive e voltei agora a ter :twisted:
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 18:05

Tulipanegra Escreveu:Até como não dá ainda para declarar as mais valias dos fundos portugueses, vou deixar ficar o santander....
Que fundos ibéricos?


BPI Iberia GIF ou se quiseres maior volume de entrada, Fidelity Iberia...
No caso português o Montepio Capital :twisted:
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Re: Fundos à la carte

por chico_laranja » 9/3/2015 17:29

NotMe Escreveu:
chico_laranja Escreveu:

NotMe

O que queres com essa carteira de investimento? Qual o horizonte temporal? Quanto estás disposto a perder num crash? Qual o ganho médio que queres ter?

Convém ter em mente que uma métrica simples e muito pouco científica: O que podes perder num crash = 4x ganho médio. Uma carteira com um ganho médio de 8% num crash forte pode facilmente desabar 30% ou mais (a conta dá 32 mas como disse é altamente empírico e nada científico)

Porque apostar na Índia se estás a arrancar nisto? Para começar estás logo a ir para um mercado com imenso potencial mas com um risco elevado.

Qual é o fundo que dá estável 4-5%/ano?

Estás a colocar de fora mercados accionistas importantes a nível mundial: US e Europa.

Eu adicionava aí pelo menos 1 fundo europeu e 1 fundo US.

Eu que sou um pouco mais para o defensivo prefiro a abordagem dividir para reinar e trocava o ING, com 1 UP quase nos 2k€, por um mix Eurizon Consumer Staples + Fidelity Consumer Industrials + UBS Infrastructure + um fundo de saúde (com biotechs integrados) por exemplo.

Mas toda e qualquer ajuda precisa de enquadramento para te ser útil e ir de encontro ao que procuras. Podes até ser bastante agressivo no mercado e teres uma abordagem ao mercado mais próxima da do R² ou seres bastante conservador e preferires uma abordagem mais ao estilo do VirtuaGod.

Contas por alto é uma carteira de 24k-36k feita aos poucos mas que com esse capital e periodicidade programada pode ser bastante interessante pois na hora de investires podes tentar fazer market timing ou apostas de curto prazo.


Procuro uma alternativa às miseráveis taxas de depósitos que hoje existem.. O horizonte temporal são 2/3 anos, sem precisar de mover o dinheiro. procuro uma taxa nas ordem dos 5/6%. Tenho o CA rendimento. Esquecendo então o da índia, poderia substitui-lo por um fundo Us ou Europeu. Qual aconselhavas?


Not me

O trabalho de filtragem está feito pelo Rick :clap: . Só tens que aproveitar :-"

Na dúvida vai-se a todas ;)
Ao fim de semana o tempo é para o mercado dos afectos para com a cara metade e com os filhos .
Uma vez que o meu tempo disponível para o acompanhar o fórum é mínimo, se precisarem de algo da minha parte mandem PM que tento passar por cá.
Um abraço e bons investimentos.
 
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Re: Fundos à la carte

por w00zy » 9/3/2015 17:24

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Re: Fundos à la carte

por Tulipanegra » 9/3/2015 16:05

Até como não dá ainda para declarar as mais valias dos fundos portugueses, vou deixar ficar o santander....
Que fundos ibéricos?
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Re: Fundos à la carte

por GC14 » 9/3/2015 13:38

bucks Escreveu:
Tulipanegra Escreveu:Olá
Bom dia!
Com o mercado a sorrir, continuo com os mesmos 3 fundos negativos, AXA -0,75% (-16,13€), Pimco -0,57% ( -8,58€), Santander Ações -5,76% (-57,6€), aconselham a resgatar?
E que fundo aconselham para aproveitar o mercado?


A meu ver, desses 3 ficava só com o Santander Portugal para longo prazo... Ou até podias passar esse para um ibérico...


Bucks,

Concordo contigo relativamente ao Santander mas discordo quanto ao AXA porque na minha opinião as HY serão o ganha pão das obrigações da Europa.

Abraço
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 12:00

Tulipanegra Escreveu:Olá
Bom dia!
Com o mercado a sorrir, continuo com os mesmos 3 fundos negativos, AXA -0,75% (-16,13€), Pimco -0,57% ( -8,58€), Santander Ações -5,76% (-57,6€), aconselham a resgatar?
E que fundo aconselham para aproveitar o mercado?


A meu ver, desses 3 ficava só com o Santander Portugal para longo prazo... Ou até podias passar esse para um ibérico...
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Re: Fundos à la carte

por Tulipanegra » 9/3/2015 11:32

Olá
Bom dia!
Com o mercado a sorrir, continuo com os mesmos 3 fundos negativos, AXA -0,75% (-16,13€), Pimco -0,57% ( -8,58€), Santander Ações -5,76% (-57,6€), aconselham a resgatar?
E que fundo aconselham para aproveitar o mercado?
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 9/3/2015 9:47

A situação na Suíça ou as elevadas valorizações de certos índices acionistas foram algumas das razões para as saídas de investimento em certos fundos estrangeiros.

Tal como aconteceu ao nível dos fundos mais subscritos em fevereiro, também no que diz respeito aos resgates as três plataformas portuguesas que disponibilizam fundos estrangeiros enumeram diversas razões que justificam as saídas de vários tipos de produto. Muito embora os investidores continuem avessos aos fundos mais conservadores, que inevitavelmente oferecem retornos menos atrativos, as entidades dão ainda conta de justificações mais específicas.

No ActivoBank, por exemplo, os resgates aconteceram “numa clara aposta na concretização de mais-valias, particularmente nos fundos ligados à Zona Euro e Estados Unidos”, refere João Graça, da entidade. Para além disso, diz, “alguns investidores encerraram a sua exposição ao mercado Suíço na sequência das dificuldades económicas que o país tem sentido com a valorização do CHF”. Relativamente ao fundo de mercados emergentes mais resgatado “foi alvo de resgates por parte de investidores que preferiram a aposta em apenas alguns mercados como o indiano ou indonésio”.

Do Banco BiG, Isabel Soares começa por fazer uma ressalva: “Ainda que muitos investidores continuem a favorecer investimentos com exposição ao segmento accionista em detrimento de outras classes de activos, é notória uma reestruturação desta alocação”. A gestora de produto da entidade indica por isso que por alguns índices accionistas estarem a negociar em máximos existe alguma “preocupação em construir carteiras mais robustas e equilibradas para eventuais cenários de volatilidade elevada”.

O Banco ressalva que “o maior fluxo em termos de outflows tem sido, por isso, registado em fundos com estratégias mais agressivas e direccionais (com muitos dos clientes a resgatarem para encaixar algumas mais valias acumuladas), que têm vindo gradualmente a ser substituídos por produtos com estratégias de valor relativo ou focados em empresas “pagadoras” de dividendos, por exemplo”. No âmbito do rendimento fixo verificaram-se também “alguns resgates em produtos com exposição a dívida emergente (em moeda local)”.

Sem grandes novidades, no caso do Banco Best, Rui Castro Pacheco, head of asset management, relata que, mais uma vez, em fevereiro, “se registaram as maiores saídas em fundos de tesouraria e em menor escala em fundos de obrigações High Yield”.

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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 9/3/2015 0:29

Those who have been using valuation as an excuse to stay away from equities are likely to be disappointed in their own market-timing skills
Barry Ritholtz, Many metrics can be used to value markets. Which should you trust?
http://www.washingtonpost.com/business/ ... story.html
"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." - Samuel Becket
Pára de dar crédito fácil ao que lês e ouves, escuta o que o preço está a fazer e olha para o que te rodeia. - O Alquimista
 
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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 8/3/2015 17:35

(...) in a paper written by Profession Hernan Cortes Douglas, former Luksic Scholar at Harvard University, former Deputy Research Administrator at the World Bank, and former Senior Economist at the IMF, he noted the following regarding those engaged in “fundamental” analysis for predictive purposes: The historical data say that they cannot succeed; financial markets never collapse when things look bad. In fact, quite the contrary is true. Before contractions begin, macroeconomic flows always look fine. That is why the vast majority of economists always proclaim the economy to be in excellent health just before it swoons. Despite these failures, indeed despite repeating almost precisely those failures, economists have continued to pore over the same macroeconomic fundamentals for clues to the future. If the conventional macroeconomic approach is useless even in retrospect, if it cannot explain or understand an outcome when we know what it is, has it a prayer of doing so when the goal is assessing the future?
(...)
In 1996, Robert Olson published a study in the Financial Analysts Journal in which he studied the effects of herding upon “expert” fundamental analysts’ predictions of corporate earnings. After studying 4000 corporate earnings estimates, he arrived at the following conclusion: Experts’ earnings predictions exhibit positive bias and disappointing accuracy. These shortcomings are usually attributed to some combination of incomplete knowledge, incompetence, and/or misrepresentation. This article suggests that the human desire for consensus leads to herding behavior among earnings forecasters. - Avi Gilburt, Fundamentals Or Technicals: Which Provides Better Predictive Value?,
https://www.elliottwavetrader.net/ellio ... 21291.html

O próprio autor, analista técnico apologista e praticante das EW, também se engana. Veja-se o que escreveu e o que realmente se passou:
But 2012 is definitely setting up as a year for a potential market crash, the likes of which have never yet been experienced. Based upon my current Elliott Wave pattern, we can very well see a multi-year top made in the near future. Even though we are currently setting up to see one final rally into the end of the year, and possibly lasting into the early part of 2012, if this pattern follows its current projected path, the early part of 2012 will kick off a massive market decline that may take years to complete.
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 8/3/2015 14:55

GC14 Escreveu:R2,

Obrigado pelos posts bastante elucidativos na página 230 e 235.

Abraço


Tu deves querer dizer a página 234 em vez da 235.

Já deu para perceber que tu não és mal agradecido ... e se porventura és pobre (de liquidez) estás no sítio certo não para garantires um enriquecimento rápido de capital mas com certeza para enriqueceres a tua capitalização de conhecimentos.
Quando adquirires um nível de conhecimentos considerado por ti adequado, não desapareças do fórum, como alguns, e partilha depois os teus novos conhecimentos com os mais inexperientes, ou seja, tenta dar ao fórum aquilo que ele te deu a ti.

Um abraço.
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Re: Fundos à la carte

por GC14 » 8/3/2015 13:53

R2,

Obrigado pelos posts bastante elucidativos na página 230 e 235.

Abraço
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 8/3/2015 2:36

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https://www.youtube.com/watch?v=f8qrbuE7l7M
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 7/3/2015 23:03

Fundos estrangeiros mais subscritos nas plataformas em fevereiro
Best ActivoBank BiG
1
Nordea-1 Stable Return Fund E EUR
UBS (Lux) SF Yield (EUR) N Acc Fidelity Funds - Global Dividend Fund
2
BlackRock Global Funds - World Healthscience E2 EUR
Parvest Bon Euro Government N Neuberger Berman Short Dur. High Yld Bd
3
MFS® Meridian Funds - Global Total Return Fund Class A1 EUR Acc
BNY Mellon Global Real Return A JPMorgan Funds Global Bond Opportunitie
4
Invesco Funds - Invesco Global Structured Equity Fund E
Fidelity Funds Indonesia A Invesco Pan European Structured Equity
5
UBS (Lux) Equity SICAV - European Opportunity Unconstrained (EUR) P-acc
MSS Euro Corporate Bond B Jupiter Dynamic Bond Fund Dist

6
Legg Mason ClearBridge US Aggressive Growth Fund Class A EUR Acc
UBS (Lux) SF Balanced (EUR) N Acc Pioneer Fund Global Equity Target Income
7
The Jupiter Global Fund - Jupiter Dynamic Bond Class L EUR Q Inc
Fidelity Funds Global Health Care E Nordea 1 Stable Equity Long/Short
8
Franklin Biotechnology Discovery N Acc $
Franklin India N JPMorgan Europe Strategic Dividend
9
Goldman Sachs India Equity Port E Acc
BNY Mellon Long-Term Global Equity A Henderson H. Pan European Alpha
10
Pictet-Japan Index-R JPY
Fidelity Funds America E Deutsche Invest I Top Divid Premium Dist
Fonte: informação cedida pelas plataformas
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Re: Fundos à la carte

por Bucks » 7/3/2015 9:45

Parvest. Avisos a accionistas
by Julrodpe 00:36 on March 07 2015

Imagem

BNP Paribas Investment Partnersha hecho llegar a sus accionistas un comunicado de cambios en sus fondos Parvest, que entraran en vigor el próximo 30 de marzo de 2015. Adjunto el documento por si hay algún participe cuya comercializadora no se lo ha remitido.

https://www.unience.com/file/download/blog/001d2d00a98014bf1712288d2d00a98014bf1712288

Isto aplica-se também em Portugal. Recebi também aviso através do intermediário acerca das respectivas alterações nos fundos deles (a nível da forma de investir em cada fundo).
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 7/3/2015 3:47

Boas,

Dado que alguns dos foristas precisam de reler matérias sobre coeficientes de correlação e outros parâmetros estatísticos, a seguir vou republicar um post meu que coloquei no tópico do VG a long time ago e aproveito para recolocar algumas das imagens que desapareceram porque na altura colocava-as via Web pois não utilizava a ferramenta do fórum para anexar ficheiros.
Este post é uma verdadeira lição sobre a matéria e aproveitem-na porque, com a ingratidão que paira por aí, não é todos os dias que o BedRock se dá a este trabalho.


Riscos de uma carteira, coeficientes de correlação e beta.

Embora o retorno esperado de uma carteira (portfolio) seja a média ponderada dos retornos esperados de cada uma das ações individuais componentes do portfolio, o risco da carteira não é a média ponderada dos desvios padrão (DP) das ações individuais.
O risco da carteira é normalmente menor que a média dos DP’s das ações, isto porque a diversificação reduz o risco do portfolio.


Todo o raciocínio e conclusões que vão ser feitas neste texto em relação às ações e a uma carteira de ações, o mesmo se aplica, de forma similar, a fundos de investimento e a uma carteira de fundos.

Para ilustrar o que vou expor, vou começar por apresentar a Figura 8-4:

Capturar 1.JPG
Capturar 1.JPG (74.5 KiB) Visualizado 5622 vezes


A tabela por baixo do gráfico apresenta dados sobre as ações individuais W e M e sobre o portfolio WM composto por 50% de cada uma das ações W e M.

O gráfico da esquerda representa a variação da taxa de retornos das ações W, M e a carteira WM ao longo dos anos, destacando-se a grande variação das duas ações individualmente, pelo que as mesmas são muito arriscadas. No entanto, os retornos do portfolio são constantes em 15% ao longo dos anos, indicando assim que a carteira não tem qualquer risco.

Na parte direita da figura, existem os respetivos gráficos de distribuição de probabilidade que mostram isso mesmo, do quanto são arriscadas as ações individualmente (gráfico de cima), enquanto que o portfolio WM das 2 ações não tem qualquer risco (reta vertical no gráfico de baixo).

Conforme se pode ver na tabela da série de dados, a média dos retornos das ações individuais W e M e a média do portfolio WM são iguais (15.00%), enquanto que o DP de cada uma das ações é de 25.00% ao passo que o DP da carteira das duas ações é de 0.00%, ou seja, o risco desta carteira é nulo. O coeficiente de correlação entre estas duas ações é de -1.

Assim, fica claro neste exemplo que a escolha de duas ações com tendências opostas (uma sobe e outra desce) e com a mesma amplitude de variação em contraciclo, faz com que o risco da carteira destas duas ações seja nulo.

A tendência de duas variáveis (ex. 2 ações) em se moverem em conjunto é designada por correlação, e o coeficiente de correlação (r) mede esta tendência. Em termos estatísticos, podemos dizer que os retornos das ações W e M são perfeitamente correlacionados negativamente, com r = -1.0. O oposto será uma perfeita correlação positiva, com r = +1.0. Se os retornos não estão relacionados uns com os outros em tudo, disse-se que estão a ser independentes e r = 0.0.

No caso dos retornos de 2 ações terem um r = +1.0 (ambas se movem, com a mesma amplitude, para cima ou para baixo), o portfolio composto por essas ações teria exatamente o mesmo risco que o das ações individualmente. Assim, a diversificação das ações (ou dos fundos) é completamente inútil para a redução do risco da carteira se as ações da mesma têm um r = +1.0, mas se este valor for diferente de 1.0, então a diversificação já traz vantagens para a diminuição do risco da carteira.

Na prática, a maioria das ações são positivamente correlacionadas ( r entre 0.0 e 1.0). Estudos efetuados nos EUA, estimaram que, em média, o coeficiente de correlação entre os retornos de 2 ações selecionadas aleatoriamente é de cerca de 0.30. Com este valor de r, a adição de ações numa carteira vai reduzir o risco da mesma, mas não o elimina completamente, só se o r fosse -1.0.

A Figura 8-5 seguinte, ilustra um caso parecido com a realidade anterior em que a carteira tem um r = +0.35.

Capturar 2.JPG
Capturar 2.JPG (75.7 KiB) Visualizado 5622 vezes


O retorno médio deste portfolio WY é de 15%, que é o mesmo que os retornos individuais das ações W e Y, mas enquanto o DP da carteira é de 18.62%, o DP de cada uma das ações é já de 22.64%.

Assim, um investidor racional com aversão ao risco detém as duas ações na carteira em vez das mesmas individualmente.
Nos 2 exemplos dados anteriormente foram carteiras apenas com duas ações. O que aconteceria se nós aumentássemos o nº de ações na cateira? Como regra geral, o risco da carteira diminui à medida que aumenta o nº de ações da mesma. E se nós adicionarmos suficientes ações só parcialmente correlacionadas, poderíamos eliminar completamente o risco? Em geral, a resposta é não.

A Figura 8-6 seguinte, ilustra isso mesmo.

Capturar 3.JPG
Capturar 3.JPG (53.87 KiB) Visualizado 5622 vezes


Esta figura mostra que o risco de uma carteira diminui à medida que adicionamos cada vez mais ações, sendo de relevar os seguintes pontos:

1. Verifica-se a redução do risco da carteira à medida do aumento das ações adicionadas, com uma taxa de redução variável, e uma vez atingido o nº de 40 a 50 ações, mais ações adicionais já fazem muito pouco para reduzir o risco da carteira;

2. O risco da carteira pode ser dividido em duas partes: o risco diversificável e o risco do mercado, sendo que o primeiro é o risco eliminado pela adição das ações, enquanto que o outro é o risco que se mantém mesmo que a carteira contenha todas as ações do mercado. O risco do mercado é o risco não diversificável ou risco sistemático ou risco beta.

3. O risco diversificável é causado por eventos aleatórios não sistemáticos, tais como: processos judiciais, greves, programas de marketing e de I&D mal sucedidos, vencer ou perder um grande concurso e outros eventos que são exclusivos para as empresas particulares.

Porque esses eventos são aleatórios, os seus efeitos sobre a carteira podem ser eliminados por eventos de diversificação: o mau de uma empresa pode ser compensado pelos bons eventos de outra empresa. Por outro lado, o risco do mercado decorre de fatores que afetam sistematicamente a maioria das empresas: a guerra, inflação, recessão, taxas de juros altas, e outros fatores macro. Porque a maioria das ações são afetadas por macro fatores, o risco do mercado não pode ser eliminado por diversificação.

4. Se selecionarmos cuidadosamente as ações para incluir numa carteira em vez de adicioná-las de forma aleatória, o gráfico mudaria. Em particular se nós escolhermos ações com baixas correlações entre si e com baixo risco (DP) em si mesmo, então neste caso o risco da carteira cairia mais rapidamente do que no caso das ações terem sido adicionadas aleatóriamente. Ora aqui está uma das vantagens importantes da gestão ativa por parte de um investidor ou gestor alfa competente que vai ter outperformance (alfa positivo) em relação ao conjunto aleatório do mercado.
O inverso ocorreria se adicionarmos ações com correlações altas e altos DP’s (risco).


5. A maioria dos investidores são racionais no sentido de que não gostam do risco. Sendo assim, por que não fazer uma carteira de mercado composta por todas as ações? Existem várias razões. Em 1º lugar, os altos custos administrativos e as comissões não seriam compensados pelos benefícios que traria para os investidores individuais. Em 2º lugar, existem os fundos de índice (index funds) que já garantem essa diversificação para os investidores. Em 3º lugar, algumas pessoas pensam que podem escolher ações que irão bater o mercado, de modo que preferem comprá-las em vez do mercado em geral. Em 4º lugar, algumas pessoas podem, por meio de análises fundamental e técnica superiores, bater o mercado, através da compra de ações subvalorizadas e da venda de ações sobrevalorizadas.

6. Uma questão fundamental permanece: Como deve ser o risco de uma ação individual ser medido? O DP dos retornos esperados não é apropriado porque inclui o risco que pode ser eliminado com o manter a ação na carteira. Como, então, devemos medir o risco das ações num mundo onde a maioria das pessoas detêm carteiras? A resposta vai ser dada nos próximos parágrafos.

Então, como vamos medir o risco relevante das ações numa carteira?
Primeiro, note que todos os riscos, exceto os relacionados com os movimentos amplos do mercado, podem e serão diversificados pela maioria dos investidores ao deterem um nº suficiente de ações para mover para baixo a curva de risco da Figura 8-6, anteriormente colocada, até ao ponto onde só o risco do mercado permanece nas suas carteiras.


O risco relevante que permanece na carteira, quando a ação está numa carteira diversificada, é a sua contribuição para o risco de mercado da carteira, e este risco pode ser medido pelo grau de oscilação de uma ação ao mover-se para baixo ou para cima em relação ao mercado. A tendência de uma ação a mover-se relativamente ao mercado é medida através do seu coeficiente beta.

Idealmente nós gostaríamos de ter uma bola de cristal que nos dissesse como a ação se vai mover no futuro em relação ao conjunto das ações do mercado. Mas já que não podemos prever o futuro, normalmente, usamos o histórico dos dados e assumimos que o beta histórico das ações nos dará uma estimativa razoável de como a ação se moverá no futuro em relação ao mercado.

Para ilustrar a utilização de dados históricos vou apresentar a Figura 8-7:

Capturar 4.JPG
Capturar 4.JPG (77.3 KiB) Visualizado 5622 vezes


Esta figura mostra os retornos históricos de 3 ações (H, A e L) e um índice do mercado (M).
No ano 1, o mercado, definido por uma carteira contendo todas as ações, teve um retorno de 10%, assim como as 3 ações individuais.

No ano 2, subiu bruscamente para 20%, as ações H (em alta) subiram para 30%, a ação A (média) subiu para 20%, o mesmo que o mercado, e a ação L (em baixa) subiu para 15% . Para os restantes anos é ver a tabela por baixo do gráfico da referida figura.

O gráfico das séries de dados da tabela, mostra que as 3 ações se moveram para cima ou para baixo como o mercado, mas a ação H foi duas vezes mais volátil que o mercado, a ação A (ação de risco médio, que se move para cima e para baixo com a mesma amplitude do mercado, que por definição tem o beta = 1.0) era exatamente tão volátil como o mercado e a ação L tinha apenas metade da volatilidade do mercado. É claro que quanto maior for o declive da linha reta da ação, maior será a sua volatilidade, e, portanto, maior será a sua perda em tendência de baixa do mercado, mas em contrapartida maior será o seu ganho numa tendência em alta do mercado. As inclinações destas linhas retas são os coeficientes beta das ações.

Assim, no gráfico vemos que os declives/betas das retas das ações H, A(média) e L são de 2.0, 1.0 e 0.5 respetivamente. Por definição, a média da volatilidade das ações do mercado é de 1.0.

Assim, porque o beta de uma ação reflete a sua contribuição para o grau de risco de uma carteira, então o beta é a medida teoricamente correta do grau de risco das acões.

Uma carteira composta por ações de baixo beta terá também um baixo beta porque o beta de uma carteira é a média ponderada dos betas das ações individuais.

Abraço.
Editado pela última vez por R2 em 7/3/2015 23:04, num total de 1 vez.
O projetista do corpo humano feminino esteve muito mal quando concebeu as descargas dos efluentes gasosos e dos resíduos sólidos mesmo encostado ao "parque de diversões", pior ainda, foi ter colocado a descarga dos efluentes líquidos mesmo no interior do "parque de diversões". Conclusão: mesmo um arquitecto sábio e divino pode cometer erros básicos na conceção de um projeto. Ou seja, o projetista devia ter ouvido, préviamente, os destinatários do seu projeto e os utilizadores do "parque de diversões." - BedRock

Em vez de seguires o mercado, faz com que ele te siga a ti. - BedRock
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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 7/3/2015 2:46

O Alquimista Escreveu:Como estão os vossos travões?

Fourth longest bull market in history turns 6 next week

Imagem



Chart o’ the Day: 6 Years Since 666
http://thereformedbroker.com/2015/03/06 ... since-666/

Look Out Below, Copper's Falling
http://www.bloombergview.com/articles/2 ... -economics

Credit booms: implications for the public and the private sector
http://www.ritholtz.com/blog/2015/03/cr ... te-sector/
"Ever tried. Ever failed. No matter. Try again. Fail again. Fail better." - Samuel Becket
Pára de dar crédito fácil ao que lês e ouves, escuta o que o preço está a fazer e olha para o que te rodeia. - O Alquimista
 
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