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Caldeirão da Bolsa

Fundos à la carte

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: Fundos à la carte

por VirtuaGod » 21/12/2014 20:22

Obrigado pela partilha de info em relação ao IBRA.

Em relação ao livro do Tony Robbins já conhecia e faz parte da minha [demasiado extensa] lista de livros a comprar. Com tema semelhante estou tb a aguardar o livro/white paper do Meb Faber que podes ver aqui: http://mebfaber.com/2014/12/03/global-a ... ite-paper/

O Faber fez uma extensa análise ao portfolio proposto pelo Robbins e dos "lazy portfolios", incluindo o "verdadeiro" Permanent Portfolio (a versão do Robbins não tem alavancagem): http://mebfaber.com/2014/10/24/the-all- ... portfolio/

O portfolio do Robbins deu que falar na blogosfera e podes ver aqui, no tópico do LTCM, o que o Barry Ritholtz tem a dizer sobre ele: viewtopic.php?f=3&t=76243&start=1550#p1163419

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Aberdeen AM: Asia & Emerging Markets Debt

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 20:16

Apresentação da Aberdeen AM, sobre a Ásia e Obrigações dos Mercados Emergentes:


apandres/Aberdeen AM/Unience - Aberdeen AM: Oportunidades de inversión en Asia y países emergentes. (16:53 on December 02 2014)
https://www.unience.com/blogs-economia-finanzas/fondos-de-inversion/aberdeen_am_oportunidades_de_inversion_en_asia_y_paises_emergentes
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Pictet-Absolute Return Fixed Income

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 20:10

Apresentação de Andrés Sánchez Balcázar, gestor do Pictet-Absolute Return Fixed Income:


apandres/Pictet Funds/Unience - Perspectivas en retorno absoluto y renta fija global por Andrés Sánchez Balcázar de Pictet Funds (11:33 on December 11 2014)
https://www.unience.com/blogs-economia-finanzas/fondos-de-inversion/perspectivas_en_retorno_absoluto_y_renta_fija_global_por_andres_sanchez_balcazar_de_pictet_funds
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JPMorgan Europe Equity Plus

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 19:49

Para os fãs do JPMorgan Europe Equity Plus, o vídeo da apresentação em Inglês, do seu gestor, Michael Barakos:


JPMorganAM/Unience - Video completo del desayuno con Michael Barakos en versión original (18:58 on October 21 2014)
https://www.unience.com/blogs-economia-finanzas/jpmorgan_asset_management/video_completo_del_desayuno_con_michael_barakos_en_version_original
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Invesco Balanced-Risk Allocation

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 19:35

Sobre o fundo Invesco Balanced-Risk Allocation, pelos seu gestor, Scott Wolle:


Invesco US/Seeking Alpha - Risk Parity: Comparing The Objections With Reality - Part 1 (Nov. 11, 2014 1:04 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2667895-risk-parity-comparing-the-objections-with-reality-part-1

Invesco US/Seeking Alpha - Risk Parity: Comparing The Objections With Reality - Part 2 (Nov. 18, 2014 1:06 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2690255-risk-parity-comparing-the-objections-with-reality-part-2
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 19:27

Mornigstar US/Seeking Alpha - Opportunity In The World's Roads, Railways, And Water Systems (Oct. 21, 2014 9:50 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2578615-opportunity-in-the-worlds-roads-railways-and-water-systems

Mornigstar US/Seeking Alpha - Where Are The Opportunities In Emerging Markets Today? (Oct. 31, 2014 6:04 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2622865-where-are-the-opportunities-in-emerging-markets-today

Mornigstar US/Seeking Alpha - Emerging-Markets Bonds In A Rising U.S. Dollar Environment (Nov. 4, 2014 1:59 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2633975-emerging-markets-bonds-in-a-rising-u-s-dollar-environment
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 19:06

Especialmente para o VG (e não só), como sei que também és adepto dos risk-adjusted returns. :wink:


Yahoo Finance - Tony Robbins: Ray Dalio's "All Weather" Portfolio (November 18, 2014 11:16 AM)
http://finance.yahoo.com/news/tony-robbins--ray-dalio-s--all-weather--portfolio-161619133.html
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 18:19

Invesco US/Seeking Alpha - Growth-Seeking Investors Eye ASEAN Markets (Dec. 16, 2014 1:27 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2758005-growth-seeking-investors-eye-asean-markets

Invesco US/Seeking Alpha - What's Behind China's Interest Rate Cut? (Dec. 1, 2014 9:13 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2720815-whats-behind-chinas-interest-rate-cut
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 17:22

R2, repara nesta frase: :wink:

Miguel Jiménez Escreveu:Ya saben “cuando baje la marea, veremos quien se baña desnudo” parafraseando a W. Buffet.


Fonte: Carla Quinto/Rankia - “Cuando baje la marea, veremos quien se baña desnudo”. Miguel Jiménez contesta a las preguntas de los foreros (16 de diciembre de 2014)
http://www.rankia.com/blog/fondos-inversion/2582129-cuando-baje-marea-veremos-quien-bana-desnudo-miguel-jimenez-contesta-preguntas-foreros
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 16:58

Invesco US/Seeking Alpha - 3 Potential Opportunities And 3 Risks For 2015 (Dec. 19, 2014 3:32 AM ET)
http://seekingalpha.com/article/2767925-3-potential-opportunities-and-3-risks-for-2015
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Financial Engineering and Risk Management

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 16:23

Mais avançado:

Columbia University/Coursera - Financial Engineering and Risk Management Part I
https://www.coursera.org/learn/financialengineering1/outline

Columbia University/Coursera - Financial Engineering and Risk Management Part II
https://www.coursera.org/learn/financialengineering2/outline
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 21/12/2014 16:22

VirtuaGod Escreveu:
R2 Escreveu:Por outro lado, uma subida da taxa de juros de referência por parte de um Banco Central, faz com que [...] uma queda no preço das acções, isto porque o preço do dinheiro fica mais caro para o empréstimo e financiamento das empresas, [...] o que motiva os gestores a venderem as ações. Como resultado, no futuro, os preços das ações irão descer.


Imagem

Fonte: What Happens to Stocks and Bonds When the Fed Raises Rates?



A minha frase que tu citas é uma frase teórica e existe no livro do Prof. Siegel, e no campo teórico está correta se se considerar apenas o factor monetário da subida da taxa de juros de referência e as suas repercussões no desempenho das ações, mas se entrarem em jogo outros factores com um peso quantitativo relevante como grandes aumentos do crescimento do emprego e do PIB, então o factor desfavorável do aumento da taxa da Fed para as ações, porque torna o dinheiro mais caro para o empréstimo e financiamento das empresas, pode ser suplantado pelos outros 2 factores de aumentos do emprego e do crescimento do PIB, pois havendo mais pessoas empregadas há mais dinheiro nos bolsos das pessoas => maior consumo => aumento da produção industrial por via do maior consumo interno => maiores ganhos nas empresas em particular nas mais dependentes do consumo interno => valorização das ações dessas empresas. Tudo isto será verdadeiramente suportado pelo crescimento da taxa do PIB, que é o mesmo que dizer, com o aumento da riqueza nacional.

Por outro lado, há um outro factor incontrolável e imprevisível nos mercados e que é determinante: sentimento comportamental do rebanho dos investidores.

Efetivamente, no 1º quadro do artigo apresentado pelo VG, há poucos períodos em que o desempenho das acções foram negativos, dentro dos períodos das subidas da taxa da Fed. Contudo, retornos positivos não quer dizer que não possam ter baixado em relação a retornos anteriores mais elevados. Por outro lado, na minha frase citada pelo VG aparece a palavra “futuro” e se formos ver o 2º quadro do artigo relativo aos períodos de 1 ano, 3 e 5 anos após os períodos de subida da taxa da Fed, podemos ver que as médias dos retornos das acções já baixaram, especialmente no caso de 1 ano após e neste caso já aparecem mais períodos negativos de retornos, em relação ao 1º quadro, pelo que a minha frase está, em termos relativos, correta, e se for referenciada com apenas o factor monetário (subida da taxa da Fed), está corretíssima, pelo que vou fazer uma pequena edição na minha frase em causa com a especificação de que tal seria o expectável se no processo entrasse apenas em jogo o factor monetário, porém como nos mercados há outros factores a ter em conta, sendo que alguns podem ser imprevisíveis ou incontroláveis, logo no jogo global da ponderação quantitativa entre os vários factores intervenientes no processo, na prática até pode acontecer o contrário do cenário só com o factor monetário. E é isto que eu vou introduzir na edição do meu texto no contexto da frase em causa.

Abraço.
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Mathematical Methods for Quantitative Finance

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 16:18

Para quem gosta e quem quer saber mais:


University of Washington/Coursera Escreveu:Mathematical Methods for Quantitative Finance covers topics from calculus and linear algebra that are fundamental for the study of mathematical finance. Students successfully completing this course will be mathematically well prepared to study quantitative finance at the graduate level.


University of Washington/Coursera - Mathematical Methods for Quantitative Finance
https://www.coursera.org/course/mathematicalmethods
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 16:11

R2, se possível, coloca títulos nos teus artigos, tanto nos que já criastes, como os nossos futuros, para eu poder colocar os links para eles, na 1ª página do tópico.
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Re: Fundos à la carte

por Rick Lusitano (New) » 21/12/2014 16:03

R2, bom e detalhado artigo, o mundo das obrigações. E tem linguagem acessivel (não muito técnica/estatística/matemática). :clap:
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 21/12/2014 14:48

pcm1979 Escreveu:
Alquimista Escreveu:O maior risco que poderá haver neste fundo de obrigações soberanas, é o risco cambial de uma possível desvalorização desproporcionada do BRL (real brasileiro) em relação ao USD.

Um abraço.


Isso é o que mais me preocupa, então realmente o meu receio justica-se. O Brasil aumentou recentemente a taxa de juro, mas é expectável que isso já esteja descontado na cotação, certo? Por outro lado, com a forte escalada do dólar face ao real, o movimento não estará próximo de esgotar-se? :-k Ou a economia americana vai rebentar com tudo devido à recente auto-suficiência em petróleo?

usd brl.png


pcm1979,
A frase que tu citaste não é do Alquimista mas sim minha ... não há problema.

Teoricamente, é expectável que o USD continue a valorizar em relação a moedas fracas e até em relação a algumas moedas fortes (hard currencies) como é o caso do EUR. Assim, é natural que o teu fundo de obrigações em USD continue a incorporar a desvalorização do BRL face ao USD e por essa via monetária vai perder parte da sua performance.

O Brasil aumentou recentemente a taxa de juros porque é uma das medidas para tentar estancar a queda do BRL face ao USD, sendo que as outras medidas podem ser a venda de parte das reservas de ouro e de parte das reservas em moeda estrangeira como o USD. O que podia estancar com solidez a queda de cotação do BRL, e que seria a grande medida de suporte, era a taxa do PIB do Brasil começar a subir de forma consistente, mas isso está muito difícil e não vai ser para breve, tanto mais que o crescimento do Brasil está muito dependente da exportação de commodities e estas estão baratas como é o caso do petróleo.

A economia dos EUA não vai rebentar com as outras economias senão acabava mais tarde com ela própria. Os EUA vão ser a grande locomotiva que irá arrastar para o crescimento várias economias mundiais e aí a desvalorização das moedas face ao USD vai suavizar, a menos que apareça um QE como o do BCE para 2015, o qual vai acentuar a desvalorização do EUR face ao USD, tal como está a acontecer com o QE do Japão que está a provocar uma desvalorização do JPY (iene) face ao USD.

Um abraço.
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Re: Fundos à la carte

por pcm1979 » 21/12/2014 11:26

R2 Escreveu:O maior risco que poderá haver neste fundo de obrigações soberanas, é o risco cambial de uma possível desvalorização desproporcionada do BRL (real brasileiro) em relação ao USD.

Um abraço.


Isso é o que mais me preocupa, então realmente o meu receio justica-se. O Brasil aumentou recentemente a taxa de juro, mas é expectável que isso já esteja descontado na cotação, certo? Por outro lado, com a forte escalada do dólar face ao real, o movimento não estará próximo de esgotar-se? :-k Ou a economia americana vai rebentar com tudo devido à recente auto-suficiência em petróleo?

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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 21/12/2014 5:01

R2 Escreveu:Amigo Alquimista,
O amigo pcm1979 referiu "... os "juros" que irei receber(que supostamente estarão a "ajudar" a cotação a subir) ...". Ora acontece que juros é o montante de dinheiro que se recebe por uma aplicação financeira, enquanto que a taxa de juros é um valor percentual de um rendimento por um determinado período de tempo, normalmente, 1 ano. Isto é que é a linguagem de precisão que se deve utilizar.
Por outro lado, uma subida da taxa de juros de referência por parte de um Banco Central, faz com que a cotação das obrigações desça e não suba, uma vez que à medida que as taxas de juro sobem, provocam, por um lado, uma tendência de descida na cotação das obrigações existentes, porque as novas obrigações são emitidas com uma taxa de juro superior e assim as obrigações anteriores veem a sua cotação baixar, e, por outro lado, uma queda no preço das acções, isto porque o preço do dinheiro fica mais caro para o empréstimo e financiamento das empresas, pelo que a perspetiva dos retornos das novas obrigações é cada vez mais atraente, o que motiva os gestores a venderem as ações. Como resultado, no futuro, os preços das ações irão descer e a cotação das novas obrigações têm tendência a subir.

Assim, temos que distinguir as obrigações existentes aquando da subida da taxa de juros, das obrigações emitidas após a subida dessa taxa de juros, uma vez que têm movimentos diferentes.

Fiz uma pequena edição do post em causa com uma linguagem que já não pode suscitar possíveis equívocos de interpretação do pensamento do exponente.

Abraço.


Amigo BedRock,

Eu compreendi o teu pensamento. Por vezes o uso de linguagem não técnica torna o discurso mais fácil e acessível e, dependendo dos interlocutores e do contexto, são formas banais de expressar o pensamento. Por exemplo: segundo os termos da lei, alugam-se coisas móveis mas arrendam-se coisas imóveis. Se o meu amigo me disser que alugou uma casa da praia para passar férias, achas que te diria (ou a outrem) "Olha lá, não se alugam imóveis, arrendam-se"? É óbvio que não. O que o forista queria dizer, se não lavro em erro, é que afinal de contas o que interessa é o tamanho da coisa. :mrgreen:

Capital markets are thought of as a mechanism for buying and selling long-term debt or equity-backed securities, but that definition falls short. Mr. Market is a philosopher, a patient teacher to those who come to class aware of the wisdom on offer. The lessons for those who pay attention to this graduate-level philosophy class are rich, deep and highly counterintuitive.
As you read the many predictions for 2015, do you remember how many strategists were forecasting a collapse in crude oil prices at the start of the year? That’s right, precisely zero.
Recall the beginning of 2014, when 72 out of 72 economists were anticipating higher rates and lower bond prices. How did that work out? Exactly.

Think You're Smart? Markets Are Laughing, Barry Ritholtz
http://www.bloombergview.com/articles/2 ... e-laughing


Abraço
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Pára de dar crédito fácil ao que lês e ouves, escuta o que o preço está a fazer e olha para o que te rodeia. - O Alquimista
 
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Re: Fundos à la carte

por VirtuaGod » 21/12/2014 4:28

R2 Escreveu:Por outro lado, uma subida da taxa de juros de referência por parte de um Banco Central, faz com que [...] uma queda no preço das acções, isto porque o preço do dinheiro fica mais caro para o empréstimo e financiamento das empresas, [...] o que motiva os gestores a venderem as ações. Como resultado, no futuro, os preços das ações irão descer.


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Re: Fundos à la carte

por R2 » 21/12/2014 3:09

O Alquimista Escreveu:
R2 Escreveu:Não podes dizer que os juros vão ajudar a subir a cotação, pois o que faz subir ou descer a cotação de uma obrigação, tal como uma ação, é a lei da oferta e da procura: mais gente a comprar faz subir a cotação, mais gente a vender faz descer a cotação; associado ao sentimento do rebanho dos investidores: a euforia faz subir bastante a cotação porque a grande maioria do rebanho está a comprar massivamente e o pânico faz descer muito a cotação devido à venda massiva (sell-off) dos ativos.

(...)


Amigo BedRock,

Tudo bem quanto à lei da oferta e da procura a comandar a cotação do activo, de qualquer activo. Só que essa lei traduz-se, em sede de obrigações, pela tentativa de obter um rendimento fixo. Ora, se no mercado houver alteração das taxas de juros (bastará até a percepção dessa alteração), a cotação da obrigação sofrerá com isso, positiva ou negativamente. Daí que se possa dizer que os juros (da concorrência por contraponto ao da obrigação em causa) farão subir ou descer a cotação, entre outros factores. Aliás, foi um desses movimentos que a maioria dos especialistas previu quando se começou a falar do aumento da taxa de juro por parte da FED. Neste caso e até ao momento o mercado reagiu de forma diferente.

Abraço


Amigo Alquimista,
O amigo pcm1979 referiu "... os "juros" que irei receber(que supostamente estarão a "ajudar" a cotação a subir) ...". Ora acontece que juros é o montante de dinheiro que se recebe por uma aplicação financeira, enquanto que a taxa de juros é um valor percentual de um rendimento por um determinado período de tempo, normalmente, 1 ano. Isto é que é a linguagem de precisão que se deve utilizar.
Por outro lado, uma subida da taxa de juros de referência por parte de um Banco Central, faz com que a cotação das obrigações desça e não suba, uma vez que à medida que as taxas de juro sobem, provocam, por um lado, uma tendência de descida na cotação das obrigações existentes, porque as novas obrigações são emitidas com uma taxa de juro superior e assim as obrigações anteriores veem a sua cotação baixar, e, por outro lado, pode haver uma queda no preço das acções, isto porque o preço do dinheiro fica mais caro para o empréstimo e financiamento das empresas, pelo que a perspetiva dos retornos das novas obrigações é cada vez mais atraente, o que pode motivar os investidores/gestores a venderem as ações. Como resultado, no futuro, os preços das ações irão descer e a cotação das novas obrigações têm tendência a subir.

Contudo, convém referir que esse cenário teórico da queda das ações é possível e seria o expectável se no sistema entrasse apenas em jogo o factor monetário da subida da taxa de juros de referência por parte do Banco Central, porém como nos mercados há outros factores a ter em conta, sendo que alguns podem ser imprevisíveis ou incontroláveis, logo no jogo global da poderação quantitativa entre os vários factores intervenientes no processo, na prática até pode acontecer o contrário do cenário de só com o factor monetário.

O contrário desse cenário, é o caso dos resultados práticos dos EUA que demonstram, por uma larga maioria de períodos, que os retornos das ações sobem maioritariamente com o aumento da taxa da Fed. Isto pode ser explicado pelo facto de no processo entrarem em jogo outros factores com um peso quantitativo relevante como grandes aumentos do crescimento do emprego e do PIB, então o factor desfavorável do aumento da taxa da Fed para as ações, porque torna o dinheiro mais caro para o empréstimo e financiamento das empresas, pode ser suplantado pelos outros 2 factores de aumentos do emprego e do crescimento do PIB, pois havendo mais pessoas empregadas há mais dinheiro nos bolsos das pessoas => maior consumo => aumento da produção industrial por via do maior consumo interno => maiores ganhos nas empresas em particular nas mais dependentes do consumo interno => valorização das ações dessas empresas. Tudo isto será verdadeiramente suportado pelo crescimento da taxa do PIB, que é o mesmo que dizer, com o aumento da riqueza nacional.

Assim, temos que distinguir as obrigações existentes aquando da subida da taxa de juros, das obrigações emitidas após a subida dessa taxa de juros, uma vez que têm movimentos diferentes.

Fiz uma pequena edição do post em causa com uma linguagem que já não pode suscitar possíveis equívocos de interpretação do pensamento do exponente.

Abraço.
Editado pela última vez por R2 em 21/12/2014 16:44, num total de 1 vez.
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Re: Fundos à la carte

por O Alquimista » 21/12/2014 1:00

R2 Escreveu:Não podes dizer que os juros vão ajudar a subir a cotação, pois o que faz subir ou descer a cotação de uma obrigação, tal como uma ação, é a lei da oferta e da procura: mais gente a comprar faz subir a cotação, mais gente a vender faz descer a cotação; associado ao sentimento do rebanho dos investidores: a euforia faz subir bastante a cotação porque a grande maioria do rebanho está a comprar massivamente e o pânico faz descer muito a cotação devido à venda massiva (sell-off) dos ativos.

(...)


Amigo BedRock,

Tudo bem quanto à lei da oferta e da procura a comandar a cotação do activo, de qualquer activo. Só que essa lei traduz-se, em sede de obrigações, pela tentativa de obter um rendimento fixo. Ora, se no mercado houver alteração das taxas de juros (bastará até a percepção dessa alteração), a cotação da obrigação sofrerá com isso, positiva ou negativamente. Daí que se possa dizer que os juros (da concorrência por contraponto ao da obrigação em causa) farão subir ou descer a cotação, entre outros factores. Aliás, foi um desses movimentos que a maioria dos especialistas previu quando se começou a falar do aumento da taxa de juro por parte da FED. Neste caso e até ao momento o mercado reagiu de forma diferente.

Abraço
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 21/12/2014 0:42

VG,
Dado que não deste uma resposta objetiva à minha questão, vou eu dala:

Por definição, a "Hipótese do Mercado Eficiente" assenta no pressuposto de que as rentabilidades de um FI, ao longo de um horizonte temporal, segue um percurso aleatório (random walk), e isto em probabilidade estatística quer dizer que os retornos do passado não influenciam os retornos do presente, os quais, por sua vez, também não irão influenciar os retornos futuros. Ora, esta teoria do random walk dos eventos probabilísticos (ex. retornos), em termos gráficos, corresponde à curva de Gauss em que no eixo das ordenadas está a frequência dos retornos e no eixo das abcissas está o desvio padrão (risco), e é devido ao pressuposto dos eventos aleatórios que essa curva é simétrica e em forma de sino, sendo que o ponto da curva com o maior valor de frequência corresponde ao eixo simétrico vertical central relativo ao desvio padrão = 0, que quer dizer valor = média dos valores da distribuição de frequência gaussiana, isto porque nesta distribuição de eventos aleatórios, os respetivos valores vão distribuírem-se maioritariamente em torno da média (o desvio padrão corresponde aos desvios em relação à média, sendo assim uma medida da volatilidade = oscilação dos resultados em relação a um valor de referência, que neste caso é a média dos valores).

Sendo assim, em termos teóricos, o estudo e análise histórica dos retornos passados, ou outros quaisquer dados passados, dos FI, tem uma importância nula para a teoria da "Hipótese do Mercado Eficiente" (HME), e tendo em conta que quem acredita mais na HME, especialmente para um horizonte temporal de longo prazo de detenção do investimento, são os defensores da gestão passiva, então o estudo e a análise dos retornos passados de um FI por parte dos investidores passivos, constitui em si mesmo uma das suas contradições teóricas.

Acontece que as curvas financeiras reais da frequência de distribuição dos retornos vs desvio padrão não são iguais à curva de Gauss (distribuição normal), pois as mesmas não são simétricas (horizontalidade), mas sim assimétricas, na distribuição em torno da média, e apresentam uma curtose diferente (maior verticalidade) da curva de Gauss, e isto em termos práticos quer dizer que as curvas reais
financeiras têm as designadas caudas gordas (em relação à curva de Gauss de referência) que corresponde a uma maior frequência de se obterem retornos extremos quer do lado direito da curva (retornos dos mais altos) quer do lado esquerdo (retornos dos mais baixos), chamando-se a isso as designadas ineficiências dos mercados acionistas que os gestores/investidores ativos tentam aproveitar para terem uma outperformance em relação aos respetivos index funds da gestão passiva, ou seja, tendo assim um maior Alfa, um maior Tracking Error e um maior Rácio de Informação.

Abraço.
O projetista do corpo humano feminino esteve muito mal quando concebeu as descargas dos efluentes gasosos e dos resíduos sólidos mesmo encostado ao "parque de diversões", pior ainda, foi ter colocado a descarga dos efluentes líquidos mesmo no interior do "parque de diversões". Conclusão: mesmo um arquitecto sábio e divino pode cometer erros básicos na conceção de um projeto. Ou seja, o projetista devia ter ouvido, préviamente, os destinatários do seu projeto e os utilizadores do "parque de diversões." - BedRock

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Re: Fundos à la carte

por R2 » 21/12/2014 0:33

pcm1979 Escreveu:Obrigado pela detalhada explicação. Em relação à questão dos fundos do BES, eu falei neles porque não tinha conta em mais nenhum banco. Nunca pretendi fazer publicidade, e se o fizesse não teria sucesso porque a maioria do pessoal aqui no caldeirão sabe que há entidades gestoras maiores e mais prestigiadas. :wink: Acho que esse assunto morreu.

Em relação ao fundo de obrigações, percebo agora porque desce a cotação. :wink: Então posso concluir que no longo prazo dificilmente perderei dinheiro nesse fundo? Ou seja, os "juros" que irei receber(que supostamente estarão a "ajudar" a cotação a subir) serão sempre superiores ao eventual desinteresse dos investidores? Ou estou a dizer asneira?

Pergunto isto porque os juros dos cupões são atrativos.


Não podes dizer que os juros (numa liguagem rigorosa, juros é um montante numa determinada moeda e a taxa de juros é uma coisa diferente: é um valor percentual de rendimento num determinado período de tempo, normalmente, em 1 ano) que vais receber estarão a ajudar a subir a cotação, tanto mais que a expectável subida da taxa de juros de referência, num futuro próximo, por parte da Fed, irá teoricamente provocar a queda de cotação das obrigações. De uma maneira geral, o que faz subir ou descer a cotação de uma obrigação, tal como uma ação, é a lei da oferta e da procura: mais gente a comprar faz subir a cotação, mais gente a vender faz descer a cotação; associado ao sentimento do rebanho dos investidores: a euforia faz subir bastante a cotação porque a grande maioria do rebanho está a comprar massivamente e o pânico faz descer muito a cotação devido à venda massiva (sell-off) dos ativos.

Os juros dos cupões são atrativos porque o estado brasileiro, assim como outros países emergentes, precisam de um grande inflow de capitais de empréstimo/compra no mercado da dívida (soberana) para fazer face aos grandes investimentos que têm que fazer para o desenvolvimento do país, designadamente, na realização de infraestruturas básicas e fundamentais para assegurar esse mesmo desenvolvimento.

O maior risco que poderá haver neste fundo de obrigações soberanas, dado que o Brasil não vai entrar em default, é o risco cambial de uma possível desvalorização desproporcionada do BRL (real brasileiro) em relação ao USD.

Um abraço.
Editado pela última vez por R2 em 21/12/2014 2:17, num total de 1 vez.
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Re: Fundos à la carte

por pcm1979 » 20/12/2014 22:50

Obrigado pela detalhada explicação. Em relação à questão dos fundos do BES, eu falei neles porque não tinha conta em mais nenhum banco. Nunca pretendi fazer publicidade, e se o fizesse não teria sucesso porque a maioria do pessoal aqui no caldeirão sabe que há entidades gestoras maiores e mais prestigiadas. :wink: Acho que esse assunto morreu.

Em relação ao fundo de obrigações, percebo agora porque desce a cotação. :wink: Então posso concluir que no longo prazo dificilmente perderei dinheiro nesse fundo? Ou seja, os "juros" que irei receber(que supostamente estarão a "ajudar" a cotação a subir) serão sempre superiores ao eventual desinteresse dos investidores? Ou estou a dizer asneira?

Pergunto isto porque os juros dos cupões são atrativos.
 
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Re: Fundos à la carte

por R2 » 20/12/2014 22:18

pcm1979 Escreveu:
R2 Escreveu:
pcm1979 Escreveu:Hoje dei ordem de entrada no UBS (LUX) BS BRAZIL (USD) P-ACC , precisamente por achar que é um bom ponto de entrada :-k
Aproveitar um repique e sair logo que possa. :pray:


pcm1979,
Tu foste para o Brasil para aproveitar o possivel ressalto positivo a seguir ao afundanço, e aquilo que eu tenho para te dizer é que se o Brasil tiver um ressalto de Y então eu acho que há países, zonas geográficas e setores específicos que devem ter um ressalto de 3-5Y.
Eu esperava mais tempo para ver melhor a politica e alguns dos seus resultados do novo ministro das finanças que veio do Bradesco, para depois se decidir o investimento ou não.

Abraço.


R2, o fundo em que entrei é de obrigações, melhor dizendo, de dívida soberana brasileira. Custa-me entender como funciona um fundo de obrigações, podes dar-me uma pequena explicação? A cotação desce e sobe em que situações? Só vejo explicação para quedas o câmbio BRL/USD e a cotação da dívida estar cada vez mais acima do par, é isso?


pcm1979,
Eu confundi esse fundo de obrigações do Brasil da UBS com o seu fundo de ações do Brasil, porque os seus nomes só diferem numa única letra, pois onde está "BS Brazil" no fundo de obrigações, no fundo de ações é "ES Brazil".

Agora vamos ao que interessa e dar resposta à tua solicitação de explicação (só espero que a tua dificuldade seja real, pois, salvo erro, tu és um forista que já interagiu comigo quando colocaste uma data de fundos quase todos da ES (Espirito Santo) e eu detesto 2 tipos de pessoas: aquelas que se fazem de parvas mas têm conhecimentos acima da média e aquelas que se armam em sobredotadas e afinal são de underperformance).

Conceitos básicos sobre obrigações:

Obrigações são valores mobiliários que representam o direito dos seus detentores a receber do emissor pagamentos em datas predeterminadas. Existem duas partes num contrato obrigacionista: a parte que promete fazer pagamentos, o emissor ou devedor, e a parte que receberá o pagamento, o obrigacionista ou credor.

O emissor emite obrigações em troca de um preço de emissão. O preço de emissão não tem de ser igual ao valor nominal, podendo ser superior, inferior ou igual (ao par). O valor nominal é o montante que o emissor “reembolsa” ou paga na maturidade da obrigação, ou seja, no fim de vida do empréstimo obrigacionista.

O preço de mercado é o valor pelo qual os investidores transacionam entre si, no mercado secundário, a obrigação no período entre a emissão e a maturidade. Tanto o preço de emissão como o preço de mercado se dizem estar ao par quando são iguais ao valor nominal, abaixo do par quando lhe são inferiores ou acima do par quando lhe são superiores.

O juro de uma obrigação corresponde à diferença entre tudo o que o obrigacionista tem a receber do emissor e o preço de emissão.

A taxa de juro é a proporção percentual do juro em relação ao preço por um determinado período de tempo (ex. 1 ano). Por ex., se uma obrigação que paga 106 € daqui a 1 ano for adquirida por 100 €, o juro esperado é de 6 € (106 € - 100 € = 6 €) e a taxa de juro anual é de 6.0% (6 €/100 € = 0.06 => 6.0%). Por sua vez, se a mesma obrigação for adquirida por 97 €, o juro será 9 € e a taxa de juro 9.0%. Se nada for dito em contrário, assume--se que a taxa de juro é a anual.

A taxa de juro associada a uma obrigação designa-se por yield .O juro pode ser composto por elementos diferentes. Um deles é o pagamento do cupão.

O cupão é o pagamento regular que o emissor faz ao obrigacionista de uma quantia igual a uma percentagem predeterminada do valor nominal. Esta percentagem do valor nominal chama--se taxa de cupão.

O contrato obrigacionista define se a taxa de cupão é fixa ou varia de acordo com uma regra predefinida. Define também a periodicidade do pagamento do cupão. Por ex., se uma obrigação de valor nominal de 10.000 € tiver uma taxa de cupão fixa de 6.0% com pagamentos semestrais, a posse dessa obrigação dá ao obrigacionista o direito de receber 600 € por ano.

Na oferta do emitente em mercado primário o preço de subscrição tende a ser 100% ou ao par sem desconto. Porém, se o investidor adquiriu em mercado secundário, após a colocação, este preço poderá ser inferior/superior, o que altera a rentabilidade do investimento numa comparação com o cupão:

- Preço de compra > a 100% => %Ytm (Yield to maturity) < cupão;

- Preço de compra < a 100% => %Ytm > cupão.

Na aquisição de uma obrigação abaixo do par (inferior a 100%), o investidor recebe ao longo da vida da emissão, o cupão, mas na maturidade (no vencimento da obrigação senão ocorrer nenhum evento de crédito) é reembolsado pelos100%.
O diferencial entre o preço de aquisição e o seu reembolso a 100%, dividido pelo nº de anos em que deteve a emissão => aumenta/diminui o valor da %Ytm.

Algumas das relações entre as obrigações e as acções:

Em vários estudos realizados, verificou-se que o risco de ativos de renda fixa, como as obrigações, não cai tão rapidamente como o previsto pela teoria do percurso aleatório. Este declínio lento do desvio padrão dos retornos médios anuais no mercado de obrigações é uma evidência da aversão (não reversão) para a média dos retornos das obrigações. A aversão para a média significa que, uma vez que o retorno de um ativo desvia da sua média de longo prazo, há um aumento da chance de que ele irá desviar ainda mais, ao invés de voltar para os níveis mais normais em volta da média (reversão para a média), como acontece com os ativos accionistas.

À medida que a inflação acelera, o processo vai-se tornando cumulativo, e os titulares de obrigações não têm nenhuma chance de compensar as perdas do seu poder de compra. Os titulares de ações, uma vez que são titulares de ativos reais, raramente sofrem uma perda permanente devido à inflação.

Há boas razões económicas para a correlação entre as obrigações e as ações se tornar mais positiva e não neutra ou negativa, pelo que cada vez menos as obrigações serão eficazes para uma redução adequada do risco do portfolio formado por acções e obrigações. No caso do ouro ser a base padrão do sistema monetário, os tempos económicos maus foram associados com a queda de preços das commodities. Portanto, o valor real das obrigações governamentais subiram e o mercado de ações caiu, como ocorreu durante a Grande Depressão dos anos da década de 1930.

No caso do papel ser a base padrão do sistema monetário, os tempos económicos maus são mais propensos a serem associados com a inflação. Isto ocorre porque, por exemplo, a Fed dos EUA, geralmente, tenta compensar crises económicas com uma politica monetária expansionista, como ocorreu na década de 1970 e nos QEs (Quantitative Easing) mais recentes. Esta expansão monetária discricionária era impossível com uma base padrão do sistema monetário baseada no ouro.

A segunda razão para o aumento da correlação entre as ações e as obrigações é a estratégia que os gestores de carteiras seguem para alocar ativos. Muitos dos modelos de alocação tática, na qual os gestores usam o dinheiro para tentarem minimizar o risco e maximizarem os retornos da carteira, ditam que a percentagem de um portfolio que é alocada a ações é em função do retorno esperado das ações em relação ao das obrigações.

Assim, à medida que as taxas de juro sobem, provocam, por um lado, uma tendência de descida na cotação das obrigações existentes, porque as novas obrigações são emitidas com uma taxa de juro superior e assim as obrigações anteriores veem a sua cotação baixar, e, por outro lado, uma queda no preço das acções, isto porque o preço do dinheiro fica mais caro para o empréstimo e financiamento das empresas, pelo que a perspetiva dos retornos das novas obrigações é cada vez mais atraente, o que motiva os gestores a venderem as ações. Como resultado, no futuro, os preços das ações irão descer e a cotação das novas obrigações têm tendência a subir. Este é um exemplo de como a atitude dos gestores de portfolios, ao tentarem tirar partido da vantagem da correlação histórica entre as ações e as obrigações, provocam uma mudança na correlação futura.

Variação dos preços das obrigações:

Quando um investidor privado compra uma obrigação de uma empresa ou de dívida soberana de um país, fica com direito a receber todo o valor de emissão adquirido mais os juros periódicos do cupão definidos no contrato obrigacionista . Mas se ele achar que a empresa pode vir a ter dificuldades em cumprir com os pagamentos a que tem direito ou no caso mais grave de possível falência dessa empresa, havendo assim um risco acrescido de a mesma não lhe poder pagar tudo, pode decidir vender esse titulo de obrigação a outra pessoa, no mercado secundário, por um valor mais baixo do que aquele que investiu, para não correr o risco de perder parte do dinheiro investido. Isto faz com que fundos que detêm essa obrigação percam valor se os receios em torno da empresa aumentarem, mesmo que esta continue a pagar juros periodicamente.

Assim, com o aumento do risco de não pagamento por parte dessa empresa, o valor da sua obrigação diminuirá de cotação em função do aumento do seu grau de risco.

Se os investidores que detêm obrigações dessa empresa com risco de não pagamento entrarem na sua maioria em pânico e procederem à venda massiva (sell-off) dessas obrigações no mercado secundário, então isto também pode constituir uma excelente oportunidade de compra dessas obrigações extremamente subavaliadas (muito baratas) por parte de outros investidores que as adquiriram, pois pode acontecer que não se confirmem as supostas dificuldades de não pagamento por parte da empresa em causa e aí o preço de cotação da sua obrigação vai disparar e desse modo os novos compradores vão tomar as valorizações brutais da obrigação, porque souberam arriscar mais (não se deixaram possuir pelo pânico do rebanho), para além de poderem receber tudo a que têm direito nos pagamentos definidos no contrato obrigacionista, no caso de deterem essa obrigação até à sua maturidade.

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