Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

Viver de rendimentos

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por A330-300 » 20/6/2013 22:33

nikkas Escreveu:
A-330 Escreveu:
Mas para se ser rico há 3 maneiras:
Roubando , herdando ou trabalhando.

....Por isso digo e repito.Empenhem-se mas é em conseguir melhores trabalhos , mais bem pagos. E aí poderão pensar em reformar-se uns anos antes.E olhe lá.

A330


Ui ui, há pessoal que não passa da cepa torta.

A-330 olha o factor sorte!


Não há dúvida.Mas é por isso que isso de viver de rendimentos definitivamente é para uma pequena minoria de 3 ou 4.Há o fator sorte , o fator desemprego , o fator doença,etc.

Ou você acha que quem ganha pouco , por mais que poupe vai alguma vez poder viver de rendimentos?

Só se herdar alguma coisa e viver dos rendimentos disso.Ou ganhar muito bem.

Desse discurso de viver de rendimentos só é viável a parte em que as pessoas se concentram em viver dentro das suas possibilidades e se preocupam em juntar algum dinheiro para quando se aposentarem complementarem a porcaria de reforma que vão ter.

Senão , só para alguns sortudos.

A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por jumpinho » 20/6/2013 22:06

A-330 Escreveu:
Mas para se ser rico há 3 maneiras:
Roubando , herdando ou trabalhando.

....Por isso digo e repito.Empenhem-se mas é em conseguir melhores trabalhos , mais bem pagos. E aí poderão pensar em reformar-se uns anos antes.E olhe lá.

A330


Ui ui, há pessoal que não passa da cepa torta.

A-330 olha o factor sorte!
 
Mensagens: 158
Registado: 11/10/2008 18:13
Localização: 1

por MarcoAntonio » 20/6/2013 21:33

sergix Escreveu:Mudei o nome do topico para "Viver de rendimentos e a sua experiência Frugal"


É melhor retirar a maiuscula do frugal, não. Confesso que fiquei um bocado a pensar (seria o user "frugal"?) até perceber que te referias ao modo/estilo de vida.
Imagem

FLOP - Fundamental Laws Of Profit

1. Mais vale perder um ganho que ganhar uma perda, a menos que se cumpra a Segunda Lei.
2. A expectativa de ganho deve superar a expectativa de perda, onde a expectativa mede a
__.amplitude média do ganho/perda contra a respectiva probabilidade.
3. A Primeira Lei não é mesmo necessária mas com Três Leis isto fica definitivamente mais giro.
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 38083
Registado: 4/11/2002 22:16
Localização: Gaia

por frugal » 20/6/2013 20:59

AlexG Escreveu:Caros,

Fico contente por uma pequena chamada de atenção sobre o tom de alguns posts ter tão bons resultados. Prova que as pessoas que aqui andam são efetivamente muito diferentes da generalidade dos que apenas fazem comentários jocosos, e normalmente sem qualquer consistência nem fundamento, às notícias dos jornais. Julgo que todos nós estamos fartos de ler coisas do tipo: “Estes gajos do Governo só querem é poleiro! São todos uns gatunos!”, tudo com muito vernáculo à mistura e letras maiúsculas para se ouvir melhor. Comentários deste tipo não acrescentam nada nem contribuem para a resolução de problema algum.

Tentando contribuir para este tema, que eu acho interessantíssimo, vou tentar responder ao Frugal, explicando qual a % que se deve economizar do que se ganha e qual o valor absoluto dessa poupança, presumo eu que o Frugal se refira ao valor absoluto que se deve ter para se poder reformar.

Uma resposta curta é que não há valores mágicos e que cada um deve encontrar os seus.

A minha opinião é que se deve começar por ter o conhecimento detalhado das despesas por um período alargado, por exemplo 5 anos. Isto é fundamental! Não se pode gerir sem ter um profundo conhecimento do detalhe da despesa (e dos rendimentos). Deixe-me repetir: Deve haver um profundo conhecimento das despesas e dos rendimentos!
Depois fazer uma análise a essas despesas e tentar cortar naquilo que tem um montante importante e eventualmente se pode diminuir bastante. Por exemplo se a prestação da casa é a parte de leão, então faz sentido “perder” algum tempo a tentar diminuí-la. No oposto temos as contas pequenas, dispensáveis mas que nos dão algum colorido à vida. Por exemplo, se fuma ou gosta de beber algumas bebidas caras, mas se o fizer raramente, não é por aí que o gato vai às filhoses, acho eu.
Por outro lado as despesas devem ser catalogadas de acordo com o seu grau de necessidade. Para mim o colégio dos filhos tem uma importância superior ao da roupa que visto. No entanto até esta frase deve ser vista com cuidado, pois não me parece correto ter os filhos em colégios de topo que podem custar vários salários mínimos por mês nem me parece adequado eu andar vestido com fatos de 100 Euros ou rotos … Há um equilíbrio que cada um deve encontrar. Claro que é nas despesas nos bens menos importantes que se deve fazer um esforço maior para cortar mais.
O mesmo se passa com os ganhos, quando eles vêm de mais do que um sítio. Por exemplo se tem um montante significativo em poupança, faz sentido olhar com muito cuidado e acompanhar de perto a sua aplicação.
Elementar? Claro que sim, mas não imagina a quantidade de gente que não segue estes simples princípios.

As poupanças conseguidas devem ser canalisadas para uma conta de poupança específica, não para mais consumo. Mas também aqui tem que se ter um bom senso. Imaginemos que a casa precisa de obras urgentes que apenas não são feitas por falta de dinheiro, então as poupanças podem servir para isso.

Para responder à segunda pergunta julgo que se deve ter em conta as despesas e o que prevê vir a gastar, o tempo até se poder reformar, a reforma prevista, os rendimentos seguros e a rentabilidade previsível das aplicações financeiras. O resto é apenas contas. Tal como os engenheiros civis, não esquecer o “fator cagaço”!


Alex




penso que foi neste topico que se falou que se começa a poupar e depois se torna dificil de gastar, agora que estamos na altura de férias surge a seguinte questão:

QUANTO DEVO GASTAR EM FÉRIAS? QUANTO % DA MINHA POUPANÇA TOTAL?


cps
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 404
Registado: 16/9/2012 22:36

por sergix » 20/6/2013 19:04

Mudei o nome do topico para "Viver de rendimentos e a sua experiência Frugal"
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 438
Registado: 4/1/2008 2:33

por dfviegas » 20/6/2013 17:36

Somos bem diferentes, mas acredito que seja a educação que tivemos que nos molda, eu comecei a trabalhar nas férias aos 16 anos, tinha um familiar no Algarve que me arranjava trabalho num bar da praia da rocha.

Levantava-me cedo porque andava uma porrada de km a pé para chegar ao bar, limpava aquilo tudo e sai há hora do almoço, para voltar ao final do dia para fazer a noite, depois de fechar ia com o meu primo para a disco e depois mais uma carrada de km para casa. Para ir descansar um bocadito para voltar no dia seguinte.

Com os 2 primeiros meses de salário comprei a minha primeira aparelhagem um bruta Sony 

No ano seguinte o mesmo mas com o dinheiro tirei a carta de condução.

Parei de estudar com o 12º e fui trabalhar a tempo inteiro, comprei carro novo e a pronto e casa uns anos depois com uma bela entrada, entretanto voltei a estudar e fiz a universidade numa privada tudo do meu bolso.
Agora podes perguntar-me a minha mãe poderia ter-me dado aparelhagem a carta, ajudado a comprar o carro ajudado na entrada da casa, ajudado a pagar a universidade podia mas isso faria da minha mãe melhor mãe?
Se calhar sim se calhar não, eu acredito que não, pois o resultado final foi uma pessoa independente que conseguiu com o esforço do meu trabalho conseguir aquilo que queria.

A minha mãe deu-me o que tinha de dar, amor, educação, casa e comida e não é que funcionou, pelo menos quero acreditar que sim .
 
Mensagens: 988
Registado: 29/11/2007 2:53
Localização: Alto do Moinhi

por Zecatreca_1001 » 20/6/2013 16:40

Tenho gostado de ler este tópico.
Desde já um grande e majestoso abraço de solidariedade aos principais intervenientes neste tópico.

Eu também penso um dia deixar de trabalhar e viver apenas dos rendimentos.

Porém, admitindo que até conseguia essa proeza antes dos 42-45anos, não me consigo imaginar 10 ou até 15 anos sem "fazer nada". Aliás, ter de dizer aos filhos que "o pai não faz nada, vive dos rendimentos" até parece mal :)
Penso apenas obter esse estatuto depois dos 58-60anos, numa altura em que ainda temos forças para usufruir da vida, quem sabe até passear um pouco pelo mundo... com tempo.

Já agora, antes que façam juízos de valor e não me querendo alargar muito sobre a minha história de vida:

Enquanto muitos dos meus amigos da faculdade saiam à noite, eu ia estudar, aproveitando muito do meu tempo diário disponível, para trabalhar. Ás vezes, até aos sábados e domingos...

Um abraço
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 5593
Registado: 29/11/2007 10:54
Localização: Aveiro

por A330-300 » 20/6/2013 16:38

K,

Vejo que a cidade onde vive e a sua filosofia de vida se encaixam perfeitamente , mas há de convir que essa não é a realidade da maioria das pessoas.Por isso acho que o seu exemplo é apenas um exemplo pessoal.

Apenas uma referência:
Não concordo quando diz: "Investindo ou sendo pago por fazer algo que faria mesmo não sendo pago" .

1.Se investe é porque teve que trabalhar ou herdou o que tem.E alguém teve que trabalhar para isso.Do céu só cai chuva , raio e cocôs de passarinho.

2.Eu por acaso sou pago para fazer uma coisa que gosto muito. Deixe que lhe diga que até já gastei bom dinheiro a fazer o que faço profissionalmente nos meus dias de folga.Por lazer.
Mas isso não impede que eu tenha que trabalhar. Mesmo sendo pago para fazer o que gosto , é um trabalho.Se tenho um emprego , tenho responsabilidades , horários e obrigações.E às vezes apetece-me estar em casa em vez de fazer o que gosto , mas tenho que ir porque tenho um empregador.

Portanto , não me parece que essas fontes de rendimento possam ser consideradas um extra àquelas que referi.

De qualquer modo gozo em saber que está feliz.

A330
Editado pela última vez por A330-300 em 20/6/2013 17:07, num total de 2 vezes.
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por A330-300 » 20/6/2013 16:09

dfviegas Escreveu:
frugal Escreveu:
dfviegas Escreveu:
A-330 Escreveu:Viver de rendimentos do trabalho dá menos trabalho e resulta melhor.

Milhões de pessoas em todo o mundo não podem estar erradas.

A330


Se trabalhar fosse bom não era preciso férias.
Se trabalhar fosse bom não havia esgotamentos, depressões etc..
Nem jogar à bola profissionalmente dá prazer veja-se o malogrado Enke, baloteli e até há bem pouco tempo o nosso CR7 andava triste.

Depois existem meia dúzia de pessoas que tem mesmo prazer naquilo que fazem, mas isso são meia dúzia.

Eu gosto do que faço, mas gostaria bem mais de estar a fazer outra coisa mas como o que eu gostava mesmo de fazer não dá dinheiro, por isso estou como o k. é ganhar dinheiro para ter o ER, para depois poder fazer aquilo que me dá mesmo prazer.

Basta pensar nos voluntariados a tempo inteiro.


ola
que gostas de fazer?
E se o fizeres 8h por dia durante 1 ano não te vais fartar de igual modo?
cps


Gostaria de dar aulas de judo, primeiro isso não é trabalho que se faça 8h por dia, segundo todos os dias são dias diferentes, todos os anos são anos diferentes, são crianças novas, crianças com novas caracteristicas sociais e motoras que precisam de ser melhor desenvolvidas nas várias áreas.

Em relação ao A-330 e os filhos, a minha função como pai e dar-lhe as ferramentas para ele se tornar independente no futuro, não é gastar 100k num curso seja ele mba ou doutoramento. Quer tirar esse curso desses trabalha e estuda como eu o fiz e como a maior dos jovens dos outros paises o fazem.

Em Portugal é que muita gente acha que os pais tem de dar tudo aos meninos se não somos maus pais.

Eu não tenho esses problemas porque dou a coisa mais importante ao meu filho que é atenção e tempo.


Não é dar tudo aos meninos. Não falo de futilidades.

Falo de ferramentas para eles vingarem na vida e saírem na frente da concorrência cada vez mais feroz.
É sabido que os salários desde a geração dos nossos pais tem despencado e que os filhos estão cada vez a sair mais tarde de casa.

E saem mais tarde de casa dos pais não é porque queiram , mas porque não podem. Quando é que uma pessoa que ganha 500 euros, pode alugar uma casa,sustentar-se e fazer um doutouramento ou um MBA ?? Isso se conseguir um emprego , claro !!!!!

Trabalhar para dar ao meu filho ferramentas de primeira para ele entrar no mercado de trabalho na minha opinião não é uma futilidade.É amor.

E chegar a uma entrevista de emprego a dizer que o pai lhe dedicou muito tempo também não ajuda. Tem que mostrar habilitações.E tem mais chance se estas se distinguirem da concorrência.

Se os seus pais não o ajudaram mais, de certeza foi porque não podiam , e não porque não queriam. Ou como é que você se sentiria se quisesse investir em uma melhor formação , soubesse que o seu pai tinha recursos mais que suficientes e lhos negasse???

Não ia gostar , pois não?? Pois , mas essa seria uma situação equivalente à de ter que lhe dizer que não porque não quis trabalhar. Já percebi que se está a marimbar para isso ,mas eu não dormiria tranquilo em uma situação destas.Somos diferentes ,só isso.



A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por AlexG » 20/6/2013 14:18

Caros,

Fico contente por uma pequena chamada de atenção sobre o tom de alguns posts ter tão bons resultados. Prova que as pessoas que aqui andam são efetivamente muito diferentes da generalidade dos que apenas fazem comentários jocosos, e normalmente sem qualquer consistência nem fundamento, às notícias dos jornais. Julgo que todos nós estamos fartos de ler coisas do tipo: “Estes gajos do Governo só querem é poleiro! São todos uns gatunos!”, tudo com muito vernáculo à mistura e letras maiúsculas para se ouvir melhor. Comentários deste tipo não acrescentam nada nem contribuem para a resolução de problema algum.

Tentando contribuir para este tema, que eu acho interessantíssimo, vou tentar responder ao Frugal, explicando qual a % que se deve economizar do que se ganha e qual o valor absoluto dessa poupança, presumo eu que o Frugal se refira ao valor absoluto que se deve ter para se poder reformar.

Uma resposta curta é que não há valores mágicos e que cada um deve encontrar os seus.

A minha opinião é que se deve começar por ter o conhecimento detalhado das despesas por um período alargado, por exemplo 5 anos. Isto é fundamental! Não se pode gerir sem ter um profundo conhecimento do detalhe da despesa (e dos rendimentos). Deixe-me repetir: Deve haver um profundo conhecimento das despesas e dos rendimentos!
Depois fazer uma análise a essas despesas e tentar cortar naquilo que tem um montante importante e eventualmente se pode diminuir bastante. Por exemplo se a prestação da casa é a parte de leão, então faz sentido “perder” algum tempo a tentar diminuí-la. No oposto temos as contas pequenas, dispensáveis mas que nos dão algum colorido à vida. Por exemplo, se fuma ou gosta de beber algumas bebidas caras, mas se o fizer raramente, não é por aí que o gato vai às filhoses, acho eu.
Por outro lado as despesas devem ser catalogadas de acordo com o seu grau de necessidade. Para mim o colégio dos filhos tem uma importância superior ao da roupa que visto. No entanto até esta frase deve ser vista com cuidado, pois não me parece correto ter os filhos em colégios de topo que podem custar vários salários mínimos por mês nem me parece adequado eu andar vestido com fatos de 100 Euros ou rotos … Há um equilíbrio que cada um deve encontrar. Claro que é nas despesas nos bens menos importantes que se deve fazer um esforço maior para cortar mais.
O mesmo se passa com os ganhos, quando eles vêm de mais do que um sítio. Por exemplo se tem um montante significativo em poupança, faz sentido olhar com muito cuidado e acompanhar de perto a sua aplicação.
Elementar? Claro que sim, mas não imagina a quantidade de gente que não segue estes simples princípios.

As poupanças conseguidas devem ser canalisadas para uma conta de poupança específica, não para mais consumo. Mas também aqui tem que se ter um bom senso. Imaginemos que a casa precisa de obras urgentes que apenas não são feitas por falta de dinheiro, então as poupanças podem servir para isso.

Para responder à segunda pergunta julgo que se deve ter em conta as despesas e o que prevê vir a gastar, o tempo até se poder reformar, a reforma prevista, os rendimentos seguros e a rentabilidade previsível das aplicações financeiras. O resto é apenas contas. Tal como os engenheiros civis, não esquecer o “fator cagaço”!


Alex
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 26
Registado: 7/7/2009 15:11
Localização: 16

por K. » 20/6/2013 10:45

Caro A-330, é sempre um prazer lê-lo, acho que até vemos as coisas de forma parecida, mas eu vejo sempre o copo meio cheio onde você o vê meio vazio...

No primeiro post deste tópico chamei a atenção de que, para ser "saudável financeiramente" (a tradução de Wealthy, que não é o mesmo que Rich) necessita de:

(esperança de vida-idade actual)*(esperança de gastos anuais no futuro).

Contar com rendimentos acima da inflação não é aconselhável, e o património deve ser bem diversificado entre propriedades rentáveis, fundos de acções, reformas do estado e seguros privados de reforma. Aqui, como também disse no seu notável post sobre aconselhamento a expats, pode haver vantagens em dividir a carreira por mais de um país.

Ao "Roubando , herdando ou trabalhando" poderá acrescentar mais duas fontes de rendimento, que não considero nem roubo nem trabalho:

"Investindo ou sendo pago por fazer algo que faria mesmo não sendo pago"

Em relação ao carro, concordo que em países como Portugal, Estados Unidos e Brasil, seja mesmo impossível viver sem carro (ainda tenho o carro estacionado numa garagem em Coimbra, mas já o vou por à venda depois do verão). Tal não é verdade onde eu vivo, a 15 min. a pé de Stephansdom, o centro geométrico de Viena. Tenho num raio de 200m 5 supermercados. Ir ao supermercado é em Vienna uma actividade de lazer, que a maioria das pessoas faz como actividade de relax no final do dia de trabalho (eu vou com muito gosto, gosto da música, de observar a distribuição dos produtos nas prateleiras e, claro, de comprar bom e barato-só um homem sabe escolher bem a fruta). Ir ao supermercado encher o carro de sacos é muito mal visto, gera logo uma fila enorme.

Também tenho escolas ao lado de casa. E o sistema de transportes está preparado para transportar crianças, com locais próprios para fixar os carrinhos, etc.

Tenho muita sorte na vida, pois a minha mulher apoia todos estes planos. Ambos nos preocupamos com a imagem e em vestir bem, mas desprezamos a ostentação. E não gostamos de conduzir.

A minha filosofia devida é juntar o útil ao agradável de forma a que não consiga mais ver onde está o útil desagradável.

E as coisas são de tal forma, que ganho mais no meu actual emprego a fazer o que gosto, do que anteriormente. O que me leva a um comentário final:

Quer saber algo ainda melhor do que não precisar trabalhar e melhor do que procurar emprego estando empregado?

É não precisar trabalhar e procurar emprego estando empregado!

Um abraço e felicidades para si e para os seus,

K.
 
Mensagens: 692
Registado: 28/5/2008 1:17

por dfviegas » 20/6/2013 8:54

frugal Escreveu:
dfviegas Escreveu:
A-330 Escreveu:Viver de rendimentos do trabalho dá menos trabalho e resulta melhor.

Milhões de pessoas em todo o mundo não podem estar erradas.

A330


Se trabalhar fosse bom não era preciso férias.
Se trabalhar fosse bom não havia esgotamentos, depressões etc..
Nem jogar à bola profissionalmente dá prazer veja-se o malogrado Enke, baloteli e até há bem pouco tempo o nosso CR7 andava triste.

Depois existem meia dúzia de pessoas que tem mesmo prazer naquilo que fazem, mas isso são meia dúzia.

Eu gosto do que faço, mas gostaria bem mais de estar a fazer outra coisa mas como o que eu gostava mesmo de fazer não dá dinheiro, por isso estou como o k. é ganhar dinheiro para ter o ER, para depois poder fazer aquilo que me dá mesmo prazer.

Basta pensar nos voluntariados a tempo inteiro.


ola
que gostas de fazer?
E se o fizeres 8h por dia durante 1 ano não te vais fartar de igual modo?
cps


Gostaria de dar aulas de judo, primeiro isso não é trabalho que se faça 8h por dia, segundo todos os dias são dias diferentes, todos os anos são anos diferentes, são crianças novas, crianças com novas caracteristicas sociais e motoras que precisam de ser melhor desenvolvidas nas várias áreas.

Em relação ao A-330 e os filhos, a minha função como pai e dar-lhe as ferramentas para ele se tornar independente no futuro, não é gastar 100k num curso seja ele mba ou doutoramento. Quer tirar esse curso desses trabalha e estuda como eu o fiz e como a maior dos jovens dos outros paises o fazem.

Em Portugal é que muita gente acha que os pais tem de dar tudo aos meninos se não somos maus pais.

Eu não tenho esses problemas porque dou a coisa mais importante ao meu filho que é atenção e tempo.
 
Mensagens: 988
Registado: 29/11/2007 2:53
Localização: Alto do Moinhi

por A330-300 » 20/6/2013 6:02

K. Escreveu:Caro A-330!

Olhe que o respeito muito e leio com muito interesse os seus posts, e mesmo com estruturas ideológicas diferentes, ambos somos expats.

Diga-me lá então, quem é o autor da seguinte frase:


*************
- Tenha em conta que depois de ser rico e não precisar trabalhar , a melhor coisa da vida é procurar emprego estando empregado.Considere emigrar antes de estar desempregado.
***************


?

:wink:


É minha , digo smepre isso para mim mesmo.Talvez por isso já vá no meu oitavo emprego.

Mas para se ser rico há 3 maneiras:
Roubando , herdando ou trabalhando.

Considerando que o pessoal aqui não está a considerar roubar nem está a considerar uma herança , só resta esperar a riqueza proveniente do trabalho.

Dito isto , pergunto:

Quanto é que é preciso , na sua opinião , para ser rico e poder parar de trabalhar?
Digo-lhe de antemão,que com um milhão de dólares , mais ou menos 750K , para efeitos de estatística , já se é milionário.
Mas na minha opinião não é nem rico ,e nem pode parar de trabalhar.Refiro-me ao público do caldeirão , de faixa etária a rondar os 25 e 45 anos , mais ou menos.

Se tiver um milhão aos 60 anos, casa paga e filhos criados, a coisa já pode ser diferente.
Com a idade dos participantes do forum , nem pensar.Além disso , nos dias que correm não é tão fácil juntar um milhão e para chegar lá precisa mesmo trabalhar. Muito e muitos anos.

Tão a falar em viver como hippies?? Ok , podem parar já. Mas se querem viver decentemente , esqueçam.
E posso lhes assegurar que se vão parar de trabalhar e passar a viver a contar tostões facilmente se vão cansar e vão querer voltar a trabalhar e a viver mais desafogados.Vai vos passar a mania como que por encanto.Mas aí pode já ser tarde para voltar ao mercado de trabalho.E como eu costumo dizer e parece que você gostou da frase e concorda , visto ainda se lembrar dela tanto tempo depois que a postei, "..a segunda melhor coisa da vida é procurar emprego empregado..".
De referir também que as contas podem-vos sair trocadas , ou um imprevisto pode ocorrer e vocês estão em um momento da vida que estão velhos para conseguir emprego ,com muito tempo de vida pela frente e sem dinheiro.

Quero ressaltar que todo este meu discurso se referia a um solteiro , sem filhos nem pensões.Se formos considerar uma pessoa casada , com filhos , etc, a coisa aiinda se agrava mais.
Você pode gostar muito de andar a pé , mas a sua mulher pode não gostar.E acho coerente e normal que pelo menos ela tenha um carro para levar os filhos à escola no inverno.E que vá de carro ao supermercado.Talvez o ideal de atividade desportiva dela não seja carregar sacos de supermercado às costas durante o inverno.

Além disso , como é que se sentiriam com a vossa consciência , se um dia um filho vosso vos pedisse 100k para estudar fora ,tirar um curso caro,fazer um MBA , etc?? Iam ter a coragem de lhe dizer que não tem dinheiro para lhe pagar o curso porque foram preguiçosos e não quiseram trabalhar?

Quanto à parte de estratégias de poupança, acho válido.Dinheiro gasto é perdido duas vezes. Quando o gastamos e com o que deixamos de ganhar caso ele tivesse sido investido.
Pessoalmente tenho vivido sempre com menos da metade do que ganho,sem ter uma vida luxuosa , mas sem me privar de nada.Sou contra viver a contar tostões.

Por isso digo e repito.Empenhem-se mas é em conseguir melhores trabalhos , mais bem pagos. E aí poderão pensar em reformar-se uns anos antes.E olhe lá.

A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por frugal » 19/6/2013 22:53

AlexG Escreveu:Caros

São responsáveis pela minha falta de produtividade na última hora, tempo que demorei a ler estes posts e ver alguns dos sites aqui referidos.
Como acho o tema muito interessante, não fui capaz de me manter de fora, como é habitual em mim, e vou participar (lá se vão mais uns minutos de trabalho, mas confesso que a vontade de trabalhar não é muita).

Primeira surpresa: o sítio onde este tema está a ser tratado. Este é um sítio que tem com fim a troca de experiências a ganhar e ganhar mais dinheiro, especulando (que importa isso se o dinheiro não tem cor?), fazendo contas, estimativas, usando gráficos complicados e impossíveis de decifrar para os iniciados nestas lides. As teorias capitalistas baseiam-se exatamente neste pressuposto: o bom capitalista (o detentor de capital que se preocupa com as aplicações do seu capital) tende a aplicar o seu dinheiro de forma a maximizar a rentabilidade do seu dinheiro, sem entrar em linha de conta com o que ganhou, quer seja em percentagem do valor investido quer seja no montante ganho. Efetivamente desconheço teorias económicas ou economistas que digam o contrário.

Segunda (enorme) surpresa: o que aqui li. Defender que se deve viver abaixo das nossas possibilidades é de muita coragem! Pensava que eu era dos poucos que tentava resistir a esta sociedade de consumo mas afinal estou bem acompanhado! Ainda hoje de manhã a minha mulher me disse que há pedintes que se vestem melhor que eu, só porque não uso roupa de marca ou porque o fato é do ano passado.
Acontece que para mim não é valorizado ter roupa cara. Infelizmente gosto de carros bons, comer em restaurantes bons (a maior parte das vezes muito caros), estar em bons hotéis, fazer férias cómodas e de gadgets. Incongruências que são apenas um desabafo. Mas não pessoalizemos a questão e tratemos apenas da generalidade (sem particularizar).
Frugalidade é o termo usado para caracterizar uma vida equilibrada em termos de custos mas eu conheço outros como bom senso ou razoabilidade.
Não resisto a citar de cor Max Weber que defende que os trabalhadores tendem a trabalhar apenas o necessário para cobrirem as suas necessidades (é o que diz o Max Weber, não sou eu!). Assim, a forma encontrada pelos capitalistas de fazerem com que eles trabalhem mais é diminuir-lhes o salário hora. E, acrescento eu, criar-lhes necessidades, como iPods ou a moda. A teoria do Max Weber para a explicação do que leva os capitalistas a trabalharem mais (já não me lembro se é este o termo usado por ele no livro) é bem diferente e fica para quem o quiser ler (que é muito chato de ler …).

Terceira (pequena) surpresa: há sempre quem aproveite estes espaços na net para pura e simplesmente dizer mal ou escrever num tom provocatório, mesmo quando manifestamente se está perante pessoas bem intencionadas que educadamente expõem as suas ideias. Para quê? O que ganham com isso? Ainda um dia hei-de compreender este comportamento …

Por fim um muito, muito pequeno contributo para os que pretendem, como eu, ER. Quando comecei a pensar nisto, há cerca de 10 anos atrás, comecei a fazer a minha contabilidade e essa informação é importantíssima. Hoje sei exatamente o que gasto, quanto gasto e onde o gasto. O mesmo para o que ganho. Na posse desta informação, é muito mais fácil decidir.

Nota para o K: Talvez eu, que já vivi em Viena, o compreenda melhor. Também eu assisti a algumas óperas naqueles lugares de pé, na Wiener Staatsoper, os que ficam mesmo por detrás das cadeiras da plateia e onde se ouve muito melhor que no balcão, mesmo de frente e ao mesmo nível que os cantores!


Alex


Boa noite
e o bom senso na tua opiniao é economizar que % do que se ganha?
A nível absoluto qual seria o tecto dessa poupança?
cps
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 404
Registado: 16/9/2012 22:36

por frugal » 19/6/2013 22:45

dfviegas Escreveu:
A-330 Escreveu:Viver de rendimentos do trabalho dá menos trabalho e resulta melhor.

Milhões de pessoas em todo o mundo não podem estar erradas.

A330


Se trabalhar fosse bom não era preciso férias.
Se trabalhar fosse bom não havia esgotamentos, depressões etc..
Nem jogar à bola profissionalmente dá prazer veja-se o malogrado Enke, baloteli e até há bem pouco tempo o nosso CR7 andava triste.

Depois existem meia dúzia de pessoas que tem mesmo prazer naquilo que fazem, mas isso são meia dúzia.

Eu gosto do que faço, mas gostaria bem mais de estar a fazer outra coisa mas como o que eu gostava mesmo de fazer não dá dinheiro, por isso estou como o k. é ganhar dinheiro para ter o ER, para depois poder fazer aquilo que me dá mesmo prazer.

Basta pensar nos voluntariados a tempo inteiro.


ola
que gostas de fazer?
E se o fizeres 8h por dia durante 1 ano não te vais fartar de igual modo?
cps
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 404
Registado: 16/9/2012 22:36

por frugal » 19/6/2013 22:43

JorgeNobre Escreveu:
K. Escreveu:Caro xixi,

Aproveito as suas perguntas para clarificar mais um pouco.

1)O conceito de frugalidade está descrito nos blogs citados neste tópico. O montante anual é, em média, cerca de 50% dos rendimentos, mas a escolha (ou possibilidade) é de cada um, há quem pratique EER a 20%, há casos de até 80%.

2)Não sou solitário. Ainda não tenho filhos mas os espermatozoides estão bem conservados devido a uma vida saudável (não uso automóvel há 2 anos, ando de bicicleta e preparo refeições com alimentos criteriosamente selecionados, mas baratos, e que permitem também poupar no médico e no dentista). As minhas contas incluem a mim, mulher e entre um a dois filhos. Se os tiver, não os vou por em colégios, pois quero que eles conheçam a diversidade humana. Matemática, Física, Inglês, Francês e Alemão vão aprender em casa. ipods não precisam porque os pais vão ter tempo para ir andar de bicicleta com eles.

3)Vivo em casa própria em Viena, que comprei e reconstruí. Só tenho encargos com o gás a luz e net. Um dos meus hobbies é cozinhar, o que me permite gerir a vida social quase sem despesas. Convido as pessoas para jantar e depois esses convites são retribuidos em jantares, festas privadas, etc. Vou ver as melhores orquestras do mundo ao Musikverein por 6 euros, as operas ao Staatsoper por 4. Lugares em pé nas zonas onde se tem a melhor acústica. Gasto perto de zero em transportes, não fumo e só bebo quando se justifica. Almoço no local de trabalho.

4)Sim, já descobri coisas que justificam ser pago por isso. E dos 20 aos 38 trabalhei uma média de 15 horas por dia, 6 dias por semana divididas entre as aulas, a investigação e a gestão dos meus negócios. 6*15=90 horas por semana. Algo que também parecia uma excentricidade à maioria das pessoas. Tenho uma rede de networking científico que inclui quase todos os países do Euro, EUA, Inglaterra, Australia, Argentina, Israel, e alguns contactos em países árabes.

5) Não sou bolseiro nem recebo qualquer rendimento do estado português, contribuo para o país pagando imis, impostos sobre rendimentos prediais e financeiros.

6) Lamento, mas não lhe posso disponibilizar o valor que calculei para viver, pois isso traria implícito uma declaração do valor do meu património pessoal que, devido à salvaguarda da minha privacidade e da minha família, não divulgo.

Agradeço o seu interesse pelo tópico em geral e pela minha situação em particular.

Espero que tenha esclarecido as suas dúvidas.

Cumprimentos,

K.


Identifico-me bastante contigo,até por ter a mesma idade,e creio,até,formas de pensar e encarar a vida semelhantes, é de louvar a tua participação tão completa,ao contares a tua experiência.

Tal como tu,trabalhei desde cedo, bastantes horas,primeiro porque fisicamente suportava e mais tarde porque não sabia encarar o meu trabalho de outra forma,tendo em conta o meu grau de exigência para comigo próprio,e enquanto trabalhador por conta de outrem,tinha de provar valor.
trabalhar e gerir a nossa vida particular,investimentos,negócios,etc,tudo sem a ajuda de ninguém não é mesmo pera doce,especialmente quando a tua família e amigos não vive no mesmo pais que tu,estás por tua conta.

Nestes últimos anos,casei,fui pai(tudo depois dos 30)e despedi-me para ser capitão do meu próprio navio.
O ritmo,esse,não abrandou:reponsabilidades,decisões,negocios,consomem as tais horas que referes,isso ,quando tudo corre bem.

Recentemente,aquilo que penso,e que estou a tentar seguir, é reduzir os interesses e as solicitações a que me proponho,pois,com esta idade,já não dá para ir a todas e agora a minha responsabilidade não é só sobre a minha vida.

Praticamente,coloquei os investimentos em bolsa de lado,consumiam tempo em demasia para o rendimento que obtinha;a idade traz a experiência(uma permuta com a força física da juventude)que nos permite focar naquilo que realmente interessa,eu decidi abrandar o ritmo(ainda estou na fase inicial :mrgreen: ),cada pessoa tem os seus objectivos e a sua força de vontade para os atingir e deverá viver da forma que melhor ache,se esse alguém pretender ser o morto mais rico do cemitério,isso é lá com ele.

Acho que tem de haver um equilíbrio,ha uma idade para fazer certas coisas,para as apreciar(filhos,ainda estás bem a tempo,por largos anos),também resisto ás últimas tecnologias,e muitas das coisas que compro,ou é usado,ou dá para colocar como despesa,mas,também acho,que nos devemos recompensar,sempre que possível,seja comprando algo que nos interesse,uma viagem que nos fascine(aqui a história da idade é importante)etc.

A vida faz-se aprendendo,evoluindo,é importante ser feliz.

Abraço K,e boa sorte para essa nova vida,vai dando noticias \:D/


viva
passar o tempo a trabalhar para dar mais bens materiais ou comprar luxo nao compensa o esforço e a perda de tempo com quem mais gostas.
cps
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 404
Registado: 16/9/2012 22:36

por K. » 19/6/2013 22:25

Caro A-330!

Olhe que o respeito muito e leio com muito interesse os seus posts, e mesmo com estruturas ideológicas diferentes, ambos somos expats.

Diga-me lá então, quem é o autor da seguinte frase:


*************
- Tenha em conta que depois de ser rico e não precisar trabalhar , a melhor coisa da vida é procurar emprego estando empregado.Considere emigrar antes de estar desempregado.
***************


?

:wink:
 
Mensagens: 692
Registado: 28/5/2008 1:17

por sergix » 19/6/2013 18:53

AlexG Escreveu:Caros


Terceira (pequena) surpresa: há sempre quem aproveite estes espaços na net para pura e simplesmente dizer mal ou escrever num tom provocatório, mesmo quando manifestamente se está perante pessoas bem intencionadas que educadamente expõem as suas ideias. Para quê? O que ganham com isso? Ainda um dia hei-de compreender este comportamento …


Alex


Relativamente a este ponto, pelo meu comportamento, admito que no calor da conversa expuz a minha forma de pensar na maneira menos acertiva possível. E sou culpado por isso, e admito que a mim me saia mais natural que o normal, por manifesta intolerância da minha parte a um ponto de vista diferente do meu. Quiça porque é um ponto de vista minoritário e eu estar que nem David a defrontar um Golias que é a consciencia actual. Acredito no que defendo. Mais uma vez peço desculpa por não me ter exprimido da melhor forma. Foi mesmo falta de civismo num espaço que às vezes aproveitamos para isso por pensarmos que não terá consequências de maior a não ser ser em casos extremos expulso do forum. AlexG agradeço do fundo do coração teres da forma acertiva que tiveste ter me aberto os olhos para esta falha minha, e vou fazer tudo para que os meus proximos post's sejam mais serenos.
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 438
Registado: 4/1/2008 2:33

por AlexG » 19/6/2013 17:33

Caros

São responsáveis pela minha falta de produtividade na última hora, tempo que demorei a ler estes posts e ver alguns dos sites aqui referidos.
Como acho o tema muito interessante, não fui capaz de me manter de fora, como é habitual em mim, e vou participar (lá se vão mais uns minutos de trabalho, mas confesso que a vontade de trabalhar não é muita).

Primeira surpresa: o sítio onde este tema está a ser tratado. Este é um sítio que tem com fim a troca de experiências a ganhar e ganhar mais dinheiro, especulando (que importa isso se o dinheiro não tem cor?), fazendo contas, estimativas, usando gráficos complicados e impossíveis de decifrar para os iniciados nestas lides. As teorias capitalistas baseiam-se exatamente neste pressuposto: o bom capitalista (o detentor de capital que se preocupa com as aplicações do seu capital) tende a aplicar o seu dinheiro de forma a maximizar a rentabilidade do seu dinheiro, sem entrar em linha de conta com o que ganhou, quer seja em percentagem do valor investido quer seja no montante ganho. Efetivamente desconheço teorias económicas ou economistas que digam o contrário.

Segunda (enorme) surpresa: o que aqui li. Defender que se deve viver abaixo das nossas possibilidades é de muita coragem! Pensava que eu era dos poucos que tentava resistir a esta sociedade de consumo mas afinal estou bem acompanhado! Ainda hoje de manhã a minha mulher me disse que há pedintes que se vestem melhor que eu, só porque não uso roupa de marca ou porque o fato é do ano passado.
Acontece que para mim não é valorizado ter roupa cara. Infelizmente gosto de carros bons, comer em restaurantes bons (a maior parte das vezes muito caros), estar em bons hotéis, fazer férias cómodas e de gadgets. Incongruências que são apenas um desabafo. Mas não pessoalizemos a questão e tratemos apenas da generalidade (sem particularizar).
Frugalidade é o termo usado para caracterizar uma vida equilibrada em termos de custos mas eu conheço outros como bom senso ou razoabilidade.
Não resisto a citar de cor Max Weber que defende que os trabalhadores tendem a trabalhar apenas o necessário para cobrirem as suas necessidades (é o que diz o Max Weber, não sou eu!). Assim, a forma encontrada pelos capitalistas de fazerem com que eles trabalhem mais é diminuir-lhes o salário hora. E, acrescento eu, criar-lhes necessidades, como iPods ou a moda. A teoria do Max Weber para a explicação do que leva os capitalistas a trabalharem mais (já não me lembro se é este o termo usado por ele no livro) é bem diferente e fica para quem o quiser ler (que é muito chato de ler …).

Terceira (pequena) surpresa: há sempre quem aproveite estes espaços na net para pura e simplesmente dizer mal ou escrever num tom provocatório, mesmo quando manifestamente se está perante pessoas bem intencionadas que educadamente expõem as suas ideias. Para quê? O que ganham com isso? Ainda um dia hei-de compreender este comportamento …

Por fim um muito, muito pequeno contributo para os que pretendem, como eu, ER. Quando comecei a pensar nisto, há cerca de 10 anos atrás, comecei a fazer a minha contabilidade e essa informação é importantíssima. Hoje sei exatamente o que gasto, quanto gasto e onde o gasto. O mesmo para o que ganho. Na posse desta informação, é muito mais fácil decidir.

Nota para o K: Talvez eu, que já vivi em Viena, o compreenda melhor. Também eu assisti a algumas óperas naqueles lugares de pé, na Wiener Staatsoper, os que ficam mesmo por detrás das cadeiras da plateia e onde se ouve muito melhor que no balcão, mesmo de frente e ao mesmo nível que os cantores!


Alex
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 26
Registado: 7/7/2009 15:11
Localização: 16

por dfviegas » 19/6/2013 13:11

A grande questão é que esta crise, está a levar muitas pessoas a repensar/alterar o seu modo de vida.

Começando com a insegurança do posto de trabalho, a insegurança de a qualquer momento baixarem-me o salário unilateralmente, da insegurança de o estado a qualquer momento levar-me mais de 50% do nosso rendimento.

Todas estas inseguranças fazem-nos repensar:
Será que está na altura de ter filhos?
Será que devo ter mais um filho?
Será que devo comprar uma casa?
Será que me devo endividar?
Trabalho para quê? Para dar dinheiro ao estado?

Se vou receber tão pouco então porque não hei-de fazer algo para o bem da sociedade gratuitamente?
 
Mensagens: 988
Registado: 29/11/2007 2:53
Localização: Alto do Moinhi

por sergix » 19/6/2013 12:55

A-330 Escreveu:Viver de rendimentos do trabalho dá menos trabalho e resulta melhor.

Milhões de pessoas em todo o mundo não podem estar erradas.

A330



A-330 Escreveu:Se o tempo que estão a gastar para pensar como é que vão viver sem fazer nenhum fosse empregue a descobrir formas de empreendimento , ascensão na carreira ou empenhando-se para se melhorar como profissionais , ganhavam vocês e ganhava o país.

De certeza que está nos planos dos que não querem fazer nenhum pedir o rendimento mínimo garantido , ou outra ajuda governamental qualquer , não?

A330


Isso é pensamento tão dentro da caixa se milhões se atiram da ponte tu vais atrás não é que nem Leming. Mas se calhar sou eu e mais alguns que estamos errados, afinal a natureza nunca se engana e se nela existe essa espécie "suicida" deve ser porque é normal/natural. Será esse o derradeiro destino dos Humanos? Com muito orgulho dizemos que somos seres pensantes, exceto quando estamos a falar do comportamento manada. Embora deva admitir que esse seja o comportamento mais natural. Vide:

<iframe width="560" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/5Btigqxt3M8" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>

A minha questão é vamos continuar a fazer as coisas porque toda a gente faz, porque a sociedade nos impõe, porque os nossos pais o fizeram e dizem para o fazermos? Ou vamos pensar um pouco para varaiar?
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 438
Registado: 4/1/2008 2:33

por dfviegas » 19/6/2013 10:30

A-330 Escreveu:Se o tempo que estão a gastar para pensar como é que vão viver sem fazer nenhum fosse empregue a descobrir formas de empreendimento , ascensão na carreira ou empenhando-se para se melhorar como profissionais , ganhavam vocês e ganhava o país.

De certeza que está nos planos dos que não querem fazer nenhum pedir o rendimento mínimo garantido , ou outra ajuda governamental qualquer , não?

A330


NÃO, até à data não vi ninguem a falar em não fazer nenhum, o k. disse que faz o que gosta, eu gostaria de dar aulas de judo e apoio escolar a crianças em bairros carenciados.

Mas para poder fazer isso preciso de ter o tal ER.

Agora claro que tu podes continuar a querer a tua ascenção de carreira e profissional, afinal é isso que procuram fazer os milhoes por todo o mundo, pensando bem se calhar é essa ansiedade/ambição por ascenção de carreira e profissional que transformou o mundo naquilo que é hoje.
 
Mensagens: 988
Registado: 29/11/2007 2:53
Localização: Alto do Moinhi

por A330-300 » 19/6/2013 9:56

Se o tempo que estão a gastar para pensar como é que vão viver sem fazer nenhum fosse empregue a descobrir formas de empreendimento , ascensão na carreira ou empenhando-se para se melhorar como profissionais , ganhavam vocês e ganhava o país.

De certeza que está nos planos dos que não querem fazer nenhum pedir o rendimento mínimo garantido , ou outra ajuda governamental qualquer , não?

A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

por dfviegas » 19/6/2013 8:54

A-330 Escreveu:Viver de rendimentos do trabalho dá menos trabalho e resulta melhor.

Milhões de pessoas em todo o mundo não podem estar erradas.

A330


Se trabalhar fosse bom não era preciso férias.
Se trabalhar fosse bom não havia esgotamentos, depressões etc..
Nem jogar à bola profissionalmente dá prazer veja-se o malogrado Enke, baloteli e até há bem pouco tempo o nosso CR7 andava triste.

Depois existem meia dúzia de pessoas que tem mesmo prazer naquilo que fazem, mas isso são meia dúzia.

Eu gosto do que faço, mas gostaria bem mais de estar a fazer outra coisa mas como o que eu gostava mesmo de fazer não dá dinheiro, por isso estou como o k. é ganhar dinheiro para ter o ER, para depois poder fazer aquilo que me dá mesmo prazer.

Basta pensar nos voluntariados a tempo inteiro.
 
Mensagens: 988
Registado: 29/11/2007 2:53
Localização: Alto do Moinhi

por A330-300 » 19/6/2013 2:01

Viver de rendimentos do trabalho dá menos trabalho e resulta melhor.

Milhões de pessoas em todo o mundo não podem estar erradas.

A330
 
Mensagens: 1503
Registado: 30/1/2005 12:51
Localização: Lx

AnteriorPróximo

Quem está ligado:
Utilizadores a ver este Fórum: AdsBot [Google], Ferreiratrade, Google Adsense [Bot], Google Feedfetcher, hugob0ss, Lisboa_Casino, malakas, PAULOJOAO e 112 visitantes