
ppbogos Escreveu:[Desde o 25 de Abril que temos única e exclusivamente socialistas. PS ou PSD são ambos socialistas, uns com vestes vermelhas e outros com vestes alaranjo-avermelhadas.
Mas o meu pensamento vai mais profundo do que a treta da "partidarite" que tanto jeito dá a este "centrão".
O que aqui está em causa é um modelo económico que neste momento esta a tentar perpetuar-se "ad eternum", numa mentira de todo o tamanho, com consequências que só o futuro o dirá.
Antes de 2008, assistimos aquilo que chamo de "expoente máximo" do keynesianismo, com dinheiro com fartura, deficit's grandes, pleno emprego económico, uma sociedade dita perfeita, onde o mercado parecia funcionar. Imperava o tal intervencionismo, os gastos publicos que teriam trazido o climax do bem estar.
Neste momento estamos a assistir à maior fraude de sempre, ao ultra-keynesianismo, à perpetuação de uma teoria económica falida, que muitos pensam ser no entanto o expoente máximo da perfeição.
Este sistema serve os propósitos dos políticos para perpetuarem poder, servem os grupos económicos da alta finança, das sociedades financeiras e de bancos. Estou a referir à verdadeira armadilha da liquidez.
Estamos a falar de um sistema de distorção de benefícios para uns poucos e a subjugação do todo colectivo, que pretensamente pensam que tinham adquirido o bem estar social. Pura Mentira.
Vivemos na completa ilusão e quem não aceitar esta realidade é meramente ingénuo.
O mercado livre não funciona e é esse é o maior dos males sociais.
Voltando à "Tugalândia", o que temos é um Keynesianismo exacerbado nos ultimos 25 anos, tentando fazes híbridas com politicas da escola de Chicago, pensando dosear o mercado.
Aqui nesta encruzilhada surge uma coisa que nunca ninguém pensou que pudesse funcionar com todos os defeitos que possa ter. O EURO. É ele que nos levará à correcção essencial necessária ao desmontar deste Ponzi gigantesco.
Se tivéssemos o Escudo nesta altura já há muito tínhamos feito o que os EUA faz às descaradas. Imprimir dinheiro fácil.
No entanto o "paper shit" (dolar) ainda vai tentando manter a palavra chave que deve servir uma sociedade " A CONFIANÇA".
No entanto, o escudo não é o dólar e com tais desvalorizações estaríamos seguramente muito pior, bem mais pobres e com mais sacrifícios para implementar no futuro, pois a desvalorização não são mais que almoços grátis.
Precisamos de um mercado livre, da verdadeira concorrência económica, da responsabilização de cada um dos indivíduos, de ausência de intervencionismos intencionados, de uma nova corrente de pensamento social, de juventude com ideias progressistas que nos façam criar relações de valor acrescentado.
Não nos podemos esquecer de quem nos trouxe até aqui.
Certamente não deve ter sido os defensores da austeridade, da Troika, do rigor, do mercado.
Simplesmente foram os keynesianistas.
Cumprimentos
[/u]
Da mesma forma que é simplista apontar um responsável político pela situação económica e financeira atual do país, é redutor afirmares que a teoria keynesiana nos conduziu até aqui.
Se não vejamos:
1) Coexistem atualmente exemplos de sucesso de países que consistentemente conduziram políticas keynesianas e outros que conduziram políticas monetaristas, vulgo liberais.
2) O grande impacto para as economias keynesianas começou quando, governantes ineptos e técnicamente débeis, começaram a tentar fazer coexistir medidas sectoriais liberais com medidas de expansão orçamental. E isso não começou em 2008, começou bem antes, quando se começou a desregular o setor financeiro e que curiosamente (ou não) coincidiu com a criação do EURO.
3) Progressimente foi-se liberalizando as políticas noutras áreas sectoriais na crença dogmática que o mercado se auto-regula, mantendo contudo alguma preponderância do consumo público nalguns setores na expectativa de que induzisse crescimento económico. Está bom de ver qual seria o resultado dessa política mesmo sem o EURO.
4) Agora junte-se à equação um projeto de união monetária que ficou inacabado (falta a união orçamental) e que teve sempre por orientação sacrossanta o controle da inflação, com políticas monetárias muito pouco expansivas que conduziram a juros baixos e moeda forte.
Resultado: As economias periféricas não aguentaram porque o seu tecido produtivo não estava preparado. O endividamento era inevitável e, pasme-se, ainda por cima barato. Os estímulos para a tragédia dos países periféricos estavam todos criados.
E isto não sou eu a fazer prognósticos no fim do jogo. Basta ver os trabalhos de Mundell e Fleming da década de 1960. Está lá tudo escarrapachado, tim-tim por tim-tim. E tudo se confirmou.
Cumprimentos,
Disclaimer: Com isto não quero defender o keynesianismo ou o monetarismo/liberalismo. Apenas constatar que misturar tudo dá mau resultado...