Outros sites Medialivre
Caldeirão da Bolsa

É preciso "uma revolução" na Administração Pública

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: ...

por mais_um » 10/12/2012 23:49

:lol: :lol: apanhar-te em cuecas? Não acredito, apesar de nunca termos trocado argumentos, gosto de ler os teus comentários e por vezes dizem mais na entrelinhas do que nas linhas.

bboniek00 Escreveu:
1. PPPs: revisao dos contratos aa luz da faleencia do Estado. Se teem medo das "blindagens" ee porque foram viitimas de pedofilia quando eram pequeninos. Deixem-se de mariquices.


Certo, e? Nacionaliza-se? Com ou sem indemnização? Ou não pagamos e não temos medo de ninguém? (à Vale de Azevedo)


bboniek00 Escreveu:
2. Todos quer dizer TODOS (os PPDes ee que teem um entendimento que TODOS sao alguns.


Ok, o meu patrão reduz o meu vencimento em 20%, e? Fica com o dinheiro? Entrega ao Estado (mais um imposto)? Como é que o Estado reduz a despesa? É que houve empresas que pagaram aos empregados o que estes tiveram que descontar a mais para o Estado, há empresas a manter o valor de hora extraordinária anterior à revisão do código laboral, mais favorável ao trabalhador, etc.. Porque precisam dos funcionários para produzir e tirando alguma exceção estes estão lá por serem necessários e por mérito, o que nem sempre acontece no Estado.


bboniek00 Escreveu:
3. IMI p/ segundas/etc habitac,oes. Ora queres que eu legisle. Ora tem por base que o IMI p/ segundas e outras que nao as Permanentes/Prooprias. domiciilios fiascais fosse da ordem de 4 a 5 vezes o IMI para a habitac,ao do agregado que poderia entao baixar p/ < 0.3%


Ok, um gajo que tem uma casa de 300k€ pagaria 0,2%. O gajo que tem uma 1ª casa de 150K€ e outra de 100K€ pagaria 0,2% da primeira e 1% da 2ª. Ou seja o 1º pagaria 600€, o 2º pagaria 1300€? Se fosse comigo divorciava-me e colocava cada um dos ex - conjugues com a morada em cada uma das casas. Além disso fazias disparar as rendas já que no fim quem paga é o consumidor final ou então acabavas com o mercado de arrendamento.



bboniek00 Escreveu:
5. a Economia Paralela (informal) pode (e deve) contar com a colaborac,ao dos cidadaos, certo, mas nao pode ficar dependente desta.


Se estivéssemos dependentes da colaboração dos cidadãos não se cobrava impostos em Portugal! :lol: :lol:

bboniek00 Escreveu:
O cruzamento de dados ee possiivel (o Paulo Macedo sabe mais que noos) ao ponto permitir a recuperac,ao de milhares de milhoes de Euros. Quem tenha um conhecimento miinimo (miinimo) de informaatica saberaa que existem muultiplas formas de revelar a fuga de MILHARES de indiviiduos que nao declaram os seus rendimentos, cometem CRIMES fiscais jaa devidamente tipificados pelo nossoa Codigos juriidicos, ficando impunes porque andamos aqui a perguntar ha deecadas como fazer o que jaa foi feito em vaarios paiises. Copiem modelos, adaptem-nos, apliquem-nos e fac,am-nos cumprir, deixemo-nos de lamuurias. O uunico acto de cidadania indispensaavel ee estarmos todos interessados em que isso acontec,a.



Quando fugir aos impostos der prisão à séria e as pessoas começarem a ser presas, então sim, temos o problema da economia paralela resolvido.

bboniek00 Escreveu: Cortem onde quiserem e nao chateiem o preto.


Por mim cortem os gajos que estão a mais, sejam amarelos, brancos ou pretos.

Isto de criar postos de trabalho sem serem necessários é muito bonito com o dinheiro dos outros...

http://www.dn.pt/especiais/interior.asp ... 0e%20MEDIA
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

Re: ...

por bboniek33 » 10/12/2012 22:28

mais_um Escreveu:Bom dia!

bboniek00 Escreveu:. PPPs: jaa ouviste falar ? Ou sao vacas sagradas das coqueluches da coligac,ao ?


O que propões que seja feito com as PPP?

bboniek00 Escreveu:2. SE o que estaa no #1 for feito, recalcular TODAS as pensoes/reformas jaa atribuiidas utilizando foormulas actualizadas, proibir o cuumulo de pensoes e anular as vitaliicias.


Totalmente de acordo! Já ontem era tarde

bboniek00 Escreveu:3. SE o que estaa no ponto#1 for feito, baixar escalonadamente TODOS os salários


Estás a referir-te só ao salário dos FP ou de FP e privados?

bboniek00 Escreveu:4. ONERAR com um IMI extra TODAS a segundas e terceiras e etc casas, sejam de praia, de campo ou a casinha deixada pelo avoo


Já estas a fazer, mas a todas. Mas pela tua proposta consideras insuficiente. Qual é o valor que consideras razoável pagar de IMI por uma 2ª casa que valha 100 mil €?

bboniek00 Escreveu:5. combater a Economia Informal com seriedade. Ee possiivel (ler Damas) recuperar alguns milhares de milhoes. Cruzem dados e deixem-se de pa.neleirices.


Concordo que é possível fazer mais, mas como diz o Damas:
“A redução da economia paralela só é possível com a colaboração activa dos contribuintes e cidadãos em geral”
E os nossos níveis de cidadania ainda não atingem o patamar em que os cidadãos olhem para os impostos como algo positivo, na prática o que a maior parte da malta faz é ver o custo/benefício imediato de pedir factura.

bboniek00 Escreveu:NAO EE a despedir que se melhora o estado da Economia. Estuda o que existe disponiivel sobre a Economia paralela e outras intrujices generalizadas antes de propores por no olho da rua pessoas que vivem do trabalho, que desse rendimento fazem face aas despesas de habitacao, vestuaario, alimentac,ao, educac,ao, sauude.


Antes de cortar na “carne”, há que eliminar as gorduras e o Estado está cheio de gorduras, não sei se são 150 mil ou 200 mil, mas seguramente que são muitos milhares, pessoas que “parasitam” quem paga impostos, empregos que foram criados porque eram membros do partido, porque eram familiares/amigos de quem tinha poder para contratar, empregos criados “artificialmente” para ganhar votos, etc… Má organização dos serviços, há de tudo um pouco.

A pergunta que te faço é, estás disposto a ser esmifrado com impostos para que esta situação continue? Eu não. Penso que a história já provou que os empregos criados por decreto não são bons para a economia.


Apanhaaste-me em cuecas. Mas jaa nme recompus.

1. PPPs: revisao dos contratos aa luz da faleencia do Estado. Se teem medo das "blindagens" ee porque foram viitimas de pedofilia quando eram pequeninos. Deixem-se de mariquices.

2. Revisao das pensoes (jaa atribuiidas): estamos de acordo. SEGUE.

3. Todos quer dizer TODOS (os PPDes ee que teem um entendimento que TODOS sao alguns.

4. IMI p/ segundas/etc habitac,oes. Ora queres que eu legisle. Ora tem por base que o IMI p/ segundas e outras que nao as Permanentes/Prooprias. domiciilios fiascais fosse da ordem de 4 a 5 vezes o IMI para a habitac,ao do agregado que poderia entao baixar p/ < 0.3%
Agora inventa tu.

5. a Economia Paralela (informal) pode (e deve) contar com a colaborac,ao dos cidadaos, certo, mas nao pode ficar dependente desta.

O cruzamento de dados ee possiivel (o Paulo Macedo sabe mais que noos) ao ponto permitir a recuperac,ao de milhares de milhoes de Euros. Quem tenha um conhecimento miinimo (miinimo) de informaatica saberaa que existem muultiplas formas de revelar a fuga de MILHARES de indiviiduos que nao declaram os seus rendimentos, cometem CRIMES fiscais jaa devidamente tipificados pelo nossoa Codigos juriidicos, ficando impunes porque andamos aqui a perguntar ha deecadas como fazer o que jaa foi feito em vaarios paiises. Copiem modelos, adaptem-nos, apliquem-nos e fac,am-nos cumprir, deixemo-nos de lamuurias. O uunico acto de cidadania indispensaavel ee estarmos todos interessados em que isso acontec,a.

6. Ja estou farto da refereencia aas gorduras do Estado: o que existem ee ladroes, crime, corrupc,ao, favorecimento, laxismo, e milhoes de perguntas para as quais sabemos as respostas.

Cortem onde quiserem e nao chateiem o preto.
Imagem
 
Mensagens: 2713
Registado: 22/4/2003 23:12

por Storgoff » 10/12/2012 17:19

artista Escreveu:
Storgoff Escreveu:Alias nem sei até que ponto os subcontratados entram para a estatistica dos FP.
Isso até seria um bocado anacrónico. Afinal esses não passam de prestadores de serviços ou na melhor das hipoteses tem um contrato a termo como no sector privado.
O FP tem de ser alguem que integra os quadros do estado
Foi sempre a estes que me referi..


A questão que interessa não é aos que tu te estás a referir mas sim aqueles que o gráfico inclui. Eu tenho quase a certeza que estás enganado. Basta ver que eles falam em reduzir os contratados para baixar os números de funcionários do estado... o secretário de estado que falou que já tinham reduzido em 5% o número de funcionários públicos, falou que o número ainda não era final por causa da contratação de professores que vai decorrendo ao longo do ano...

Independentemente do que acabaste de dizer, que admito ser verdade, o comentario que tu citaste, foi a minha tentative de te esclarecer que, quando me referia aos beneficios dos FP´s, estava me a referir aos do quadro e não aos subcontratados.
Alias os subcontratados, penso que sempre foram tratados como trabalhadores de segunda. À partida não são defendidos pelos sindicatos e normalmente são os que tem que dar o litro. Mas estes o estado livra-se deles com a maior das facilidades, não renovando contratos ou acabando com avenças.

Voltando aos FP no quadro , repito, esses tem tido um tratamento de principes até ha bem pouco tempo.
Diria que só ha uns 5 anos a esta parte é que a coisa começou a mudar ligeiramente.
Mas a mudança mais visivel até tem sido para os recem chegados ao quadro do que para aqueles que já la estão à longa data.

Quando se fala em despedir e a dificuldade de o fazer, seja pela questão das indeminizações seja pelas questões legais, estamos sempre a falar dos FP´s no quadro.
Os outros é simples despedir e não custa nada. O mesmo se passa no sector privado. So que aí também é facil despedir quem está no quadro.


artista Escreveu:
Storgoff Escreveu:Percebo que na área que mais te toca, a educação, o estado tem sido um mau exemplo ao fazer uso e abuso da precariedade. Os tais 30 ou 40 mil professores subcontratados.
Mas estes não são FP. Penso que farias partes destes e compreendo a tua indignação.


Não são só professores, há muitos outros. Quando se falou em cortar 50% dos contratados no estado, isso representava 40 mil funcionários. O que quererá dizer que existem cerca de 80 mil contratados... professores, neste momento serão apenas uns 20 mil!
Em termos de administração central o mair contratdor de precarios é o ministério da educação.
Quando te referes a a 80 mil não te esqueças que muitos desses estão na autarquias


artista Escreveu:
Storgoff Escreveu:Também não me parece que no geral o estado tenha sentido alguma concorrencia do sector privado por recursos humanos. O sector da educação é um bom exemplo, onde muitos foram para professores porque não encontravam outra colocação fosse no sector privado ou publico.
O sector privado nunca foi propriamente um mar de rosas..


Isso já não é verdade há muitos anos, a grande maioria dos professores que entraram nos últimos 15/20 anos tem formação específica para leccionar... a concorrência existia antes disso, quando havia pouca gente qualificada. Sabes que um dos meus melhores amigos, começou a dar aulas de Educação Física apenas com o 12º ano, e não foi assim há tantos anos, foi no início da década de 90. Nessa altura havia muita falta de professores, e não foi assim há tanto tempo!



Não sei o que entendes por formação específica.
Mas não te estas a referir a um curso superior vocacionado para formar professores.

Há pouco mais de 10 anos um amigo meu formado em Antropologia sem qualquer formação específica, arranjava colocações para dar aulas.
E ele como muitos outros encarou o dar aulas como o ultimo recurso.
A partir dai sim de facto tem havido alguma exigencia mas que suponho não passava de uma pos graduação para dar aulas.

Apesar do que disseste, o sector privado nunca foi assim um concorrente que obrigasse o estado a subir a parada para cativar recursos. Sempre houve muita gente disponivel para ir trabalhar para o estado.

A educação é um caso paradigmatico.
E vale apena falar nele até porque é o maior empregador.
São quase 1/3 dos FP´s.

O sistema educativo cresceu brutalmente desde o inicio da decada de 90 ou seja precisou de muitos professores.
Ora aqui deveria ser notório esse efeito de concorrencia do sector privado.
No entanto o que se verificou é que sempre houve muita gente que não encontrava uma colocação ca fora, mesmo no tempo das vacas gordas, disponivel para dar aulas sem vocação , pricipalmente pessoas formadas nas humanidades.

Tirando casos muito cirurgicos o estado não aumentou salários, ao ritmo que o fez ao longo destas ultimas 2 decadas, por precisar de cativar recursos.
Fê-lo devido à grande permiscuidade politica, devido ao poder dos sindicatos e o seu brutal poder reivindicativo.
Alias o sindicalismo em portugal resume -se basicamente aos sindicatos da função publica e empresas publicas.

Os FP´s no quadro sempre foram adquirindo um tratamento de excepção em relação ao resto dos cidadãos do pais.
Um pouco como se fossem uma casta superior. Tratamento este que se estende para além do período activo.
Veja se o caso das reformas da CGA. O FP até quando passava à aposentação tinha um regime muitíssimo mais favoravel a todos os niveis do que no sector privado.

O problema é que o crescimento brutal do estado começou a mostrar recentemente mais um dos seus efeitos.
O aumento exponencial de reformados.
E aqui surgem novamente numeros de arrepiar.

A média das reformas da CGA anda à volta dos €1300.
No sector privado mais de 80% não chegam aos €500 e apenas 4% é que supera os ditos 1300€.
Dá que pensar.

Na india também havia um regime de castas, mas penso que até aí isso já passou de moda.


:wink:
 
Mensagens: 1932
Registado: 21/5/2009 18:43

por artista_ » 10/12/2012 16:07

VIXIUM Escreveu:Se eu não acreditasse no mérito garanto-te que já me tinha ido embora. Eu penso que o que vai vencer no meio disto tudo e quando a poeira assentar tem que ser o mérito. Se não for...o melhor mesmo é fecharmos a porta. Do país, diga-se. Andamos para fazer esta purga há anos e anos. Anos demais. Séculos. Basta recorrer a Fernando Pessoa para vermos o mesmo tipo de porcaria na sociedade portuguesa.


Exatamente, eu não sei é o que é que te leva a crer que será agora que se fará essa purga?! Gostava de ter as tuas esperanças, mas não tenho... os sinais são claros, há um bocado mais de barulho mas nada mais... queres um sinal de que pouco mudou? O Relvas ainda está no governo!

VIXIUM Escreveu:E sim, tens que avaliar um a um ou corres o sério risco de estar a pagar aos incompetentes e a despedir os bons. Quando digo que é necessário manter as lideranças são as boas lideranças. E como são poucas eu penso que é muito simples avaliá-las. Diria: basta vontade. Não é muito complexo. Se perguntares aos alunos quem são, desses, os bons professores eles dizem-te logo. Se perguntares aos doentes, desses líderes, quem são os bons médicos...o mesmo. Basta uma avaliação extensiva pelos clientes e colocas tudo a nu. Há vontade de a fazer?


E achas que alguma vez isso será feito?! Mais depressa ficam os que têm cartão do partido do que os tremendamente competentes! Acho que estás a ser completamente ingénuo... e o quanto eu queria estar enganado em relação a isto! :roll:
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

Re: ...

por mais_um » 10/12/2012 12:53

Bom dia!

bboniek00 Escreveu:. PPPs: jaa ouviste falar ? Ou sao vacas sagradas das coqueluches da coligac,ao ?


O que propões que seja feito com as PPP?

bboniek00 Escreveu:2. SE o que estaa no #1 for feito, recalcular TODAS as pensoes/reformas jaa atribuiidas utilizando foormulas actualizadas, proibir o cuumulo de pensoes e anular as vitaliicias.


Totalmente de acordo! Já ontem era tarde

bboniek00 Escreveu:3. SE o que estaa no ponto#1 for feito, baixar escalonadamente TODOS os salários


Estás a referir-te só ao salário dos FP ou de FP e privados?

bboniek00 Escreveu:4. ONERAR com um IMI extra TODAS a segundas e terceiras e etc casas, sejam de praia, de campo ou a casinha deixada pelo avoo


Já estas a fazer, mas a todas. Mas pela tua proposta consideras insuficiente. Qual é o valor que consideras razoável pagar de IMI por uma 2ª casa que valha 100 mil €?

bboniek00 Escreveu:5. combater a Economia Informal com seriedade. Ee possiivel (ler Damas) recuperar alguns milhares de milhoes. Cruzem dados e deixem-se de pa.neleirices.


Concordo que é possível fazer mais, mas como diz o Damas:
“A redução da economia paralela só é possível com a colaboração activa dos contribuintes e cidadãos em geral”
E os nossos níveis de cidadania ainda não atingem o patamar em que os cidadãos olhem para os impostos como algo positivo, na prática o que a maior parte da malta faz é ver o custo/benefício imediato de pedir factura.

bboniek00 Escreveu:NAO EE a despedir que se melhora o estado da Economia. Estuda o que existe disponiivel sobre a Economia paralela e outras intrujices generalizadas antes de propores por no olho da rua pessoas que vivem do trabalho, que desse rendimento fazem face aas despesas de habitacao, vestuaario, alimentac,ao, educac,ao, sauude.


Antes de cortar na “carne”, há que eliminar as gorduras e o Estado está cheio de gorduras, não sei se são 150 mil ou 200 mil, mas seguramente que são muitos milhares, pessoas que “parasitam” quem paga impostos, empregos que foram criados porque eram membros do partido, porque eram familiares/amigos de quem tinha poder para contratar, empregos criados “artificialmente” para ganhar votos, etc… Má organização dos serviços, há de tudo um pouco.

A pergunta que te faço é, estás disposto a ser esmifrado com impostos para que esta situação continue? Eu não. Penso que a história já provou que os empregos criados por decreto não são bons para a economia.
"Só duas coisas são infinitas, o universo e a estupidez humana. Mas no que respeita ao universo ainda não tenho a certeza" Einstein
“Com os actuais meios de acesso à informação, a ignorância não é uma fatalidade, mas uma escolha pessoal" Eu
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 8133
Registado: 14/11/2008 0:48
Localização: Lisboa

por VIXIUM » 10/12/2012 12:32

artista Escreveu:
VIXIUM Escreveu:Concordo inteiramente contigo quanto a alguns catedráticos como quanto a alguns chefes de serviços nos hospitais. Mas bons e maus há-os no topo como na base. Mas concordo.


Pois, mas esses são os tais de topo, aqueles que tu dizes que não podem ter o seu vencimento cortado!

Parece-me utópico pensar que o estado vai conseguir mecanismos que permitam escolher os bons e mandar embora os maus.. ainda para mais num país onde os níveis de currupção tendem em não baixar!

VIXIUM Escreveu:Como financiava o despedimento? Eu tenho uma ideia que é peregrina mas que penso que a troika acolheria com bons olhos: se vamos ter novo resgate e/ou alargamento - e penso que quanto a isto já ninguém tem dúvidas - julgo que uma forma de «vender» o corte na despesa é pedir dinheiro para despedir mas com condições. Ou seja, os que negoceiam apenas levam pela medida mínima. Os que estão dispostos a fazer um negócio seu recebem o subsídio por inteiro e de uma só vez majorado. Claro que teriam que apresentar um plano de negócio e a coisa não seria fácil. Mas penso que se encontrariam mecanismos para colocar isto em marcha em 3 a 4 anos. Enfim, sou eu a pensar.


Seja como for no curto prazo sairá sempre muito caro...

VIXIUM Escreveu:Quanto à tua situação, lamento. Como tu houve vários que estavam como professores convidados, nas universidades, o contrato chegou ao fim e foram simplesmente mandados embora. Faziam trabalho bem melhor que muitos doutorados. Eu diria, muitos deles de excelência.


Eu não escrevo por causa da minha situação e o que penso até é tem pouco a ver com o que me interessa. Se pensasse por mim acharia que o estado não devia cortar na despesa, e acho que é aí que tem de cortar!

Quanto à parte final, estás a dar-me razão, há muitos que não estão no topo que fazem muito trabalho bem melhor que eles...

VIXIUM Escreveu:Mas também penso que lamentares muito não adianta grande coisa. Depreendo pelo teu nick que estavas na área das artes visuais, bem importantes. Se és arquitecto ou próximo não há construção logo não há obras. Mas há uma enorme necessidade quer de arquitectos quer de professores de artes visuais no Brasil, por exemplo. E apanhar ares, quiçá, far-te-á bem. Pelo menos não feches a porta. A menos que me digas que já estás com 60 anos. Antes disso tudo é possível. Há quem recomece tudo aos 50/60. Quantos não recomeçaram tudo aos 50/60 no 25 de Abril? Isto não correu bem para todos...Desejo-te a maior sorte e se conseguir fazer alguma coisa pois farei. Diz-me como.


Repara, eu não me estou a lamentar, apenas estou a defencer o que penso! :)

Sim, sou arquiteto, e estou pouco acima dos 40... se estivesse nos 50/60 dificilmente não estaria já nos quadros! Se souberes de alguma coisa, para o Brasil, para a China, ou para a Amareleja, apita! :wink:

VIXIUM Escreveu:Agora nos mercados...gastas dinheiro mas não sei se ganharás muito. Podes tornar-te um bom trader ou day trader. Mas eu conheço em cada um que bate certo pelo menos uns 10 que acabam na miséria. Alguns colegas meus de curso sairam da banca em altura de vacas gordas e tornaram-se traders. Uma carteira, algum dinheiro...tudo era fácil. As coisas correram bem a muitos durante uns tempos. Sobretudo quando os touros andavam por aí. Hoje andam aos caídos e sempre a pedir dinheiro emprestado aos amigos o que não é um grande cartão de visita.


Sim, eu conheço os perigos dos mercados, não os vejo como a minha fonte de rendimento principal, ou sequer importante, o meu objetivo é ir conseguindo ganhar alguma coisa... se vier mais que isso melhor! :)


Artista

Se eu não acreditasse no mérito garanto-te que já me tinha ido embora. Eu penso que o que vai vencer no meio disto tudo e quando a poeira assentar tem que ser o mérito. Se não for...o melhor mesmo é fecharmos a porta. Do país, diga-se. Andamos para fazer esta purga há anos e anos. Anos demais. Séculos. Basta recorrer a Fernando Pessoa para vermos o mesmo tipo de porcaria na sociedade portuguesa.

E sim, tens que avaliar um a um ou corres o sério risco de estar a pagar aos incompetentes e a despedir os bons. Quando digo que é necessário manter as lideranças são as boas lideranças. E como são poucas eu penso que é muito simples avaliá-las. Diria: basta vontade. Não é muito complexo. Se perguntares aos alunos quem são, desses, os bons professores eles dizem-te logo. Se perguntares aos doentes, desses líderes, quem são os bons médicos...o mesmo. Basta uma avaliação extensiva pelos clientes e colocas tudo a nu. Há vontade de a fazer?

Obrigado.
VIXIUM
 
Mensagens: 306
Registado: 21/10/2012 19:07
Localização: 16

por artista_ » 10/12/2012 11:04

VIXIUM Escreveu:Concordo inteiramente contigo quanto a alguns catedráticos como quanto a alguns chefes de serviços nos hospitais. Mas bons e maus há-os no topo como na base. Mas concordo.


Pois, mas esses são os tais de topo, aqueles que tu dizes que não podem ter o seu vencimento cortado!

Parece-me utópico pensar que o estado vai conseguir mecanismos que permitam escolher os bons e mandar embora os maus.. ainda para mais num país onde os níveis de currupção tendem em não baixar!

VIXIUM Escreveu:Como financiava o despedimento? Eu tenho uma ideia que é peregrina mas que penso que a troika acolheria com bons olhos: se vamos ter novo resgate e/ou alargamento - e penso que quanto a isto já ninguém tem dúvidas - julgo que uma forma de «vender» o corte na despesa é pedir dinheiro para despedir mas com condições. Ou seja, os que negoceiam apenas levam pela medida mínima. Os que estão dispostos a fazer um negócio seu recebem o subsídio por inteiro e de uma só vez majorado. Claro que teriam que apresentar um plano de negócio e a coisa não seria fácil. Mas penso que se encontrariam mecanismos para colocar isto em marcha em 3 a 4 anos. Enfim, sou eu a pensar.


Seja como for no curto prazo sairá sempre muito caro...

VIXIUM Escreveu:Quanto à tua situação, lamento. Como tu houve vários que estavam como professores convidados, nas universidades, o contrato chegou ao fim e foram simplesmente mandados embora. Faziam trabalho bem melhor que muitos doutorados. Eu diria, muitos deles de excelência.


Eu não escrevo por causa da minha situação e o que penso até é tem pouco a ver com o que me interessa. Se pensasse por mim acharia que o estado não devia cortar na despesa, e acho que é aí que tem de cortar!

Quanto à parte final, estás a dar-me razão, há muitos que não estão no topo que fazem muito trabalho bem melhor que eles...

VIXIUM Escreveu:Mas também penso que lamentares muito não adianta grande coisa. Depreendo pelo teu nick que estavas na área das artes visuais, bem importantes. Se és arquitecto ou próximo não há construção logo não há obras. Mas há uma enorme necessidade quer de arquitectos quer de professores de artes visuais no Brasil, por exemplo. E apanhar ares, quiçá, far-te-á bem. Pelo menos não feches a porta. A menos que me digas que já estás com 60 anos. Antes disso tudo é possível. Há quem recomece tudo aos 50/60. Quantos não recomeçaram tudo aos 50/60 no 25 de Abril? Isto não correu bem para todos...Desejo-te a maior sorte e se conseguir fazer alguma coisa pois farei. Diz-me como.


Repara, eu não me estou a lamentar, apenas estou a defencer o que penso! :)

Sim, sou arquiteto, e estou pouco acima dos 40... se estivesse nos 50/60 dificilmente não estaria já nos quadros! Se souberes de alguma coisa, para o Brasil, para a China, ou para a Amareleja, apita! :wink:

VIXIUM Escreveu:Agora nos mercados...gastas dinheiro mas não sei se ganharás muito. Podes tornar-te um bom trader ou day trader. Mas eu conheço em cada um que bate certo pelo menos uns 10 que acabam na miséria. Alguns colegas meus de curso sairam da banca em altura de vacas gordas e tornaram-se traders. Uma carteira, algum dinheiro...tudo era fácil. As coisas correram bem a muitos durante uns tempos. Sobretudo quando os touros andavam por aí. Hoje andam aos caídos e sempre a pedir dinheiro emprestado aos amigos o que não é um grande cartão de visita.


Sim, eu conheço os perigos dos mercados, não os vejo como a minha fonte de rendimento principal, ou sequer importante, o meu objetivo é ir conseguindo ganhar alguma coisa... se vier mais que isso melhor! :)
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por artista_ » 10/12/2012 10:51

Storgoff Escreveu:Alias nem sei até que ponto os subcontratados entram para a estatistica dos FP.
Isso até seria um bocado anacrónico. Afinal esses não passam de prestadores de serviços ou na melhor das hipoteses tem um contrato a termo como no sector privado.
O FP tem de ser alguem que integra os quadros do estado
Foi sempre a estes que me referi..


A questão que interessa não é aos que tu te estás a referir mas sim aqueles que o gráfico inclui. Eu tenho quase a certeza que estás enganado. Basta ver que eles falam em reduzir os contratados para baixar os números de funcionários do estado... o secretário de estado que falou que já tinham reduzido em 5% o número de funcionários públicos, falou que o número ainda não era final por causa da contratação de professores que vai decorrendo ao longo do ano...

Storgoff Escreveu:Percebo que na área que mais te toca, a educação, o estado tem sido um mau exemplo ao fazer uso e abuso da precariedade. Os tais 30 ou 40 mil professores subcontratados.
Mas estes não são FP. Penso que farias partes destes e compreendo a tua indignação.


Não são só professores, há muitos outros. Quando se falou em cortar 50% dos contratados no estado, isso representava 40 mil funcionários. O que quererá dizer que existem cerca de 80 mil contratados... professores, neste momento serão apenas uns 20 mil!

Storgoff Escreveu:Também não me parece que no geral o estado tenha sentido alguma concorrencia do sector privado por recursos humanos. O sector da educação é um bom exemplo, onde muitos foram para professores porque não encontravam outra colocação fosse no sector privado ou publico.
O sector privado nunca foi propriamente um mar de rosas..


Isso já não é verdade há muitos anos, a grande maioria dos professores que entraram nos últimos 15/20 anos tem formação específica para leccionar... a concorrência existia antes disso, quando havia pouca gente qualificada. Sabes que um dos meus melhores amigos, começou a dar aulas de Educação Física apenas com o 12º ano, e não foi assim há tantos anos, foi no início da década de 90. Nessa altura havia muita falta de professores, e não foi assim há tanto tempo!
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por VIXIUM » 10/12/2012 1:58

artista Escreveu:
VIXIUM Escreveu:Tento perceber-te mas não é fácil. Quero-te compreender mas não consigo. Tenho pena de toda a gente que está em condições menos boas que a minha. Porém, o teu problema esbarra precisamente no que te digo. Eu posso trabalhar no privado como no público. Neste momento a idade não ajuda mas estou convicto que pelo menos fora de Portugal trabalharia. Tenho as qualificações e a experiência para isso. Ou seja, se tirares as lideranças das equipas quer nas universidades quer nos hospitais perdes o resto do sistema educativo e da saúde. Como formas novos profissionais? Como manténs o SNS e o ensino superior público a um nível aceitável e que não envergonhe ninguém se estás a querer baixar os salários dos que estão à frente? São poucos, já. Muitos já abandonaram. E eu serei mais um, muito provavelmente. O que talvez a ti te choque é o facto de eu estar na FP não por um emprego mas por um projecto. Tenho uma boa equipa e tenho desafios interessantes. Isso vale muito do salário que ganharia cá fora ou no exterior.


Não temos de pensar da mesma forma, isso não tem mal nenhum. Eu acho que aqueles que não estiverem dispostos a aceitar menos 10/20% de salário bruto, ou tiverem alternativas no privado ou no exterior, devem sair, se calhar até ajudavam o estado!

O ideal (embora ache que não vão fazer nada disto) seria fazer uma boa avaliação e manter os melhores, substituir os piores e, como já disse, baixar salários. Também acho que alguns salários deviam baixar mais que outros, devia ser feita uma avaliação do assunto. Mas também acho que isto não será feito nunca, se cortarem salários serão cegos, de acordo com escalões, como já fizeram!

Quanto aos 200.000 é um número que multiplicado pelo salário médio nacional te permite reduzir o lado da despesa. E como não sei o salário médio da FP, que é superior ao da média nacional, não te sei fazer a equação completa. Mas serão seguramente à volta disso. Não acordei e deitei um número para o ar. Pega por favor no OE 2013 e diminui do lado da despesa 200.000*850*13 (os 850 euros são o presumível salário médio que, na função pública e por causa da base, é superior). Equilibra-se não equilibra?

VIXIUM Escreveu:Os números da estatística pouco me dizem. Se não temos dinheiro não há comparação possível. Acabas por dar resposta às tuas questões: o Estado está quase na bancarrota, dizes tu. Mas se está e esmagas as lideranças perdes o resto do Estado.


É a tua opinião, não é a minha. Vou-te dar um exemplo. Eu fui professor do 3º ciclo e secundário até ficar sem colocação este ano. O vencimento de um contratado é de cerca de metade do que ganha um professor do quadro que esteja perto do final de carreira. O trabalho e as responsabilidades justificam esse desnível? Na grande maioria dos casos penso que não... mas sobretudo, o que me parece mais importante, é que tendo em conta a situação do país, será muito melhor reduzir menos e cortar os salários mais altos (ou até todos, proporcionalmente) do que despedir 1/3 dos professores. Se o fizeres simplesmente não consegues por a escola a funcionar, a não ser que o curriculo passe a ter meia dúzia de disciplinas, ou seja, que dês cabo da educação dos jovens portugueses!

VIXIUM Escreveu:Explica-me como se pode manter o Estado sem as lideranças? Como se pode manter uma «massa» enorme de pessoas que precisam absolutamente de quem lhes diga o que e como fazer? Percebo que o teu problema é um problema social que a mim me preocupa também e muito. Mas uma coisa te digo: esse é um problema que julgo resolúvel se se negociar com cada um (haja dinheiros comunitários para este projecto) uma rescisão contratual. Não vejo qual o grande drama. A dimensão pode não ser de 200k mas tem que se fazer. E em grande escala. Caso contrário rebentas tudo. Mas se diminuires os salários às lideranças estás a destruir o sistema numa penada.


As lideranças ajustam, como todos os outros estão a ajustar, o estado não pode pagar mais! E eu tenho uma visão muito diferente da tua em relação a isso. No caso dos professores do ensino básico e secundário são mais os casos de excelente desempenho de malta nova completamente explorada pelo estado, do que os mais velhos e acomodados... Além do que os mais velhos muitas vezes têm bastantes dificuldades com as novas tecnologias. Obviamente que muitos têm muita experiência a vários níveis, estou apenas a defender que, tendo em conta a situação do país, parece-me que cortar salários seria genericamente o mais ajustado!

VIXIUM Escreveu:Imagina-te a chegar a um hospital numa urgência e um conjunto de médicos novinhos a olharem para ti. Nenhum tem experiência nem nenhum chefiou uma urgência. É isto que queres? Imagina o teu filho no ensino superior e um docente novinho não coordenado por ninguém. Pode ser brilhante mas falta-lhe a coordenação e o rumo dado por alguém que trabalhou com empresas (estou a falar das engenharias, das economias e da gestão), que sabe o que o mercado precisa, que tipo de competências deverás desenvolver num jovem, que pontes e que contactos deves fazer para que, no final, tenha trabalho e mercado. E que tenha publicado para que a universidade ou a faculdade possa aceder a acreditações internacionais e competir no mundo global. Como fazer nestes casos se queres reduzir salários, mais ainda, às lideranças?

Não te entendo. Pedir sacrifícios depois dos sacrifícios para chegar a essas posições? É que há funcionários públicos e funcionários públicos. Há muita gente que trabalhou muito e muito bem e tem experiência internacional e capacidade de condução e formação de outros. E, como te disse, ganha miseravelmente para a experiência e cv que tem. No outro dia um director de uma faculdade dizia na televisão que um dos seus maiores problemas era reter o bom capital humano que tem, aquele que tem formação e pode trabalhar em qualquer parte do mundo. É que não se fazem omoletas sem ovos...


Não tenho dúvidas que há muitas situações diferentes. Não me digas que também não conheces situações de professores catedráticos muito bem posicionados que são uns "zero à esquerda"?! O problema é o que o país está como está, tem de cortar. Ao que parece temos perspetivas diferentes sobre a forma como deve cortar...

E já agora, como é que financiavas as indemnizações para esses despedimentos? No curto prazo (cerca de 3 anos) terias mais despesas que proveitos!


Artista

Concordo inteiramente contigo quanto a alguns catedráticos como quanto a alguns chefes de serviços nos hospitais. Mas bons e maus há-os no topo como na base. Mas concordo.

Como financiava o despedimento? Eu tenho uma ideia que é peregrina mas que penso que a troika acolheria com bons olhos: se vamos ter novo resgate e/ou alargamento - e penso que quanto a isto já ninguém tem dúvidas - julgo que uma forma de «vender» o corte na despesa é pedir dinheiro para despedir mas com condições. Ou seja, os que negoceiam apenas levam pela medida mínima. Os que estão dispostos a fazer um negócio seu recebem o subsídio por inteiro e de uma só vez majorado. Claro que teriam que apresentar um plano de negócio e a coisa não seria fácil. Mas penso que se encontrariam mecanismos para colocar isto em marcha em 3 a 4 anos. Enfim, sou eu a pensar.

Quanto à tua situação, lamento. Como tu houve vários que estavam como professores convidados, nas universidades, o contrato chegou ao fim e foram simplesmente mandados embora. Faziam trabalho bem melhor que muitos doutorados. Eu diria, muitos deles de excelência.

Mas também penso que lamentares muito não adianta grande coisa. Depreendo pelo teu nick que estavas na área das artes visuais, bem importantes. Se és arquitecto ou próximo não há construção logo não há obras. Mas há uma enorme necessidade quer de arquitectos quer de professores de artes visuais no Brasil, por exemplo. E apanhar ares, quiçá, far-te-á bem. Pelo menos não feches a porta. A menos que me digas que já estás com 60 anos. Antes disso tudo é possível. Há quem recomece tudo aos 50/60. Quantos não recomeçaram tudo aos 50/60 no 25 de Abril? Isto não correu bem para todos...Desejo-te a maior sorte e se conseguir fazer alguma coisa pois farei. Diz-me como.

Agora nos mercados...gastas dinheiro mas não sei se ganharás muito. Podes tornar-te um bom trader ou day trader. Mas eu conheço em cada um que bate certo pelo menos uns 10 que acabam na miséria. Alguns colegas meus de curso sairam da banca em altura de vacas gordas e tornaram-se traders. Uma carteira, algum dinheiro...tudo era fácil. As coisas correram bem a muitos durante uns tempos. Sobretudo quando os touros andavam por aí. Hoje andam aos caídos e sempre a pedir dinheiro emprestado aos amigos o que não é um grande cartão de visita.

Obrigado.
VIXIUM
 
Mensagens: 306
Registado: 21/10/2012 19:07
Localização: 16

por artista_ » 10/12/2012 0:14

VIXIUM Escreveu:Tento perceber-te mas não é fácil. Quero-te compreender mas não consigo. Tenho pena de toda a gente que está em condições menos boas que a minha. Porém, o teu problema esbarra precisamente no que te digo. Eu posso trabalhar no privado como no público. Neste momento a idade não ajuda mas estou convicto que pelo menos fora de Portugal trabalharia. Tenho as qualificações e a experiência para isso. Ou seja, se tirares as lideranças das equipas quer nas universidades quer nos hospitais perdes o resto do sistema educativo e da saúde. Como formas novos profissionais? Como manténs o SNS e o ensino superior público a um nível aceitável e que não envergonhe ninguém se estás a querer baixar os salários dos que estão à frente? São poucos, já. Muitos já abandonaram. E eu serei mais um, muito provavelmente. O que talvez a ti te choque é o facto de eu estar na FP não por um emprego mas por um projecto. Tenho uma boa equipa e tenho desafios interessantes. Isso vale muito do salário que ganharia cá fora ou no exterior.


Não temos de pensar da mesma forma, isso não tem mal nenhum. Eu acho que aqueles que não estiverem dispostos a aceitar menos 10/20% de salário bruto, ou tiverem alternativas no privado ou no exterior, devem sair, se calhar até ajudavam o estado!

O ideal (embora ache que não vão fazer nada disto) seria fazer uma boa avaliação e manter os melhores, substituir os piores e, como já disse, baixar salários. Também acho que alguns salários deviam baixar mais que outros, devia ser feita uma avaliação do assunto. Mas também acho que isto não será feito nunca, se cortarem salários serão cegos, de acordo com escalões, como já fizeram!

Quanto aos 200.000 é um número que multiplicado pelo salário médio nacional te permite reduzir o lado da despesa. E como não sei o salário médio da FP, que é superior ao da média nacional, não te sei fazer a equação completa. Mas serão seguramente à volta disso. Não acordei e deitei um número para o ar. Pega por favor no OE 2013 e diminui do lado da despesa 200.000*850*13 (os 850 euros são o presumível salário médio que, na função pública e por causa da base, é superior). Equilibra-se não equilibra?

VIXIUM Escreveu:Os números da estatística pouco me dizem. Se não temos dinheiro não há comparação possível. Acabas por dar resposta às tuas questões: o Estado está quase na bancarrota, dizes tu. Mas se está e esmagas as lideranças perdes o resto do Estado.


É a tua opinião, não é a minha. Vou-te dar um exemplo. Eu fui professor do 3º ciclo e secundário até ficar sem colocação este ano. O vencimento de um contratado é de cerca de metade do que ganha um professor do quadro que esteja perto do final de carreira. O trabalho e as responsabilidades justificam esse desnível? Na grande maioria dos casos penso que não... mas sobretudo, o que me parece mais importante, é que tendo em conta a situação do país, será muito melhor reduzir menos e cortar os salários mais altos (ou até todos, proporcionalmente) do que despedir 1/3 dos professores. Se o fizeres simplesmente não consegues por a escola a funcionar, a não ser que o curriculo passe a ter meia dúzia de disciplinas, ou seja, que dês cabo da educação dos jovens portugueses!

VIXIUM Escreveu:Explica-me como se pode manter o Estado sem as lideranças? Como se pode manter uma «massa» enorme de pessoas que precisam absolutamente de quem lhes diga o que e como fazer? Percebo que o teu problema é um problema social que a mim me preocupa também e muito. Mas uma coisa te digo: esse é um problema que julgo resolúvel se se negociar com cada um (haja dinheiros comunitários para este projecto) uma rescisão contratual. Não vejo qual o grande drama. A dimensão pode não ser de 200k mas tem que se fazer. E em grande escala. Caso contrário rebentas tudo. Mas se diminuires os salários às lideranças estás a destruir o sistema numa penada.


As lideranças ajustam, como todos os outros estão a ajustar, o estado não pode pagar mais! E eu tenho uma visão muito diferente da tua em relação a isso. No caso dos professores do ensino básico e secundário são mais os casos de excelente desempenho de malta nova completamente explorada pelo estado, do que os mais velhos e acomodados... Além do que os mais velhos muitas vezes têm bastantes dificuldades com as novas tecnologias. Obviamente que muitos têm muita experiência a vários níveis, estou apenas a defender que, tendo em conta a situação do país, parece-me que cortar salários seria genericamente o mais ajustado!

VIXIUM Escreveu:Imagina-te a chegar a um hospital numa urgência e um conjunto de médicos novinhos a olharem para ti. Nenhum tem experiência nem nenhum chefiou uma urgência. É isto que queres? Imagina o teu filho no ensino superior e um docente novinho não coordenado por ninguém. Pode ser brilhante mas falta-lhe a coordenação e o rumo dado por alguém que trabalhou com empresas (estou a falar das engenharias, das economias e da gestão), que sabe o que o mercado precisa, que tipo de competências deverás desenvolver num jovem, que pontes e que contactos deves fazer para que, no final, tenha trabalho e mercado. E que tenha publicado para que a universidade ou a faculdade possa aceder a acreditações internacionais e competir no mundo global. Como fazer nestes casos se queres reduzir salários, mais ainda, às lideranças?

Não te entendo. Pedir sacrifícios depois dos sacrifícios para chegar a essas posições? É que há funcionários públicos e funcionários públicos. Há muita gente que trabalhou muito e muito bem e tem experiência internacional e capacidade de condução e formação de outros. E, como te disse, ganha miseravelmente para a experiência e cv que tem. No outro dia um director de uma faculdade dizia na televisão que um dos seus maiores problemas era reter o bom capital humano que tem, aquele que tem formação e pode trabalhar em qualquer parte do mundo. É que não se fazem omoletas sem ovos...


Não tenho dúvidas que há muitas situações diferentes. Não me digas que também não conheces situações de professores catedráticos muito bem posicionados que são uns "zero à esquerda"?! O problema é o que o país está como está, tem de cortar. Ao que parece temos perspetivas diferentes sobre a forma como deve cortar...

E já agora, como é que financiavas as indemnizações para esses despedimentos? No curto prazo (cerca de 3 anos) terias mais despesas que proveitos!
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por Storgoff » 10/12/2012 0:03

Vamos la entao às partes polémicas.

:wink:


artista Escreveu:
Storgoff Escreveu:O gráfico é muito interessante mas penso que ese rácio diz pouco.

Alias provavelmente refere-se apenas aos funcionários da administração central , não incluindo as autarquias, os institutos públicos, as empresas publicas…


Não me parece... esse rácio indica um número de FP's a rondas os 600 mil, acho que os números andam por aí e já incluem esses todos de que falas!



Pelo que estive a ver e tendo em conta o que se designa por FP´s, os numeros apresentados no grafico incluem os funcionarios da administração central e autarquias, mas não estão lá os que estão afectos à miriade de institutos publicos,empresas publicas e outros.
O chamado estado paralelo que sempre cresceu

artista Escreveu:
Storgoff Escreveu:A função publica e equiparados ,desde o 25 Abril e principalmente a partir do final da década de 80 ( governos do Cavaco ) cresceu a um ritmo avassalador.
Graças ao poder dos sindicatos o nível salarial também cresceu a um ritmo bem superior ao crescimento do PIB, nada comparado ao sector privado. As regalias e privilégios igualmente.
Basta pensar na doença , na aposentação, na garantia absoluta de emprego, no horário de trabalho, etc..
No fundo os FP estavam num mundo um bocado virtual onde o que se passava na economia não os afectava minimamente.


Pois, esqueces-te é de dizer que isso foi na década de 80/90 porque desde há 10/15 anos para cá aconteceu exatamente o contrário, o estado tornou-se pior empregador que o privado. A prova disso é que há anos que contrata ilegalmente milhares, e está a despedir outros milhares sem pagar sequer indemnizações... ou seja, grande parte das regalias que aqui descreveste já não existem, ou existem apenas para alguns! Acho que é preciso falas de tudo e não apenas do que nos interessa!

E depois seria importante não esquecer que essas regalias foram dadas em anos em que trabalhar no privado era muito mais vantajoso, e essas regalias eram uma forma de atrair funcionários qualificados para a função pública... agora o estado está falido mas não é por causa dessas regalias que foram dadas e que agora foram tiradas, mas sim por má gestão dos dinheiros do estado. Eu custa-me um bocado a aceitar que se culpem essas pessoas quando elas não têm culpa nenhuma, estão-lhe a cortar regalias e ainda ficam com o únus da culpa do estado do país, isto parece-me uma injustiça de todo o tamanho! O que não quer dizer que não haja bastantes que se aproveitaram do sistema e não produziram o que deveriam, nestes casos, o problema está na falta de profissionalismo das pessoas, o que obviamente é condenável!


Aqui falas sobre algo que não é bem o que me estou a referir.

Alias nem sei até que ponto os subcontratados entram para a estatistica dos FP.
Isso até seria um bocado anacrónico. Afinal esses não passam de prestadores de serviços ou na melhor das hipoteses tem um contrato a termo como no sector privado.
O FP tem de ser alguem que integra os quadros do estado
Foi sempre a estes que me referi.
E quanto a estes os sucessivos aumentos salarias, as progressões automaticas, os benefícios na saude, na aposentação, etc, vieram sempre a melhor até bem recentemente.
Digamos que apenas há 5 anos a esta parte e mais acentuadamente a partir do ultimo governo PS é que algumas dessas regalias começaram a ser cortadas, nomeadamente a questão da aposentação.
( idade minima, penalizações por antecipação, determinação do montante de pensão).
Daí a forte corrida as reformas na CGA nestes ultimos anos.

A redução efectiva de FP´s começou há uns 5, 6 anos quando começaram com o critério de 1para 2 . No fundo no curto/médio prazo não estava a sair ninguém da alçada do estado estava era a entrar mais 1 a somar aos 2.
O que se estava a fazer era a mandar FP´s para aposentação antecipada com 50 e poucos anos e a contratar 1 por cada 2 que se reformavam fazendo disparar o encargo com as pensões.
Duma forma ou outra as responsabilidades financeiras do estado com FP´s no activo e na aposentação tem vindo é sempre a subir e de forma brutal nestes últimos anos.

Percebo que na área que mais te toca, a educação, o estado tem sido um mau exemplo ao fazer uso e abuso da precariedade. Os tais 30 ou 40 mil professores subcontratados.
Mas estes não são FP. Penso que farias partes destes e compreendo a tua indignação.

Também não me parece que no geral o estado tenha sentido alguma concorrencia do sector privado por recursos humanos. O sector da educação é um bom exemplo, onde muitos foram para professores porque não encontravam outra colocação fosse no sector privado ou publico.
O sector privado nunca foi propriamente um mar de rosas.



artista Escreveu:
Storgoff Escreveu:O crescimento brutal do estado como empregador acabou por de alguma forma desincentivar o crescimento do sector privado.


Hummm?! :oh:


Pensa que a possibilidade de muita gente se poder encostar a um emprego do estado produzindo pouco não expandindo as suas capacidas, parando no tempo afastou as da possibilidade de integrar projectos mais dinamicos no sector privado ou mesmo lançarem as suas proprias iniciativas.

Um estado omnipresente como empregador acaba por moldar a mentalidade colectiva em termos de iniciativa.
É a tentação de ir para a segurança do estado.

Basta ver o que se passou nos paises de leste quando se deu o desmoronamento do modelo comunista. As pessoas estavam de tal forma formatadas que não se conseguiram integrar numa economia de mercado, principalmente os mais velhos.
 
Mensagens: 1932
Registado: 21/5/2009 18:43

por MiamiBlue » 9/12/2012 22:36

Storgoff Escreveu:A ideia de que baixar alguns niveis salariais, principalmente os mais altos, levaria a uma sangria de recursos humanos do estado, deixando-o completamente esfrangalhado, é pura falácia.


Afinal para onde se daria essa sangria dos descontentes com os seus salários e privilégios diminuídos?

Era para o sector privado?

Qual sector privado?

As portas estão fechadas e despedimentos é o que não tem faltado no privado.
Por outro lado o nível de competição e exigência são tais que esses descontentes nem sonham e sairia completamente fora da sua formatação como trabalhador do estado .
O mais natural era não passarem da 1ª entrevista.

Os salários mais altos não são pagos aos jovens que esses infelizmente tem de emigrar.
Os salários mais altos são pagos a quem já esta na casa dos 40 e 50. e que são a maioria já que as admissões tem vindo a ser congeladas ou pelo menos bastante restringidas ha varios anos.

Era para o estrangeiro que se daria a sangria?

São esses que os países mais ricos da Europa estão de portas abertas para receber?
Não me parece.


Os magistrados iam para onde?


É a mesma conversa quando se fala no nível salarial dos gestores públicos.
Não se pode baixar porque deixaríamos de ter bons gestores públicos.
Piada.
Enfim fantasmas que se lançam para que nada se mude


Excelente comentário.

1 - O mercado de trabalho português está fechado, ponto final.
2 - Na FP, com a progressões automáticas durante anos (algo que só terminou nem à 10 anos) levou a que muitas pessoas tenham salários bem acima da média e nada correspondentes às responsabilidades que têm a seu cargo.
 
Mensagens: 1399
Registado: 17/10/2010 19:32
Localização: 14

por Storgoff » 9/12/2012 22:16

A ideia de que baixar alguns niveis salariais, principalmente os mais altos, levaria a uma sangria de recursos humanos do estado, deixando-o completamente esfrangalhado, é pura falácia.


Afinal para onde se daria essa sangria dos descontentes com os seus salários e privilégios diminuídos?

Era para o sector privado?

Qual sector privado?

As portas estão fechadas e despedimentos é o que não tem faltado no privado.
Por outro lado o nível de competição e exigência são tais que esses descontentes nem sonham e sairia completamente fora da sua formatação como trabalhador do estado .
O mais natural era não passarem da 1ª entrevista.

Os salários mais altos não são pagos aos jovens que esses infelizmente tem de emigrar.
Os salários mais altos são pagos a quem já esta na casa dos 40 e 50. e que são a maioria já que as admissões tem vindo a ser congeladas ou pelo menos bastante restringidas ha varios anos.

Era para o estrangeiro que se daria a sangria?

São esses que os países mais ricos da Europa estão de portas abertas para receber?
Não me parece.


Os magistrados iam para onde?


É a mesma conversa quando se fala no nível salarial dos gestores públicos.
Não se pode baixar porque deixaríamos de ter bons gestores públicos.
Piada.
Enfim fantasmas que se lançam para que nada se mude
 
Mensagens: 1932
Registado: 21/5/2009 18:43

por artista_ » 9/12/2012 21:55

Storgoff Escreveu:O gráfico é muito interessante mas penso que ese rácio diz pouco.

Alias provavelmente refere-se apenas aos funcionários da administração central , não incluindo as autarquias, os institutos públicos, as empresas publicas…


Não me parece... esse rácio indica um número de FP's a rondas os 600 mil, acho que os números andam por aí e já incluem esses todos de que falas!

Storgoff Escreveu:Até podemos ser dos países que tem menos FP´s por 1000 habitantes.
A questão é saber quanto nos custam esses funcionários em termos do PIB do pais e qual o nível e qualidade de serviços oferecidos pelos organismos públicos.

Ai se calhar começamos a descobrir coisas aberrantes e provavelmente já ficamos muito mal na fotografia..


Sem dúvida, e também temos de pensar no dinheiro que o estado depenado tem neste momento! Apenas quis mostrar que não é no número que estamos mal. Sobretudo para quem sugere que se cortem 1/3 dos mesmos... contas por alto ficaríamos com cerca de 1 FP por cada 25 habitantes, era uma barra enorme no final daquele gráfico!

Por outro lado é interessante verificar quais são os países que têm mais FP's! :roll:

Storgoff Escreveu:A função publica e equiparados ,desde o 25 Abril e principalmente a partir do final da década de 80 ( governos do Cavaco ) cresceu a um ritmo avassalador.
Graças ao poder dos sindicatos o nível salarial também cresceu a um ritmo bem superior ao crescimento do PIB, nada comparado ao sector privado. As regalias e privilégios igualmente.
Basta pensar na doença , na aposentação, na garantia absoluta de emprego, no horário de trabalho, etc..
No fundo os FP estavam num mundo um bocado virtual onde o que se passava na economia não os afectava minimamente.


Pois, esqueces-te é de dizer que isso foi na década de 80/90 porque desde há 10/15 anos para cá aconteceu exatamente o contrário, o estado tornou-se pior empregador que o privado. A prova disso é que há anos que contrata ilegalmente milhares, e está a despedir outros milhares sem pagar sequer indemnizações... ou seja, grande parte das regalias que aqui descreveste já não existem, ou existem apenas para alguns! Acho que é preciso falas de tudo e não apenas do que nos interessa!

E depois seria importante não esquecer que essas regalias foram dadas em anos em que trabalhar no privado era muito mais vantajoso, e essas regalias eram uma forma de atrair funcionários qualificados para a função pública... agora o estado está falido mas não é por causa dessas regalias que foram dadas e que agora foram tiradas, mas sim por má gestão dos dinheiros do estado. Eu custa-me um bocado a aceitar que se culpem essas pessoas quando elas não têm culpa nenhuma, estão-lhe a cortar regalias e ainda ficam com o únus da culpa do estado do país, isto parece-me uma injustiça de todo o tamanho! O que não quer dizer que não haja bastantes que se aproveitaram do sistema e não produziram o que deveriam, nestes casos, o problema está na falta de profissionalismo das pessoas, o que obviamente é condenável!

Storgoff Escreveu:O crescimento brutal do estado como empregador acabou por de alguma forma desincentivar o crescimento do sector privado.


Hummm?! :oh:

Storgoff Escreveu:Ha muitos anos que se sabia que isto não era sustentável, no entanto nenhum politico quis comprar essa guerra, à parte algumas medidas de emergência quando nos apertaram os calcanhares na Europa devido a défices excessivos.

Chegados a situação em que nos encontramos algo tem de ser feito.
Terá de haver numa primeira fase a redução dos níveis salarias, adequando-os à riqueza que o pais produz ou seja à receita fiscal.

Terá de haver uma redução de funcionários, pelo menos no estado paralelo.
Extinção e fusão de institutos públicos, eliminação de muitas empresas municipais, aumento da transparência e do grau de exigência na gestão das empresas publicas.

Terá de ser feita uma reforma radical de como se organizam os serviços de forma a torna-los mais dinâmicos, mais produtivos, mais incentivadores para os FP´s.

Acabar com uma serie de praticas bafientas, indutoras de ineficiência de desgaste dos próprios FP´s e indutoras de corrupção e até mesmo de apropriação de bens públicos por alguns FP´s.

Despolitização dos cargos de topo da administração publica.
Ou seja, menos lugares para os boys sendo substituidos por profissionais de merito.

Enfim,a modernização, algo que por cá passou um bocado de lado.

Tudo isto bem pensado e começado agora a todo o gás , é obra para pelo menos 2 ou 3 anos.
Depois é preciso ir sempre garantindo a manutenção correctiva e não deixar a coisa degradar-se novamente.


Pois, com esta parte concordo... não há volta a dar! Mas duvido que muito do que está aí seja feito... infelizmente está visto que não merecemos melhores políticos! :|
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por VIXIUM » 9/12/2012 21:49

artista Escreveu:
VIXIUM Escreveu:Quando falo em salários falo em número de postos de trabalho e não em empobrecer todos. Senão tens a produtividade a descer para zero e ninguém a querer fazer nada. Já agora é o que é. Imagina se cortares mais!


Empobrecer é um processo em que estamos metidos, não vale a pena fugir. Não digo que não se possam cortar alguns postos, mas os 200 mil que referes é um número completamente descabido, atirado para o ar...

O gráfico abaixo é de 2010/11 e já nessa altura podes ver que Portugal é dos países da UE27 com menos funcionários públicos por cidadão. Neste ano, com os cortes já efetuados, devemos ser já o país com menos funcionários por cidadão. O que tu sugeres colocava-nos numa posição completamente aparte em relação á Europa. Isso só conseguiria ser feito se o estado decidisse deixar de prestar alguns dos serviços que presta, por exemplo, deixar de oferecer a educação ou a saúde, assim talvez fosse possível cortar 200 mil...

VIXIUM Escreveu:Compara por exemplo, e apenas a título de exercício, os salários de um professor do universitário em topo de carreira e qualquer um outro da Europa. Idem para um médico. Ver pág. 66 do estudo em link. E vais por aí fora: http://www.dgaep.gov.pt/upload/homepage ... ofinal.pdf


Podes comparar qualquer profissão, o estado está numa situação financeira muito difícil, à beira da banca rota...

O estudo tem 250 páginas, não estás à espera que o vá ler!? :)

Refere-se a alguns países, não a Portugal... países como Suécia, Finlândia, Alemnha, Suiça, Itália... mas tu queres-te comparar como a "nata" da Europa?! :shock: Vai lá buscar dados sobre a Hungria, Polónia, Rep. Checa, etc...

VIXIUM Escreveu:Vais ver que tanto faz ser o topo se comparado com o privado cá como o topo se comparado com o que se passa lá fora.

Continuas convidado para ir à faculdade. Eu pago o almoço.

Obrigado.
VIXIUM

PS1. Já agora só um à parte: que sabes tu da minha vida para saber se tenho o lugar seguro ou não? O que é um lugar seguro na fp hoje? Acaso sabes mais da minha vida que eu próprio? Esse tipo de comentários não fica bem e não são com a elevação suficiente para serem tidos em consideração numa troca de impressões, não achas?


Não te quis ofender, mas não estou a ver alguém defender o que tu defendes presumindo que pode ser um dos 200 mil que iria para a rua...



Artista
Tento perceber-te mas não é fácil. Quero-te compreender mas não consigo. Tenho pena de toda a gente que está em condições menos boas que a minha. Porém, o teu problema esbarra precisamente no que te digo. Eu posso trabalhar no privado como no público. Neste momento a idade não ajuda mas estou convicto que pelo menos fora de Portugal trabalharia. Tenho as qualificações e a experiência para isso. Ou seja, se tirares as lideranças das equipas quer nas universidades quer nos hospitais perdes o resto do sistema educativo e da saúde. Como formas novos profissionais? Como manténs o SNS e o ensino superior público a um nível aceitável e que não envergonhe ninguém se estás a querer baixar os salários dos que estão à frente? São poucos, já. Muitos já abandonaram. E eu serei mais um, muito provavelmente. O que talvez a ti te choque é o facto de eu estar na FP não por um emprego mas por um projecto. Tenho uma boa equipa e tenho desafios interessantes. Isso vale muito do salário que ganharia cá fora ou no exterior.

Quanto aos 200.000 é um número que multiplicado pelo salário médio nacional te permite reduzir o lado da despesa. E como não sei o salário médio da FP, que é superior ao da média nacional, não te sei fazer a equação completa. Mas serão seguramente à volta disso. Não acordei e deitei um número para o ar. Pega por favor no OE 2013 e diminui do lado da despesa 200.000*850*13 (os 850 euros são o presumível salário médio que, na função pública e por causa da base, é superior). Equilibra-se não equilibra?

Os números da estatística pouco me dizem. Se não temos dinheiro não há comparação possível. Acabas por dar resposta às tuas questões: o Estado está quase na bancarrota, dizes tu. Mas se está e esmagas as lideranças perdes o resto do Estado. E nunca mais consegues fazer nada. Não basta ter lá todos. Aliás, podes tê-los mas eles não saberão o que fazer. E são demais para o que sabem fazer. É preciso que alguém saiba o que fazer e como fazer bem, conduzindo outros. E para isso servem essas lideranças que, segundo a tua opinião, ainda terão que baixar o salário. Um professor catedrático em topo de carreira não ganha mais de 2500 euros limpos por mês. Um médico chefe de serviço pode ganhar mais se contares com os bancos (e como está a situação agora, com as últimas alterações, duvido que seja muito mais). E estou a falar em profissionais em exclusividade. Achas que abaixo disto e depois de mestrado, doutoramento, agregação e concursos e todas as publicações e projectos - para um professor - ou de todas a formação, intervenções cirurgicas, equipas constituídas e publicações efectuadas, para além de concursos - para um médico -alguém quer ficar?

Explica-me como se pode manter o Estado sem as lideranças? Como se pode manter uma «massa» enorme de pessoas que precisam absolutamente de quem lhes diga o que e como fazer? Percebo que o teu problema é um problema social que a mim me preocupa também e muito. Mas uma coisa te digo: esse é um problema que julgo resolúvel se se negociar com cada um (haja dinheiros comunitários para este projecto) uma rescisão contratual. Não vejo qual o grande drama. A dimensão pode não ser de 200k mas tem que se fazer. E em grande escala. Caso contrário rebentas tudo. Mas se diminuires os salários às lideranças estás a destruir o sistema numa penada.

Imagina-te a chegar a um hospital numa urgência e um conjunto de médicos novinhos a olharem para ti. Nenhum tem experiência nem nenhum chefiou uma urgência. É isto que queres? Imagina o teu filho no ensino superior e um docente novinho não coordenado por ninguém. Pode ser brilhante mas falta-lhe a coordenação e o rumo dado por alguém que trabalhou com empresas (estou a falar das engenharias, das economias e da gestão), que sabe o que o mercado precisa, que tipo de competências deverás desenvolver num jovem, que pontes e que contactos deves fazer para que, no final, tenha trabalho e mercado. E que tenha publicado para que a universidade ou a faculdade possa aceder a acreditações internacionais e competir no mundo global. Como fazer nestes casos se queres reduzir salários, mais ainda, às lideranças?

Não te entendo. Pedir sacrifícios depois dos sacrifícios para chegar a essas posições? É que há funcionários públicos e funcionários públicos. Há muita gente que trabalhou muito e muito bem e tem experiência internacional e capacidade de condução e formação de outros. E, como te disse, ganha miseravelmente para a experiência e cv que tem. No outro dia um director de uma faculdade dizia na televisão que um dos seus maiores problemas era reter o bom capital humano que tem, aquele que tem formação e pode trabalhar em qualquer parte do mundo. É que não se fazem omoletas sem ovos...

Obrigado.
VIXIUM
Editado pela última vez por VIXIUM em 9/12/2012 22:07, num total de 2 vezes.
 
Mensagens: 306
Registado: 21/10/2012 19:07
Localização: 16

por Storgoff » 9/12/2012 21:00

O gráfico é muito interessante mas penso que ese rácio diz pouco.

Alias provavelmente refere-se apenas aos funcionários da administração central , não incluindo as autarquias, os institutos públicos, as empresas publicas…




Até podemos ser dos países que tem menos FP´s por 1000 habitantes.
A questão é saber quanto nos custam esses funcionários em termos do PIB do pais e qual o nível e qualidade de serviços oferecidos pelos organismos públicos.

Ai se calhar começamos a descobrir coisas aberrantes e provavelmente já ficamos muito mal na fotografia.




A função publica e equiparados ,desde o 25 Abril e principalmente a partir do final da década de 80 ( governos do Cavaco ) cresceu a um ritmo avassalador.
Graças ao poder dos sindicatos o nível salarial também cresceu a um ritmo bem superior ao crescimento do PIB, nada comparado ao sector privado. As regalias e privilégios igualmente.
Basta pensar na doença , na aposentação, na garantia absoluta de emprego, no horário de trabalho, etc..
No fundo os FP estavam num mundo um bocado virtual onde o que se passava na economia não os afectava minimamente.

O crescimento brutal do estado como empregador acabou por de alguma forma desincentivar o crescimento do sector privado




Ha muitos anos que se sabia que isto não era sustentável, no entanto nenhum politico quis comprar essa guerra, à parte algumas medidas de emergência quando nos apertaram os calcanhares na Europa devido a défices excessivos.






Chegados a situação em que nos encontramos algo tem de ser feito.
Terá de haver numa primeira fase a redução dos níveis salarias, adequando-os à riqueza que o pais produz ou seja à receita fiscal.

Terá de haver uma redução de funcionários, pelo menos no estado paralelo.
Extinção e fusão de institutos públicos, eliminação de muitas empresas municipais, aumento da transparência e do grau de exigência na gestão das empresas publicas.


Terá de ser feita uma reforma radical de como se organizam os serviços de forma a torna-los mais dinâmicos, mais produtivos, mais incentivadores para os FP´s.

Acabar com uma serie de praticas bafientas, indutoras de ineficiência de desgaste dos próprios FP´s e indutoras de corrupção e até mesmo de apropriação de bens públicos por alguns FP´s.

Despolitização dos cargos de topo da administração publica.
Ou seja, menos lugares para os boys sendo substituidos por profissionais de merito.

Enfim,a modernização, algo que por cá passou um bocado de lado.

Tudo isto bem pensado e começado agora a todo o gás , é obra para pelo menos 2 ou 3 anos.
Depois é preciso ir sempre garantindo a manutenção correctiva e não deixar a coisa degradar-se novamente.
 
Mensagens: 1932
Registado: 21/5/2009 18:43

por artista_ » 9/12/2012 20:11

VIXIUM Escreveu:Quando falo em salários falo em número de postos de trabalho e não em empobrecer todos. Senão tens a produtividade a descer para zero e ninguém a querer fazer nada. Já agora é o que é. Imagina se cortares mais!


Empobrecer é um processo em que estamos metidos, não vale a pena fugir. Não digo que não se possam cortar alguns postos, mas os 200 mil que referes é um número completamente descabido, atirado para o ar...

O gráfico abaixo é de 2010/11 e já nessa altura podes ver que Portugal é dos países da UE27 com menos funcionários públicos por cidadão. Neste ano, com os cortes já efetuados, devemos ser já o país com menos funcionários por cidadão. O que tu sugeres colocava-nos numa posição completamente aparte em relação á Europa. Isso só conseguiria ser feito se o estado decidisse deixar de prestar alguns dos serviços que presta, por exemplo, deixar de oferecer a educação ou a saúde, assim talvez fosse possível cortar 200 mil...

VIXIUM Escreveu:Compara por exemplo, e apenas a título de exercício, os salários de um professor do universitário em topo de carreira e qualquer um outro da Europa. Idem para um médico. Ver pág. 66 do estudo em link. E vais por aí fora: http://www.dgaep.gov.pt/upload/homepage ... ofinal.pdf


Podes comparar qualquer profissão, o estado está numa situação financeira muito difícil, à beira da banca rota...

O estudo tem 250 páginas, não estás à espera que o vá ler!? :)

Refere-se a alguns países, não a Portugal... países como Suécia, Finlândia, Alemnha, Suiça, Itália... mas tu queres-te comparar como a "nata" da Europa?! :shock: Vai lá buscar dados sobre a Hungria, Polónia, Rep. Checa, etc...

VIXIUM Escreveu:Vais ver que tanto faz ser o topo se comparado com o privado cá como o topo se comparado com o que se passa lá fora.

Continuas convidado para ir à faculdade. Eu pago o almoço.

Obrigado.
VIXIUM

PS1. Já agora só um à parte: que sabes tu da minha vida para saber se tenho o lugar seguro ou não? O que é um lugar seguro na fp hoje? Acaso sabes mais da minha vida que eu próprio? Esse tipo de comentários não fica bem e não são com a elevação suficiente para serem tidos em consideração numa troca de impressões, não achas?


Não te quis ofender, mas não estou a ver alguém defender o que tu defendes presumindo que pode ser um dos 200 mil que iria para a rua...
Anexos
FP-PCidadao.jpg
FP-PCidadao.jpg (28.85 KiB) Visualizado 3796 vezes
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por VIXIUM » 9/12/2012 19:19

artista Escreveu:
VIXIUM Escreveu:Peço desculpa se te ofendi. No entanto não me parece que queiras ver o problema em termos económicos. Não se pode ter tudo e tu queres sol na eira e chuva no nabal. Eu não apresento demissão: o Estado negoceia comigo o que se negoceia com os privados. Serão só mais 199.999. Mas não te preocupes que a arca de Noé ainda é grande. Vai na mesma ao fundo e levará tudo atrás. Estás totalmente errado quanto aos salários de topo da fp versus privados. Os salários de base na fp estão hiper acima do privado. Os de topo ao contrário. Mostra-me o link de um só estudo que negue isto que digo. Convido-te a vires à faculdade e qualquer colega de economia te mostra todos os estudos e te explica de A a Z o que aqui te digo. Se tiveres tempo estás convidado. obrigado. VIXIUM

Ps. Continuas sem querer pegar no orçamento e dizeres onde cortas na despesa. Se não é nos salários onde é?


Eu nunca falei dos salários do público versos privado, falei dos salários no público em relação aos salários do público nos outros países da UE. Aí o estudo concluíu que se ganha pior em Portugal no início de carreira e melhor no final de carreira.

Em relação aos salários do privado os cargos de topo tendem a ganhar mais no privado, e os menos qualificados a ganhar mais no público. Por isso é que muitos de topo estão no privado e não no público. Talvez po isso na saúde os médicos têm de fazer alguns anos no público, é uma forma de pagarem o investimento na formação que o estado lhes pagou...

Não percebi o último parágrafo, eu disse que cortava nos salários sim, tu é que dizes que nos salários não! Obviamente não será só em salários mas o grosso será aí...


Artista
Quando falo em salários falo em número de postos de trabalho e não em empobrecer todos. Senão tens a produtividade a descer para zero e ninguém a querer fazer nada. Já agora é o que é. Imagina se cortares mais!

Compara por exemplo, e apenas a título de exercício, os salários de um professor do universitário em topo de carreira e qualquer um outro da Europa. Idem para um médico. Ver pág. 66 do estudo em link. E vais por aí fora: http://www.dgaep.gov.pt/upload/homepage ... ofinal.pdf

Vais ver que tanto faz ser o topo se comparado com o privado cá como o topo se comparado com o que se passa lá fora.

Continuas convidado para ir à faculdade. Eu pago o almoço.

Obrigado.
VIXIUM

PS1. Já agora só um à parte: que sabes tu da minha vida para saber se tenho o lugar seguro ou não? O que é um lugar seguro na fp hoje? Acaso sabes mais da minha vida que eu próprio? Esse tipo de comentários não fica bem e não são com a elevação suficiente para serem tidos em consideração numa troca de impressões, não achas?
 
Mensagens: 306
Registado: 21/10/2012 19:07
Localização: 16

por artista_ » 9/12/2012 13:46

richardj Escreveu:nao artista, se vais por ai, o estado tem cerca de 180 mil milhões de receitas e cerca de 180 mil milhões de despesa. É logo o mapa 1 e 2 dos orçamentos de estado.

isso que aparece no expresso não está correcto, está a misturar alhos com bugalhos.

orçamentos:

http://dre.pt/pdf1s/2010/12/25301/0000200322.pdf

http://dre.pt/pdf1sdip/2011/12/25001/0004800244.pdf


Bom, 180 mil milhões é o PIB, não são as receitas do estado!

Admito que possa estar enganado em relação ao termo "orçamento de estado". O que será correto dizer é que o total das "despesas do estado" são cerca de 88 mil milhões de euros e que a saúde e a educação juntas representam 20% dessas despesas...

EDIT: Aliás estes números foram os apresentados pelo Medina Carreira num dos últimos programas "olhos nos Olhos"!
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por artista_ » 9/12/2012 13:44

VIXIUM Escreveu:Peço desculpa se te ofendi. No entanto não me parece que queiras ver o problema em termos económicos. Não se pode ter tudo e tu queres sol na eira e chuva no nabal. Eu não apresento demissão: o Estado negoceia comigo o que se negoceia com os privados. Serão só mais 199.999. Mas não te preocupes que a arca de Noé ainda é grande. Vai na mesma ao fundo e levará tudo atrás. Estás totalmente errado quanto aos salários de topo da fp versus privados. Os salários de base na fp estão hiper acima do privado. Os de topo ao contrário. Mostra-me o link de um só estudo que negue isto que digo. Convido-te a vires à faculdade e qualquer colega de economia te mostra todos os estudos e te explica de A a Z o que aqui te digo. Se tiveres tempo estás convidado. obrigado. VIXIUM

Ps. Continuas sem querer pegar no orçamento e dizeres onde cortas na despesa. Se não é nos salários onde é?


Eu nunca falei dos salários do público versos privado, falei dos salários no público em relação aos salários do público nos outros países da UE. Aí o estudo concluíu que se ganha pior em Portugal no início de carreira e melhor no final de carreira.

Em relação aos salários do privado os cargos de topo tendem a ganhar mais no privado, e os menos qualificados a ganhar mais no público. Por isso é que muitos de topo estão no privado e não no público. Talvez po isso na saúde os médicos têm de fazer alguns anos no público, é uma forma de pagarem o investimento na formação que o estado lhes pagou...

Não percebi o último parágrafo, eu disse que cortava nos salários sim, tu é que dizes que nos salários não! Obviamente não será só em salários mas o grosso será aí...
Sugestões de trading, análises técnicas, estratégias e ideias http://sobe-e-desce.blogspot.com/
http://www.gamesandfun.pt/afiliado&id=28
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 17491
Registado: 17/3/2003 22:51
Localização: Almada

por pvg80713 » 9/12/2012 10:52

a minha conclusão é :

a troika que decida...

nós não somos capazes.
 
Mensagens: 4191
Registado: 19/4/2005 11:11

por VIXIUM » 9/12/2012 3:24

artista Escreveu:
richardj Escreveu:20% a onde?

é mais 40%


Não estavas a responder a mim pois não? É que eu falei em 20%, mas era nos gastos com saúde e educação juntas...

pvg80713 Escreveu:o Artista, sugere que alteremos o sentido de voto.
só há uma hipotese nao testada,CDU e BE...


Eu sugeri muita coisa mas isso não foi bem uma sugestão, foi uma conclusão. Se as pessoas continuam a votar nos mesmos é porque acham que esses partidos são de confiança e não se podem queixar das negociatas ou das enúmeras promessas por cumprir...

Há mais hipóteses não testadas além dessas... e também hávotos brancos e nulos, o que me custa é ver tanta gente a votar nos mesmos!

VIXIUM Escreveu:Diminuir salários na função pública é um princípio político-ideológico com que não me identifico. Sobretudo para quem está activo e no topo da carreira. Eu diria, e peço desculpa pela expressão artista, mas desconheces esta realidade. Achas que um professor catedrático de engenharia ou economia, com vastíssimo cv profissional vai querer continuar se o salário baixar mais ainda? Há um mercado internacional!


Pois, para ti a alternativa é despedir 200 mil! :roll:

Tu disponibilizaste-te a seres o primeiro a sair, mas a mim parece-me que tens o lugar mais que seguro e por isso estás a marimbar-te para os 200 mil que gostarias que fossem para a rua!

Eu não sei é como é que alguns serviços, que já têm falta de gente, se vão manter com os cortes que sugeres?! :roll:

VIXIUM Escreveu:Achas que um cirurgião especializado vai querer continuar se, no topo da carreira, lhe cortarem ainda mais salário? Onde fica aqui o mérito? Onde ficam metidas as horas e horas, noites e noites de estudo para estes casos? Deixas de os ter - muitos estão a abandonar - não formas os mais novos, esvai-se a reputação, destroem-se equipas porque queres meter todos no sistema?


Pois eu proponho baixar-lhs um pouco o salário, o país está como está, os que não se sentirem bem podem ir para o estrangeiro, como sugeres... mas é engraçado que a mesma preocupação que tens para com esses não tens para com os 200 mil que queres mandar para a rua. Então e "onde fica o mérito desses"? "onde ficam as horas e horas, noites de estudo"?!

VIXIUM Escreveu:Quem está em lugares de topo na fp ganha miserávelmente para o trabalho e responsabilidade que tem.


É curioso que, um estudo sobre o assunto, concluiu exatamente que nos cargos de topo em Portugal se ganhava melhor que na média da UE, enqaunto que nos início de carreira se ganhava pior!
:roll:

VIXIUM Escreveu:compararmos com o privado então o melhor é esquecer. Devias cortar sim os salários dos indiferenciados, uma massa gigante que ganha muito mais que no privado. Mas não escapas ao despedimento. Não há como depois dos encargos assumidos. Não há dinheiro e por causa de uns quantos muito maus decisores teremos todos de pagar. Como é que alguém que olhe para o orçamento não percebe que é a única solução sustentável? Não há como escapar. Comparações percentuais com outros países podem fazer-se mas é bom que sejam feitas com dados comparáveis. Acaso temos economia para sustentar o número de fp com os encargos assumidos? Onde estão as receitas para sustentar dívida e juros de dívida? Eu não acordei e pensei numa solução e lancei uma boca para um fórum. Eu tomo isto muito a sério. Peço apenas o favor de pegares no orçamento e explicares como o equilibras. Sem comparações demagógicas e estatísticas relativas a países que nada têm a ver com a nossa realidade económica e financeira.


Pois, temos de todos de pagar... mas tu sugeres que uns paguem bem mais que outros!

VIXIUM Escreveu:Disse e repito: Paguem-me o que se paga no privado e nem mais um tostão e venho-me embora. Porque não só não sou imprescindível ( ninguém o é) como irei arranjar uma forma de trabalhar cá fora. Ou melhor, fora de Portugal.


Se pensas assim acho que devias apresentar a demissão na próxima segunda feira, és o primeiro, como referiste lá atrás, fica a faltar menos um para os 200 mil!



artista
Peço desculpa se te ofendi. No entanto não me parece que queiras ver o problema em termos económicos. Não se pode ter tudo e tu queres sol na eira e chuva no nabal. Eu não apresento demissão: o Estado negoceia comigo o que se negoceia com os privados. Serão só mais 199.999. Mas não te preocupes que a arca de Noé ainda é grande. Vai na mesma ao fundo e levará tudo atrás. Estás totalmente errado quanto aos salários de topo da fp versus privados. Os salários de base na fp estão hiper acima do privado. Os de topo ao contrário. Mostra-me o link de um só estudo que negue isto que digo. Convido-te a vires à faculdade e qualquer colega de economia te mostra todos os estudos e te explica de A a Z o que aqui te digo. Se tiveres tempo estás convidado. obrigado. VIXIUM

Ps. Continuas sem querer pegar no orçamento e dizeres onde cortas na despesa. Se não é nos salários onde é?
 
Mensagens: 306
Registado: 21/10/2012 19:07
Localização: 16

por richardj » 9/12/2012 1:57

nao artista, se vais por ai, o estado tem cerca de 180 mil milhões de receitas e cerca de 180 mil milhões de despesa. É logo o mapa 1 e 2 dos orçamentos de estado.

isso que aparece no expresso não está correcto, está a misturar alhos com bugalhos.

orçamentos:

http://dre.pt/pdf1s/2010/12/25301/0000200322.pdf

http://dre.pt/pdf1sdip/2011/12/25001/0004800244.pdf
Avatar do Utilizador
 
Mensagens: 2861
Registado: 25/4/2011 22:36
Localização: Drama City

por Pata-Hari » 9/12/2012 1:43

Texano Bill Escreveu:
Pata-Hari Escreveu:(isto para não falar no fenómeno da natalidade que nunca é falado mas que foi bem gerido nos países nórdicos e miseravelmente por cá. http://www.publico.pt/ciencia/noticia/n ... da-1576387)


O fenómeno da quebra da natalidade é interessante, e a meu ver, em Portugal parece ser mais uma questão cultural que outra coisa. Não se fazem campanhas, não se vêm anúncios a apregoar que os casais devem ter filhos ou que construir uma família é uma coisa boa. Pelo contrário faz-se uma enorme divulgação da importância dos métodos anticoncepcionais nas escolas (e atenção que não estou a dizer que não se devia), mas se calhar a imagem que passa disto tudo para os jovens é que não ter filhos é que é bom e desejável e a acontecer deve ser adiado o mais possível.
Outra coisa que não faz muito sentido é que numa sociedade em que a população idosa é cada vez maior as famílias enviem os idosos para lares e depois coloquem as crianças em infantários, quando os avôs podiam perfeitamente acompanhar os meninos... Poupava-se em dinheiro e ganhava-se em afectividade.
O que me parece é que a Segurança Social vai mesmo implodir a manter-se a diminuição da população jovem em conjunto com o desemprego jovem e a fuga de jovens para o estrangeiro para arranjar trabalho.


O tipo de estímulos dados nos países onde a natalidade é um problema menor têm mais a ver com os direitos à educação gratuita de qualidade, a sistemas que permitem licenças de maternidade e paternidade longas garantindo o regresso aos empregos de quem as usa, subsídios para quem tem filhos (um dos meus colegas que se mudou para a suíça no ano passado com 3 crianças, recebe o equivalente a 1000 euros como subsidio...!). Discordo totalmente de ti no que concerne a educação das crianças, não são nascimentos não planeados que queremos, não queremos crianças a terem crianças....
Avatar do Utilizador
Administrador Fórum
 
Mensagens: 20972
Registado: 25/10/2002 17:02
Localização: Lisboa

por Storgoff » 9/12/2012 1:37

artista Escreveu:
richardj Escreveu:esse sistema é um pouco manhoso, porque mistura a SS com o orçamento do estado, que são coisas apresentadas de forma diferente em todos os OEs. Mais, também mistura dividas das finanças, o que baralha todo o sistema porque também existem receitas das finanças que não provem dos impostos.


Existe o orçamento de estado e existe o orçamento da SS. Misturar as duas coisas não é grande coisa.

donde sai que o que é mais razoável é comparar em termos de despesa corrente ou despesa primaria. Pelo menos na minha opinião.


O orçamento da SS faz parte do orçamento de estado, eu não percebo é qual o interesse em separar as coisas.

A realidade é a que referi, o estado prevê arrecadar cerca de 74,6 mil milhões de euros em receitas, e prevê gastar um pouco menos de 82 mil milhões de euros. Deste bolo apenas cerca de 20% será gasto na saúde e educação dos portugueses, bastante abaixo da média dos países da OCDE...


O orçamento da SS é autónomo, tem as suas receitas proprias e em principio devia ser auto sustentavel não se misturando com o OE.

O problema é que os defices do orçamento da SS acabam por ter de ser cobertos com transferencias do OE
 
Mensagens: 1932
Registado: 21/5/2009 18:43

Próximo

Quem está ligado: