Os obreiros desse triste video, já tem "resposta":
Merkel afasta necessidade de Portugal renegociar programa de ajustamento
A chanceler alemã acredita que o programa de ajustamento de Portugal "está bem estruturado" e irá dar resultados no futuro, afastando a necessidade renegociar o seu conteúdo, bem como de conceder mais tempo ao País e avançar para um segundo resgate. Merkel diz que a "mera austeridade não é suficiente" e lembrou que a Alemanha não é a responsável pelas medidas que estão no programa de Portugal.
Angela Merkel, numa entrevista à RTP concedida nas vésperas da sua visita a Lisboa durante seis horas, enalteceu a “coragem” com que o Governo português tem implementado o ajustamento financeiro, manifestando “o maior respeito” pelo que está a ser feito no País.
Confrontada com as acusações de ser a culpada da dose de austeridade que está a ser pedida aos portugueses, a chanceler alemã lembrou que as medidas que estão no programa de ajustamento “não são ideias minhas”, mas antes o “resultado da convicção de que Portugal tem de fazer reformas, combater o défice e reforçar a base económica”.
"Portugal cumpriu muito bem os compromissos assumidos. Por isso, estou convencida de que o resultado será bom, mas a dificuldade está nas reformas, que precisam de tempo para ter efeito", afirmou Merkel na entrevista à RTP, recusando contudo que haja a necessidade de dar mais tempo para Portugal implementar o seu programa de ajustamento.
Lembrando que as mudanças dolorosas não produzem efeito de um dia para o outro, Merkel mostrou-se convicta que “haverá um futuro melhor para Portugal”. A este respeito, Merkel aproveitou para lembrar que a Alemanha também passou por um processo de ajustamento doloroso, depois do fim da II Guerra Mundial.
"Neste momento, não há motivos para uma renegociação [do programa de ajustamento]. Portugal cumpre os compromissos assumidos corajosamente", afirmou a chefe do Governo alemão, afastando também a necessidade de um segundo resgate: “Agora as medidas estão a ser muito bem implantadas e esperamos que o programa tenha sucesso."
A chanceler alemã, quando confrontada com as declarações de Lagarde sobre os problemas da austeridade excessiva, lembrou que foi o FMI, que integra a troika, que negociou o programa com Portugal. Mas reconheceu que “mera austeridade não é suficiente”, pelo que o programa de Portugal está “bem estruturado como um todo”, pois contém importantes reformas, como no mercado laboral e nas privatizações.
Sobre a visita a Portugal, disse ser "uma contribuição" para mostrar que a Alemanha "quer ajudar" e "para ver o que se pode melhorar na cooperação entre empresas para gerar mais empregos, para que baixe o desemprego juvenil e haja força económica em Portugal".
Merkel rejeitou ainda os receios com o domínio da Alemanha na Europa e comprometeu-se a continuar solidária com os países do Sul. “Nós, alemães, vamos continuar a apoiar Portugal, Espanha e outros países. Fazemos isso porque também é bom para nós termos uma Europa comum", argumentou.
Afastou também o cenário dos países do euro em dificuldades abandonarem a moeda única: “Devemos fazer tudo para que os investidores de fora da Europa não fiquem assustados. Precisamos de uma zona euro estável", afirmou, reconhecendo que “a Alemanha também” beneficia com “um forte mercado interno europeu”.
Afastou também a possibilidade de avançar com um plano Marshall para os países do Sul da Europa: "Com as medidas que disponibilizamos em termos de fundos estruturais e com os apoios dos programas europeus existem excelentes oportunidades para lançar o crescimento", afirmou.
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