
migluso Escreveu:Só há uma forma de saber, é exigir que os contratos swaps que estiveram na origem destas perdas sejam tornados públicos.
Será hoje? Espero que sim.
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migluso Escreveu:Só há uma forma de saber, é exigir que os contratos swaps que estiveram na origem destas perdas sejam tornados públicos.
migluso Escreveu:rmachado Escreveu:Pergunta:
A TAP cobre de alguma forma a subida do "Petroil"? (financeiramente falando)
Não sei, mas é provável que sim. Ao menos que não o faça para quantidades 6 vezes superiores ao que efectivamente consome em combustível.
Seria ruinoso em caso de descida. Ou um grande negócio em caso de subida.
Mas isto não é protecção ou hedging.
Isto é Livermore no seu melhor...
Estado pode contestar produto de alto risco que está a gerar prejuízos de milhões de euros
06.09.2012 - 23:06 Rosa Soares
Foto: Enric Vives-Rubio
O Metro de Lisboa tem uma forte exposição aos contratos de risco
O Estado não exclui a possibilidade de contestar o equilíbrio e a forma como foram vendidos os produtos financeiros de alto risco contratados por uma dezena e meia de empresas públicas, e que podem gerar perdas superiores a 2,4 mil milhões de euros.
O PÚBLICO apurou que a Direcção-Geral do Tesouro e Finanças pediu ontem mais informação às empresas públicas que subscreveram estes produtos, designados contratos de swaps sobre taxas de juro, incluindo o tipo de contratos que estão na sua base.
Fonte bem colocada disse ao PÚBLICO que, à semelhança da contestação que estes produtos têm gerado em vários países europeus, particularmente em Espanha e Inglaterra, o Estado vai avaliar os contratos, que, aparentemente, podem ser renegociados, mas não podem ser cancelados, sob pena de as perdas serem ainda maiores. Contactado pelo PÚBLICO, o Ministério das Finanças não prestou esclarecimentos.
O volume das perdas potenciais dos produtos financeiros contratados por 15 empresas públicas, maioritariamente do sector dos transportes, foi avançado ontem pelo Jornal de Negócios, com base em informação que consta no Boletim Informativo do Sector Empresarial do Estado, relativo ao segundo trimestre de 2012. O jornal refere que a troika está preocupada com a dimensão do problema e que, pelo menos este ano, as perdas potenciais não se devem reflectir nas contas nacionais.
Tal como está a acontecer em centenas de empresas privadas, algumas das quais já foram à falência pelas perdas geradas, os contratos em causa foram celebrados para acautelar a súbita das taxas Euribor, em 2007 e 2008. Na generalidade dos contratos, o produto gera ganhos mínimos para as empresas num cenário de subida de taxas de juros e perdas brutais num cenário, como o actual, de descida das taxas de juro.
Em Portugal e em Espanha há centenas de processos nos tribunais, e, em Inglaterra, já houve uma intervenção da Financial Services Authority (FSA), supervisora dos produtos financeiros), que detectou "falhas graves" na forma como o produto foi comercializado. No acordo com a FSA, os bancos comprometeram-se a alterar os contratos e a compensar muitos dos clientes afectados.
A propósito do desequilíbrio do produto subscrito pelas empresas públicas, com a Metro de Lisboa e a do Porto na liderança, o relatório refere que foi pedida a análise de sensibilidade dos instrumentos de gestão de risco financeiro (IGRF), mas "nem todas as empresas tiveram capacidade de apresentar essa análise". Refere que, ainda assim, foi possível apurar que a variação positiva de 1% da Euribor teria uma impacto positivo de mais de 833 milhões de euros. Já a queda de 1% da Euribor teria um impacto negativo de 912 milhões de euros no valor da carteira.
Fonte oficial da Metro do Porto disse ao PÚBLICO que, "apesar da continuada degradação das condições de acesso aos mercados financeiros, caracterizadas por profundas restrições de crédito e degradação dos níveis de rating da República Portuguesa", entre 2010 e 2011 a empresa "conseguiu realizar com sucesso algumas operações de reestruturação destes instrumentos no sentido de reduzir o impacto negativo nas suas contas.
© Público Comunicação Social SA
migluso Escreveu:Pois, eu li uma notícia onde o passivo é mil e tal milhões, mas afinal pode estar errado...
Mesmo que o passivo seja o valor que indicas, o valor das operações swap é quase o seu dobro...
agora não posso ver o relatório de contas...
gorgol Escreveu:migluso Escreveu:gorgol Escreveu:Temos de saber o prazo da cobertura. Posso ter uma cobertura por um ano de € 1.000 milhões ou de 10 anos dos mesmos mil milhões. Admito mesmo uma cobertura por 30 anos para dívidas de infra-estruturas tipo metropolitanos.
A minha postura é de acreditar que existem especialistas a tratar destes temas e há um racional que deverá ser explicado. Estou apenas a fazer uma abordagem técnica e não poltica.
Seria importante saber que coberturas fizeram as construtoras e bancos para os investimentos na autoestradas. Fixam-se as receitas e faz cobertura dos juros. Tudo normal.
Isto não tem nada de política.
E quer-me parecer que o teu racional não está correcto.
Pegando no teu exemplo, a não ser que as previsões a 10 anos sejam para o passivo total ser 10 vezes superiores ao actual (e volto a referir que menciono passivo total apenas por motivos de simplificação, pois a operação deveria incidir apenas sobre o passivo que paga juros), a operação está mal montada numa perspectiva de hedging.
MEUS AMIGOS, ISTO É UMA DESGRAÇA. É RUINOSO.
E SÓ TEM UMA SOLUÇÃO - DEFAULT...
OU ENTÃO DÁ UMA MÉDIA SUPERIOR A 300 EUROS EM IMPOSTOS A CADA PORTUGUÊS NO ACTIVO... SÓ PARA TAPAR O BURACO DESTAS OPERAÇÕES...
Migluso,
Fui ver o relatório de contas do Metro de Lisboa. Na página 93 refere que a dívida remunerada no final de 2011 era de 3.969 milhões de euros (metrolisboa.pt). Será que o passivo não está limpo das obrigações que se venceram e tiveram de passar para o Tesouro? O mesmo se passou na RTP.
pdcarrico Escreveu:
Migluso,
De facto não sei detalhes da operação e não tenho como argumentar contigo. Parto do princípio (talvez errado) de que a cobertura tem equivalência com o montante da dívida. Se for um ponto de partida errado obviamente que pensarei de outra forma.
migluso Escreveu:gorgol Escreveu:Temos de saber o prazo da cobertura. Posso ter uma cobertura por um ano de € 1.000 milhões ou de 10 anos dos mesmos mil milhões. Admito mesmo uma cobertura por 30 anos para dívidas de infra-estruturas tipo metropolitanos.
A minha postura é de acreditar que existem especialistas a tratar destes temas e há um racional que deverá ser explicado. Estou apenas a fazer uma abordagem técnica e não poltica.
Seria importante saber que coberturas fizeram as construtoras e bancos para os investimentos na autoestradas. Fixam-se as receitas e faz cobertura dos juros. Tudo normal.
Isto não tem nada de política.
E quer-me parecer que o teu racional não está correcto.
Pegando no teu exemplo, a não ser que as previsões a 10 anos sejam para o passivo total ser 10 vezes superiores ao actual (e volto a referir que menciono passivo total apenas por motivos de simplificação, pois a operação deveria incidir apenas sobre o passivo que paga juros), a operação está mal montada numa perspectiva de hedging.
MEUS AMIGOS, ISTO É UMA DESGRAÇA. É RUINOSO.
E SÓ TEM UMA SOLUÇÃO - DEFAULT...
OU ENTÃO DÁ UMA MÉDIA SUPERIOR A 300 EUROS EM IMPOSTOS A CADA PORTUGUÊS NO ACTIVO... SÓ PARA TAPAR O BURACO DESTAS OPERAÇÕES...
migluso Escreveu:Pois não Pedro, mas verificando-se um over-hedging 6 vezes superior ao "necessário", o problema deixa de ser de liquidez e passa a ser de solvência.
pdcarrico Escreveu:migluso Escreveu:rmachado Escreveu:Pergunta:
A TAP cobre de alguma forma a subida do "Petroil"? (financeiramente falando)
Não sei, mas é provável que sim. Ao menos que não o faça para quantidades 6 vezes superiores ao que efectivamente consome em combustível.
Seria ruinoso em caso de descida. Ou um grande negócio em caso de subida.
Mas isto não é protecção ou hedging.
Isto é Livermore no seu melhor...
A operação não tem de ser de over-hedging para criar problemas de liquidez e resultados negativos hoje (que serão equilibrados depois). Isso porque existe reavaliação contínua a justo valor de toda a cobertura.
Ou seja se a maturidade da dívida é, por exemplo 5 anos, a cobertura vai vencer nessa data. Os prejuízos de hoje serão compensados com a factura de juros que se vão vencendo nestes 5 anos.
gorgol Escreveu:Temos de saber o prazo da cobertura. Posso ter uma cobertura por um ano de € 1.000 milhões ou de 10 anos dos mesmos mil milhões. Admito mesmo uma cobertura por 30 anos para dívidas de infra-estruturas tipo metropolitanos.
A minha postura é de acreditar que existem especialistas a tratar destes temas e há um racional que deverá ser explicado. Estou apenas a fazer uma abordagem técnica e não poltica.
Seria importante saber que coberturas fizeram as construtoras e bancos para os investimentos na autoestradas. Fixam-se as receitas e faz cobertura dos juros. Tudo normal.
migluso Escreveu:rmachado Escreveu:Pergunta:
A TAP cobre de alguma forma a subida do "Petroil"? (financeiramente falando)
Não sei, mas é provável que sim. Ao menos que não o faça para quantidades 6 vezes superiores ao que efectivamente consome em combustível.
Seria ruinoso em caso de descida. Ou um grande negócio em caso de subida.
Mas isto não é protecção ou hedging.
Isto é Livermore no seu melhor...
migluso Escreveu:Gorgol,
A Metro de Lisboa tem um passivo de 1000 e tal milhões e o valor nominal das operações swap totalizam 6 mil milhões...
O pessoal não está a ver a gravidade disto?!?!?
migluso Escreveu:gorgol Escreveu:
Não dou não. A decisão, neste caso foi correta. Correu mal, mas cumpre o objetivo.
Como é que se justifica isto como sendo operações de protecção contra a subida das taxas de juro, quando o valor total destas operações é 6 vezes superior ao total do passivo da empresa (já nem refiro apenas o passivo sobre o qual incidem juros)????
rmachado Escreveu:Pergunta:
A TAP cobre de alguma forma a subida do "Petroil"? (financeiramente falando)
migluso Escreveu:AutoMech Escreveu:Migluso, eu ontem depois de postar fui à procura de valores e penso que os valores do passivo do metro de Lisboa são na ordem do que referes, bem como os juros. Já não tive tempo de investigar mais mas fiquei com a sensação que algo está mal. Ou é no quadro que está no JdN ou na própria operação em si, como referes. A segunda hipótese é aterradora...
Se os swaps funcionarem como os futuros espero que ninguém tenha confundido margem com posição e tenha entrado com uma alavancagem de 10x sem se aperceber.
O mais certo neste caso é ter sido algo do género:
A empresa paga ao banco uma taxa fixa e recebe deste uma taxa variável (indexada à euribor).
Até aqui tudo bem.
O problema é o montante do nominal sobre o qual se efectuam aqueles cálculos.
Como é possível, por aquilo que percebi, o montante nominal daquelas operações ser 6 vezes superiores ao total do passivo??!?!!??!?!?
Isto não é protecção. É pura especulação.
E se eu estiver a perceber bem, das duas uma:
- ou foi incompetência total dos gestores
- ou eles estavam feitos com o comercial do banco que lhes "vendeu" os swaps
Isto é gravíssimo.
gorgol Escreveu:
Não dou não. A decisão, neste caso foi correta. Correu mal, mas cumpre o objetivo.
AutoMech Escreveu:Queda da Euribor abre "buraco" de 2,2 mil milhões nos transportes
5 Setembro 2012 | 00:01
Empresas públicas "protegeram-se" das subidas da Euribor entre 2008 e 2010 com contratos de cobertura de taxas de juro. Agora, depois da forte descida dessas taxas, as perdas potenciais já ultrapassam os dois mil milhões de euros. "Bomba relógio" pode rebentar a qualquer momento, se os contratos forem denunciados antes da maturidade. A troika sabe e está preocupada.
Verão quente de 2008. Todos os dias surgiam notícias alarmantes dos Estados Unidos sobre a crise no mercado imobiliário. As taxas Euribor galopavam a 4%, sem travagem à vista. E, nos seus gabinetes, presidentes das empresas públicas portuguesas assinavam contratos que protegiam os seus créditos desta escalada descontrolada. Quatro anos passados, e uma profunda descida das Euribor depois, essas decisões criaram uma "bomba relógio" que já chegou, em Junho, aos 2,5 mil milhões de perdas potenciais. Só nos transportes são 2,2 mil milhões. E só nos metros de Lisboa e Porto são 1,8 mil milhões.
Depois da discussão que tivemos no tópico da TAP, acho que o Gorgol e o Pedro carriço me vão 'martelar' a cabeça, mas ainda assim penso que a decisão de gestão foi a correcta.
Curiosamente a Helena Garrido do Jornal de Negócios parece atacar isto, embora o artigo ainda não esteja disponível:As empresas públicas resolveram brincar às engenharias financeiras e abriram um buraco financeiro que, se tiver de ser tapado, é superior à derrapagem deste ano do défice público. Alguém vai ser responsabilizado? Não.
http://www.jornaldenegocios.pt/home.php ... 76551&pn=1
migluso Escreveu:AutoMech Escreveu:Queda da Euribor abre "buraco" de 2,2 mil milhões nos transportes
5 Setembro 2012 | 00:01
BRUTAL.
Eu ainda não olhei para isto com atenção. Mas aquela palavra é a única que me vem à cabeça...
Qual o passivo total da Metro de Lisboa? mil e tal milhões?!?
Qual o montante de encargos com juros? cento e tal milhões???
Eu não sei os n.ºs ao certo, mas tenho quase a certeza que as perdas potenciais que o quadro que o AutoMech deixou nos mostram são absolutamente desproporcionais àqueles valores.
Só há uma forma de saber, é exigir que os contratos swaps que estiveram na origem destas perdas sejam tornados públicos.
É aqui que os nossos representantes ou mesmo o Tribunal Constitucional deveriam intervir. Mas duvido.
Eu não sei porquê, e espero estar completamente enganado, mas cheira-me a esturro na montagem das operações.
AutoMech Escreveu:Também pode acontecer que o relatório esteja mal feito e que o valor a que se deu o nome de perdas seja afinal a posição coberta.
No universo das empresas públicas estes contratos atingem um total de 16.037 milhões de euros – quase 10% do PIB. O Metro de Lisboa é "recordista" com 76 contratos deste tipo, com um valor global de 6.391 milhões de euros, o que explica a liderança também nas perdas potenciais (mais de mil milhões).