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Off tópic - O mural das lamentações

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Off tópic - O mural das lamentações

por alexandre7ias » 2/9/2012 19:39

O mural das lamentações
Ricardo Rego

O perfil de Passos Coelho no Facebook está perdido no tempo e também Paulo Portas deixou de aparecer online. Ao contrário do Presidente da República, que alimenta a respectiva página na rede social com conteúdos que dão notícia, e de outros dirigentes partidários (Francisco Louçã é o exemplo mais recente), o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros deixaram progressivamente de falar na rede com as centenas de pessoas que diariamente os procuram.

Mas, seja na oposição ou no Governo, os políticos portugueses têm em comum a falta de hábito em dar resposta aos comentários dos seus seguidores. A última entrada de PassosCoelhofoia25deJunho.Em nove parágrafos, Passos, informou que esteve reunido com «todos os membros do Governo», no Palácio da Ajuda, «para um ponto de situação do nosso primeiro ano de trabalho». A mensagem foi partilhada por 322 pessoas e deu origem a 3.285 comentários de protesto contra o cenário de recuperação que era referido por Passos. Todos ficaram sem resposta.

Protestos, insultos e desabafos

O primeiro-ministro não tem tempo para actualizar a sua página na rede social nem tão pouco para dar resposta a todas as questões que ali lhe colocam – informa o seu gabinete, responsável pela gestão da página. Passos está no Facebook desde Fevereiro de 2009, altura em que já contestava a liderança de Manuela Ferreira Leite no PSD. A manutenção do perfil foi passando para mãos alheias e hoje está sobretudo nas de quem visita a página. Há de tudo: acusações, insultos, questões e até desabafos de jovens licenciados desempregados, dando conta das dificuldades que enfrentam.

O gabinete do primeiro-ministro tenta actualizar o perfil com posts de declarações ou textos escritos por Passos Coelho. E adianta que vai apagando apenas as entradas que incluem asneiras ou palavras ofensivas.

Os relatos do país real estão na página do primeiro-ministro. Um cibernauta, da zona do Porto, reportava, há dias, um incidente passado numa ida às urgências: «Fui ao centro de saúde fazer um curativo e, no dia seguinte, voltei lá e informaram-me que o curativo estava mal feito. Nem água oxigenada os pobres dos enfermeiros tinham para o curativo. Paguei 45 euros».

«Sr. Passos Coelho, as suas medidas só estão a piorar o país. Sugeria que começasse por reduzir o seu salário para ver o que é bom», escrevia Suzanna Mota.

Seguro vai dando conta do que diz e do que faz

Na oposição, o Facebook é uma arma de ataque político. António José Seguro, que apenas se remeteu ao silêncio agora nas férias de Agosto, partilha diariamente a sua actividade enquanto líder do PS.

Nalguns casos, é para contestar o Governo: «Hoje manifestei preocupação sobre a suspeita de problemas com a segurança alimentar dos portugueses e afirmei que o primeiro-ministro não pode deixar dúvidas em relação a esta questão». Em muitas outras vezes, é para dar conta das suas viagens de trabalho pelo país: «Bom dia amigos/as, acabo de chegar ao concelho de Baião. Visitarei o Festival do Anho Assado e do Arroz do Forno». E o líder do PS ilustra profusamente com imagens o seu roteiro pelo país real.

O Presidente da República é o campeão do uso da internet. Cavaco Silva –que, quando interpelado pelos jornalistas, já mais de uma vez remeteu para o site oficial da Presidência – usa o Facebook como extensão: num regista a sua actividade e o outro é usado como meio de comunicação política. Há três semanas, e em férias, exortou o Banco Central Europeu, através do Facebook, a comprar títulos da dívida dos países intervencionados pela troika.

Passar o sound bite sem enfrentar os jornalistas

Especialistas em comunicação criticam alguns destes hábitos dos políticos na rede.

«Não há o bom senso de perceber que não devem ser dados exclusivos através do Facebook» – explica Luís Bernardo, consultor de comunicação e ex-assessor de José Sócrates, considerando que, de forma geral, a utilização das redes sociais pelos políticos portugueses ainda está «numa fase embrionária».

Também Rui Calafate, director-geral da agência de comunicação SpecialOne, adverte que «a comunicação política no Facebook parece ter como único objectivo, e errado, criar soundbites». Os políticos aproveitam «a plataforma para passar a mensagem sem intermediários », reforça.

Francisco Louçã, um dos políticos portugueses mais experientes, escolheu o Facebook para dar a notícia da sua saída como líder do BE, há uma semana. Pouco antes, enviou e-mails aos militantes bloquistas, cumprindo o formalismo de se dirigir em primeiro lugar aos membros do partido. Mas foi através da rede social que a mensagem teve impacto.

O ainda coordenador do BE já foi mais interactivo na rede e era frequente dar resposta em questões partidárias. «Francisco, gostava que o BE fosse mais assertivo no que concerne à defesa dos direitos dos animais... que tomassem esta questão como um ponto de honrada luta do BE... Aí, ganhavam uma nova eleitora» – escreveu, por exemplo, Elsa Tiago. Teve resposta. E Louçã talvez tenha ganho mesmo uma votante.

Mas, em tempo de crise, as redes sociais podem também ser uma ferramenta de poupança, de tempo e dinheiro. Esta semana, o presidente da Câmara de Mirandela, António Branco, anunciou que vai passar a atender os munícipes através do Facebook, respondendo a todo o tipo de questões sem que os interessados tenham de se deslocar à Câmara.
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Que falta de educação Sr. Primeiro Ministro!
O Sol brilha todos os dias, os humanos é que não!
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