ativo Escreveu:"artista_" e "Dr Tretas" eu nunca duvidei que a operação de "short" de BCP e compra de direitos de subscrição do aumento de capital poderia ser lucrativa e eu digo "poderia ser lucrativa" e não "seria lucrativa" porque a minha dúvida a este respeito, sempre foi, se essa operação poderia, neste momento, ser feita por qualquer um de nós, ou seja, se o mercado nos daria efetivamente a oportunidade de "shortar" BCP ao preço de compra de ações do BCP.
Quando se fala em "shortar" BCP convém saber de que é que estamos concretamente a falar.
Pode-se "shortar" BCP vendendo-se ações que não se detenham, isto é, que sejam emprestadas. Eu pergunto: haverá alguém no mercado que neste momento empreste ações para esse efeito? É que a entidade que neste momento tenha ações, em vez de emprestá-las para esse efeito, poderia ela própria fazer a venda das ações e a compra de direitos de subscrição do aumento de capital e obter um ganho com isso. Além disso o empréstimo de ações para "shortar" envolveria certamente um custo.
Pode-se também "shortar" BCP vendendo-se contratos de futuros do BCP no mercado de derivados. Pode-se certamente também ficar "curto" noutros produtos derivados que eu efetivamente desconheço. Pergunto: o preço a que se poderia vender BCP, vendendo-se contratos de futuros do BCP, seria qual neste momento? Seria realmente o preço de compra das ações do BCP ou seria um preço, abaixo desse preço, "alinhado" com o preço de compra dos direitos de subscrição do aumento de capital? Pesquisem e digam (que eu não sei) qual seria neste momento o preço a que se poderia vender contratos de futuros do BCP de modo a ficar "curto" em BCP e depois então, se for caso disso, concordarei com voçês em que há almoço gratuito na Bolsa para quem não esteja neste momento investido em BCP. Se este for o caso poderemos depois almoçar gratuitamente os três na Bolsa!
Dr Tretas Escreveu:Admito que na prática, possa não ser possível tirar proveito do desequilíbrio de preço entre as acções e os direitos. Pelos vistos já não há futuros do BCP, podem cobrar juros muito altos pelo empréstimo das acções, com warrants é muito arriscado e já vi que o spread é demasiado alto para compensar.
Agora seguir a máxima do "não há almoços grátis" como uma religião, acho que é um erro, principalmente num mercado claramente ineficiente como o nosso. Claro que por exemplo, nos EUA, eu também nem me dava ao trabalho de procurar, mas aqui, nunca se sabe...
A ineficiência do mercado decorrente do facto da compra de ações do BCP através de compra de direitos de subscrição de (novas) ações do BCP ser mais barata do que a compra direta de ações do BCP só existe, justamente, porque na prática não é possível, a quem não esteja presentemente investido em BCP, tirar partido dessa ineficiência,
de forma segura, sem correr efetivamente risco. Portanto, não há almoços grátis para quem esteja fora do BCP!
Direi ainda mais. Essa ineficiência, porventura, é mais "virtual" do que "real". Porquê?! Vou tentar explicar ...
Uma pessoa que presentemente detenha ações do BCP pode arbitrar a cotação das ações do BCP e a cotação dos direitos de subscrição do aumento de capital do BCP, vendendo as ações que detém e comprando direitos de subscrição de novas ações do BCP, de forma a, mais tarde, ficar com o mesmo número de ações a um preço inferior. Pode fazer isso até 30/01/2017, e de 30/01/2017 a 02/02/2017 subscrever as novas ações do BCP exercendo os direitos de subscrição delas detidos.
A pessoa pode esfregar as mãos com esta operação, convencida de que ganhou dinheiro, mas o mercado pode pregar-lhe uma partida. É que as novas ações que terão que ser subscritas até 02/02/2017 só poderão ser transacionadas a partir de 09/02/2017. Depois do encerramente da subscrição do aumento de capital a 02/02/2017, e até 09/02/2017, a cotação das ações do BCP pode corrigir, pressionada pela entrada em negociação das novas ações em 09/02/2017.
Portanto um ganho, que parecia adquirido, pode simplesmente esfumar-se ...
Quem não é e se quer tornar acionista do BCP olha para a dita "ineficiência" e compra ações do BCP através da aquisição de direitos de subscrição do aumento de capital.
Quem é e quer continuar a ser acionista do BCP olha para a dita "ineficiência" e decide vender ações e comprar direitos de subscrição do aumento de capital.
Portanto, a dita "ineficiência" convida, quem pretenda tornar-se ou continuar acionista do BCP, a comprar direitos de subscrição do aumento de capital, ou seja, o mercado tal como está convida à subscrição do aumento de capital do BCP.
Alguém anda a fazer "marketing" com vista à subscrição do aumento de capital do BCP, ai anda, anda ...