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Caldeirão da Bolsa

OT - Incendios

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

Re: OT - Incendios

por Worf » 12/12/2017 22:28

Para ver e reflectir

https://www.rtp.pt/noticias/mundo/seis- ... a_v1045761

http://www.lignum.cl/2017/01/12/la-tecn ... orestales/

Sendo Portugal o país do mundo mais devastado com incêndios deveríamos ser um país bem apetrechado, de meios de combate.


Mas em Portugal é o show off, por isso é mais fácil gastar 25 milhões para comprar umas bicicletas eléctrica para Lisboa do que investir para proteger a floresta.

No entanto António Costa em França quer portugal neutro na emissão de carbono!! Não sei como?
É daquelas frases lindas.
E para quem gosta de francês sempre pode ver o primeiro ministro a falar francês. :P

http://www.tvi24.iol.pt/videos/politica ... 507506e436
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Re: OT - Incendios

por ricardmag » 26/7/2017 19:46

:-#

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Re: OT - Incendios

por ricardmag » 25/7/2017 20:15

Já lavra outra vez :evil:

jalavraoutravez.JPG
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Re: OT - Incendios

por Worf » 11/7/2017 11:16

Como é habitual parece que já se esqueceram de Pedrógão.

"A REVOLTA....Obrigado às pessoas de Cáceres (Espanha) pela ajuda enviada hoje para as vítimas de Pedrógão Grande. O vosso gesto traduziu-se não só em bens materiais que enviaram, mas sim e também proporcionaram que pessoas anônimas se juntassem, para ajudar, a descarregar o que enviaram pois o centro de recolha não tinha ninguém. "




:clap: :clap: :clap:
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Re: OT - Incendios

por Worf » 5/7/2017 16:45

"A 'estrada da morte' [Estrada Nacional 236-1, onde morreram 47 pessoas devido ao incêndio em Pedrógão Grande] está dentro daquilo que a lei define? [...] Podia-se ter evitado aquelas mortes todas. E não se responsabiliza ninguém?", interrogou o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, no âmbito de uma audição parlamentar no grupo de trabalho da Reforma das Florestas.

http://www.dn.pt/lusa/interior/incendio ... 12543.html


IPMA: “Não detetámos nenhuma descarga à hora do incêndio” de Pedrógão"

O relatório do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) sobre o incêndio de Pedrógão Grande revela que só há 5% de probabilidade de a ignição ter sido provocada por trovoada, tal como foi indicado pela PJ.
http://24.sapo.pt/atualidade/artigos/pe ... m-num-raio

portanto é perfeitamente legítimo pensar que a rápida investigação da PJ ás causas que provocaram o incêndio poderá ter duas origens;

Ou a PJ tentou tornar verdadeira a tese dos nossos magníficos governantes de "trovoada seca", ou então não tendo dinheiro para mais (devido às famosas cativações) a PJ decidiu resolver assim os assuntos, foi uma descarga e já está, pum.
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Re: OT - Incendios

por Worf » 27/6/2017 17:23

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
"Todos os anos nos repetem que falta prevenção. Dos 2000 quilómetros de “auto-estrada” previstos na rede primária estão concretizados menos de 30%. São precisos 120 milhões de euros para fazer o que resta e 150 milhões de euros para manutenção até 2025. Fora a rede secundária, caminhos e pontos de água. Para atingir o objetivo da duplicação das Equipas de Sapadores Florestais (500) são precisos mais 90 milhões de euros. Significa que este modelo de DFCI necessita, no mínimo, da duplicação de fundos, isto é, de 60 milhões de euros por ano. É possível? Os apoios de Estado são limitados e não esticam."
Miguel Freitas do PS

para ler o artigo na íntegra http://observador.pt/opiniao/reforma-pa ... smo-lugar/

Vai ao encontro do que tenho dito, o estado com o dinheiro que tem disponível para o efeito não consegue cumprir o seu dever. Existem outras prioridades, por isso Portugal arde há tanto tempo.
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Re: OT - Incendios

por Worf » 26/6/2017 0:19

ricardmag Escreveu:Não fica bem claro quem são as entidades responsáveis, mas é bem possivel que sejam as cameras no caso das redes viárias.
Também não ficou claro de quem é a responsabilidade no caso dessa faixa de 10 metros ser repartida em duas partes (berma + terreno particular).
A camera pode intervir em terreno privado?


Está relativamente claro, mas para perceber a orgânica tens que ler a o decreto todo ou praticamente todo.

Existem as redes primárias de gestão de combustível e as secundárias. As primárias são os vulgarmente chamados aceiros, que são faixas de terreno florestal desbastado para protecção contra incêndios. Nessas redes primárias, os terrenos são de privados, que o estado considerou de utilidade pública.

Depois existem as redes secundárias de gestão de combustível, que são as estradas, caminhos de ferro e linhas eléctricas. E as entidades responsáveis devem providenciar a gestão de combustível nessas faixas secundárias. Que no caso das estradas, se ela for Municipal, é responsabilidade da CMunicipal, se for Estrada Nacional, é da responsabilidade das infraestruturas de Portugal a obrigação de limpar 10 metros para cada lado.

Atenção, que se a estrada não pertencer ao plano municipal, aí acho que só têm que limpar as bermas.
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Re: OT - Incendios

por ricardmag » 25/6/2017 22:40

Não fica bem claro quem são as entidades responsáveis, mas é bem possivel que sejam as cameras no caso das redes viárias.
Também não ficou claro de quem é a responsabilidade no caso dessa faixa de 10 metros ser repartida em duas partes (berma + terreno particular).
A camera pode intervir em terreno privado?
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Re: OT - Incendios

por Worf » 25/6/2017 21:45

ricardmag Escreveu:
Worf Escreveu:
ricardmag Escreveu:
Responsáveis em relação às bermas ou aos terrenos privados?
As câmeras podiam era fiscalizar melhor, caso seja possível.
Mais uma situação em que o interesse político se sobrepõe ao público.


Ricardmag,

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Agora falta saber quais as estradas que pertencem ao plano municipal e quais as entidades responsáveis.

Cumprimentos


Diz assim: é obrigatório que a entidade responsável: a) pela rede viária.... b) pela rede ferroviaria.... c) etc.

No caso de a) ou é o Município ou as Infraestruturas de Portugal, no caso de b) julgo ser a CP e assim por diante.

O Plano Municipal é depois construído a partir destas "normas", a partir daqui se os quiseres conhecer terás que consultar o plano municipal do teu concelho.
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Re: OT - Incendios

por ricardmag » 25/6/2017 18:30

Worf Escreveu:
ricardmag Escreveu:
Responsáveis em relação às bermas ou aos terrenos privados?
As câmeras podiam era fiscalizar melhor, caso seja possível.
Mais uma situação em que o interesse político se sobrepõe ao público.


Ricardmag,

Imagem


Agora falta saber quais as estradas que pertencem ao plano municipal e quais as entidades responsáveis.

Cumprimentos
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Re: OT - Incendios

por Worf » 25/6/2017 12:23

Um certo olhar....com Gabriela Canavilhas e o mau jornalismo

achei interessante no minuto 42, "Judite de Sousa foi a primeira a invocar a demissão de Jorge Coelho....."

A Judite que se cuide....

https://www.rtp.pt/play/p304/um-certo-olhar
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Re: OT - Incendios

por sobeoudesce » 25/6/2017 10:43

Luto nacional
Vasco Pulido Valente


…hopes expire of a low dishonest decade…

A primeira obrigação do Estado é garantir a segurança física dos cidadãos. Em Pedrógão Grande o Estado Português não a cumpriu e mostrou assim a sua fraqueza e a sua essencial ilegitimidade. Na sopa de aletria da meia dúzia de agências ou subagências governamentais que intervieram no caso, ninguém se entendia sobre nada. A que horas tinha começado o fogo e porque tinha começado? Porque não se tinha fechado a tempo a chamada “estrada da morte”? Porque não se tinham evacuado as pessoas que deviam ser evacuadas? Tinha caído um avião ali, a uns quilómetros, ou não tinha caído um avião? Existia um jornalista fantasma ou não existia? O que transpirava desta confusão eram informações contraditórias das várias autoridades envolvidas, todas visivelmente preocupadas em sacudir a água do capote para o parceiro do lado. A cena foi deprimente e aterradora. E no meio do caos, para o completar, desembarcaram o primeiro-ministro e o Presidente da República, com fatos de bombeiros, que não iam lá fazer coisa alguma de útil ou louvável, excepto evidentemente exibir a sua alma, exercício que ninguém lhes pedira ou agradecia.

Este espectáculo, pelo mortos e pelo sofrimento dos que não morreram, comoveu o país. Mas o mesmo país habitualmente assiste em paz de espírito às mais graves demonstrações da incompetência e degradação do Estado: investigações criminais que duram anos e anos (como a de Oliveira e Costa e, a seguir, a de Sócrates, a de Ricardo Salgado e as de várias dezenas de suspeitos menores); julgamentos sem fim; a maior dívida da história, que vai crescendo; políticas que se atenuam, interrompem ou simplesmente se metem na gaveta para não ofender parcelas ínfimas do eleitorado; actos egrégios de nepotismo e compadrio; a corrupção que se manifesta ou descobre em cada recanto da vida corrente e da vida pública nacional. O parlamento, depois de lamentar a infindável sequência de comissões de inquérito para prevenir incêndios, que não chegaram a parte alguma, nomeou outra comissão de inquérito; e as “personalidades” que roubaram milhões continuam a passear tranquilamente pelas ruas.

A grande pergunta é simples: porque havia de aparecer em Pedrógão Grande, por milagre flagrante do Altíssimo, um Estado previdente, eficaz e responsável? Não apareceu; e, como de costume, os mais fracos pagaram a conta. Seria bom que fizéssemos mais três dias de luto. Por nós.
 
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Re: OT - Incendios

por Worf » 25/6/2017 10:21

ricardmag Escreveu:
Responsáveis em relação às bermas ou aos terrenos privados?
As câmeras podiam era fiscalizar melhor, caso seja possível.
Mais uma situação em que o interesse político se sobrepõe ao público.


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Re: OT - Incendios

por Queijo de Figo » 25/6/2017 10:12

Apesar dos incêndios se repetirem todos os anos e da legislação estar sempre a evoluir, parece não haver dúvida de que a situação se vai manter.
Porque acontece: (de modo muito ligeiro) As florestas têm um valor económico muito reduzido, por isso estão ao abandono; o poder central tem mais com que se preocupar, por isso não é de esperar que surjam projetos que alterem este estado de coisas.

Um exemplo:
À uns meses foi entrevistado um antigo presidente de um pequeno banco (cujos nomes não me lembro), julgo que foi na anterna1, ele falava do estimulo que queriam dar às economias locais, aplicando o dinheiro depositado pelos clientes de cada região. No exemplo que deu, dos depósitos que recebiam de Bragança, apenas conseguiam emprestar a projetos de Bragança 10% desse dinheiro! O restante era encaminhado para projetos de Lisboa e Porto!

Por aqui se percebe o abandono em que a maioria do território Nacional se encontra e não me parece que seja com decretos de limpeza ou expropriações que a situação muda. O que não gera dinheiro para ser limpo/cuidado por particulares, também não gera impostos para ser limpo/cuidado pelo estado, mesmo que depois de expropriado.

Julgo que uma solução é regionalizar . Devia ser entregue a cada região o controlo das suas economias, potenciando o desenvolvimento económico que valorize o território e a floresta. É inegável que os Açores e a Madeira são bons exemplos do sucesso que pode ser conseguido.
 
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Re: OT - Incendios

por ricardmag » 25/6/2017 1:33

Worf Escreveu:
ricardmag Escreveu:Tinhasse falado ao redor das casas e edifícios industriais.
A grande maioria dos terrenos junto a estradas também pertencem a particulares e esses também não fizeram o que por lei são obrigados. As bermas apenas são dois ou três metros.


Não sei se as estradas fazem todas parte das redes secundárias de gestão de combustíveis, mas pelo menos aquelas que fazem parte dessa rede acho que a responsabilidade é das Câmaras Municipais.

https://dre.pt/application/dir/pdf1sdip ... 300295.pdf


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Re: OT - Incendios

por Worf » 24/6/2017 21:25

Este incêndio despertou-me para uma realidade que é o pacote florestal que o Governo vai levar à AR para ser aprovado.

Encontrei uma página na internet, que por acaso é dos meus "amigos de esquerda" mas que não deixa de focar temas interessantes, nomeadamente


:!: As medidas propostas pelo governo que preveem as sociedades de gestão florestal não respondem às necessidades da floresta. Sobretudo onde predomina a pequena propriedade, virão a contribuir para uma concentração das propriedades através de sociedades privadas, pelo “confisco” de pequenas explorações, quer pelo apelo à sua venda com isenções de IMT e redução de IRS, quer pelo mecanismo que prevê para aquilo que denomina de “terras sem dono”. Assim, como não nos parece bem a isenção ou redução de IRC.

http://www.esquerda.net/opiniao/pacote- ... ores/46802

Se não limparem o terreno, este é lhes confiscado. E depois o governo vende o respectivo terreno a sociedades de gestão florestal. Mais uma operação manhosa em curso!

Siga a marinha

Ps: Como é óbvio não estou de acordo com a totalidade do texto, mas confesso, tem coisas interessantes.
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Re: OT - Incendios

por Worf » 24/6/2017 20:53

ricardmag Escreveu:Tinhasse falado ao redor das casas e edifícios industriais.
A grande maioria dos terrenos junto a estradas também pertencem a particulares e esses também não fizeram o que por lei são obrigados. As bermas apenas são dois ou três metros.


Não sei se as estradas fazem todas parte das redes secundárias de gestão de combustíveis, mas pelo menos aquelas que fazem parte dessa rede acho que a responsabilidade é das Câmaras Municipais.

https://dre.pt/application/dir/pdf1sdip ... 300295.pdf
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Re: OT - Incendios

por ricardmag » 24/6/2017 20:12

Tinhasse falado ao redor das casas e edifícios industriais.
A grande maioria dos terrenos junto a estradas também pertencem a particulares e esses também não fizeram o que por lei são obrigados. As bermas apenas são dois ou três metros.
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Re: OT - Incendios

por Worf » 24/6/2017 19:47

ricardmag Escreveu:Li no JN que também é obrigatório estarem no mínimo 10 metros livres de mata e árvores ao redor das estradas. As estradas de Pedrógão tal como muitas do nosso país não cumprem a lei.
Muito típico no nosso país.

Cumprimentos


Isso foi o que disse várias vezes a uns posts atrás. Mesmo para as autarquias é difícil limpar as bermas, quando acabam de limpar podem começar outra vez. E ainda por cima é a beira das estradas, quanto mais num local ermo e de difícil acesso.

Não é obrigatório limpar as matas, é obrigatório sim limpar ao redor das casas e povoações.

Mas logo à partida foi fácil culpar os donos das florestas, que são aqueles que sofrem com este flagelo há anos.

Depois, segundo o jornal Expresso, Capoula Santos deixou projecto de limpeza das matas na gaveta

Seria muito útil discutir e esmiuçar a reforma da floresta que o Governo queria aprovar à pressa, aproveitando este caso.
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Re: OT - Incendios

por ricardmag » 24/6/2017 18:11

Li no JN que também é obrigatório estarem no mínimo 10 metros livres de mata e árvores ao redor das estradas. As estradas de Pedrógão tal como muitas do nosso país não cumprem a lei.
Muito típico no nosso país.

Cumprimentos
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Re: OT - Incendios

por Caramelo » 24/6/2017 9:05

Vamos ver quanto tempo levam a tentar calar este Senhor Alberto Gonçalves. Não tarda nada será mais escrutinado que o jornalista do "El Mundo" :cry: :clap:

Morrer entre brutos é triste

Portugal não cede à baixa política, leia-se permite a impunidade geral. Portugal, repete-se, é uma nação muito forte, leia-se um recreio de oportunistas, desnorteados ao primeiro assomo da realidade.

Anteontem, o “Jornal de Notícias” recordava o “‘inferno’ idêntico ao de Pedrógão”, que “reduziu a cinzas cidade no Canadá”. Aconteceu em 2016, queimou 590 mil hectares e obrigou a evacuar Fort McMurray, uma cidade de 80 mil habitantes. O “JN” diz, provavelmente com razão, que “ninguém poderia prever” aquilo. O que o “JN” não diz é o número total de mortos. Digo eu: zero.

Ao invés dos abundantes especialistas em floresta que despontam por cá a cada Verão (ainda assim insuficientes para impedir a floresta de arder com empenho), acredito existirem fogos impossíveis de prever e quase impossíveis de controlar. Fortuita ou provocada, por árvore delinquente ou pirómano de aldeia, a destruição leva sempre vantagem. Embora Portugal queime de forma rara em regularidade e dimensão, às vezes há catástrofes devastadoras até em paragens desenvolvidas e organizadas e demograficamente equilibradas. Às vezes, a resignação é o único remédio.

Pedrógão Grande, porém, é um caso diferente. Aquele não foi um simples incêndio. Foi, desde que há registos fiáveis, um dos incêndios florestais mais mortíferos da História, portuguesa, europeia ou mundial. Na Califórnia, onde as chamas costumam arrasar territórios imensos e lugarejos inteiros, o recorde de fatalidades são 29, em 1933, e a regra duas ou três. Sessenta e quatro vidas, contas provisórias e para cúmulo numa área pouquíssimo povoada, não é um dado comum. É um massacre evitável. E é um crime fingir que não.

Na quarta-feira, o exacto dia em que a nomenclatura do regime compareceu pesarosa ao funeral de um bombeiro, o Presidente da República declarou que a “unidade nacional” perante a tragédia “mostra bem como somos uma nação antiga e uma nação muito forte”. À superfície, tais palavras são apenas um deprimente vazio. Sucede tratar-se do exacto PR que, entre abraços sortidos, ocupou os minutos iniciais que os noticiários dedicaram ao incêndio para garantir que fora feito tudo o que se podia fazer. Pelo meio, o país tomou conhecimento de dezenas de mortos e da radical desorientação ou impotência das autoridades. E o país viu-se atacado por uma operação, talvez inédita, de manipulação informativa liderada pelo governo e patrocinada por boa parte dos “media”. O país que quis perceber percebeu que a “nação muito forte” é uma coisinha débil, e que a “unidade nacional” é uma estratégia repugnante para, em nome das vítimas, socorrer os suspeitos. Note-se que não acuso ninguém. Não é preciso: os esforços para suprimir culpas são a sua maior admissão.

A “incompetência do Governo não pode encontrar justificação na meteorologia”, berrava o BE em 2015, face a 28 mil hectares queimados e, suponho, morto nenhum. Agora, a actriz Catarina Martins implora no Twitter: “Que venha a chuva. Bom dia”. A brandura é partilhada pelo PCP, o qual, salvo por um patético “pedido de esclarecimento”, refugiou-se no luto. “Luto”, aqui, é código para “ganhar tempo”. Não surpreende a cumplicidade dos partidos comunistas no arranjo. Não surpreendem os esforços do PS na elaboração do arranjo. Não surpreende o aval do PR ao arranjo, visto que já só os ceguinhos não vêem a verdadeira função do prof. Marcelo. E não surpreende a ajuda das televisões e dos jornais à eficácia do arranjo.

Numa proeza sem grandes precedentes na cronologia do servilismo ocidental, um diário de rever…, perdão, referência, mobilizou todo o corpo de colunistas para atribuir Pedrógão Grande à desdita, à conspiração dos elementos e – segurem-se – ao “fogo que voa”. É um mero, mesmo que particularmente asqueroso, exemplo. Descontadas as excepções, o tom das “notícias” não tem fugido à produção de prosa “poética” e sentimento. Em contrapartida, foge a oito pés na hora de escrutinar o poder. Editoriais espanhóis decretam o fim da carreira do primeiro-ministro, mas ignoram que o repórter português médio permite que o excelentíssimo espécime coloque as perguntas que quer em lugar de responder às que não quer. Mal habituados, jornalistas a sério não concebem que o jornalismo a brincar colabore com estadistas de trazer por casa em sinistras encenações de compaixão. Aliás, o jornalismo a brincar também não concebe o seu oposto: um colunista do “El Mundo”, crítico das nossas desgraças, anda a ser investigado pelos colegas de cá, abismados com o desplante.

Em nações menos exóticas, haveria quem expusesse o talento do dr. Costa, de certos amigos do dr. Costa e de outras personalidades admiráveis no “investimento” de milhões em comunicações que não comunicam e em helicópteros que não descolam. E quem fosse directa ou indirectamente responsabilizado pelas famílias encurraladas e carbonizadas em plena estrada, que se apelida “da morte” para efeito “dramático”. E quem denunciasse as mentiras cometidas por figuras ditas de relevo a partir do ponto em que a quantidade de cadáveres era demasiada para continuar a adiar a divulgação. E quem, acima dos estropícios que entopem a Administração Interna, explicasse em língua de gente a recusa dos bombeiros galegos. E quem lembrasse que é tão fácil quanto inútil ganhar campeonatos de futebol, festivais de cantigas e incumbências na ONU: difícil é ganhar vergonha na cara.

Nações menos infantis não descansariam até varrer os demagogos que celebram glórias imaginárias e fintam as desgraças autênticas. Portugal, não. Portugal respeita os mortos, leia-se espera que os vivos não perturbem a “estabilidade”. Portugal observa prioridades, leia-se deixa arrefecer o assunto. Portugal não cede à baixa política, leia-se permite a impunidade geral. Portugal está unido, leia-se criou-se um ambiente hostil a questões desagradáveis. Portugal, repete-se, é uma nação muito forte, leia-se um recreio de oportunistas, desnorteados ao primeiro assomo da realidade.

Sobra uma lição, que a “nação muito antiga” teima em não aprender. Em Pedrógão Grande, o Estado falhou no solitário papel que lhe devia caber: proteger fisicamente os cidadãos. Logo o Estado, de que os portugueses esperam tudo e, no momento que importa, obtêm nada. Não é coincidência.

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Re: OT - Incendios

por Opcard » 23/6/2017 18:58

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Re: OT - Incendios

por Opcard » 23/6/2017 18:47

Nada mais assustador que a ignorância em acção que vejo em muitos quando se fala de incêndios 90% sao ignorantes ou tem interesses no negócio .

Já agora podiam saber como algum grandes grupos nos USA limpam os terrenos em redor das suas sedes , da forma mais premtiva e também a mais eficaz .

Mais aviões , carros , bombeiros , guardas florestais a lista de disparastes é longa , mudar a estrutura da propiendade é fácil de falar impossível a realizar no curto prazo, o meu pai com os seus 85 anos tendo mais de 30 parcelas de algumas centenas de metros a 2 hectares se lhe mexerem nas propriedades estou convencido que irá liderar uma melicia armada , todos somos filhos de agricultores por isso nenhum poder político ira contra a sua vontade .

Há floresta sem proprietario nessas áreas as câmaras tomam posse e plantam árvores que serviriam como corta-fogo, nada é mais eficaz e barato para prevenir os incêndios que a pastorícia , se um guarda florestal custará na ordem do 30 000 euros anuais com isso pagaria a 3 pastores , com o custo de um carro de bombeiros compraria um rebanho , eles ficareiam com o produto do rebanho oferecido , a carne o queijo e o leite devia ser certificado como produto bio teria bom preço e procura .

Utilizem centenas milhões no combate aos incêndios quando com muito menos podiam fixar as populações que viveriam da florestas com o apoio estatal porque é do interesse nacional .

Será um negócio com potentencial eu seria tentado a garantir a limpeza de várias centenas de hectares empregado vários pastores recebendo do estado um valor por hectar seria um negócio em que todos ganhariam .
Editado pela última vez por Opcard em 23/6/2017 19:00, num total de 1 vez.
 
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Re: OT - Incendios

por Thoth » 23/6/2017 17:04

Eu também não disse que disseste :lol: Nem falei em expropriação ...
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Re: OT - Incendios

por Worf » 23/6/2017 16:56

Thoth Escreveu:Caro wolf, a falta de limpeza das matas não é causa dos incêndios mas ajuda bastante na propagação rápida do mesmo.
Se a floresta estiver limpa o fogo não lavra tão rápido e por consequência é mais fácil e rápido apaga-lo.

Cumprimentos e bons negócios


Ninguém disse o contrário. Mas se tens problemas a montante por resolver, porque hás-de querer expropriar os proprietários que anos e anos a fio foram ignorados e prejudicados com os incêndios... é isso que eu não entendo.
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― Herbert Bayard Swope
 
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