Re: Obrigações II
Enviado: 23/3/2016 9:02
Onde posso ver quais são as empresas europeias com risco de investimento (empresas abrangidas pelo programa de compra de dívida pelo BCE)?
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moppie85 Escreveu:josefreitas93 Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Tal e qual.
Eu por exemplo dormo bem com ativos que muita gente nem coloca em questão ter em carteira.
Qual a maturidade desse credit link note?
Se está a 83% diria que é lá para 2018/2019...
A maturidade é em 2021.
O problema é que só o Novo Banco as pode comprar e eles é que decidem o preço
onde é que leste isso?
Cheira-me que nao é verdade e que qualquer pessoa pode comprá-la...
O que acontece é que provavelmente o banco oferece um valor por não ter qq liquidez em mercado.
josefreitas93 Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Tal e qual.
Eu por exemplo dormo bem com ativos que muita gente nem coloca em questão ter em carteira.
Qual a maturidade desse credit link note?
Se está a 83% diria que é lá para 2018/2019...
A maturidade é em 2021.
O problema é que só o Novo Banco as pode comprar e eles é que decidem o preço
Sr_SNiper Escreveu:Tal e qual.
Eu por exemplo dormo bem com ativos que muita gente nem coloca em questão ter em carteira.
Qual a maturidade desse credit link note?
Se está a 83% diria que é lá para 2018/2019...
josefreitas93 Escreveu:Pecunia...olet! Escreveu:Caro josefreitas93,
vale a pena começar por aqui: não têm garantia estatal! Têm risco estatal! Ou seja, têm risco Novo Banco e risco Estado Português. Não têm qualquer garantia do Estado.
Essas obrigações são de um tipo especial. São credit linked notes. Um nome pomposo para uma obrigação que é emitida por uma entidade, que paga um juro elevado e mas é apenas contrapartida de assumir o risco adicional de crédito de outra entidade (para além do risco de crédito do emitente). No caso concreto:
As obrigações foram emitidas pelo BES Finance e eram garantidas pelo BES. Esta "garantia" passou entretanto para o Novo Banco e o emitente creio que também já foi substituído (se não foi, em todo o caso o "garante" é o o Novo Banco).
Pagam um cupão de 6%, mas para além do risco de crédito do Novo Banco, têm risco de crédito adicional: da República Portuguesa. Ou seja, se ocorrer um evento de crédito (definidos nas condições da emissão) com as obrigações emitidas pelo Estado Português, mesmo que o Novo Banco não entre em incumprimento, estas obrigações sofreriam uma perda considerável. Mesmo que exista a tentação de pensar que não existirá um evento de crédito em relação às obrigações do Estado Português, é bom apelar à memória recente. Em 2011, quando estas obrigações foram criadas, foi exactamente por causa desse receio. E a Grécia re-estruturou a dívida. Não estou a dizer que aconteça, mas é o risco embebido nestas obrigações. Ainda hoje surgiu uma notícia de que o PCP quer colocar a re-estruturação da dívida na agenda política.
Se não está familiarizado com credit linked notes e o seu pai também não, então deve contactar o seu gestor de conta no Novo Banco e colocar as questões que colocou aqui. E averiguar da possibilidade de as vender e do respectivo preço. E depois de obter essa informação (não só do preço, mas também dos riscos), então decidir o que fazer.
A decisão de manter ou não em carteira dependerá de compreender e aceitar os riscos que envolve (que são muito superiores aos de uma obrigação sénior clássica) e naturalmente do preço a que o Novo Banco estaria disposto a recomprá-las. Mas não se foque no que pode ganhar se tudo correr bem. Considere também o que pode correr mal e quanto pode perder.
Obrigado. Finalmente consegui perceber o tipo de obrigações em causa.
Recomedaria, portanto, face à natureza das mesmas, a vendê-las se tiverem uma cotação alta (acima de 90%?) Creio que na semana passada estavam nos 83%.
Pecunia...olet! Escreveu:Caro josefreitas93,
vale a pena começar por aqui: não têm garantia estatal! Têm risco estatal! Ou seja, têm risco Novo Banco e risco Estado Português. Não têm qualquer garantia do Estado.
Essas obrigações são de um tipo especial. São credit linked notes. Um nome pomposo para uma obrigação que é emitida por uma entidade, que paga um juro elevado e mas é apenas contrapartida de assumir o risco adicional de crédito de outra entidade (para além do risco de crédito do emitente). No caso concreto:
As obrigações foram emitidas pelo BES Finance e eram garantidas pelo BES. Esta "garantia" passou entretanto para o Novo Banco e o emitente creio que também já foi substituído (se não foi, em todo o caso o "garante" é o o Novo Banco).
Pagam um cupão de 6%, mas para além do risco de crédito do Novo Banco, têm risco de crédito adicional: da República Portuguesa. Ou seja, se ocorrer um evento de crédito (definidos nas condições da emissão) com as obrigações emitidas pelo Estado Português, mesmo que o Novo Banco não entre em incumprimento, estas obrigações sofreriam uma perda considerável. Mesmo que exista a tentação de pensar que não existirá um evento de crédito em relação às obrigações do Estado Português, é bom apelar à memória recente. Em 2011, quando estas obrigações foram criadas, foi exactamente por causa desse receio. E a Grécia re-estruturou a dívida. Não estou a dizer que aconteça, mas é o risco embebido nestas obrigações. Ainda hoje surgiu uma notícia de que o PCP quer colocar a re-estruturação da dívida na agenda política.
Se não está familiarizado com credit linked notes e o seu pai também não, então deve contactar o seu gestor de conta no Novo Banco e colocar as questões que colocou aqui. E averiguar da possibilidade de as vender e do respectivo preço. E depois de obter essa informação (não só do preço, mas também dos riscos), então decidir o que fazer.
A decisão de manter ou não em carteira dependerá de compreender e aceitar os riscos que envolve (que são muito superiores aos de uma obrigação sénior clássica) e naturalmente do preço a que o Novo Banco estaria disposto a recomprá-las. Mas não se foque no que pode ganhar se tudo correr bem. Considere também o que pode correr mal e quanto pode perder.
Sr_SNiper Escreveu:njmcp Escreveu:Novo Banco com prejuízos de 800 milhões em 2015
O Novo Banco teve prejuízos de 800 milhões de euros em 2015. O valor negativo recorde vai ser anunciado na próxima semana. É, em parte, explicado por grandes empréstimos herdados do BES que se revelaram incobráveis. Já os resultados operacionais do banco, os que se referem à operação bancária propriamente dita, já estão positivos, o que pode facilitar o processo de venda, que vai ser lançado em breve.
http://expresso.sapo.pt/multimedia/vide ... es-em-2015
Será que a apresentação de resultados vai trazer novo interesse às obrigações do Novo Banco? Pelo menos parece que as coisas, por negras que estejam, ficam mais transparentes, e que até à venda a folga dos 2000M€ poderá ser suficiente. E a operação bancária poderá dar mais lucro entretanto.
Quanto à cotação das obrigações, referiram-me que poderá ser um problema de liquidez, será?
Uma vez que os institucionais ficaram entalados com a divida sénior, e não se querem meter nela novamente antes da venda e isso interfere nas leis da oferta/procura. A verdade é que com ou sem liquidez, as obrigações estão a descer desde Dezembro, com as de 2019 a cotar a 70% e as 2022 a 65%.
Parece-me estar-se a associar um risco demasiado elevado, mas o mercado é o que é.
Cumprimentos.
Também me parece exagerado e estou a escrever um artigo sobre o assunto que vou publicar no sabado
Qual o ISIN dessas de 2022?
jopsilveira Escreveu:Sr_SNiper Escreveu:Eu comprei hoje estas XS0782220189 de 2019, é a minha mais recente compra para o SHFTR que está a voltar ao bom ritmo dos velhos tempos
Já te queimaste completamente com as do BES e agora estás a enfiar-te na mesma coisa ?
Sr_SNiper Escreveu:Eu comprei hoje estas XS0782220189 de 2019, é a minha mais recente compra para o SHFTR que está a voltar ao bom ritmo dos velhos tempos
Sr_SNiper Escreveu:njmcp Escreveu:Novo Banco com prejuízos de 800 milhões em 2015
O Novo Banco teve prejuízos de 800 milhões de euros em 2015. O valor negativo recorde vai ser anunciado na próxima semana. É, em parte, explicado por grandes empréstimos herdados do BES que se revelaram incobráveis. Já os resultados operacionais do banco, os que se referem à operação bancária propriamente dita, já estão positivos, o que pode facilitar o processo de venda, que vai ser lançado em breve.
http://expresso.sapo.pt/multimedia/vide ... es-em-2015
Será que a apresentação de resultados vai trazer novo interesse às obrigações do Novo Banco? Pelo menos parece que as coisas, por negras que estejam, ficam mais transparentes, e que até à venda a folga dos 2000M€ poderá ser suficiente. E a operação bancária poderá dar mais lucro entretanto.
Quanto à cotação das obrigações, referiram-me que poderá ser um problema de liquidez, será?
Uma vez que os institucionais ficaram entalados com a divida sénior, e não se querem meter nela novamente antes da venda e isso interfere nas leis da oferta/procura. A verdade é que com ou sem liquidez, as obrigações estão a descer desde Dezembro, com as de 2019 a cotar a 70% e as 2022 a 65%.
Parece-me estar-se a associar um risco demasiado elevado, mas o mercado é o que é.
Cumprimentos.
Também me parece exagerado e estou a escrever um artigo sobre o assunto que vou publicar no sabado
Qual o ISIN dessas de 2022?
njmcp Escreveu:Novo Banco com prejuízos de 800 milhões em 2015
O Novo Banco teve prejuízos de 800 milhões de euros em 2015. O valor negativo recorde vai ser anunciado na próxima semana. É, em parte, explicado por grandes empréstimos herdados do BES que se revelaram incobráveis. Já os resultados operacionais do banco, os que se referem à operação bancária propriamente dita, já estão positivos, o que pode facilitar o processo de venda, que vai ser lançado em breve.
http://expresso.sapo.pt/multimedia/vide ... es-em-2015
Será que a apresentação de resultados vai trazer novo interesse às obrigações do Novo Banco? Pelo menos parece que as coisas, por negras que estejam, ficam mais transparentes, e que até à venda a folga dos 2000M€ poderá ser suficiente. E a operação bancária poderá dar mais lucro entretanto.
Quanto à cotação das obrigações, referiram-me que poderá ser um problema de liquidez, será?
Uma vez que os institucionais ficaram entalados com a divida sénior, e não se querem meter nela novamente antes da venda e isso interfere nas leis da oferta/procura. A verdade é que com ou sem liquidez, as obrigações estão a descer desde Dezembro, com as de 2019 a cotar a 70% e as 2022 a 65%.
Parece-me estar-se a associar um risco demasiado elevado, mas o mercado é o que é.
Cumprimentos.
VirtuaGod Escreveu:Rick Lusitano (New) Escreveu:Quem vende os CDS, são os bancos e não as seguradoras.
DIz isso à AIG
Rick Lusitano (New) Escreveu:Quem vende os CDS, são os bancos e não as seguradoras.
cliente1 Escreveu:serrano+2 Escreveu:E relativamente a estas obrigações que atingem a maturidade a 26/02/2016?
http://www.quotenet.com/bond/7_000-Banc ... BEQGOM0015
Acham que existe a possibilidade de não serem pagas?
O decretar do evento de crédito pode afetar o seu pagamento?
Não seria suposto a 20 dias da maturidade estarem ao nível do par ou até acima?
Não percebo mesmo nada disto.
Obrigado.
Fiquem bem.
Eu acho que nada de anormal vai acontecer até dia 26 (deixa ver este "evento de crédito" e que potenciais impactos pode ter). Mas isso sou eu a especular e eu não percebo nada disto.
Mas é curioso ver o link acima, que tinha lá um "More Bonds of Banco Espírito Santo"
ISIN Maturity Coupon Yield
XS0869315241 1/2/2043 3.5000% 7.1372
São 150,000,000 em obrigações emitidas em 2013 e com maturidade em 2043, cotadas a cerca de 55%. Uma Yield de cerca de 7%.
Quem é que poderá estar interessado nisto? A mim parece-me demasiado longe para um particular....
serrano+2 Escreveu:E relativamente a estas obrigações que atingem a maturidade a 26/02/2016?
http://www.quotenet.com/bond/7_000-Banc ... BEQGOM0015
Acham que existe a possibilidade de não serem pagas?
O decretar do evento de crédito pode afetar o seu pagamento?
Não seria suposto a 20 dias da maturidade estarem ao nível do par ou até acima?
Não percebo mesmo nada disto.
Obrigado.
Fiquem bem.