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Caldeirão da Bolsa

Porque silenciam a ISLÂNDIA?

Espaço dedicado a todo o tipo de troca de impressões sobre os mercados financeiros e ao que possa condicionar o desempenho dos mesmos.

por Quico » 28/8/2012 17:04

Tens razão.

Posso ter sido redutor. Mas, ao contrário da palhaçada da campanha anti-liberal que grassa nos media, não fui intelectualmente desonesto.
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por Pantone » 28/8/2012 16:50

Quico Escreveu:Pedrooa:

O liberalismo defende um estado mínimo e, obviamente, é contra a participação do estado na economia.

Claro que dá jeito à esquerda bloquista "encaixar" o liberalismo algures entre a direita conservadora e o fascismo/nazismo (disparate tão grande como comparar a Estrada da Beira com a beira da estrada).

Claro que nuns media tão infantilizados, que só conseguem ter uma visão do mundo que se divide entre os "bons" - à esquerda - e os "maus" - à direita -, dá mais jeito etiquetar os liberais como sendo de "direita" e logo, a "direita" (seja ela qual for) como sendo "liberal".
Pelos vistos, caíste na esparrela.

Mas que culpa tem o liberalismo da ignorância de quem o critica?

P.S. - Já agora: a má fé é tão grande que tornou-se consensual etiquetar este governo de "neo-liberal"; isto, quando estamos perante um governo que praticamente ainda não mexeu um dedo para diminuir o tamanho da máquina estatal! Onde está o neo-liberalismo?! Ora... vão à fava! :evil:


Quico, concordando com os teus últimos posts, pergunto-me sobre a necessidade de etiquetar estas políticas como "socialismo" ou "liberal"?

Parece-me algo algo redutor porque em vez de se debaterem os méritos das políticas (seja uma ou outra) discute-se a etiqueta, com tudo o que isso traz de negativo.

Reforçando a tua ideia, existir um Banco público em Portugal é uma medida Socialista. mas Portugal, como escrevi noutro post padece de uma "Socialite aguda", pelo que toda a análise fica distorcida quando se usam etiquetas.
 
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por Quico » 28/8/2012 15:27

Pedrooa:

O liberalismo defende um estado mínimo e, obviamente, é contra a participação do estado na economia.

Claro que dá jeito à esquerda bloquista "encaixar" o liberalismo algures entre a direita conservadora e o fascismo/nazismo (disparate tão grande como comparar a Estrada da Beira com a beira da estrada).

Claro que nuns media tão infantilizados, que só conseguem ter uma visão do mundo que se divide entre os "bons" - à esquerda - e os "maus" - à direita -, dá mais jeito etiquetar os liberais como sendo de "direita" e logo, a "direita" (seja ela qual for) como sendo "liberal".
Pelos vistos, caíste na esparrela.

Mas que culpa tem o liberalismo da ignorância de quem o critica?

P.S. - Já agora: a má fé é tão grande que tornou-se consensual etiquetar este governo de "neo-liberal"; isto, quando estamos perante um governo que praticamente ainda não mexeu um dedo para diminuir o tamanho da máquina estatal! Onde está o neo-liberalismo?! Ora... vão à fava! :evil:
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por VirtuaGod » 28/8/2012 15:22

pedrooa Escreveu:Não percebo este paralelismo. Quem salva bancos é socialista e que os deixa cair é liberal.


1ª frase do wikipedia de ambos os sistemas:

"O liberalismo é um sistema político-econômico baseado na defesa da liberdade individual, nos campos econômico, político, religioso e intelectual, contra as ingerências e atitudes coercitivas do poder estatal"

"Socialismo refere-se a qualquer uma das várias teorias de organização econômica advogando a propriedade pública ou coletiva e administração dos meios de produção e distribuição de bens"

Liberais e capitalistas (onde me incluo) são contra a intervenção estatal, e qualquer atitude que envolva intervenção estatal está excluída (por definição) de poder ser considerada liberal ou capitalista.

P.S. Sim, salvar bancos são atitudes socialistas. Salvar empresas são atitudes socialistas. Os liberais e capitalistas são a favor das falências. Sem as falências os sistema capitalista não poderá funcionar e cria um enorme problema de "Moral Harzard/Risco Moral"
Editado pela última vez por VirtuaGod em 28/8/2012 15:28, num total de 1 vez.
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por pedrooa » 28/8/2012 13:16

Quico Escreveu:
pedrooa Escreveu:Se isso é assim o Paulson é um socialista. Salvou a AIG.
E o Teixeira dos Santos é um liberal porque salvou o BPN.


:roll: :roll: :roll:


Aí enganei-me. Queria dizer que o Paulson salvou a AIG, logo é socialista. Tal como o Teixeira dos Santos.
Curioso que são dois homens com diferente background políticos. Um republicano e o outro do especto socialista.
Não percebo este paralelismo. Quem salva bancos é socialista e que os deixa cair é liberal.
 
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por Quico » 28/8/2012 13:09

pedrooa Escreveu:Se isso é assim o Paulson é um socialista. Salvou a AIG.
E o Teixeira dos Santos é um liberal porque salvou o BPN.


:roll: :roll: :roll:
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por Razao_Pura » 28/8/2012 12:07

O problema do país é o problema deste post. Enquanto se discutem os "pint..." não se discutem as questões de fundo, o fundamental.

Ou se tomam medidas a arrepiar caminho ou iremos muito em breve cair numa crise que nem a troika nos salva.
Depois quero ver quem é que vai dizer que não somos como a Grécia.
Não abram os olhos não....

R.P.
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por pedrooa » 28/8/2012 11:33

PT_Trader Escreveu:
pedrooa Escreveu:
Quico Escreveu:É engraçado como se subvertem as coisas.
Ninguém diz que:

- Deixar os bancos falirem e proteger o dinheiro dos contribuinte é uma política... LIBERAL.
- O estado intervir para salvar a banca é uma política... SOCIALISTA.

No entanto, é isto mesmo!
Vão por aí e perguntem às pessoas e verão se há ou não há desinformação e manipulação nos media.


Deixa ver se percebi.
Deixar os bancos falir é liberalismo? Mas salva-los é socialismo?


Percebeste bem.


Se isso é assim o Paulson é um socialista. Salvou a AIG.
E o Teixeira dos Santos é um liberal porque salvou o BPN.
 
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por PT_Trader » 28/8/2012 11:24

pedrooa Escreveu:
Quico Escreveu:É engraçado como se subvertem as coisas.
Ninguém diz que:

- Deixar os bancos falirem e proteger o dinheiro dos contribuinte é uma política... LIBERAL.
- O estado intervir para salvar a banca é uma política... SOCIALISTA.

No entanto, é isto mesmo!
Vão por aí e perguntem às pessoas e verão se há ou não há desinformação e manipulação nos media.


Deixa ver se percebi.
Deixar os bancos falir é liberalismo? Mas salva-los é socialismo?


Percebeste bem.
 
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por pedrooa » 28/8/2012 11:21

Quico Escreveu:É engraçado como se subvertem as coisas.
Ninguém diz que:

- Deixar os bancos falirem e proteger o dinheiro dos contribuinte é uma política... LIBERAL.
- O estado intervir para salvar a banca é uma política... SOCIALISTA.

No entanto, é isto mesmo!
Vão por aí e perguntem às pessoas e verão se há ou não há desinformação e manipulação nos media.


Deixa ver se percebi.
Deixar os bancos falir é liberalismo? Mas salva-los é socialismo?
 
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por Quico » 28/8/2012 10:35

É engraçado como se subvertem as coisas.
Ninguém diz que:

- Deixar os bancos falirem e proteger o dinheiro dos contribuinte é uma política... LIBERAL.
- O estado intervir para salvar a banca é uma política... SOCIALISTA.

No entanto, é isto mesmo!
Vão por aí e perguntem às pessoas e verão se há ou não há desinformação e manipulação nos media.
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Islândia: Dos dias negros de 2008 à surpreendente recuperaçã

por Razao_Pura » 28/8/2012 10:21

Destaco a seguinte afirmação "Entre a democracia e os interesses financeiros temos de escolher a democracia", porque penso que nunca como hoje esta questão esteve em cima da mesa no nosso país. As nossas dificuldades económicas estão-nos a colocar, graças ao nossos governantes, numa posição extremamente frágil devido à descapitalização do país, das empresas e das famílias. Vejam as diferenças.


http://www.jornaldenegocios.pt/home.php?template=SHOWNEWS_V2&id=573249


Islândia: Dos dias negros de 2008 à surpreendente recuperação económica
14 Agosto 2012 | 12:18
Ana Luísa Marques - anamarques@negocios.pt


Em Outubro de 2008, a situação na Islândia era "crítica". Os três maiores bancos do país tinham colapsado. O sentimento de medo e choque era "palpável". E o nível de incerteza era "enorme". "Mais de três anos passados, vale a pena reflectir sobre o caminho percorrido por este país desde os dias negros de 2008."


As palavras foram escritas, a 26 de Outubro de 2011, pelo antigo chefe da missão do FMI na Islândia, Poul Thomsen (mais tarde chefe da missão do FMI em Portugal e, actualmente, chefe da missão do FMI na Grécia). Num texto intitulado "Como a Islândia recuperou da sua experiência de quase morte", Thomsen recorda o plano que foi colocado em prática para recuperar a frágil economia islandesa.

O chefe da missão do FMI lembra ainda que quando chegou à capital do país, Reykjavik, em Outubro de 2008, a "situação era crítica". "Os três maiores bancos do país – que representam quase todo o sistema financeiro – tinham colapsado. A sensação de medo e choque era palpável – poucos países, se é que algum, passou alguma vez por um crash económico tão catastrófico", recorda Poul Thomsen.

"Existia ainda", prossegue Thomsen, "muita preocupação com a possibilidade de uma depreciação desordenada da taxa de câmbio puder ser ruinosa para as famílias e empresas e de uma fuga dos depósitos poder acabar com o que ainda restava do sistema financeiro". "O nível de incerteza era enorme – os três bancos tinham activos que valiam mais de 1000% do PIB e ninguém sabia, nessa altura, qual a dimensão dos prejuízos."

"Hoje [Outubro de 2011], três anos passados, vale a pena reflectir sobre o caminho da Islândia – um país com 320 mil pessoas – desde esses dias negros de 2008. O crescimento económico regressou e foram criados novos postos de trabalho – apesar de ter uma taxa de desemprego inaceitavelmente elevada para um país que estave próximo do pleno emprego, esta já caiu para níveis abaixo dos 7%. Em Junho [de 2011], o país regressou aos mercados internacionais ao emitir mil milhões de dólares de obrigações".


Islândia: Um exemplo a seguir

Cerca de nove meses e meio passados desde que Poul Thomsen escreveu este documento, foi agora a vez da nova chefe da missão do FMI no país, Daria V. Zakharova, elogiar o caminho percorrido pela Islândia desde os "dias negros" de 2008 ate à surpreendente recuperação económica que vive actualmente.

"A Islândia fez progressos significativos desde a crise", disse Daria V. Zakharova numa entrevista concedida ontem à Bloomberg. Entre os progressos registados pelo país, Zakharova destaca a capacidade que a Islândia teve de "preservar o Estado social ao mesmo tempo que enfrentava uma importante consolidação orçamental".

A chefe da missão do FMI sublinha que "cada programa é diferente e responde a uma situação diferente, não podendo ser, directamente, comparados". Ainda assim, tendo em conta a profundidade da crise que o país viveu em 2008, a sua recuperação é "impressionante", destaca Zakharova.

A Islândia terminou o programa do FMI em Agosto de 2011. As previsões do fundo indicam que a economia vai crescer 2,4% em 2012 impulsionada, essencialmente, pelo "consumo privado e pelo forte aumento do investimento".

Mas o que tornou a Islândia num caso de sucesso?

A base do sucesso deste país de 320 mil habitantes reside, segundo o FMI, no compromisso das autoridades islandesas em implementar o programa definido pelo fundo. Mas à sua maneira. Um dos principais objectivos do governo passou por proteger o Estado social do país e isso foi conseguido, sublinha Poul Thomsen.

Além disso, o executivo recusou sempre proteger os credores dos bancos que colapsaram em 2008 – e cujas dívidas superavam 10 vezes o valor da economia.

Thomsen recorda que o plano acordado – em tempo recorde – com as autoridades islandesas tinha três elementos importantes:

1.Foi reunido um grupo de advogados, que tinham como objectivo estudar a melhor maneira de evitar que os prejuízos dos bancos fossem suportados pelo sector público.

2.O objectivo inicial do programa era estabilizar a taxa de câmbio. Neste caso, foram tomadas medidas não convencionais, como o controlo de capitais.

3.Os estabilizadores automáticos puderem operar por completo no primeiro ano do programa, adiando, assim, o ajustamento orçamental.

Os desafios que se seguem

Um dos desafios mais importantes que o país enfrenta neste momento é “o fim do controlo de capitais". "E esta não é uma tarefa fácil", admite Daria V. Zakharova.

Mas a Islândia, prossegue Zakharova, precisa de mostrar que consegue reduzir o controlo de capitais de forma bem-sucedida. "O Estado já recuperou o acesso aos mercados de capitais internacionais e a limpeza dos balanços dos bancos está a correr bem. Assim, é importante seguir em frente para que os ganhos sejam sustentáveis e consolidados", diz a chefe da missão do FMI.

Para proteger a moeda do país de uma eventual queda provocada pela redução do controlo de capitais – e controlar a taxa de inflação do país - o banco central já aumentou a taxa de juro do país por cinco vezes desde Agosto de 2011 para os 5,5%.

"As baixas taxas de juro e as poucas oportunidades de investimento devido ao controlo de capitais têm um impacto negativo nas poupanças. Considero que o crescimento económico baseado apenas nos gastos dos consumidores não é sustentável no longo prazo", afirmou recentemente um economista do Arion Bank à Bloomberg.


"Entre a democracia e os interesses financeiros temos de escolher a democracia"

Numa entrevista concedida ao Negócios a 19 de Maio de 2010, o presidente da Islândia, Ólafur Grímsson (na foto), defendeu a necessidade de "restabelecer o devido papel do Estado na regulação do sistema financeiro e na actividade económica". "A Islândia ilustra que no seio da Europa houve uma falha fundamental dos mecanismos institucionais. Temos um mercado financeiros pan-europeu sem um mecanismo de regulação pan-europeu", afirmou Grímsson.

Nesta entrevista, o presidente da Islância lamentou que "quer na Europa, quer nos Estados Unidos, o grande espírito de avançar com reformas profundas no sistema financeiro retrocedeu".

E garantiu "entre a democracia e os interesses financeiros temos de escolher a democracia", referindo-se ao caso do banco Icesave. Neste caso, Grímsson vetou o acordo de indemnização ao Reino Unido e à Holanda referente às perdas da sucursal online de um banco islandês e, em referendo, a população apoiou a sua decisão.
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por Pantone » 23/7/2012 10:04

Em espanhol, mas muito interessante.

el cambio de modelo...

http://www.lasexta.com/lasextaon/salvad ... 09133/1061
 
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por Pantone » 9/7/2012 10:21

PAUL KRUGMAN

The Times Does Iceland
(in http://www.nytimes.com/2012/07/08/world ... laise.html)

I put in Estonia because it’s suddenly fashionable; for some reason the OECD didn’t have Latvia. Anyway, I think the interesting contrast is between Ireland and Iceland; remember, Ireland was supposed to be a role model.

I guess I should say some more about the relevance of the Icelandic sort-of miracle. For the most part, Iceland’s lesson is relevant to countries that experienced big capital inflows followed by a sudden stop — that is, the European periphery, not the US or the UK. What it demonstrated was the usefulness of devaluation (and therefore of having your own currency), and the case for temporary capital controls in an emergency. Also the case for letting creditors of private banks gone wild eat the losses.

Iceland did not engage in fiscal stimulus; it didn’t have to, given the kick from a huge depreciation of the currency. It did, however, have a quite effective program of mortgage debt relief that is a role model for countries like the United States.

And more broadly, Iceland is a dramatic demonstration of the wrongness of conventional wisdom in these times. Ireland did everything it was supposed to; nobody would describe it as “healing”. Iceland broke all the rules, and things are not too bad.

in http://krugman.blogs.nytimes.com/2012/0 ... s-iceland/
 
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Re: Telemóveis, ovelhas e canas de pesca..

por alexandre7ias » 5/7/2012 17:08

tugadaytrader Escreveu:Imagem

:roll: :roll: :roll:
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Telemóveis, ovelhas e canas de pesca..

por L.S.S » 5/7/2012 17:01

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:roll: :roll: :roll:
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O jogo da especulação é o mais fascinante do mundo. Mas não é um jogo para os estúpidos, para os mentalmente preguiçosos, para aqueles com fraco balanço emocional e nem para os que querem ficar ricos rapidamente. Esses vão morrer pobres. Jesse Livermore
 
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por FilRib » 30/3/2011 10:19

axman Escreveu:
FilRib Escreveu:
pdcarrico Escreveu:
migluso Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Se queremos, por amor ao País, ou por conforto, ou proximidade aos nossos, ficar, então que aceitemos o lado mau dessa herança.


Não, não devemos aceitar. Os credores que aceitem o lado mau dos seus investimentos.
É assim que funciona o sistema. É isso que o torna mais eficiente, justo e dinâmico. A recompensa do bom e a penalização do mau.
Isto devia ser assim ao nível do trabalhador, do investidor, da empresa, do banco e do Estado.

Quando se pretende manipular o sistema a um nível tão profundo, normalmente não acaba bem...


Bem ... se houver default naturalmente será um prejuízo para os credores, que aliás já estão a perder pois se quiserem converter a dívida que detinham em liquidez, perderão dinheiro. Portanto os credores já estão a aceitar esse "mau" investimento.

Mas a perda para Portugal não dá para anular com um default. No limite, e se Portugal não pagar, pode depois enfrentar restrições de financiamento que seria útil no futuro. Ou seja a herança terá sempre um lado amargo.

E crédito não é preciso só para consumo ... também para exportar, para criar infra-estruturas, etc...

Não por acaso, ainda existem, 10 anos depois do default, problemas em angariar financiamentos externos na Argentina. E com eles ainda se pode desvalorizar valentemente a moeda, o que acabou a criar, a médio prazo, óptimas oportunidades de exportação.


A questão aqui (ou pelo menos era a incial) é sobre o caso do banco islândes que faliu. O nosso caso idêntico no BPN.
Ou seja, é diferente endividamento por compra de um banco privado cujos administradores borraram a pintura, de endividamento fruto de investimento (bons ou maus) feitos pelo país...


FilRib: Serás ingénuo ou simplesmente malicioso?

Relativamente ao BPN, é fácil perceber que se tivessem deixado cair o banco, traria o colapso do sistema bancário Português. Seria uma catástrofe devido à dimensão do Banco e da sua rede de dependências. É fácil falar agora que o pior já passou. A verdade é que não havia outra hipótese. O que me choca é que os responsáveis continuem impunes e um deles até ocupa um alto cargo da nação.. Esperemos que a história seja escrita por historiadores isentos.

Já a tua solução "islandesa" é uma mera ilusão. Sobre a dívida emitida pelo teu País, gostes ou não, és solidariamente responsável. Não estamos a falar de dívida da PT ou da EDP. É divida soberana nacional - daquela que não dá para fugir.


Quem te ouvir falar, dá a sensação que o sistema bancário português está bom de saúde e recomenda-se.
Pois é um ilusão, com pessoas a aceitar isto com naturalidade neste, eu sei em Portugal é uma ilusão. Mas ainda bem que a Islândia e os islandeses existem para mostrar que não somos todos iguais.
 
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por artista_ » 30/3/2011 10:18

axman Escreveu:
FilRib: Serás ingénuo ou simplesmente malicioso?

Relativamente ao BPN, é fácil perceber que se tivessem deixado cair o banco, traria o colapso do sistema bancário Português. Seria uma catástrofe devido à dimensão do Banco e da sua rede de dependências. É fácil falar agora que o pior já passou. A verdade é que não havia outra hipótese.


Havira outra hipótese sim, fazia-se o que se fez no BPP, garantem-se os depósitos sem risco... no BPN nacionalizou-se um buraco que já custa aos portugueses pelo menos 2 mil milhões de euros!!! :shock:

axman Escreveu: O que me choca é que os responsáveis continuem impunes e um deles até ocupa um alto cargo da nação.. Esperemos que a história seja escrita por historiadores isentos.


Pois, como se o buraco não fosse já suficientemente mau...
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por axman » 30/3/2011 10:03

FilRib Escreveu:
pdcarrico Escreveu:
migluso Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Se queremos, por amor ao País, ou por conforto, ou proximidade aos nossos, ficar, então que aceitemos o lado mau dessa herança.


Não, não devemos aceitar. Os credores que aceitem o lado mau dos seus investimentos.
É assim que funciona o sistema. É isso que o torna mais eficiente, justo e dinâmico. A recompensa do bom e a penalização do mau.
Isto devia ser assim ao nível do trabalhador, do investidor, da empresa, do banco e do Estado.

Quando se pretende manipular o sistema a um nível tão profundo, normalmente não acaba bem...


Bem ... se houver default naturalmente será um prejuízo para os credores, que aliás já estão a perder pois se quiserem converter a dívida que detinham em liquidez, perderão dinheiro. Portanto os credores já estão a aceitar esse "mau" investimento.

Mas a perda para Portugal não dá para anular com um default. No limite, e se Portugal não pagar, pode depois enfrentar restrições de financiamento que seria útil no futuro. Ou seja a herança terá sempre um lado amargo.

E crédito não é preciso só para consumo ... também para exportar, para criar infra-estruturas, etc...

Não por acaso, ainda existem, 10 anos depois do default, problemas em angariar financiamentos externos na Argentina. E com eles ainda se pode desvalorizar valentemente a moeda, o que acabou a criar, a médio prazo, óptimas oportunidades de exportação.


A questão aqui (ou pelo menos era a incial) é sobre o caso do banco islândes que faliu. O nosso caso idêntico no BPN.
Ou seja, é diferente endividamento por compra de um banco privado cujos administradores borraram a pintura, de endividamento fruto de investimento (bons ou maus) feitos pelo país...


FilRib: Serás ingénuo ou simplesmente malicioso?

Relativamente ao BPN, é fácil perceber que se tivessem deixado cair o banco, traria o colapso do sistema bancário Português. Seria uma catástrofe devido à dimensão do Banco e da sua rede de dependências. É fácil falar agora que o pior já passou. A verdade é que não havia outra hipótese. O que me choca é que os responsáveis continuem impunes e um deles até ocupa um alto cargo da nação.. Esperemos que a história seja escrita por historiadores isentos.

Já a tua solução "islandesa" é uma mera ilusão. Sobre a dívida emitida pelo teu País, gostes ou não, és solidariamente responsável. Não estamos a falar de dívida da PT ou da EDP. É divida soberana nacional - daquela que não dá para fugir.
 
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por pdcarrico » 30/3/2011 9:57

Sim, eu referia-me ao caso Português e agora vejo que o migluso se referia possivelmente ao caso Islandês.

e em relação ao Islandês eu concordo com o que ele diz.
Pedro Carriço
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por FilRib » 30/3/2011 9:53

pdcarrico Escreveu:
migluso Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Se queremos, por amor ao País, ou por conforto, ou proximidade aos nossos, ficar, então que aceitemos o lado mau dessa herança.


Não, não devemos aceitar. Os credores que aceitem o lado mau dos seus investimentos.
É assim que funciona o sistema. É isso que o torna mais eficiente, justo e dinâmico. A recompensa do bom e a penalização do mau.
Isto devia ser assim ao nível do trabalhador, do investidor, da empresa, do banco e do Estado.

Quando se pretende manipular o sistema a um nível tão profundo, normalmente não acaba bem...


Bem ... se houver default naturalmente será um prejuízo para os credores, que aliás já estão a perder pois se quiserem converter a dívida que detinham em liquidez, perderão dinheiro. Portanto os credores já estão a aceitar esse "mau" investimento.

Mas a perda para Portugal não dá para anular com um default. No limite, e se Portugal não pagar, pode depois enfrentar restrições de financiamento que seria útil no futuro. Ou seja a herança terá sempre um lado amargo.

E crédito não é preciso só para consumo ... também para exportar, para criar infra-estruturas, etc...

Não por acaso, ainda existem, 10 anos depois do default, problemas em angariar financiamentos externos na Argentina. E com eles ainda se pode desvalorizar valentemente a moeda, o que acabou a criar, a médio prazo, óptimas oportunidades de exportação.


A questão aqui (ou pelo menos era a incial) é sobre o caso do banco islândes que faliu. O nosso caso idêntico no BPN.
Ou seja, é diferente endividamento por compra de um banco privado cujos administradores borraram a pintura, de endividamento fruto de investimento (bons ou maus) feitos pelo país...
 
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por pdcarrico » 30/3/2011 9:52

Sobre esta questão da reduzida abstenção dos reformados diria que o PSD faz agora o que o PS fez antes - no PEC anterior, talvez a única medida que muitos considerariam útil mas que o governo não fez foi justamente o corte de pensões para valores acima de 1500 euros.Talvez por temer o voto contra dos reformados.

Agora volta atrás e propõe esse corte (e do meu ponto de vista ainda bem). O PSD por seu lado quer garantir o voto dos reformados e chuta com uma medida que é mais difusa por todos - IVA.

O mesmo oportunismo político de PS quando aumentou os salários da FP em ano de eleições é agora do PSD com esta história e com o triste episódio da avaliação de professores.

Para quem se afirma como diferente e como uma esperança, o PPC está no mínimo a começar mal.
Pedro Carriço
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por pdcarrico » 30/3/2011 9:45

migluso Escreveu:
pdcarrico Escreveu:Se queremos, por amor ao País, ou por conforto, ou proximidade aos nossos, ficar, então que aceitemos o lado mau dessa herança.


Não, não devemos aceitar. Os credores que aceitem o lado mau dos seus investimentos.
É assim que funciona o sistema. É isso que o torna mais eficiente, justo e dinâmico. A recompensa do bom e a penalização do mau.
Isto devia ser assim ao nível do trabalhador, do investidor, da empresa, do banco e do Estado.

Quando se pretende manipular o sistema a um nível tão profundo, normalmente não acaba bem...


Bem ... se houver default naturalmente será um prejuízo para os credores, que aliás já estão a perder pois se quiserem converter a dívida que detinham em liquidez, perderão dinheiro. Portanto os credores já estão a aceitar esse "mau" investimento.

Mas a perda para Portugal não dá para anular com um default. No limite, e se Portugal não pagar, pode depois enfrentar restrições de financiamento que seria útil no futuro. Ou seja a herança terá sempre um lado amargo.

E crédito não é preciso só para consumo ... também para exportar, para criar infra-estruturas, etc...

Não por acaso, ainda existem, 10 anos depois do default, problemas em angariar financiamentos externos na Argentina. E com eles ainda se pode desvalorizar valentemente a moeda, o que acabou a criar, a médio prazo, óptimas oportunidades de exportação.
Pedro Carriço
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por FilRib » 30/3/2011 9:40

MarcoAntonio Escreveu:
pdcarrico Escreveu:... mas mexer nas pensões tira votos, é que a população idosa é possivelmente das que mais vota.


Parece expectável que assim seja (até porque a tendência da abstenção é de subida, o que aponta no sentido de uma maior prevalência nas camadas mais jovens).

Em todo o caso, fui conferir para verificar a força do argumento...

Tendo por base este estudo recente da aximage, antes das presidenciais

http://www.erc.pt/documentos/Sondagens/ ... ltados.pdf

o número de votantes (que tomaremos aqui como representativos da população portuguesa) dividia-se desta forma por faixa etária:

18-29 : 61 votantes (55% de abstenção)
30-44 : 87 votantes (47% de abstenção)
45-59 : 92 votantes (33% de abstenção)
60ou+: 120 votantes (26% de abstenção)

O grupo dos 18-29 representa apenas 17% dos votantes.

O grupo dos 60 ou mais representa um terço do eleitorado votante.


Isto é um dado extremamente interessante e útil para perceber as medidas são populares ao invés de outras...
Bem visto...
 
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por A330-300 » 30/3/2011 4:20

pdcarrico Escreveu:Mas evidentemente para cada cidadão jovem que sinta que a herança que tem é pobre para a sua ambição, tem sempre uma alternativa - emigrar.

E verdade seja dita, hoje um Português pode mais facilmente emigrar com qualificação e com melhores oportunidades que há alguns anos atrás. Essa qualificação que muitos têm é também parte da herança a que junta o País quase insolvente... nem tudo é assim tão mau, temos défice para vencer, mas em termos médios estamos mais qualificados que há alguns atrás.

Se queremos, por amor ao País, ou por conforto, ou proximidade aos nossos, ficar, então que aceitemos o lado mau dessa herança.

Não há escolhas fáceis.

Também é certo que um idoso reformado com uma pensão de miséria não tem muitas opções e também não teve muitos dos benefícios. Talvez por isso seja de elementar justiça tentar ao máximo diminuir o esforço de quem tem uma reforma de 200 ou 300 euros.


Nem mais.

Eu diria até que as escolhas mais fáceis quase nunca são as melhores.

O grande problema desta geração é o comodismo aliado à falta de ambição.Ando por este mundão há uns anos e posso assegurar que encontrar empregos fora é muito fácil. Difícil é ter coragem e vontade de ir.

Também digo que a segunda melhor coisa do mundo depois de ser muito rico e não precisar trabalhar é procurar emprego empregado.È muitíssimo mais traumático emigrar à força do que planejar-se com antecedência.

Na atual geração de pensionistas podemos ter uma idéia do que acontecerá àqueles que não prepararem um bom pé de meia para a velhice.Na verdade , como o futuro não se vislumbra brilhante , antes pelo contrário ,e as condições estão sempre a piorar , a geração ativa de hoje pode esperar uma velhice bem pior do que a atual.

Não façam pela vida , não...

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